Eu não sabia o que fazer. Não sabia o que estava acontecendo, nem por que Rain tinha entrado no meu quarto e se atirado nos meus braços daquela maneira. Eu apenas a segurei, em silêncio, sem conseguir dizer uma palavra. Eu sentia o peso de seu corpo contra o meu, sua respiração irregular e seu choro abafado, e eu não sabia o que a estava fazendo sofrer tanto. Ela estava tão frágil, tão quebrada naquele momento, e tudo o que eu podia fazer era manter as mãos firmes ao redor dela, tentando transmitir alguma segurança, algum consolo que fosse.Eu podia sentir as lágrimas dela se encharcando em minha camisa, e a cada soluço, a cada tremor, minha preocupação só aumentava. Eu queria perguntar o que havia acontecido, o que a tinha levado a esse estado, mas as palavras pareciam escapar. O que eu ia dizer para ela? Como poderia pedir explicações quando ela estava naquele estado, quando parecia que estava prestes a desmoronar completamente? O que eu podia oferecer, senão meu silêncio, e meu abr
Chegamos à minha casa em silêncio. O ar estava tenso entre mim e Willian, mas eu não sabia o que dizer. Ele ainda parecia preocupado, e eu não conseguia afastar a sensação de que as ameaças que eu estava recebendo estavam pesando sobre nós dois. Na verdade, havia muito mais peso nas minhas costas do que eu gostaria de admitir. Nós entramos pela porta da frente, e eu fui na frente, tentando não parecer nervosa. Não sabia se ele iria se sentir à vontade aqui, mas não tinha outra escolha senão deixá-lo entrar. A casa estava quieta, mas eu podia sentir o olhar dele em mim, como se estivesse tentando avaliar cada detalhe.-Quer um café? -perguntei, tentando quebrar o silêncio de uma forma que não parecesse forçada.-Sim, claro. - respondeu ele, sua voz ainda carregada de uma tensão que não sabia de onde vinha. Ele observava tudo ao redor como se estivesse buscando algo, mas não falava nada. Fui até a cozinha e comecei a preparar o café, sentindo a presença dele atrás de mim, mas sem sabe
O silêncio entre nós era ensurdecedor. O único som na sala era o da televisão ligada em volume baixo, algo sem importância passando na tela. Mas eu não conseguia prestar atenção em nada além dela. Rain estava ao meu lado, a perna dobrada sobre o sofá, vestindo aquela camiseta grande e uma bermuda curta que deixava a pele bronzeada visível. Minhas mãos estavam ali, deslizando suavemente sobre sua coxa, sentindo o calor que emanava dela. A tensão entre nós não era mais apenas emocional. Era física. Uma energia elétrica pulsava no ar.Ela não recuou. Muito pelo contrário. Seus olhos buscaram os meus, e naquele momento eu soube que estava perdido. Havia algo em Rain que me puxava para ela como um maldito ímã. Eu nunca soube dizer o que era, mas nunca fui capaz de resistir. E ela sabia disso.Minha mão deslizou devagar até sua cintura, puxando-a levemente para mais perto. Seu peito subia e descia com a respiração acelerada, e quando minha boca roçou de leve contra a pele de seu ombro nu, u
Fiquei sozinha em casa depois que Willian saiu, o silêncio preenchendo cada canto. Com raiva e frustrada, repeti mentalmente cada palavra dita por Nick ao telefone, como se, de alguma forma, tentar compreendê-las pudesse diminuir o impacto das ameaças."Eu estou sempre observando, borboletinha. Você é minha. Sempre foi. Melhor não deixar o playboyzinho que estava com você no sofá colocar as mãos em você de novo. Eu fui o primeiro, Rain. Sempre vou ser. Você pode fugir, mas nunca vai me escapar."As palavras queimavam dentro de mim, misturando medo, raiva e nojo. Olhei ao redor, para as janelas, para as sombras da noite que pareciam me observar. Por um instante, me senti pequena e impotente, mas me recusei a chorar. Não vou me dobrar. Nunca mais.Sempre fui forte. Sempre me basto. Não preciso da minha mãe, não preciso do Willian. Eu só preciso de mim mesma.Depois de uma noite de sono induzida por remédios, acordei com uma determinação renovada. Levantei antes mesmo do despertador toca
Mais de uma semana se passou desde que contratei a equipe de segurança. No começo, todos no prédio da Prefeitura me olhavam como se eu fosse algum tipo de aberração milionária, mas agora as coisas começaram a voltar ao normal. Até mesmo Willian parou de me encarar como se esperasse alguma explicação. Ele olha, às vezes, mas não diz nada. E eu também não.O trabalho entrou em um ritmo mais controlado, e isso me permite respirar um pouco melhor. À noite, em casa, a tranquilidade deveria ser um alívio, mas não era bem assim que funcionava. A segurança extra me deixava mais confortável, mas ainda assim, havia um peso sobre mim, algo que não conseguia definir muito bem.Hoje é sexta-feira. Uma garoa fina e congelante cai lá fora, e o céu está escuro como breu. Há um segurança na frente da porta e outro monitorando as câmeras na casa da piscina. Nenhum deles está à vista, o que me faz sentir uma falsa sensação de privacidade. Uma parte de mim gosta de saber que não estou sozinha, mas outra
São quase sete horas da tarde, o sol já está se pondo no horizonte, estou a mais de 15 horas na estrada e ainda não estou nem perto da metade do caminho até Roseburg. Ninguém conseguiu entender o motivo de eu sair de Miami e aceitar esse emprego na prefeitura de uma cidade com menos de 25 mil habitantes, as vezes nem eu mesma tinha certeza dessa escolha. Eu apenas precisava fugir daquele lugar, da forma que as pessoas me olhavam e de tudo que tinha acontecido. A essa altura eu já estava concordando com todos que achavam uma loucura eu atravessar o estado de carro, devia ter ido de avião e conseguido outro carro lá. Mas eu tenho um apego emocional com o meu Mustang 69 GT vermelho sangue. O meu avô me deu esse carro, e ele foi a única pessoa nesse mundo que parece ter me amado de verdade. Assim como eu amei ele, parece que tudo na minha vida começou a desandar depois que ele morreu. Foi aí que todos os problemas aconteceram. Sempre fomos só nós dois, e às vezes a maluca da minha mãe,
Eu sei perfeitamente o que o tio Jack está tentando fazer e isso não vai funcionar. Ele sempre foi contra o meu namoro com a Giny, porque ela vem de uma família de políticos como a nossa e que ele considera “amaldiçoados”. E é por isso que ele e o meu pai não se falam há quase 20 anos. Mas sempre que eu preciso de alguém para conversar é a ele que eu procuro. Giny terminou comigo nessa semana porque segundo ela eu não “valorizo a relação o suficiente” e estou “enrolando para dar o próximo passo”. No fundo eu sei que ela está certa e que já passou da hora de assumir o compromisso definitivo. Eu tenho 32 anos e estou namorando com ela a 10. Mas casamento me parece tão definitivo, e por mais que ela seja doce, bonita, inteligente e de uma família importante, eu não consegui criar coragem (e vontade) de fazer o pedido. E então aqui estou eu, em um bar de beira de estrada pedindo conselhos para a ovelha negra da família, que com 50 anos se veste de Cowboy, mesmo tendo nascido e crescido
Não existe nenhum motivo pelo qual eu não possa me divertir com esse cara. Certo?Eu estou a mais de 1600 milhas da minha antiga casa e a mais de 1700 milhas do novo lugar que eu vou chamar de lar. Eu nunca mais vou ver ele novamente. Uma foda de uma noite tudo que eu preciso agora para me sentir sexy, confiante e desejada de novo. -Primeiro fato… -ele apoiou os cotovelos sobre a mesa e colocou o maxilar quadrado sobre o queixo, me dando a sua total atenção. -Ok Will, primeiro fato. -repito o movimento dele e apoio o rosto no punho. - Eu tenho 16 tatuagens no total. Seus olhos passeiam pelo meu corpo tentando descobrir alguma pista a seu favor. -Segundo… O vermelho conversível lá fora -aponto com a cabeça em direção a uma janela aberta - é meu. Ele vira de costas e observa o carro pela janela. -Terceiro… eu já levei um tiro. - ele pareceu bem surpreso com essa afirmação. -Quarto… a calcinha que eu estou usando é vermelha exatamente da mesma cor que a sua gravata…- ele ficou tão