Mariana, com apenas 22 anos, vive para sua filha, Isabela, de 6 meses. Como mãe solteira, ela enfrenta os desafios da maternidade desde que foi abandonada grávida pelo homem que a enganou, fingindo ser solteiro. Quando descobriu que Mariana estava esperando um filho, ele a expulsou de sua vida, preferindo manter seu casamento com outra mulher. A vida de Mariana muda ao ser diagnosticada com uma grave doença e conhecer o Dr. Henrique, um médico viúvo que se torna um grande apoio para ela e para Isabela. Mas o maior golpe ainda está por vir: o pai de Isabela reaparece com sua esposa e entra com um processo para obter a guarda da bebê, alegando que ele e a esposa têm mais condições de criar a criança, já que ela não pode ter filhos. Desesperada com a possibilidade de perder sua filha, Mariana conversa com Henrique, que faz uma proposta inesperada: eles poderiam se casar para que ela tenha mais chances de manter a guarda de Isabela. O casamento, inicialmente por conveniência, une ainda mais Mariana e Henrique enquanto enfrentam o processo judicial e o retorno doloroso do passado de Mariana. À medida que a convivência cresce, o amor inesperado entre eles floresce, transformando o que começou como uma luta pela guarda de Isabela em uma história de redenção, coragem e recomeço.
Ler maisClara Eu andava de um lado para o outro na sala, sentindo meu sangue ferver a cada segundo que passava sem uma resposta do advogado. Peguei o celular da mesa e chequei as mensagens pela milésima vez. Nenhuma atualização. Nenhum avanço no processo de reconhecimento de paternidade.— Isso é um absurdo! — resmunguei, jogando o celular no sofá com força.Leonardo, sentado na poltrona ao lado, levantou os olhos para mim com cansaço. Ele parecia exausto, mas eu não me importava. Eu também estava.— Clara, essas coisas levam tempo. Você precisa ter paciência.Paciência? Como ele queria que eu tivesse paciência? Mariana estava com Isabella há meses, criando a menina como se fosse só dela, enquanto a justiça simplesmente ignorava o fato de que Leonardo era o pai biológico. Isso não podia continuar assim!— Eu não posso esperar mais! Eles estão me roubando a minha filha!Leonardo suspirou e massageou a têmpora, como se estivesse tentando conter a própria irritação.— Isabella não está sendo ro
Henrique A brisa morna da manhã acariciava meu rosto enquanto caminhávamos pelas ruas de paralelepípedo da pequena cidade litorânea. O céu estava limpo, um azul vibrante sem nenhuma nuvem à vista. O sol brilhava alto, refletindo-se no mar calmo que se estendia até o horizonte. Mariana segurava minha mão, seus dedos entrelaçados nos meus com delicadeza.Eu olhava para ela e via algo que não enxergava há muito tempo: paz. Sua pele, antes tão pálida pelo tratamento, agora tinha um leve tom corado. O brilho nos olhos dela, que tantas vezes fora substituído pelo cansaço e pela dor, agora resplandecia com uma leveza que me aquecia por dentro.Isabela seguia um pouco à frente, segurando a mão da babá, encantada com tudo ao redor. A felicidade dela era contagiante. Era como se, naquele momento, não houvesse preocupações, apenas nós três aproveitando o agora.— Essa cidade é linda — Mariana comentou, olhando ao redor.— Eu sabia que voc
Mariana O quarto estava iluminado suavemente pela luz quente dos abajures, criando um ambiente íntimo e acolhedor. O som distante das ondas quebrando na praia misturava-se ao silêncio confortável entre nós. Depois de checarmos Isabela e confirmarmos que tudo estava bem, voltamos para o nosso quarto, e eu senti uma ansiedade gostosa percorrer meu corpo.Fui até o banheiro, minhas mãos um pouco trêmulas. Olhei para o reflexo no espelho e respirei fundo antes de tirar o roupão e vestir a lingerie que havia comprado no shopping com Karina e Virgínia. O conjunto era de renda vermelha, delicado e ao mesmo tempo provocante. O sutiã realçava meus seios, e a calcinha cavada destacava minhas curvas. Meu coração batia forte.Eu nunca tinha me sentido tão vulnerável e, ao mesmo tempo, tão desejada.Quando saí do banheiro, Henrique estava de costas, mexendo em algo na mesa. Ele se virou ao ouvir meus passos, e a expressão dele mudou instantaneamente. Seus olh
MarianaA festa estava simplesmente perfeita. O salão era iluminado por luzes douradas suaves, as mesas decoradas com arranjos florais e velas que davam um toque romântico ao ambiente. O som da música animada preenchia o espaço, e eu me sentia leve, feliz, completamente em paz.Henrique não soltava minha mão por um segundo sequer. Ele estava radiante, sorrindo para todos e me puxando para dançar sempre que tinha oportunidade. Eu nunca imaginei que poderia sentir tanta felicidade em um único dia.— Você está linda — ele sussurrou no meu ouvido, me girando na pista de dança.— E você está incrível — sorri de volta, me perdendo nos olhos dele.As pessoas ao nosso redor se divertiam, brindavam à nossa felicidade, celebravam esse momento tão especial. Vi Karina sorrindo de longe, levantando a taça em um brinde discreto para mim. Ela sempre esteve ao meu lado, e saber que ela compartilhava minha alegria tornava tudo ainda mais especial.Depois de dançar, conversar e aproveitar cada segundo
Mariana O grande dia havia chegado. A sensação de que tudo estava acontecendo rápido demais se misturava com a ansiedade e o nervosismo que eu sentia no fundo do peito. Ainda parecia um sonho, um sonho bom, daqueles que a gente quer viver para sempre. Ao chegar à igreja, meu coração disparou. O lugar estava perfeito, exatamente como eu queria: simples, mas bonito, delicado e cheio de amor em cada detalhe. Os bancos estavam enfeitados com arranjos de flores brancas e folhagens verdes, criando um corredor que parecia saído de um conto de fadas. No altar, um arco de flores em tons claros, com velas delicadas iluminando o espaço, dava um ar ainda mais acolhedor ao momento. O cheiro das flores se misturava com o incenso leve que preenchia o ambiente, criando uma atmosfera serena. Respirei fundo, tentando controlar a emoção. Estava prestes a dar um passo que eu jamais imaginei para mim. Me casar nunca esteve nos meus planos. Nunca achei que encontraria alguém que me fizesse sentir seg
Mariana Acordei com a luz suave da manhã entrando pela janela, iluminando o quarto de uma maneira tranquila e acolhedora. O cheiro de café fresco invadiu meu olfato antes mesmo de eu abrir os olhos, e um sorriso automaticamente se formou nos meus lábios. Não era incomum Henrique ser o primeiro a acordar, e logo percebi que ele já estava cuidando de tudo. Ao abrir os olhos, vi Henrique com uma bandeja na mão, com um sorriso carinhoso estampado no rosto. Ele se aproximou da cama, e eu pude ver a xícara de café fumegante e alguns pães e frutas dispostos com delicadeza. Colocou a bandeja sobre as cobertas e se inclinou para me beijar a testa, o que me fez suspirar de contentamento. “Bom dia, meu amor”, disse ele, sua voz suave e reconfortante. “Bom dia, Henrique”, respondi com um sorriso, ainda meio sonolenta, mas feliz. Ele sabia como me fazer sentir especial, sempre atento aos pequenos detalhes. Agradeci em silêncio por t
Henrique Mariana estava deitada ao meu lado, a cabeça apoiada no meu peito, os dedos brincando distraidamente com o tecido da minha camiseta. O quarto estava silencioso, iluminado apenas pelo abajur ao lado da cama. — Henrique... — ela quebrou o silêncio, sua voz suave, mas carregada de preocupação. — Oi, meu amor. — Quantas sessões ainda faltam? Suspirei, já esperando aquela pergunta. Mariana estava tentando ser forte, mas eu via em seus olhos o peso do tratamento. — Ainda faltam quatro sessões, amor. Depois disso, vamos fazer exames para ver como o tumor reagiu. Ela ficou em silêncio por alguns segundos, absorvendo minha resposta. — E depois? O que acontece comigo? Segurei sua mão, entrelaçando nossos dedos. — Se tudo correr como esperado, você vai precisar de acompanhamento, mas o pior já vai ter passado. A radioterapia pode elimina
Henrique Entrei em casa com cuidado, fechando a porta sem fazer barulho. O silêncio no ambiente me dizia que Mariana provavelmente estava descansando. Deixei minha pasta sobre a mesa e caminhei até o quarto. Ela estava deitada, os olhos fechados, mas o cenho franzido denunciava que não era um sono profundo. Devia estar exausta depois da sessão de radioterapia. Me aproximei devagar, me ajoelhando ao lado da cama. — Amor — chamei baixinho, tocando sua mão com delicadeza. Ela abriu os olhos lentamente, piscando algumas vezes antes de me encarar. Um sorriso fraco surgiu em seus lábios. — Você chegou... — Claro que sim. E agora eu vou cuidar de você. Ela tentou se sentar, mas eu segurei seus ombros. — Nada disso. Você fica aqui descansando enquanto eu preparo algo pra você comer. — Henrique, não precisa... — Precisa, sim. E nem adianta disc
Mariana A manhã começa tranquila, mas cheia de expectativas. Eu estou um pouco nervosa, como sempre que preciso ir ao centro oncológico para o tratamento. Hoje é o dia da minha segunda sessão de radioterapia, e enquanto me preparo, meu coração acelera um pouco mais. O pensamento de ter Henrique ali, não só como meu namorado, mas também como meu médico, me dá uma sensação de segurança, mas também de um certo constrangimento. O que ele pensaria, se ao me tratar, ele visse não só a paciente, mas também a mulher com quem ele divide a vida? Virgínia me ajuda com Isabela, que já está sendo levada para a casa dela enquanto eu e Karina seguimos para o centro. O caminho até lá é silencioso, com Karina tentando me distrair, fazendo piadas, como sempre, mas minha mente está mais focada no que me espera. Chegamos ao centro, e logo vejo Henrique entrando no saguão, em seu jaleco branco. Ele sorri ao me ver e, apesar de estar em um ambiente profissional, seu sorriso é o mesmo de sempre, aquele q