A bruxa vermelha e o alpha
A bruxa vermelha e o alpha
Por: Antonelly
Sonhos recorrentes

Stella

Os sonhos ficavam cada dia mais frequentes, pareciam sonhos lúcidos, aqueles em que eu me lembrava da maior parte dos acontecimentos, eu não entendi o que estava acontecendo, mas sabia que teria um significado e provável que profundo.

Sempre as mesmas sensações: os cabelos de um homem musculoso e grande roçando meu rosto e seios, suas mãos fortes e tão seguras de si explorando tantas partes do meu corpo... Mas quando chegava perto de finalmente eu olhar seu rosto acordava. E de certa forma frustrada passava meu dia.

O despertador tocara pelo o que considerava ser a 4° vez seguida. Merda merda merda, atrasada de novo.

Decido que me arrumar era a prioridade principal, decido por uma calça jeans, blusa cinza e jogo por cima um blazer. No rosto apenas um hidratante facial e labial, não tinha tempo o suficiente para fazer uma produção glamourosa, eu era jornalista afinal, meu trabalho exigia que eu ficasse horas demais revisando palavras, eu estava descente o suficiente. O café da manhã poderia esperar um pouco.

Decidindo pegar um táxi para ir mais rápido peço para que o motorista pare próximo de um café local, não estava com fome mas um café expresso seria o ideal para acordar minha mente que por vezes retornava aos meus sonhos eróticos. Não tinha tempo para isso, precisava chegar o mais rápido possível no meu trabalho, aquele que eu não gostava tanto mas precisava para pagar as contas, afinal era uma adulta responsável. Paguei o café e segui.

Roberto, o senhor de meia idade com tufos de cabelos grisalhos aqui ou ali, olhos negros e pele amarelada, parece que gosta de atormentar quanto ao horário de entrada, mas o de saída, bem, não se importava se saímos tarde ou que dormiremos no escritório, o importante era que os prazos estivessem sendo cumpridos.

- Ora ora se não está 10 minutos atrasada! - Disse ele

- Sinto muito senhor, acabei tendo um imprevisto - Disse eu corando

- Certo, mas dá próxima que atrasar será descontado do seu salário - Disse ele saindo em direção a sua sala

As pessoas desse trabalho, tão centradas em perfeição raramente fazem amizade, eu era bem solitária, não só aqui, mas na cidade em si também, sempre me pareceu que eu era meio deslocada. E desde que minha mãe e pai morreram em um acidente as coisas ficaram cada vez mais difíceis, me fechei em mim mesma, fiz um muro impenetrável ao redor de minha mente: eu havia perdido as pessoas que eu mais amava e admirava no mundo, sei que agora estão juntos, nenhum superaria o fato de perder um ao outro, eram apaixonados e intensos demais.

Foram o casal que tiveram dificuldade em engravidar, coincidentemente nenhum dos dois poderiam ter filhos e foram desenganados pelos médicos até me adotarem, eles diziam que eu era seu pequeno raio de sol, sua dose de felicidade e combustível diário. Todos os dias meu primeiro pensamento era que não os teria mais por perto.

O dia se seguiu com muitas entrevistas para revisar, telefonemas para dar, fotos de supostos famosos que estavam em um possível relacionamento... Tão superficial, era como minha vida se seguia.

Com o entardecer e início da noite, sentia que estava exposta, precisava rapidamente fazer meu feitiço de proteção. Busquei religiões que pudessem suprir a falta dos meus pais na minha vida, por acaso descobri a magia, e eu a fazia muito bem, será que minha mãe biológica era uma grande feiticeira? meu pai um grande mago? bem não custa nada imaginar.

Chegando no pequeno apartamento busquei me forçar a comer alguma coisa, um sanduíche de queijo era o suficiente. Tudo parecia cinzento, mas quando parei na varanda de casa, bem, a lua me chamava. Tomei um banho, vesti um longo vestido com saia preta esvoaçante e parte do busto com um espartilho branco que deixava meu seios levemente empinados, eu me sentia linda. Sequei meus longos cabelos pretos e no rosto como minha pele do rosto estava sedosa e limpa apenas um hidratante seria o suficiente... bem, um batom vermelho também caiu bem, parecia que algo especial iria acontecer, não me esquecendo de pegar uma longa capa vermelha decidi sair, evitando os becos escuros, sendo discreta o suficiente para não chamar atenção. Indo em direção a floresta iluminada apenas pela luz da lua e das estrelas parecia que eu estava no momento certo e na hora certa. Pedi permissão aos seres que nelas habitavam, eu não estava ali para fazer mal algum, também a contemplava pela sua essência. Respirando fundo, adentrei na floresta. Eu estava pronta.

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