O segredo Do Escritor Bonitão
O segredo Do Escritor Bonitão
Por: RMoore
Andrew

Em seu escritório, Andrew escrevia mais um capítulo de seu romance. Afinal, era assim que mantinha sua vida, sem o estresse de negócios. Enquanto escrevia, ele notou através de sua grande janela uma jovem encantadora. O que Andrew não sabia era que seu destino iria se traçar ao dela. Ele ficou fascinado com o jeito dela, a forma como andava, o jeito que se movia enquanto cuidava do pequeno jardim.

— Preciso descobrir quem é essa mulher — pensava ele.

No momento do devaneio, ele nem notou que seu amigo e braço direito, Marcos, bateu na porta. Havia um bom tempo que Marcos o chamava.

— E aí, amigão, notei que anda bem distraído hoje. Ah, pelo visto já viu a neta abastada de Sandro Jones. A garota se mudou há poucas semanas, depois de um longo tempo morando no exterior.

Ainda em seus devaneios, Andrew achava aquela moça muito familiar, como se já a conhecesse de outra vida.

— Bom, me poupou o tempo de investigação, Marcos. Você sempre atento às últimas fofocas.

— Não, também não é assim. Fala como se eu fosse um desocupado. Por falar em desocupado, como anda o livro?

Andrew suspirou e colocou a caneta sobre o papel.

— Estou sem inspiração ultimamente, desde aquele ocorrido.

Marcos assentiu, compreendendo o peso daquela afirmação. Ele sabia que o “ocorrido” não era algo que Andrew comentava com facilidade. Ainda assim, fazia questão de encorajar o amigo.

— Se fosse pela família Miller, você já teria desistido da sua vocação há muito tempo. Mas você é teimoso — disse Marcos, com um sorriso. — E, olha, a teimosia valeu a pena. 

Andrew deixou escapar um pequeno sorriso. Ele sabia que não teria chegado onde estava sem o apoio de Marcos. Graças a ele, tinha conseguido construir uma carreira como escritor e alcançar lucros milionários com suas obras. Mas, apesar do sucesso, sentia que algo ainda faltava.

— Talvez você precise de algo novo para se inspirar — sugeriu Marcos, levantando-se da poltrona onde havia se acomodado. — Quem sabe a nova vizinha não seja a chave para isso?

Andrew riu baixinho, mas não respondeu. Quando Marcos saiu, ele voltou a olhar pela janela. A jovem ainda estava no jardim, concentrada em suas flores. Havia uma calma em seus gestos que parecia contagiante. Ele se perguntou se deveria tentar conhecê-la ou se seria melhor apenas observá-la de longe, transformando-a em uma musa silenciosa para seus escritos.

Nos dias seguintes, Andrew continuou a observá-la de sua janela. Ele notou pequenos detalhes sobre ela: o modo como franzia levemente a testa quando estava focada, o sorriso discreto que surgia em seus lábios ao ver uma flor desabrochar. Ela parecia viver em um mundo à parte, onde a simplicidade era suficiente para trazer felicidade. Isso o fascinava.

Naquela tarde, enquanto fingia revisar um manuscrito, Andrew não conseguia tirar os olhos da jovem. Pela primeira vez em muito tempo, sentiu algo despertar dentro dele — uma centelha de inspiração, talvez, ou um desejo de escrever algo diferente, algo mais pessoal.

— Talvez Marcos esteja certo — murmurou para si mesmo. — Talvez eu precise de algo novo para encontrar minha voz novamente.

Ele se levantou, pegou um bloco de anotações e começou a rascunhar ideias, deixando que as imagens daquela jovem encantadora guiassem sua criatividade. Ainda não sabia se teria coragem de se aproximar dela, mas, por enquanto, isso não importava. O simples fato de observá-la já era suficiente para mudar algo dentro dele.

E assim, Andrew continuou a escrever, desta vez com um novo foco. Suas palavras pareciam fluir de maneira diferente, mais leves, mais genuínas. A jovem no jardim não sabia, mas ela havia se tornado sua musa — e talvez, sem querer, estivesse ajudando Andrew a escrever o capítulo mais importante de sua vida.

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