A primeira namorada do meu noivo foi diagnosticada com uma doença terminal, e ela fez um pedido absurdo: Que eu cedesse o casamento que planejei durante anos para ela. E mais: que eu fosse a madrinha do casamento deles. Eu a observei vestir o vestido de noiva que costurei com minhas próprias mãos, usar as joias que escolhi com tanto carinho, e caminhar ao lado do meu noivo rumo ao altar que deveria ser meu. Por respeito ao fato de que ela estava morrendo, eu engoli tudo isso. Mas ela ultrapassou todos os limites. Essa mulher teve a audácia de tentar roubar o Bracelete de Jade que minha falecida mãe me deixou! Naquele leilão, meu ex-noivo, agora cúmplice dela, protegeu-a enquanto faziam lances absurdos, elevando o preço do bracelete a duzentos milhões. Eu, quebrada depois de anos sendo explorada pela minha família, só pude assistir, impotente, enquanto minha herança caía nas mãos deles. Foi então que uma voz baixa e elegante ecoou pelo salão: — Trezentos milhões. O público ficou chocado. Jean Auth, o herdeiro da poderosa e enigmática família Auth, finalmente se pronunciou: — O item vai para a Srta. Kiara. Recuperei o bracelete e, emocionada, agradeci: — Sr. Jean, vou devolver os trezentos milhões a você o mais rápido possível. Ele franziu a testa, e sua voz soou gentil, mas cheia de significado: — Kiara Mendes, você não se lembra de mim? Eu: ?
Leer más— Kiara, quando você voltar, com certeza haverá algumas repercussões negativas. Prepare-se psicologicamente. — Tia Julia disse, preocupada, pelo telefone.— Sim, eu sei. Amanhã à noite eu estarei de volta ao Brasil. Depois de amanhã, vou visitar você e a vovó.— Não precisa ter pressa. Sua avó sabe que você está ocupada com o trabalho. Descanse quando voltar.— Tudo bem. Tchau, tia Julia.Desliguei o telefone e olhei para Jean, soltando um leve suspiro:— A família Castro com certeza já sabe que foi você quem enviou os documentos para denunciá-los. Eles também devem ter percebido que você fez isso por minha causa.Jean segurou minha mão com confiança, brincando distraidamente com meus dedos.Franzi o cenho e tirei minha mão da dele, dando-lhe um leve tapa:— Você está me ouvindo?Ele sorriu:— Estou, sim.Depois de um momento, ele me tranquilizou:— Não se preocupe. Está tudo sob controle. Além disso, quem está errado são eles. Se o governo está investigando a família Castro, não é por
Jean continuava me segurando firmemente nos braços, enquanto suas mãos acariciavam minhas costas e ele me embalava suavemente para dormir. Minha mente estava enevoada, sem saber se era o sono de verdade ou o efeito do álcool que finalmente me fez calar a boca. Aos poucos, minha consciência foi se apagando.Quando meu cérebro voltou a funcionar, percebi uma luz oscilando diante dos meus olhos. Pisquei lentamente e, ao abrir os olhos, notei que ainda estava aninhada nos braços de Jean, sendo carregada no colo. Minha cabeça estava apoiada em seu ombro.Daquele ângulo, pude ver o perfil dele, e era impossível não admirar sua beleza. Sua mandíbula esculpida, o pomo de adão marcante e até mesmo as orelhas, todas as partes dele pareciam perfeitas.Soltei uma risada abafada, sem conseguir segurar.Ele baixou os olhos para mim, curioso.— Acordou? Por que está rindo?— Estou rindo porque parece que estou sonhando… — Murmurei, esfregando meu rosto contra o ombro dele, como se estivesse em um son
Jean estava concentrado assistindo ao desfile quando, de repente, ouviu a pergunta de Bela. Por um momento, ele não conseguiu processar o que ela disse.— Bela! — Sibilei, quase rangendo os dentes de raiva, tentando lembrá-la de que tinha ultrapassado todos os limites.Mas, para minha surpresa, ela se inclinou em direção ao meu pescoço, estreitou os olhos e analisou atentamente.— Hmm… Parece que a noite passada foi intensa mesmo. Até a clavícula está marcada.Jean finalmente entendeu do que ela estava falando. Seu rosto ficou imediatamente vermelho, e ele sorriu de forma incrivelmente tímida, como se estivesse constrangido.Bela, por outro lado, gargalhava tanto que parecia que ia cair de tanto rir.Mais tarde, em outra ocasião, perguntei a ela como foi que percebeu o que tinha acontecido entre mim e Jean naquela noite. Ela deu um pequeno resmungo e respondeu:— Era óbvio. Você estava com uma expressão tão radiante e sedutora que até um cego perceberia. Além disso, quando vocês dois a
Depois do que aconteceu entre nós, ele me ajudando a tomar banho parecia algo ainda mais natural e descontraído. Para ele, pelo menos. Já eu, só de lembrar das cenas embaraçosas de antes, sentia que nunca mais conseguiria olhar para ele sem corar.Eu sabia que nossa primeira vez, breve e intensa, não seria suficiente para saciar o desejo que ele guardava há tanto tempo. Mas, considerando meus pulsos machucados, o cansaço do meu corpo e o trabalho que nos esperava no dia seguinte, ele conseguiu controlar a vontade de me tocar novamente.No entanto, antes que eu adormecesse, senti sua respiração quente encostar no meu ouvido. A voz dele, baixa e carregada de um tom provocante, fez metade do meu corpo estremecer em arrepio.— Pequena... Hoje vou te poupar. Mas, quando voltarmos pra casa, vou cobrar tudo com juros e correção.No dia seguinte.Quando me levantei, ainda estava tomada por uma vergonha difícil de esconder, mantendo minhas palavras ao mínimo possível.Jean, por outro lado, pare
Tudo aconteceu de forma um pouco repentina, mas, ao mesmo tempo, parecia natural. Eu sabia que uma mulher deveria ser mais reservada, que não deveria tomar a iniciativa de forma tão direta.Mas também tinha medo do que poderia acontecer quando voltássemos ao nosso país. Talvez algo nos separasse, e nós não tivéssemos mais um futuro juntos. Então, aproveitei o calor do momento, a emoção e a coragem impulsiva, para fazer algo louco, algo egoísta.No entanto, no momento crucial, Jean conseguiu, com muito esforço, fazer uma pausa. Seu rosto, com traços perfeitos, estava corado devido à contenção extrema. Seus olhos, profundos e escuros, estavam cheios de um brilho intenso, como ondas revoltas. Ele franziu as sobrancelhas, engoliu em seco, e sua voz rouca e baixa escapou com dificuldade:— Kiara... Seu braço está machucado...— Não tem problema. — Respondi rapidamente.Afinal, eu nem precisaria usar as mãos para isso.Tentei beijá-lo novamente, mas ele me interrompeu mais uma vez:— Kiara,
A diferença agora era que ele era meu namorado. A dúvida que havia passado pela minha mente antes voltou a me perturbar, e eu não consegui conter a curiosidade.— Por que você cuida tão bem das pessoas? É algo que você já tem experiência?Jean deu um leve sorriso enquanto terminava de desinfetar o ferimento e começava a passar a pomada:— Você está querendo perguntar se eu adquiri essa experiência cuidando de alguma ex-namorada?— Eu não perguntei isso...Ele já havia me contado que só teve um namoro breve antes, que terminou antes de se aprofundar. Então, provavelmente, ele nem chegou a cuidar da outra pessoa.Jean aplicou a pomada com cuidado, aproximou-se e soprou levemente sobre o ferimento antes de responder, com um tom casual:— Cuidar de alguém não precisa de experiência. Somos adultos. Se você tem vontade e se importa, tudo acontece naturalmente. Não é uma questão de habilidade, é uma questão de intenção.Fiquei olhando para ele, completamente emocionada com a simplicidade e a
A água morna escorria pelo meu corpo, e eu me surpreendi, incapaz de evitar um leve tremor. Ele falou baixinho, com uma voz rouca diferente do habitual:— Levante um pouco as mãos, assim você evita que a água fique batendo direto nelas.Eu virei de costas para ele, sem precisar encará-lo, o que me deixava um pouco mais à vontade. Suas mãos quentes e firmes, junto com a água morna, passavam pelo meu corpo com cuidado, quase com uma devoção. Ele era meticuloso, gentil e respeitoso.Mas eu podia sentir que ele estava lutando contra seus próprios desejos. Seu autocontrole era evidente, enquanto meu coração disparava cada vez mais rápido. Uma onda de calor e desejo percorreu meu corpo, e, por um instante, eu apenas quis virar e abraçá-lo.Que tudo o que tivesse que acontecer, acontecesse agora!Mas antes que eu encontrasse coragem para isso, o som da água parou, e sua voz rouca e abafada soou atrás de mim:— Pronto. Agora vou te ajudar a secar.Uma toalha macia envolveu meu corpo, e eu trem
— Sim. Ele provavelmente me amarrou porque tinha medo de que eu escapasse, depois de me sedar. — Respondi de forma simples, sem querer prolongar o assunto.Bela, de repente, mudou a expressão. Ela olhou para Jean por um instante e, em seguida, me puxou para o lado, dando alguns passos longe dele. Com a voz baixa, perguntou:— Você... você não foi... por aquele desgraçado, né?Ela não terminou a frase, mas eu entendi o que ela queria dizer. Sorri levemente, tentando tranquilizá-la:— Fique tranquila, não aconteceu nada. Ele me amarrou de pés e mãos, o que acabou dificultando qualquer tentativa. Além disso, Jean chegou a tempo.— Que bom. — Bela suspirou aliviada, mas continuou me observando com atenção. Ao notar algo, franziu novamente a testa. — Seu rosto está inchado, Kiara. Esses machucados estão tão visíveis, e você ainda diz que não é nada. Precisamos limpar isso e passar algo para evitar que fique marcado.Mal ela terminou de falar, Leo entrou no quarto trazendo uma maleta de prim
Eu me assustei e me sentei, saindo dos braços de Jean.Jean continuou conversando ao telefone por mais alguns instantes antes de desligar.— O pessoal da embaixada perguntou se você quer ir vê-lo. O que você acha? — Perguntou Jean, olhando para mim.— Não. — Respondi sem hesitar, balançando a cabeça. — Que façam o que tiver que fazer. Não tenho nada para falar com ele.Só de lembrar das palavras de Davi e do que ele tentou fazer, meu corpo inteiro rejeitava a ideia.Jean passou o braço em volta dos meus ombros e apertou levemente, como se quisesse me consolar em silêncio.— O pessoal da embaixada mencionou que, se ele for julgado aqui, como não houve um dano físico comprovado, ele pode facilmente alegar inocência com um bom advogado. Além disso, para o caso ser tratado aqui, você teria que ficar no país até que todo o processo fosse concluído e só depois poderia voltar para casa...Jean não precisou terminar a frase para que eu entendesse. O problema não era o que aconteceria com Davi,