Laura viu os stories de Andrew na rede social e ficou surpresa ao perceber que ele havia repostado sua atualização. Um sorriso triunfante apareceu em seus lábios. Será que ele estava começando a lembrar do passado dos dois? Será que, finalmente, teriam seu felizes para sempre? Desde que ficou internada, Andrew parecia estar se acostumando com ela novamente, e talvez estivesse começando a amá-la de novo. Mas, claro, ela sempre se certificava de dar os remedinhos certos para ele — aquilo estava ajudando a manter sua amnésia. — O problema vai ser quando ele for para a mansão Miller — murmurou para si mesma, pensativa. — Vai ficar difícil dopá-lo... Mas ele sempre vem me visitar. Talvez eu consiga a alta antes que ele recobre a memória. Gustavo pode me ajudar com isso. Enquanto Laura estava absorta em seus pensamentos, Andrew, que até então estava sentado no chão com o notebook apoiado nas pernas, distraído com algumas tarefas do trabalho, virou-se para encará-la. Ele percebeu o olhar d
Vitória se aproximou devagar e sentou ao lado de Bridget, que ainda enxugava os olhos com um lenço. O silêncio entre elas foi acolhedor por um momento, até que Vitória, com um sorriso triste, segurou a mão da amiga.— Agora eu entendo o porquê de você ir para a mansão, Bridget — disse com a voz baixa e firme. — Seja como for... eu te apoio, tá? Não é fácil, mas você está sendo muito corajosa.Bridget levantou os olhos, os cílios ainda molhados.— Eu só queria que tudo isso fosse mais simples, Vi. Que o amor fosse mais simples, que a vida não colocasse a gente em situações onde a gente tem que escolher entre o coração e o que é certo.Vitória apertou sua mão.— Às vezes... o que parece errado para todo mundo, é o que faz sentido para a gente. E ninguém vive a sua dor como você. Eu só quero que você saiba que estou aqui, mesmo que eu não concorde com tudo, eu vou sempre estar aqui.Camila, que até então estava encostada na poltrona, cruzou os braços e lançou um olhar incisivo para as du
— Esse café tem gosto de saudade — disse Melinda, segurando a mão da filha por um instante.— Você é forte, minha menina — falou vovó Nívea, emocionada. — Vai pra essa casa com o coração aberto, mas lembre-se sempre de quem você é. Você é uma Jones.Bridget sentiu o nó na garganta apertar. Tentou manter o sorriso, mas seus olhos brilhavam de lágrimas.— Eu prometo que vou me cuidar... e prometo tentar ajudar Andrew, mesmo que ele não queira. Por mim. Por vocês.Melinda segurou o rosto da filha com as duas mãos, beijando sua testa.— Você é o melhor de mim, Bridget. Vai com Deus, minha filha.Pouco depois, com malas no carro, as amigas e a família a acompanharam até a saída da mansão. Abraços apertados, promessas de ligações e visitas. Camila, Vitória e Callie foram as últimas a abraçá-la.— Se ele te machucar, a gente invade aquela mansão e arrasta ele pelos cabelos — brincou Camila.— Mas se ele abrir o coração... então você faz o que achar melhor — completou Callie.— Eu só quero qu
A noite desceu sobre a mansão Millers com um silêncio desconfortável. Bridget continuava no quarto de hóspedes, sentada na beirada da cama, olhando fixamente para o braço onde os dedos de Andrew haviam deixado uma leve marca avermelhada. Mais do que a dor física, era o peso do desprezo que a sufocava.Ela respirou fundo. As palavras dele ainda ecoavam na sua mente: “A mulher que eu amo é a Laura. Você não é bem-vinda.”Ela pensou em voltar. Em arrumar suas coisas e sair naquela mesma noite. Mas não podia. Algo dentro dela dizia que desistir agora era dar vitória a tudo o que estava errado — inclusive à própria Laura.Cida apareceu no quarto com uma bandeja de chá quente e biscoitos amanteigados, como costumava fazer nos tempos da mansão Tulipa Azul. Bridget sorriu com os olhos marejados.— Eu soube o que aconteceu — Cida disse suavemente. — Não deixe isso apagar quem você é, minha menina.— Ele não lembra de mim, Cida — Bridget disse, a voz embargada. — Mas o pior é que ele me odeia.
A manhã seguinte amanheceu silenciosa na mansão Miller. Elizabeth observava Bridget do alto da sacada, enquanto a jovem, em silêncio, cuidava das flores do jardim, como se aquele momento com a natureza fosse sua forma de encontrar paz. Elizabeth desceu e se aproximou. — Você sempre gostou de flores? — perguntou gentilmente, sentando-se no banco de pedra ao lado. — Sempre. — Bridget respondeu sem tirar os olhos das tulipas. — Elas não julgam, não mudam de opinião de uma hora pra outra... só crescem em silêncio. Elizabeth sorriu com tristeza. — Sabe... quando Andrew te apresentou como esposa, eu pensei: “Finalmente meu filho acertou.” Eu vi luz nos olhos dele, coisa que nunca vi com Laura. E agora... parece que essa luz se apagou. Bridget suspirou, contendo as lágrimas. — Ele está cego, Elizabeth. E eu cansei de tentar provar algo que é óbvio. Ele escolheu acreditar no que convém. Elizabeth segurou a mão dela. — Meu coração está dividido, Bridget. Entre a amizade que sempre ti
A noite caiu silenciosa, mas o coração de Andrew batia com fúria contida. Cada detalhe, cada suspeita, cada memória embaralhada parecia apontar para algo que ele se recusara a ver: havia uma armadilha ao seu redor. E tudo começava com Laura.Ao chegar à clínica, ele foi direto ao quarto dela. A enfermeira tentou intervir, mas Andrew apenas disse, firme:— Eu só preciso de cinco minutos.Laura estava sentada na poltrona, com um livro no colo, mas o olhar perdido. Quando viu Andrew entrar, forçou um sorriso frágil.— Amor... que surpresa boa... — disse com a voz baixa.Andrew fechou a porta e ficou em silêncio por alguns segundos, até tirar o bilhete do bolso.— Precisamos conversar.Laura franziu a testa, fingindo confusão.— Claro... o que houve?Ele ergueu o bilhete.— Você sabe o que é isso.Ela arregalou os olhos, pondo a mão no peito, simulando surpresa.— Foi aquele bilhete horrível... com o buquê... eu fiquei tão mal com aquilo, Andiie... — sua voz tremeu — eu chorei tanto... fo
Bridget mal conseguia respirar. O rosto ainda ardia, e o gosto metálico do sangue insistia em seu paladar. Estava caída ao chão da sala, sem forças para se levantar. Seus olhos marejados focaram nas botas pretas diante dela — Maxwell. — O que você fez?! — Maxwell rugiu, com as mãos cerradas em punhos. — Está louco, Andrew? Andrew, com o peito arfando, virou-se lentamente. Ainda tremia de raiva. — Fica fora disso, Maxwell. Isso é entre ela e eu! — Entre você e ela? — Maxwell avançou com brutalidade, empurrando Andrew com força contra a parede. — Ela é sua esposa! ou melhor sua ex esposa, seu imbecil! Você está fora de si? Bridget tentou levantar, mas fraquejou. Foi Elizabeth quem chegou correndo, amparando-a com os olhos cheios de choque. — Bridget, meu Deus... — Elizabeth levou a mão à boca, horrorizada. — Maxwell, o que aconteceu? — Pergunte ao seu filho! — Maxwell gritou, voltando-se com ódio para Andrew. — Ele a espancou porque acreditou numa mentira! Antes que Elizabeth pu
ridget estava sentada na poltrona do quarto, olhando fixamente pela janela. O curativo no braço latejava, mas a dor física era pequena perto da confusão dentro de si. Maxwell, sentado próximo a ela, lia uma revista qualquer, mas seus olhos voltavam para ela a cada minuto. Ele estava inquieto.Foi então que o celular de Bridget vibrou. Era uma ligação da vovó Nívea. Ela hesitou, mas atendeu.— Alô?— Minha menina... — A voz idosa soou do outro lado, suave, mas carregada de preocupação. — Acabei de saber que você foi ao hospital. O que aconteceu?Bridget engoliu em seco.— Nada grave, vovó. Foi só uma febre — Bridget, não se esqueça do nosso combinado. Você prometeu ficar seis meses com os Miller. Não desista agora, por mais difícil que pareça. Eu preciso que você cumpra isso.Bridget ficou em silêncio por um instante. Lembrou da fragilidade da avó, das últimas consultas médicas e do quanto ela parecia se apegar àquele plano como uma última esperança de colocar algo no lugar.— Está be