Stella era incontestavelmente uma bruxa, vagava pela floresta com seu espírito livre com uma bela capa vermelha querendo fazer um feitiço de proteção quando seus olhos avistaram Luke, o Alpha da matilha sul, ela sabia que criaturas diferentes existiam e habitavam em meio aos humanos: ela podia sentir suas energias misturadas em meio a floresta. Agora quando seus olhos se cruzaram em meio aquele noite nebulosa ele sabia que ela seria sua luna, ele pôde sentir a conexão mais profunda, mas sua mente vagueava, por que ela tinha que ser uma bruxa ? Conseguirão deixar as diferenças de lado e se entregarem por fim aos sentimentos ?
Ler maisA noite trouxe consigo um silêncio inquietante. Do lado de fora da cabana, o vento soprava como um lamento, balançando as árvores e fazendo a madeira ranger. Dentro, Stella estava inconsciente, sua respiração cada vez mais fraca. O curandeiro murmurava preces antigas, enquanto eu me mantinha em alerta, os ouvidos atentos a cada som que pudesse indicar perigo. Foi então que o silêncio se quebrou. Um estrondo reverberou pela floresta, como se o próprio chão tivesse sido atingido por um trovão. O curandeiro se virou para mim, os olhos arregalados. — Ele está aqui. Meu sangue gelou. O rei bruxo. A sombra que nos perseguia desde que fugimos, o responsável por tanto sofrimento. Ele havia nos encontrado. Antes que eu pudesse reagir, a porta da cabana foi lançada contra a parede com uma força sobrenatural, e uma figura envolta em um manto negro atravessou o umbral. Seus olhos brilhavam como chamas rubras sob o capuz, e sua presença carregava um peso quase sufocante, como se a própri
A floresta parecia infinita. As árvores altas e retorcidas lançavam sombras que se moviam com o vento, enquanto o chão irregular tornava cada passo um esforço. Carregar Stella nos braços era uma tarefa árdua, mas eu não tinha escolha. Seu estado piorava a cada hora; a febre queimava sua pele e, às vezes, ela murmurava palavras desconexas que eu não conseguia entender. — Alpha... — Ela chamou meu nome, a voz fraca como o suspiro de uma folha ao vento. Parei e a coloquei cuidadosamente no chão, encostando-a em uma árvore coberta de musgo. Seus olhos estavam entreabertos, mas havia algo diferente. Uma luz peculiar, quase etérea, parecia brilhar em suas íris. — O que foi, Stella? Fale comigo. — Minha preocupação crescia, mas ela parecia alheia à urgência na minha voz. — Eu vi... algo. — Sua respiração estava pesada, mas suas palavras saíam com clareza assustadora. — Havia uma mulher. Ela falou de uma profecia. Apertei os punhos, tentando afastar o arrepio que subiu pela minha es
O silêncio da noite envolvia tudo ao nosso redor, quebrado apenas pelo som distante do vento e pelo estalar das brasas. Stella dormia agora, a expressão suavizada pelo cansaço. Eu, porém, não conseguia fechar os olhos. O peso daquela promessa era como uma pedra sobre o meu peito. A cada vez que eu olhava para ela, tão frágil e ao mesmo tempo tão resiliente, sentia minha determinação se reforçar. Mas o que eu não podia ignorar era a realidade implacável que nos cercava. O mundo não era gentil com aqueles que fugiam. Levantei-me devagar, tentando não perturbá-la. A dor atravessou meu lado como uma lâmina quente, mas eu a ignorei. Caminhei até a beira da clareira e olhei para a floresta adiante. Ela parecia infinita, cheia de segredos e perigos. Se havia algum lugar onde poderíamos estar seguros, ele ainda estava muito além do que podíamos ver. Lembrei-me das palavras de um velho viajante que encontramos meses atrás: "O norte guarda mais do que gelo e neve. Guarda segredos antigos,
Stella caminhava pelo interior das ruínas com determinação, ainda que visivelmente exausta. Ela estendeu as mãos, murmurando palavras em uma língua antiga. Logo, faíscas de luz surgiram do nada, e, diante de nós, grossos cobertores de lã macia tomaram forma, caindo suavemente no chão. — Isso deve mantê-lo aquecido. — Sua voz era suave, mas firme. Ela continuou com outro feitiço, desta vez conjurando uma pequena fogueira no centro da sala. A chama brilhou intensamente, iluminando nossos rostos cansados e enchendo o espaço com um calor reconfortante. — Agora, descanse, Alpha. Vou preparar algo para você comer. Eu quis protestar, mas o cansaço e a dor em meu corpo eram esmagadores. Apenas assenti e me recostei contra a parede, observando Stella enquanto ela movia suas mãos graciosas, misturando ervas e água em um pequeno caldeirão que havia conjurado. O aroma do caldo quente logo preenchia o ar, trazendo uma sensação de conforto que eu não sentia há muito tempo. Ela se aproximo
O Peso da Fuga Deitei minha cabeça no chão e respirei profundamente. O ar era fresco, mas parecia pesado, como se cada partícula carregasse o peso da batalha que acabávamos de enfrentar. Stella ainda estava ao meu lado, seus dedos delicados aplicando magia nos cortes profundos que marcavam meu corpo. — Não era para termos sobrevivido — murmurei, minha voz rouca. Ela olhou para mim, sua expressão séria. — Nós sobrevivemos porque você lutou, Alpha. E porque eu não podia deixar que ele nos vencesse. Apesar da dor, virei o rosto para encará-la. Seus olhos brilhavam com determinação, mas havia uma sombra de dúvida ali. — Stella, você está bem? — perguntei, percebendo que suas mãos tremiam levemente enquanto trabalhava. Ela hesitou antes de responder, desviando o olhar. — Não sei. Algo daquele lugar... ficou comigo. Eu sinto. Me sentei com esforço, ignorando o protesto do meu corpo. — O que quer dizer? Stella segurou seu braço esquerdo, como se algo o incomodasse. Quan
Fuga pelo portalO salão tremia, pedaços de pedra caíam do teto enquanto o Reino das Bruxas começava a desmoronar ao nosso redor. Eu mal conseguia me manter em pé, minha visão turva pela perda de sangue e pelo esgotamento. Stella segurava meu braço, sua magia agora fraca, mas suficiente para me ajudar a caminhar. Criaturas horrendas pairavam no céu que agora se revelara em uma tonalidade escarlate com leves tons alaranjados, como se o próprio horizonte ardesse em chamas. Algo estava errado, algo muito maior do que eu podia compreender. Era como se nossa presença naquele lugar tivesse rompido um equilíbrio frágil, despertando algo sombrio e ancestral.O rugido de uma das criaturas cortou o ar, sua silhueta grotesca contrastando contra o brilho avermelhado. Elas não nos atacavam diretamente, mas nos cercavam, voando em círculos acima de nossas cabeças.— Stella, o que está acontecendo? — perguntei, minha voz baixa, mas carregada de urgência.Ela olhou para o céu com olhos arregalados
O Rei das Bruxas avançou como uma sombra viva, movendo-se mais rápido do que qualquer coisa que eu já havia enfrentado. Antes que eu pudesse reagir, ele ergueu a mão e uma onda de magia negra me acertou, arremessando-me contra uma das colunas do salão. A dor explodiu em meu corpo, mas eu não tinha tempo para fraquezas. Stella ainda estava lá, observando, como se estivesse presa entre dois mundos. Levantei-me, limpando o sangue que escorria pelo canto da minha boca. — É só isso que você tem? — desafiei, deixando minha fúria transparecer. Ele riu, um som profundo e ameaçador. — Você tem coragem, Alpha. Mas coragem não será suficiente para derrotar um rei. Ele estendeu os braços, e o salão foi tomado por criaturas sombrias, suas formas oscilantes parecendo feitas de pura escuridão. Elas avançaram, cercando-me. Não havia escolha a não ser lutar. ### A Luta Começa Transformei-me completamente, liberando meu lobo interior. Minha pele queimava enquanto meus ossos se realinhavam
O ar do Reino das Bruxas era diferente. Não era apenas magia — era como se o próprio espaço ao meu redor estivesse vivo, respirando, testando minha determinação. Cada passo parecia mais pesado, como se o chão tentasse me puxar para baixo, como se as sombras ao meu redor sussurrassem para que eu desistisse. Mas eu não podia parar. Stella estava aqui, e eu não sairia sem ela. ### A Primeira Armadilha Avancei por corredores sinuosos que pareciam se mover por vontade própria. O reino era uma mistura de beleza e ameaça, com luzes brilhantes que dançavam nas paredes, mas sempre com uma sensação de perigo à espreita. De repente, senti o chão se mover. Antes que pudesse reagir, um círculo de runas brilhantes apareceu sob meus pés. A armadilha mágica me prendeu, imobilizando-me enquanto uma figura etérea surgia à minha frente. — Você não deveria estar aqui, lobo — sibilou a voz feminina, ecoando como mil vozes juntas. Eu rosnei, sentindo a magia pressionar contra minha mente. Ela t
Eu sabia que algo estava errado no momento em que a escuridão caiu sobre a floresta. Era como se o próprio ar ao meu redor tivesse mudado, ficando mais pesado, mais denso. Meu instinto não errava. Stella estava em perigo. Reuni o conselho, esperando encontrar apoio, mas suas palavras foram frias, cheias de medo. — O Reino das Bruxas está além do nosso alcance — disseram. — Ir até lá é suicídio. Mas eu não podia me dar ao luxo de hesitar. Stella era minha, minha responsabilidade, meu dever. Se ninguém mais teria coragem de salvá-la, eu iria sozinho. ### A Floresta Negra Atravessar a Floresta Negra era um teste para minha força e determinação. Cada passo era uma luta contra o desconhecido. Sombras se moviam entre as árvores, e o silêncio era interrompido apenas pelo som de minha respiração e do farfalhar das folhas sob meus pés. Criaturas surgiram das trevas. Lobisomens selvagens, desprovidos de razão, me atacaram, mas eu os derrotei. Suas presas e garras eram rápidas, mas m