Stella
Os sonhos ficavam cada dia mais frequentes, pareciam sonhos lúcidos, aqueles em que eu me lembrava da maior parte dos acontecimentos, eu não entendi o que estava acontecendo, mas sabia que teria um significado e provável que profundo. Sempre as mesmas sensações: os cabelos de um homem musculoso e grande roçando meu rosto e seios, suas mãos fortes e tão seguras de si explorando tantas partes do meu corpo... Mas quando chegava perto de finalmente eu olhar seu rosto acordava. E de certa forma frustrada passava meu dia. O despertador tocara pelo o que considerava ser a 4° vez seguida. Merda merda merda, atrasada de novo. Decido que me arrumar era a prioridade principal, decido por uma calça jeans, blusa cinza e jogo por cima um blazer. No rosto apenas um hidratante facial e labial, não tinha tempo o suficiente para fazer uma produção glamourosa, eu era jornalista afinal, meu trabalho exigia que eu ficasse horas demais revisando palavras, eu estava descente o suficiente. O café da manhã poderia esperar um pouco. Decidindo pegar um táxi para ir mais rápido peço para que o motorista pare próximo de um café local, não estava com fome mas um café expresso seria o ideal para acordar minha mente que por vezes retornava aos meus sonhos eróticos. Não tinha tempo para isso, precisava chegar o mais rápido possível no meu trabalho, aquele que eu não gostava tanto mas precisava para pagar as contas, afinal era uma adulta responsável. Paguei o café e segui. Roberto, o senhor de meia idade com tufos de cabelos grisalhos aqui ou ali, olhos negros e pele amarelada, parece que gosta de atormentar quanto ao horário de entrada, mas o de saída, bem, não se importava se saímos tarde ou que dormiremos no escritório, o importante era que os prazos estivessem sendo cumpridos. - Ora ora se não está 10 minutos atrasada! - Disse ele - Sinto muito senhor, acabei tendo um imprevisto - Disse eu corando - Certo, mas dá próxima que atrasar será descontado do seu salário - Disse ele saindo em direção a sua sala As pessoas desse trabalho, tão centradas em perfeição raramente fazem amizade, eu era bem solitária, não só aqui, mas na cidade em si também, sempre me pareceu que eu era meio deslocada. E desde que minha mãe e pai morreram em um acidente as coisas ficaram cada vez mais difíceis, me fechei em mim mesma, fiz um muro impenetrável ao redor de minha mente: eu havia perdido as pessoas que eu mais amava e admirava no mundo, sei que agora estão juntos, nenhum superaria o fato de perder um ao outro, eram apaixonados e intensos demais. Foram o casal que tiveram dificuldade em engravidar, coincidentemente nenhum dos dois poderiam ter filhos e foram desenganados pelos médicos até me adotarem, eles diziam que eu era seu pequeno raio de sol, sua dose de felicidade e combustível diário. Todos os dias meu primeiro pensamento era que não os teria mais por perto. O dia se seguiu com muitas entrevistas para revisar, telefonemas para dar, fotos de supostos famosos que estavam em um possível relacionamento... Tão superficial, era como minha vida se seguia. Com o entardecer e início da noite, sentia que estava exposta, precisava rapidamente fazer meu feitiço de proteção. Busquei religiões que pudessem suprir a falta dos meus pais na minha vida, por acaso descobri a magia, e eu a fazia muito bem, será que minha mãe biológica era uma grande feiticeira? meu pai um grande mago? bem não custa nada imaginar. Chegando no pequeno apartamento busquei me forçar a comer alguma coisa, um sanduíche de queijo era o suficiente. Tudo parecia cinzento, mas quando parei na varanda de casa, bem, a lua me chamava. Tomei um banho, vesti um longo vestido com saia preta esvoaçante e parte do busto com um espartilho branco que deixava meu seios levemente empinados, eu me sentia linda. Sequei meus longos cabelos pretos e no rosto como minha pele do rosto estava sedosa e limpa apenas um hidratante seria o suficiente... bem, um batom vermelho também caiu bem, parecia que algo especial iria acontecer, não me esquecendo de pegar uma longa capa vermelha decidi sair, evitando os becos escuros, sendo discreta o suficiente para não chamar atenção. Indo em direção a floresta iluminada apenas pela luz da lua e das estrelas parecia que eu estava no momento certo e na hora certa. Pedi permissão aos seres que nelas habitavam, eu não estava ali para fazer mal algum, também a contemplava pela sua essência. Respirando fundo, adentrei na floresta. Eu estava pronta.LukeE ela vem com seus longos cabelos negros esvoaçantes, seu corpo esbelto implora pelo meu toque. E de repente, somos um emaranhado de corpos, ansiosos pelo toque, explorando partes intocadas, com faíscas elétricas percorrendo, até que estou prestes a ver seu rosto... No minuto seguinte, estou acordado.Já estou no meu escritório resolvendo assuntos relacionados a matilha, devo ter cochilado, não sei o por que, mas não consegui dormir bem nos últimos dias, uma ansiedade recorrente, uma falta de algo.Reforçando a segurança após a quase invasão de lobos desertores. Não podemos bobear. Outros alfas estão nos observando e eu sei que nenhum hesitaria em questionar meu domínio sob a matilha.A vida se desenrola como se todos os dias fossem o mesmo: Ida ao escritório, resolver pendências da matilha, vezes afastam as pretendentes, mas não achei ninguém tão interessante ainda.- Alfa, tenho um assunto que precisamos discutir - Disse ele, David meu beta um homem loiro, de pele clara com est
Stella Adentrando na floresta nebulosa com ar amedrontador, um forte cheiro familiar invadiu-me: cheiro amadeirado com toque cítrico, ignorei, afinal minha mente parecia estar me lançando pegadinhas ultimamente. Eu era filha das matas, consciente que a floresta era um ser pulsante, tão vivo quanto os animais que nela habitavam: seu vento era como sua respiração, a terra, como seu extenso corpo, a água dos rios e lagos como uma corrente sanguínea e a folhagem e árvores como seu pêlo. Caminhando pela vegetação e árvores era como estar finalmente em casa, não poderia viver lá, obviamente considerando as implicações disso, mas, quando tinha a chance, não hesitava em vir apreciar e quem sabia realizar um pouco que sabia de magia. Ser mágico, era o que eu me considero atualmente e sentindo a energia de muitos outros sei que me sinto acolhida e entendida aqui, não era a estranha ou aberração, aqui sou simplesmente eu. Depois de andar com alguns minutos na mata fechada, encontro uma
Cheiros cítricos e amadeirados invadem o quarto que estou. Encho os pulmões de ar quando percebo que o cheiro está vindo da coberta branca que estou enrolada.Abro os olhos enquanto subitamente um feiche de luz vindo das grandes janelas atingem meus olhos, me forçando a piscar para ajustar a luminosidade repentina. As memórias voltam, intensas.- Onde estou ? - Pergunto a jovem com cabelos loiros perfeitamente arrumados em um coque que está vestida com blusa e calças brancas, enfermeira suponho, que está próxima de mim, ajustando meu soro apoiado ao meu lado, pelo latejar do meu braço, receio que recém instalado- Está no quarto do Alpha, ele vira em breve A porta subitamente se abre revelando uma figura alta e forte, com cabelos negros penteados para trás, calças sociais e camisa social branca claramente apertada nos braços.- Deixe-nos a sós - Diz ele se dirigindo a jovem que se dirige rapidamente a saída - Então, qual o seu plano? - Diz ele com olhar desafiador - O que está fala
Após horas de tédio absoluto e um bom tempo imersa no conforto daquela cama absurdamente aconchegante, decido que é hora de agir. Preciso sair daqui. Antes que pudesse formular um plano decente, movimentos estranhos do lado de fora me chamam a atenção. Pela janela, vejo vários homens indo e vindo, como lobos em patrulha.O que eles querem comigo? Realmente acreditam que vou me comportar como uma donzela resgatada, grata pelo "cativeiro"? Mal sabem que estão lidando com a vilã desta história.Tateando pela sala à procura de algo que pudesse me ajudar, meus dedos tropeçam em um livro na estante. Ao puxá-lo, o inesperado acontece: uma passagem secreta se revela. Meu coração dispara. É a oportunidade perfeita. Mas, antes que eu possa sequer pisar no corredor oculto, o som de passos pesados ecoa do lado de fora.O som dos passos faz meu coração disparar. Meu corpo congela por instinto, como se cada célula gritasse para eu me esconder. A adrenalina toma conta de mim, e por um momento, tudo
A noite estava inquieta, como se o próprio ar ao meu redor soubesse que algo ruim estava para acontecer. Eu me mexia na cama, o coração acelerado, planejando cada movimento. O Alpha e seus lobos estavam em algum lugar do lado de fora, mas eu não podia esperar mais.Minha chance de escapar estava na passagem secreta que havia descoberto. Com passos cuidadosos, levantei-me e caminhei até a estante. Meu dedo encontrou o livro certo, e com um clique suave, a passagem se abriu novamente. Um frio percorreu minha espinha enquanto eu olhava para o túnel escuro à frente, mas hesitar não era uma opção.Entrei, fechando a entrada atrás de mim. A escuridão era opressora, e o cheiro de pedra úmida me enchia os pulmões. O túnel era silencioso demais, o tipo de silêncio que fazia minha pele arrepiar. Mesmo assim, continuei.Cada passo que eu dava parecia ressoar no túnel, como se o próprio ambiente estivesse me denunciando. Minhas mãos deslizavam pelas paredes frias e ásperas, guiando-me na escuridã
Eu mal conseguia acreditar onde estava. O salão ao meu redor era imenso, sombrio e impregnado de um poder que fazia minha pele formigar. A luz das runas nas paredes pulsava como se estivessem vivas, acompanhando o ritmo irregular do meu coração.O Rei das Bruxas caminhava em minha direção com uma tranquilidade irritante, o som de suas botas ecoando pelo chão de pedra.— Não se preocupe, Stella. Em breve, tudo fará sentido.Eu me encolhi, mas forcei minha voz a sair firme.— Não sei do que você está falando, mas não sou o que você pensa.Ele parou à minha frente, abaixando-se até ficar no meu nível. Seus olhos me analisaram como se procurassem algo escondido dentro de mim.— Ah, você sabe exatamente o que é. Apenas ainda não aceitou.Eu desviei o olhar, meu coração batendo forte. Ele não estava mentindo, mas eu não podia admitir aquilo. Não agora.— Me deixe ir embora — pedi, tentando manter a calma.Ele riu, um som baixo e cheio de desdém.— Ir embora? Você acha que eles, os lobos, po
Quando a escuridão finalmente se dissipou, me vi em um lugar completamente diferente. Não era mais o túnel frio e úmido, mas um vasto salão iluminado por velas flutuantes e candelabros adornados com cristais que brilhavam em tons de verde e dourado. O ar era denso, carregado de magia, e havia um silêncio reverente, como se o próprio espaço exigisse respeito. No centro do salão, ele estava sentado em um trono esculpido em obsidiana. O Rei das Bruxas e um homem diferente com uma capa que revelava pouco de sua face. Seus olhos, ainda mais brilhantes sob a luz bruxuleante, pareciam enxergar além de mim, como se soubesse segredos que eu sequer imaginava. — Bem-vinda ao meu reino, Stella, esse é o mago conselheir, ele vai te ensinar tudo o que precisa saber e despertar, seus poderes ocultos por tanto tempo — ele disse, sua voz suave como um sussurro, mas carregada de poder. Eu não respondi de imediato. Estava ocupada demais absorvendo tudo, tentando entender onde estava e como havia c
Eu sabia que algo estava errado no momento em que a escuridão caiu sobre a floresta. Era como se o próprio ar ao meu redor tivesse mudado, ficando mais pesado, mais denso. Meu instinto não errava. Stella estava em perigo. Reuni o conselho, esperando encontrar apoio, mas suas palavras foram frias, cheias de medo. — O Reino das Bruxas está além do nosso alcance — disseram. — Ir até lá é suicídio. Mas eu não podia me dar ao luxo de hesitar. Stella era minha, minha responsabilidade, meu dever. Se ninguém mais teria coragem de salvá-la, eu iria sozinho. ### A Floresta Negra Atravessar a Floresta Negra era um teste para minha força e determinação. Cada passo era uma luta contra o desconhecido. Sombras se moviam entre as árvores, e o silêncio era interrompido apenas pelo som de minha respiração e do farfalhar das folhas sob meus pés. Criaturas surgiram das trevas. Lobisomens selvagens, desprovidos de razão, me atacaram, mas eu os derrotei. Suas presas e garras eram rápidas, mas m