Dilan sofreu um grave acidente enquanto uma viatura socorria sua esposa em trabalho de parto. Quando acordou, Melissa tinha partido, de forma bastante suspeita, e o bebê sobreviveu. Agora Dilan, sempre muito sério, precisa de uma pessoa para cuidar de seu filho, e está sobrecarregado para resolver tudo, pois além de esposa, Melissa era sua sócia, e deixou uma bomba para ele resolver. Ele contrata Jhon Allister como seu motorista e sua filha, Alysson, como babá. E logo ele percebe que arrumou uma grande dor de cabeça! Alysson morava no Complexo residencial de baixa renda que Melissa comprou pra derrubar e construir um shopping, e dançava em uma boate para sobreviver. Essa compra, não autorizada por Dilan, mudou a vida de toda uma população, e Alysson odeia Dilan por isso. Agora, eles vão ter que aprender a lidar com o ódio palpável que existe entre os dois, enquanto equilibram a tensão sexual e a criação do pequeno bebê!
Ler maisPOV de Allysson Eu estava nervosa. A cada passo, o salto de minhas botas ecoava mais alto na calçada deserta. O neon azul da boate Blue Hot pulsava ao longe, trazendo à tona memórias que eu tentava evitar. Foi ali que comecei a dançar, antes de trocar os palcos pelas fraldas e pelos sorrisos inocentes de Cris. Mas hoje, não estava voltando como dançarina. Estava voltando como alguém desesperada, como uma amiga que precisava de respostas.Soraya era minha família escolhida. Minha melhor amiga, minha confidente. Por mais que nossas vidas tivessem tomado rumos diferentes, nunca pensei que pudesse haver um dia em que simplesmente não conseguiria alcançá-la. Fazia semanas que não tinha notícias dela, e isso me corroía. Robert, seu irmão, estava seguro em casa com Dilan, e, apesar de uma parte de mim se sentir culpada por sair e cabular o curso depois de me despedir de Jones, a preocupação com Soraya me impelia a continuar.O segurança na porta me olhou com desdém, mas logo reconheceu meu
POV de Dilan — Senhor Dilan! Não quero incomodar. Preciso sair por um momento, eu volto logo. — Com quem o senhor estava falando, Allister? — Assunto particular. Eu volto logo senhor, com licença. Eu observei Allister sair pela porta principal sem olhar para trás, deixando apenas o som de seus passos firmes ecoando no corredor. Algo estava errado. Ele nunca saía sem avisar com antecedência, muito menos sem explicar o motivo. A ligação que ele recebeu, o tom apressado... Tudo isso me incomodava profundamente.Peguei meu telefone e disquei o número de Debby. Eu precisava que ela investigasse isso imediatamente. A voz dela atendeu firme do outro lado da linha. — Dilan? O que houve? — Debby, algo estranho aconteceu. Allister acabou de receber uma ligação e saiu às pressas. Disse que era "assunto particular". Isso não é comum dele. Ouvi o som de teclas sendo digitadas do outro lado. — Certo, vou verificar isso agora. Você quer que eu mande alguém seguir ele? — Sim. Por favor
POV de DilanSenti um misto de prazer e ódio ao ver Allysson no beco com Sammuel. Eu estava dirigindo para o complexo quando Jones me ligou, avisando que Allysson o dispensou. Fiquei nervoso, imaginando todo tipo de coisas que pudesse acontecer com ela. Acabei gritando com Jones, que me disse que sabia fazer seu trabalho, e que já tinha tirado o carro do complexo e estava voltando a pé! Quando cheguei, deixei meu carro fora do complexo, como ele me orientou, e Debby foi me mandando áudios, explicando como estava a situação no complexo: devastadora! Sammuel estava incitando a população a reagir, parecia um líder de gangue e Debby disse que não era seguro eu entrar, pra eu voltar e deixar os homens dela resgatarem Allysson. Não pensei na segurança! Jones e eu seguimos Allysson de longe. E quando ela encontrou Sammuel, eu quis saber qual a reação ela teria a presença do ex. Enquanto ouvia a conversa deles, percebi que eu estava com ciúmes! Sammuel era um babaca nojento, mas ela namo
Eu desci sentido a casa do senhor George, resolvi passar por um beco pra cortar caminho, porque estava com pressa. Queria voltar logo pra casa da Soraya e chamar o Jones para nos levar embora. Passei toda a minha vida andando por esses becos do complexo, inclusive a noite. Não tenho medo de transitar dentro da minha comunidade! Mas tudo parecia mais quieto do que antes. Para um sábado, nove horas da manhã, toda a comunidade deveria estar fervilhando. Eu descia apressada em direção à casa do senhor George, tentando ignorar o silêncio estranho que pairava sobre o complexo naquela manhã. Para um sábado, às nove horas, esperava ver crianças correndo pelos becos, vizinhas conversando de janela a janela e o cheiro do café fresco saindo das cozinhas. Mas não, tudo parecia... vazio. Só o som dos meus passos ecoava pelas ruas estreitas. Resolvi cortar caminho pelo beco atrás do mercado do senhor Langley. Não era a primeira vez que passava por ali, e sempre me senti segura andando pelos can
POV de AlyssonEu acordei na cobertura no dia seguinte com NM saindo. Eu pensei em pedir pra ele ficar, pois era uma companhia muito agradável, mas me lembrei de como ele ficou estranho depois que eu contei a ele das coisas loucas que descobri. Talvez eu tenha avançado um sinal entre nós que ele não saberia suportar. Quando ele fechou a porta, eu contei mentalmente cada segundo dos cinco minutos que esperei e então tirei a máscara. E pela primeira vez, comecei a andar pelo apartamento. Tudo era de extremo bom gosto e elegância, e muito limpo também, mostrando que NM era meticuloso. Fiquei lutando com a vontade de olhar dentro do guarda roupas, e encontrar alguma pista de como ele seria no dia a dia e a vontade me venceu! Abri o guarda roupas e encontrei apenas algumas roupas de mulher e fiquei chocada! Tudo que tinha ali, aproximadamente umas seis combinações diferentes, era do meu tamanho e no meu estilo. Mas nada de homem! Nenhuma muda de roupas, o que mostrava que NM não morava
POV de DilanEstava sentado na borda da lareira da casa, olhando as chamas dançarem, mas minha mente estava longe dali. O crepitar do fogo era a única coisa que quebrava o silêncio enquanto eu tentava reunir coragem para dizer o que precisava. Debby estava do outro lado da sala, folheando distraidamente um relatório, mas eu sabia que sua atenção estava em mim. Ela sempre teve essa habilidade quase inquietante de perceber quando algo me incomodava. Respirei fundo e me virei para ela. — Debby, eu descobri algo sobre a Melissa... — comecei, hesitante.Ela levantou os olhos do relatório, colocando-o de lado. Seus olhos azuis perfuraram os meus com intensidade. — O que descobriu? — Ela cruzou as pernas e inclinou-se para frente, a expressão séria.— Allysson fez uma sessão confidências ontem vendada para mim. Disse que a Melissa assinou a compra do Complexo B. Que tem provas de que ela... — as palavras se enroscaram na minha garganta, mas eu precisava dizer — ...de que ela era uma traid
POV de DilanEu estou há dias tentando entender a cabeça de Allysson. Ela foi perfeita na crise de Cris, agiu como uma mãe leoa, cuidou de tudo e nós ficamos mais próximos. Eu fiquei tão assustado, desesperado, vendo meu bebê ardendo em febre. Mas ela estava lá, como uma luz, não me deixando sentir que estava fazendo isso sozinho! Mas na segunda feira, ela mudou totalmente a postura. Mal falava comigo e olhava o Cris com um semblante de pena!Mary Jane chegou e eu disse pra ela o que estava acontecendo, ela resolveu ir conversar com a menina. Quando voltou, com a blusa pink extravagante úmida no ombro, me contou que Allysson chorou. E que fez perguntas estranhas sobre Melissa. Não entendi nada. Debby chegou e eu só pude ir vê-la na terça feira, estava aéreo: — Esse seu namoro escondido, sem revelar pra Allysson quem você é, vai te trazer problemas, Dilan. — Mary Jane disse que ela fez perguntas sobre Melissa e o complexo B. Você consegue ver a ligação? — Não. Mas porque você não
POV de AlyssonPassei a semana inteira remoendo aquilo. Sabia que procurar Soraya no complexo se fazia urgente. Escondi todos os documentos que encontrei, assinados por Melissa em meu quarto. E a carta testamento que ela deixou para Dilan, carregava em minha mochila o tempo todo. Eu precisa soltar aquilo. Descarregar, conversar com alguém. Mary Jane já tinha me dito que não se envolvia nos negócios de Dilan e Melissa. Ela saberia pouca coisa. Mas Mary Jane tinha olhos de águia, e era muito verdadeira. Ela jamais iria encobrir qualquer coisa errada que a filha estivesse fazendo, e também não deixaria de notar se Melissa estivesse tendo um caso nos últimos 5 anos! A menos que Melissa mandasse a mãe para as incontáveis viagens que ela fazia, justamente para encobrir o seu caso sórdido! Minha cabeça estava explodindo. Precisava conversar com alguém, mas só conseguiria ir ao complexo no sábado. Dilan tinha voltado a trabalhar, e disse que me levaria pessoalmente para o complexo para fa
POV de AlyssonEstávamos no quarto do bebê, cercadas pela confusão que só um guarda-roupa desarrumado pode causar. Havia pilhas de roupas pequenas espalhadas pelo chão, cada peça carregando um pouco da história de Melissa. Eu me abaixei para dobrar uma das mantinhas azuis, enquanto Mary Jane, sentada na poltrona de amamentação, parecia perdida nos próprios pensamentos.Ela pegou uma peça minúscula, um macacão amarelo com bordados de ursinho, e passou os dedos pelos tecidos com tanta delicadeza que senti o peso da saudade em cada movimento. Acho que Mary Jane estava lembrando quando a filha escolheu todo o enxoval do Cris. Havia algo naquilo, no cheiro de talco e de tempo parado, que me dava coragem para tocar em assuntos que eu sabia serem espinhosos.— Mary Jane — comecei, escolhendo as palavras com cuidado. — Sobre a compra do Complexo B...Ela levantou os olhos, mas não parou de acariciar o macacão.— Já te disse, Allysson. Não sei nada disso. Esses negócios eram coisa do Dilan e d