Meu cérebro entrou em curto-circuito.
-Isso é tortura, eu devo te processar? - brinco.
Pega leve comigo advogado. -ela faz um leve bico, o que deixa os seus lábios carnudos ainda mais convidativos.
Preciso beijar essa boca.
Espera. O que eu estou fazendo? Meu relacionamento de 10 anos terminou e a poucas horas atrás eu tinha decidido pedir Giny em casamento para recuperá-la. E agora estou aqui com a maior ereção de toda a história, pensando em como seria maravilhoso foder com essa desconhecida. Uma desconhecida que tem PROBLEMA escrito bem grande em sua testa. Ela é mais nova, e eu posso perceber que ela é inteligente e muito bem educada, mas tem algumas coisas que não se encaixam com ela, começando com a roupa que não parece condizer com a personalidade, o fato de ela estar em um bar de beira de estrada sozinha e a insistência em não me dizer o seu nome.
-Eu gosto das suas mãos. - ela fala me fazendo perceber que estávamos em silêncio a algum tempo.
-Porque?
-Eu não consigo parar de imaginar as marcas que elas deixariam enquanto apertavam meu corpo. - jogou o cabelo sobre os ombros e me encarou com as pupilas tão dilatadas que eu quase não podia ver o azul dos seus olhos.
Foda-se. Eu com certeza vou fazer isso. Nenhum homem em sã consciência deixaria passar essa oportunidade.
-Você está brincando com fogo, garota.
-Eu não tenho medo de me queimar. -ela captura a garrafa de cerveja sobre a mesa e toma um grande gole.
-Quantos anos você tem? - pergunto mesmo sabendo que não tem chances de ela ser menor, mas querendo saber o quão grande é a diferença das nossas idades.
-Você está brincando né? Acha que eu não tenho idade para beber? - ela se afasta um pouco de mim.
-Você parece jovem, eu gostaria de saber o quão jovem é. - minha curiosidade era genuína.
-Ok, sr. Advogado. Tenho 25. Mas tenho uma carreira forte e posso dizer que sou mais experiente do que eu pareço. - um sorriso malicioso aparece em seus lábios.
-Disso eu não tenho dúvidas. -retribuo o sorriso. -A nossa diferença de idade não é tão grande então. Eu tenho 32.
-Então que tal você me pagar outra cerveja?
Aceno ao garçom e lhe peço duas cervejas. Permanecemos em silêncio enquanto ele buscava as bebidas, mas não consegui tirar os olhos dela. Ela tem cabelos longos e enrolados em um tom tão escuro quanto uma noite sem nenhum luar, o que faz a sua pele branca parecer ainda mais clara e os seus olhos mais azuis.
-Se você continuar me olhando assim… - ela não termina a frase.
-O que você vai fazer? Fiquei curioso.
-Eu…
Somos interrompidos pelo garçom que carregava as bebidas. Agradecemos e voltamos ao silêncio enquanto bebemos.
-Por quanto tempo mais precisamos jogar esse jogo? -ela larga a garrafa sobre a mesa.
-Que jogo? - me faço de desentendido e tomo um novo gole da cerveja.
-Esse onde você finge que não quer me foder.
Me afogo com a bebida em uma cena patética que a faz gargalhar e todos no bar olharem na nossa direção.
-Eu nunca disse que não queria. Só não sei se devo.
-Por acaso é casado? - respondo negando com a cabeça. - Tem namorada?
-Ela terminou comigo essa semana.
-Isso não me parece um impedimento. - ela fez uma pausa. - E eu não estou te oferecendo nada além de um momento de diversão. Mas se você não quiser, ou se não estiver preparado, tudo bem. Eu não vou te julgar. - ela fez uma nova pausa se ajeitando na cadeira. -É bom conversar com você, não vou considerar uma noite desperdiçada.
Ela é 7 anos mais nova que eu, mas parece muito mais sensata e decidida que eu.
-Acho que vou encerrar a noite. Tudo bem? - respondo me sentindo o cara mais idiota da face da terra.
-É claro. - ela sorri. - Pode me indicar para onde fica a Pousada do Jack?
-Eu te levo, estou hospedado ali também.
Levanto e caminho até a porta dos fundos, que não deve ser utilizada por clientes, mas como sou da família sempre utilizo essa rota mais rápida até a pousada que fica logo ao lado, ela me acompanha de perto. Abro a porta e libero o caminho para que ela passe, passo e em seguida a fecho atrás de mim. Estamos sozinhos agora e a luz que ilumina o lugar parece estar a ponto de queimar, o que nos deixa em uma penumbra desconfortável.
Antes que o meu cérebro pudesse formular um pensamento o meu corpo agiu em um impulso e puxou o dela para junto, girando os nossos corpos de forma que o dela ficasse com as costas apoiada na porta pela qual havíamos acabado de sair. Apoiei as minhas mãos em sua cintura e pressionei a minha ereção contra o seu corpo, senti a sua respiração acelerar junto ao meu pescoço. Desci ambas as mãos pelas suas costas e apertei a curva da sua bunda antes de subir a barra do vestido e agarrar suas coxas para suspendê-la, suas pernas envolveram o meu corpo em um encaixe perfeito.
Tracei o caminho entre as coxas firmes até os seios, apertando cada centímetro no processo e intensificando quando senti os seios fartos sobre o vestido. Seus gemidos tomaram conta dos meus ouvidos.
-Isso sim é tortura, sr. Advogado. -falou e logo após começou a distribuir beijos pelo meu pescoço.
Enrosquei a mão nos seus cabelos e a puxei para um beijo intenso. Ela não apresentou nenhuma resistência, pelo contrário, sua língua dançava em uma sincronia perfeita com a minha.
Só nos soltamos quando estávamos completamente sem ar.
Eu posso senti-lo em todas as partes do meu corpo, suas mãos vasculhando cada centímetro de pele. Afasto o paletó dos seus ombros empurrando pelas costas até que ele entende o que estou tentando fazer e retira as mãos de mim, permitindo que o casaco caia no chão. Solto uma das pernas em busca de apoio no chão, mas ele a agarra com mais força, me empurrando ainda mais contra a porta. -Não se atreva a sair daqui. -Eu não ia a lugar algum. -falo junto ao seu ouvido. -Boa garota.Sua mão subiu pela minha perna por baixo do vestido, parando no centro das minhas pernas.-Tão pronta… - o movimento das suas mãos me fez soltar um gemido mais alto do que deveria. - Hey, quietinha. Eles podem ouvir a gente lá dentro. -Eu não ligo. Ele traçou com a boca o caminho do meu pescoço até o meu colo mordendo e chupando de uma forma que com certeza deixaria marcas. Ajudei abrindo os botões do meu vestido até a cintura facilitando o seu acesso. -Desculpe, eu não posso esperar. Eu preciso de você.
Seis meses depois.Minha vida está um caos e eu estou atrasada. Odeio isso, odeio atrasos e mais ainda chegar atrasada.Desde que me mudei para Roseburg, 6 meses atrás, eu me apaixonei pela cidade, pelas paisagens, pelas pessoas e principalmente pelo trabalho. Eles foram muito gentis e eu já me sinto em casa.Trabalhar com política tem algo de excitante e emocionante. Aqui eu sou a Assessora do Prefeito Brandon Myers e eu meu trabalho é colocá-lo na mídia e fazer com que ele pareça cada vez melhor. O que não é difícil diga-se de passagem, ele é extremamente gentil, dedicado e realmente se importa com a sua comunidade. No auge dos seus 60 anos permanece um coroa muito boa pinta e simpático. Mas apesar de prazeroso o trabalho não tem sido fácil, foi preciso montar a comunicação praticamente do zero, além de acompanhar o Prefeito em viagens, festas e eventos, estamos no momento tentando fortalecer e promover o turismo de aventura na cidade. E se tem uma coisa que eu não fiz desde a mud
-Eu não poderia discordar mais. - escuto alguém protestar. Levo um susto quando a porta bate atrás de mim e me viro para então me deparar com uma figura que eu não demorei nem um centésimo de segundo para reconhecer.-O que estamos fazendo se chama humanização da imagem. Ninguém mais quer votar em um político engravatado que não é acessível. O povo precisa senti-lo próximo, ver que ele se importa. -ela avança caminhando na nossa direção. Permaneço paralisado. - Nessa “foto jogando futebol” que você citou, ele estava jogando com os alunos da escola, usando o novo uniforme que foi fornecido pelo governo, na nova quadra de esportes construída pelo governo, mostrando o interesse e a preocupação com os mais jovens e o esporte. Em uma única foto ele conseguiu demonstrar tudo isso sem dizer uma palavra. Esse é o meu trabalho. -ela estende a mão em minha direção. - Rain Brennan, Coordenadora de Comunicação. É um prazer conhece-lô Willian. Reúno o pouco de coragem que me resta e pego a sua m
Céus como eu odeio esse tipo de homem. Ainda mais esse em específico. Eu sinto os olhos dele colados em mim o tempo todo, mas nunca me olhando nos olhos.Mas esse é mais um item na lista de coisas que são completamente minha culpa. Eu entrei naquele bar em busca de alguma faísca e saí de lá completamente chamuscada. Eu puxei conversa com ele, eu me ofereci, e aparentemente isso é o que eu faço sempre. Desde que cheguei a Roseburg eu dormi com dois caras, não juntos para deixar claro. Nos primeiros 4 meses com o meu vizinho e no último mês com um colega da Prefeitura que trabalha no setor de contabilidade. Ambos inteligentes e divertidos. Com o primeiro cometi o erro de não deixar claro que não estava interessada em um relacionamento, o afastamento não foi dos mais tranquilos e desde então tenho tentado com sucesso evitá-lo. Com o Robert, que trabalha comigo, eu deixei claro que era apenas sexo e tem corrido tudo bem até agora. Saldo de Roseburg até agora: uma confusão e uma amizade
- JESUS! - ela grita ao abrir a porta e me encontrar parado em frente a ela. Eu escutei a voz dela e levantei para abrir a porta, mas a conversa do outro lado parecia interessante.- Me desculpe. Não foi minha intenção assustá-la. -me movo dando espaço para que ela entre. Ela respira fundo e passa por mim. Anne observa do lado de fora rindo, dou de ombros, sorrio e fecho a porta. Ela se senta na cadeira em frente a mesa e eu me sento na cadeira ao lado dela.- Eu me sentiria mais confortável se você se sentasse do outro lado. -ela diz mantendo um semblante sério. - Na cadeira do meu pai? Isso é mesmo necessário? -pergunto. - Tenho certeza de que ele não se importaria. Levanto, dou a volta na mesa e me sento na cadeira do meu pai. - Vamos conversar sobre o elefante na sala? -pergunto. - Não. -responde seca enquanto me entrega o tablet desbloqueado. -Essas são as nossas métricas do mês de novembro e em seguida você vai encontrar as dessa primeira semana de dezembro. Depois que v
Estúpida. Eu sou tão estúpida. Ele não só voltou com a tal namorada como aparentemente está noivo. Noivo e tentando me comer na sala do pai dele. Tentei soar o mais calma possível ao sair da sala, apesar de todo o ódio que estava sentindo eu amo essa cidade e esse emprego, seria uma pena ter que ir embora por culpa desse idiota e de não conseguir manter minhas pernas fechadas para ele. Mesmo com a sensação de que o meu corpo estava se dissolvendo, consegui chegar ao banheiro da minha sala antes de desabar em choro. Parada dentro do banheiro, encarando a minha própria imagem no espelho, tive um déjà-vu. Eu já estive em uma situação como essa. Não igual, mas parecida. Eu amadureci muito cedo, mas não por vontade própria. Quando eu tinha mais ou menos uns 12 anos comecei a sentir o peso dos olhares dos homens sobre mim, algo que uma criança jamais deveria sentir. Meu avô sempre me protegeu, mas quando ele viajava eu ficava sob os cuidados negligentes da minha mãe. Em uma dessas via
- Olá Big Boss. Pronto para sair? -sorrio abertamente para o senhor que passa por mim e entra na sala. - Claro, estou ansioso para ver como tudo está ficando. Olá Will. -vira para o filho com um olhar curioso. - O que está fazendo aqui? Vai conosco? - Não senhor. -me adianto antes que ele fale algo. - O Willian apenas passou aqui para elogiar o meu trabalho, ele disse que gosta muito do que eu tenho a oferecer. -o vejo engolir em seco e me encarar com uma pitada de raiva. - Estou contente que vocês dois estejam finalmente se dando bem. -ele sorri agradecido. - Mas realmente gostaria que você fosse Will. Seu irmão também vai, e vai levar a minha Melissa com ele.Olho para Will com um olhar de reprovação, deixando bem claro que não queria sair m companhia dele no momento. - Não vejo motivo para não ir. -ele enfim responde com um sorriso.- Perfeito. Vamos? -o Prefeito me olha e eu concordo com a cabeça. Permaneci todo o caminho em silêncio, e não olhei em sua direção. Assim que che
Esse tipo de evento é o principal motivo pelo qual eu me mantenho o mais afastado possível da política. Todos sorrindo falsamente e conversando como se fossem amigos intímos, bebendo e comendo, para no final da noite entregar um cheque que eles claramente poderiam ter enviado pelo correio e evitado toda a falsidade que permeia o ambiente. Apesar de já ter participado de vários, o dessa noite especificamente estava me deixando nervoso. Minhas mãos suavam e os meus pés e pernas estavam inquietos. Giny chegou na cidade hoje a tarde, eu mal conseguia olhá-la, quem dirá permanecer no mesmo cômodo por muito tempo. Estou me sentindo o pior homem do mundo, não sei o que fazer. Eu sei o que deveria fazer: contar a verdade. Não para ela, mas para todos os outros. Nosso relacionamento já não era real, não eramos um casal. Eu não queria traí-la. Não mesmo. E não o fiz. Ela tem sido a minha companheira por muitos anos, e eu realmente acho que a amo. Mas não o amor romantico que senti um dia, é