Entre risos e colisões

O sol brilhava forte no céu quando Bridget estacionou seu carro no shopping mais badalado da cidade. Vestindo o vestido vinho recatado, mas sensual, que Cida havia cuidado com tanto carinho, ela sentiu-se confiante. Fazia anos que não via Camila e Vitória, suas melhores amigas de infância, e o dia prometia ser divertido.

Ao entrar no saguão movimentado, não demorou a avistar as duas. Camila, com seu sorriso elétrico e inconfundível, abanava animadamente de uma das mesas de um café. Vitória, mais reservada, já segurava um copo de café gelado, mas seus olhos brilhavam com expectativa.

Briiii! – gritou Camila, correndo para abraçá-la. – Você está linda demais, amiga! Esse vestido é um arraso!

Eu disse que o verde era pra missa – completou Vitória com um sorriso, enquanto puxava Bridget para um abraço caloroso.

Bridget riu, sentindo-se em casa. Apesar dos anos e das mudanças, a dinâmica das três permanecia intacta. Sentaram-se, e em minutos, estavam rindo e fofocando como se o tempo não tivesse passado. 

Camila liderava a conversa, falando sobre seus encontros 

desastrosos e flertes no trabalho. Vitória, sempre a sensata, tentava moderar os exageros da amiga, mas nem ela conseguia conter as gargalhadas.

Então, Bridget, como foi voltar pra essa cidade cheia de memórias? – perguntou Vitória, com um tom mais sério.

Bridget suspirou e mexeu na colher dentro de sua xícara de café.

É estranho. Bom por rever vocês, claro, mas... complicado. Estou lidando com a Agnes e a Callie de novo, e meu pai continua sendo o fantoche de sempre. Parece que tudo o que eu faço é uma luta para recuperar o que é meu.

Agnes continua sendo a bruxa da cidade? – Camila perguntou, revirando os olhos. – Se precisar, podemos nos unir e dar um jeito nela.

Obrigada, mas acho que essa batalha é minha – disse Bridget, com determinação.

Camila abriu a boca para dizer algo, mas foi interrompida pelo som de vidro quebrando ao fundo. Quando todas se viraram para ver o que acontecia, Bridget sentiu o coração disparar.

Um homem alto e charmoso, com cabelos desgrenhados e um terno desleixado, estava parado em frente a uma vitrine quebrada. Ele parecia desorientado, como se não entendesse bem o que tinha acontecido. E então, ele virou o rosto e seus olhos encontraram os de Bridget.

Era ele: o homem da janela.

Andrew sentiu o impacto do olhar de Bridget como um raio. Era impossível não reconhecê-la, mesmo que nunca tivessem se falado antes. Por alguma razão, ele sabia que aquele era o momento em que suas vidas colidiriam – literalmente.

Andrew? – chamou uma voz ao lado dele. Era Marcos, que tentava segurá-lo pelo braço. – Você está bem? Você entrou direto na vitrine!

Eu... estou bem – respondeu Andrew, mas seus olhos ainda estavam presos aos de Bridget.

Antes que ele pudesse dizer qualquer coisa, Camila murmurou ao lado de Bridget:

Amiga, quem é aquele Deus grego e por que ele está te encarando assim?

Eu... não sei – respondeu Bridget, desviando o olhar rapidamente, tentando não parecer tão abalada quanto estava.

Andrew, entretanto, parecia não ter a mesma habilidade de disfarçar. Decidido a aproveitar a oportunidade, ele começou a caminhar em direção à mesa delas. Mas, em sua pressa, 

acabou tropeçando em uma pequena mesa próxima, derrubando uma bandeja cheia de cafés.

O caos foi imediato. O café respingou para todos os lados, e Andrew, com a gravata já manchada, olhou para Bridget, que agora tentava segurar o riso.

Bem, isso foi... catastrófico – disse ele, ajeitando a gravata com um sorriso sem graça. – Olá, eu sou Andrew.

Bridget levantou-se, ainda tentando não rir.

Oi, Andrew. Acho que nos conhecemos agora, do jeito mais... incomum possível.

Camila e Vitória estavam quase chorando de rir, enquanto Marcos, ao fundo, balançava a cabeça em desaprovação.

Você sempre encontra um jeito único de causar uma boa impressão, hein? – disse Marcos, cruzando os braços.

Andrew ignorou o amigo e estendeu a mão para Bridget.

Bem, já que fiz essa entrada dramática, seria um desperdício não aproveitar a oportunidade para te conhecer.

Bridget hesitou por um momento, mas acabou apertando sua mão. A conexão foi instantânea, quase elétrica.

Sou Bridget – respondeu, sentindo um calor estranho no peito.

Prazer, Bridget – disse ele, com um sorriso que parecia genuíno, apesar da situação desastrosa.

E assim, no meio de um shopping lotado, entre gargalhadas e vitrines quebradas, o destino começou a traçar o caminho de Andrew e Bridget – mesmo que, por enquanto, nenhum dos dois compreendesse completamente o que aquilo significava.

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