Bridget mal conseguia respirar. O rosto ainda ardia, e o gosto metálico do sangue insistia em seu paladar. Estava caída ao chão da sala, sem forças para se levantar. Seus olhos marejados focaram nas botas pretas diante dela — Maxwell. — O que você fez?! — Maxwell rugiu, com as mãos cerradas em punhos. — Está louco, Andrew? Andrew, com o peito arfando, virou-se lentamente. Ainda tremia de raiva. — Fica fora disso, Maxwell. Isso é entre ela e eu! — Entre você e ela? — Maxwell avançou com brutalidade, empurrando Andrew com força contra a parede. — Ela é sua esposa! ou melhor sua ex esposa, seu imbecil! Você está fora de si? Bridget tentou levantar, mas fraquejou. Foi Elizabeth quem chegou correndo, amparando-a com os olhos cheios de choque. — Bridget, meu Deus... — Elizabeth levou a mão à boca, horrorizada. — Maxwell, o que aconteceu? — Pergunte ao seu filho! — Maxwell gritou, voltando-se com ódio para Andrew. — Ele a espancou porque acreditou numa mentira! Antes que Elizabeth pu
ridget estava sentada na poltrona do quarto, olhando fixamente pela janela. O curativo no braço latejava, mas a dor física era pequena perto da confusão dentro de si. Maxwell, sentado próximo a ela, lia uma revista qualquer, mas seus olhos voltavam para ela a cada minuto. Ele estava inquieto.Foi então que o celular de Bridget vibrou. Era uma ligação da vovó Nívea. Ela hesitou, mas atendeu.— Alô?— Minha menina... — A voz idosa soou do outro lado, suave, mas carregada de preocupação. — Acabei de saber que você foi ao hospital. O que aconteceu?Bridget engoliu em seco.— Nada grave, vovó. Foi só uma febre — Bridget, não se esqueça do nosso combinado. Você prometeu ficar seis meses com os Miller. Não desista agora, por mais difícil que pareça. Eu preciso que você cumpra isso.Bridget ficou em silêncio por um instante. Lembrou da fragilidade da avó, das últimas consultas médicas e do quanto ela parecia se apegar àquele plano como uma última esperança de colocar algo no lugar.— Está be
A notícia ainda reverberava no peito de Andrew quando ele saiu do hospital. O teste de gravidez de Laura havia dado positivo. A médica confirmou com segurança, e Laura, com um sorriso frágil, segurou sua mão como quem pedia por estabilidade. Na cabeça dele, a confusão era um turbilhão. Um filho. Um novo começo? Uma segunda chance? Ou mais uma armadilha de um destino irônico? Ele não quis pensar muito. Precisava contar à sua mãe. Talvez ela, com seu jeito firme e sensato, o ajudasse a colocar os pensamentos em ordem. Na mansão Miller, Elizabeth tomava um chá na varanda, o sol da tarde aquecendo a pele e o coração ainda apertado pelo que havia acontecido com Bridget. Quando Andrew entrou, ela o reconheceu no mesmo instante. Não pelo som dos passos, mas pelo ar denso que o acompanhava. — Mãe... preciso te contar uma coisa — ele disse, parando diante dela. Elizabeth ergueu os olhos, ainda magoados. — Isso tem a ver com a Bridget? Andrew balançou a cabeça, com pesar. — É sobre a La
A noite chegou silenciosa, trazendo com ela um ar mais ameno e íntimo no loft de Maxwell. Camila e Vitória já haviam ido embora, deixando Bridget sozinha, finalmente podendo respirar um pouco depois de tanto caos. Ela se recostou no sofá com uma manta sobre as pernas e os olhos fixos na lareira acesa. O calor da madeira queimando, o estalo suave do fogo… tudo parecia contrastar com o que seu corpo ainda sentia — as dores, os roxos, o cansaço emocional.Maxwell entrou na sala com duas canecas de chá fumegante. Entregou uma a ela com um meio sorriso gentil, e então sentou-se ao lado.— O silêncio está melhor agora… — ele disse, olhando para o fogo.— Eu precisava disso… um pouco de paz.— Você merece mais que paz, Bridget. Você merece alguém que cuide de você com respeito… e amor.Bridget desviou o olhar, sentindo o coração apertar. A presença de Maxwell era sempre suave, mas naquele momento, havia algo diferente. Um calor no ar que não vinha apenas da lareira.Ela deu um gole no chá, h
Em seu escritório, Andrew escrevia mais um capítulo de seu romance. Afinal, era assim que mantinha sua vida, sem o estresse de negócios. Enquanto escrevia, ele notou através de sua grande janela uma jovem encantadora. O que Andrew não sabia era que seu destino iria se traçar ao dela. Ele ficou fascinado com o jeito dela, a forma como andava, o jeito que se movia enquanto cuidava do pequeno jardim.— Preciso descobrir quem é essa mulher — pensava ele.No momento do devaneio, ele nem notou que seu amigo e braço direito, Marcos, bateu na porta. Havia um bom tempo que Marcos o chamava.— E aí, amigão, notei que anda bem distraído hoje. Ah, pelo visto já viu a neta abastada de Sandro Jones. A garota se mudou há poucas semanas, depois de um longo tempo morando no exterior.Ainda em seus devaneios, Andrew achava aquela moça muito familiar, como se já a conhecesse de outra vida.— Bom, me poupou o tempo de investigação, Marcos. Você sempre atento às últimas fofocas.— Não, também não é assim.
Bridget aproveitava uma linda tarde de verão para admirar o jardim. Aquele espaço era mais do que um refúgio; era um lugar cheio de memórias. Durante anos, ela e sua mãe, Melinda, haviam cuidado daquelas flores juntas. Na época, Bridget não fazia ideia dos segredos obscuros que rondavam sua família, segredos que se conectavam diretamente ao comportamento de seu pai. Por causa dele e de sua amante, Agnes, ela e sua mãe enfrentaram anos de sofrimento.Agnes, com suas constantes tramoias, acabou sendo responsável pelo colapso emocional e físico de Melinda. Sua mãe não resistiu às pressões e faleceu, deixando Bridget devastada. No momento em que Melinda partiu, Bridget jurou por sua vida que se vingaria de todos aqueles que desacreditaram de sua mãe, especialmente de Agnes, a maior vilã de toda a sua história.Após a morte de Melinda, Bridget enfrentou maus-tratos constantes na casa dos Jones. Tratada como menos do que uma empregada, sua única salvação foi sua avó, Nívea, que decidiu envi
Naquele momento o celular de Bridget tocava, era seu pai Taylor Jones.-Alô, Bridget sou eu seu pai- Oi, Pai, como tem passado faz tempo que não nos falamos.(na verdade o pai de Bridget havia cortado os laços com sua filha e ficado relapso aos cuidados dela, tudo por conta do plano de Agnes.)-Vou bem, Preciso que venha em casa, Agnes preparou um almoço de boas vindas pra você.-Tudo bem, irei marcar aqui na minha agenda até breve.Com isso ela encerrou a ligação. Na mansão Jones, Agnes e Callie encarava o matriarca ao telefone,na espera de que pudesse fechar o acordo, já que Callie não queria casar com o filho da família Miller pela a fama que ele carregava de mulherengo e vadio,e se diziam também que ele era o filho abastado da família Miller, mas devido a um contrato feito pelos os avós de ambas as famílias, o primogênito da família Miller teria que casar com a legítima Senhorita Jones.-Então querido ela vira? Farei a melhor refeição para o retorno de Bridget a nossa casa.-Si
O sol brilhava forte no céu quando Bridget estacionou seu carro no shopping mais badalado da cidade. Vestindo o vestido vinho recatado, mas sensual, que Cida havia cuidado com tanto carinho, ela sentiu-se confiante. Fazia anos que não via Camila e Vitória, suas melhores amigas de infância, e o dia prometia ser divertido.Ao entrar no saguão movimentado, não demorou a avistar as duas. Camila, com seu sorriso elétrico e inconfundível, abanava animadamente de uma das mesas de um café. Vitória, mais reservada, já segurava um copo de café gelado, mas seus olhos brilhavam com expectativa.Briiii! – gritou Camila, correndo para abraçá-la. – Você está linda demais, amiga! Esse vestido é um arraso!Eu disse que o verde era pra missa – completou Vitória com um sorriso, enquanto puxava Bridget para um abraço caloroso.Bridget riu, sentindo-se em casa. Apesar dos anos e das mudanças, a dinâmica das três permanecia intacta. Sentaram-se, e em minutos, estavam rindo e fofocando como se o tempo não t