Andrew Miller levava uma vida tranquila, sustentando-se com a renda de seus romances de sucesso. Morando no interior de Portugal, na charmosa cidade de Setúbal, ele acreditava que seu passado em Londres estava enterrado para sempre. No entanto, sua rotina é abalada quando recebe a notícia do falecimento de seu avô, forçando-o a retornar à cidade onde tudo começou. Enquanto isso, em Londres, Bridget Jones se dedicava incansavelmente à livraria que herdara de sua mãe, lutando para preservar o legado familiar. O dia parecia comum, até que sua melhor amiga surge na livraria com uma proposta inesperada: um contrato de divulgação para um novo autor em ascensão, famoso por seus romances eróticos. Do encontro dessas duas vidas, repletas de segredos, perdas e ambições, surge uma conexão que irá transformar não apenas suas histórias, mas também os caminhos que ambos decidiram trilhar.
Ler maisAndrew sentia o corpo mais leve ao sair do hospital, mas sua mente ainda estava um turbilhão. O médico lhe entregou o relatório de sua condição e explicou pacientemente:— Senhor Miller, sua amnésia pode ser classificada como dissociativa, causada por um trauma emocional significativo. Isso significa que, dependendo da forma como seu cérebro processa esse trauma, suas memórias podem voltar em dias, meses ou até anos. Há também a possibilidade de amnésia retrógrada prolongada, na qual memórias passadas ficam inacessíveis por um longo período.Andrew franziu a testa, tentando processar tudo aquilo.— Mas há alguma maneira de acelerar esse processo? Terapia, talvez?O médico assentiu.— Sim, a terapia pode ajudar bastante. A convivência com pessoas significativas do seu passado também pode auxiliar na recuperação. Entretanto, forçar memórias pode gerar ainda mais confusão e frustração. O ideal é deixar seu cérebro trabalhar no seu próprio tempo.Laura, que estava ao seu lado, segurou sua
Elizabeth entrou no quarto de hospital com passos firmes, segurando um pequeno arranjo de flores. Seu olhar pousou sobre Andrew, que parecia pálido e abatido na cama. O coração da mulher apertou. Seu filho, seu menino, estava ali, vulnerável, e ela precisava estar ao lado dele.— Meu filho... — Elizabeth murmurou, aproximando-se e tocando suavemente a mão dele.Andrew abriu os olhos, um pequeno sorriso cansado se formou em seus lábios.— Mãe...— Como você está se sentindo, querido? — perguntou ela, sentando-se na cadeira ao lado da cama.— Confuso... com dores de cabeça... e com a sensação de que minha vida virou de pernas para o ar — ele suspirou, passando a mão pelo rosto.Elizabeth apertou levemente sua mão.— Isso vai passar, Andrew. Eu estou aqui para você.Laura, que estava sentada a um canto do quarto, remexeu-se na cadeira. Quando o perfume de Elizabeth chegou até ela, uma expressão de incômodo tomou seu rosto. De repente, sentiu um forte enjoo, levando a mão ao estômago.— L
Bridget saiu do hospital sentindo o peito arder de dor e revolta. O tapa que deu em Laura não foi suficiente para aliviar sua frustração. O olhar de desprezo de Andrew, sua frieza ao defendê-la, e, principalmente, o pedido de divórcio, tudo ecoava em sua mente como um pesadelo do qual ela não conseguia acordar.As lágrimas desciam por seu rosto enquanto caminhava sem rumo pelas ruas da cidade. Vitória e Camila tentavam acompanhá-la, chamando seu nome, mas Bridget estava perdida em sua dor.— Bridget, para! — Vitória segurou seu braço, forçando-a a parar. — Você não pode sair vagando por aí assim! Você está machucada, emocionalmente destruída. Vamos para casa, tomar um banho, comer algo e respirar.— Ele pediu o divórcio, Vitória. — A voz de Bridget saiu falha, carregada de dor. — Ele não se lembra de mim, mas lembra dela. Ele me odeia! Como isso é possível? Como tudo desmoronou tão rápido?Camila segurou seu outro braço, os olhos brilhando de raiva.— Isso tudo tem o dedo daquela cobr
Bridget saiu do hospital com o coração em pedaços. A humilhação de Andrew ainda ecoava em sua mente. Ele não só a mandou embora como deixou claro que não queria vê-la novamente. Laura venceu. Pelo menos por enquanto.Camila e Vitória estavam esperando do lado de fora e viram Bridget sair com o rosto pálido e os olhos marejados.— Amiga... — Vitória começou, mas Bridget levantou a mão.— Eu não quero falar sobre isso agora — disse ela, a voz embargada. — Só quero ir para casa.Camila e Vitória trocaram um olhar preocupado, mas respeitaram. Entraram no carro e seguiram para o hotel com Bridget em silêncio. Quando chegaram, Bridget jogou a bolsa no sofá e respirou fundo, tentando conter o turbilhão de emoções dentro dela.— Eu juro que se eu ver aquela cobra da Laura na minha frente, eu arranco cada fio de cabelo daquela cabeça falsa dela! — Camila explodiu, quebrando o silêncio.Bridget riu, mesmo que sem vontade.— Eu realmente achei que ele tivesse me chamado porque estava começando a
Bridget saiu do quarto de hospital com o coração despedaçado. As palavras de Andrew ainda ecoavam em sua mente. Ele não se lembrava dela. Pior: achava que amava Laura. Como aquilo era possível? Como Laura conseguia sempre manipular a situação a favor dela?Com os olhos marejados, Bridget caminhou sem rumo pelos corredores do hospital até encontrar um banco no saguão. Sentou-se e passou as mãos pelo rosto, tentando conter as lágrimas. Vitória e Camila chegaram pouco depois, apressadas.— Amiga! O que aconteceu? Você está branca! — exclamou Camila, segurando sua mão.Bridget respirou fundo, tentando organizar os pensamentos antes de responder.— Ele acordou — disse, com a voz trêmula. — Mas não se lembra de mim... E acha que ama a Laura.Vitória arregalou os olhos.— O quê? Isso não faz sentido! Como ele pode esquecer você e lembrar dela? Será que a pancada na cabeça bagunçou as memórias dele?Bridget assentiu, ainda tentando processar tudo.— O médico disse que a amnésia pode ser tempo
Bridget estava sentada no balcão da livraria, olhando para o celular com ansiedade. Ela havia enviado uma mensagem para Andrew na noite anterior, mas ainda não tinha recebido resposta. Seu coração deu um salto quando finalmente o aparelho vibrou.Andrew: "Desculpe a demora para responder. Minha viagem está uma loucura. Mas estou bem. Você está bem? Senti sua falta."Bridget sorriu levemente, mas antes que pudesse responder, sentiu uma tontura repentina. O ambiente ao seu redor girou, e ela perdeu o equilíbrio. Quando estava prestes a cair, braços firmes a seguraram.— Cuidado! — a voz carregada de um sotaque britânico soou perto de seu ouvido.Ela piscou algumas vezes, tentando focar. Maxwell Lancaster, o renomado escritor best-seller, segurava seus braços com firmeza. Seus olhos azuis a analisavam com preocupação.— Bridget, você está bem? Parece pálida — ele disse, ajudando-a a se equilibrar.Ela tentou rir para disfarçar o embaraço.— Estou bem, só um pouco tonta. Talvez seja a fal
Bridget mordiscava a ponta do canudo do seu milkshake enquanto olhava para Camila e Vitória com uma expressão pensativa. Elas estavam em uma cafeteria aconchegante, onde costumavam se encontrar para conversar e desabafar.— Então, deixa eu ver se entendi — começou Vitória, apoiando o cotovelo na mesa. — Você viu a Laura no hospital, grávida, e decidiu não contar para o Andrew?— Exatamente — Bridget respondeu, girando o copo entre as mãos.— Mas por quê? — Camila franziu a testa. — Se ele tem alguma relação com isso, ele tem o direito de saber.Bridget suspirou, afundando-se no assento.— Eu não quero causar mais confusão. Andrew já tem muita coisa na cabeça e, sinceramente, não sei o que essa gravidez significa. Só sei que Laura parecia... triunfante. Como se tivesse um plano.Vitória arqueou uma sobrancelha.— Você acha que ela está armando alguma coisa?— Eu não sei — Bridget admitiu. — Mas prefiro esperar para entender melhor antes de jogar essa bomba no colo dele.Camila e Vitóri
O céu estava tingido de um azul profundo quando Ethan estacionou o carro em frente ao prédio de Marcos. Ele ainda estava intrigado pelo encontro inesperado com Agnes e Callie no La Belle Vie. Algo estava errado, e ele podia sentir isso.Ethan subiu rapidamente até o escritório, onde Marcos já o aguardava. A sala estava iluminada apenas pela luz da cidade entrando pelas janelas de vidro, criando um contraste com a tensão que pairava no ar.– Finalmente! – exclamou Marcos, jogando um relatório sobre a mesa. – Ethan, você não vai acreditar no que descobri.Ethan sentou-se na cadeira ao lado e pegou os papeis. Sua expressão endureceu ao ler os documentos.– Isso confirma o que eu já suspeitava – disse Ethan. – Victor está usando Agnes como uma peça no tabuleiro. Ele é o cérebro por trás disso.Marcos cruzou os braços, inquieto.– Sim, mas o mais preocupante é que Callie está envolvida. Ela estava lá com Agnes, e parecia... dividida.Ethan hesitou, lembrando-se do rosto de Callie no jantar
O silêncio na sala de reuniões da mansão dos Jones era quase ensurdecedor. Marcos, Ethan e Taylor estavam reunidos em torno da longa mesa de mogno, onde documentos, pastas e relatórios financeiros estavam espalhados. O ar era pesado com tensão e frustração.Agnes tinha jogado sua cartada final: apoderar-se de uma grande quantidade das ações da empresa que Taylor havia construído ao longo de décadas. A traição dela ainda doía, mas, naquele momento, a prioridade era recuperar o controle da empresa antes que fosse tarde demais.– Não consigo acreditar que ela conseguiu isso tão rápido – disse Marcos, esfregando o rosto em exasperação. – Como ela teve acesso às informações da empresa?Taylor respirou fundo, apoiando as mãos na mesa.– Porque eu confiei nela – admitiu, com uma mistura de raiva e arrependimento. – Eu dei a ela acesso aos documentos anos atrás, quando ainda achava que poderíamos trabalhar juntos. Nunca imaginei que ela fosse usar isso contra mim.Ethan, que estava sentado ao