O Rei das Bruxas avançou como uma sombra viva, movendo-se mais rápido do que qualquer coisa que eu já havia enfrentado. Antes que eu pudesse reagir, ele ergueu a mão e uma onda de magia negra me acertou, arremessando-me contra uma das colunas do salão. A dor explodiu em meu corpo, mas eu não tinha tempo para fraquezas. Stella ainda estava lá, observando, como se estivesse presa entre dois mundos. Levantei-me, limpando o sangue que escorria pelo canto da minha boca. — É só isso que você tem? — desafiei, deixando minha fúria transparecer. Ele riu, um som profundo e ameaçador. — Você tem coragem, Alpha. Mas coragem não será suficiente para derrotar um rei. Ele estendeu os braços, e o salão foi tomado por criaturas sombrias, suas formas oscilantes parecendo feitas de pura escuridão. Elas avançaram, cercando-me. Não havia escolha a não ser lutar. ### A Luta Começa Transformei-me completamente, liberando meu lobo interior. Minha pele queimava enquanto meus ossos se realinhavam
Fuga pelo portalO salão tremia, pedaços de pedra caíam do teto enquanto o Reino das Bruxas começava a desmoronar ao nosso redor. Eu mal conseguia me manter em pé, minha visão turva pela perda de sangue e pelo esgotamento. Stella segurava meu braço, sua magia agora fraca, mas suficiente para me ajudar a caminhar. Criaturas horrendas pairavam no céu que agora se revelara em uma tonalidade escarlate com leves tons alaranjados, como se o próprio horizonte ardesse em chamas. Algo estava errado, algo muito maior do que eu podia compreender. Era como se nossa presença naquele lugar tivesse rompido um equilíbrio frágil, despertando algo sombrio e ancestral.O rugido de uma das criaturas cortou o ar, sua silhueta grotesca contrastando contra o brilho avermelhado. Elas não nos atacavam diretamente, mas nos cercavam, voando em círculos acima de nossas cabeças.— Stella, o que está acontecendo? — perguntei, minha voz baixa, mas carregada de urgência.Ela olhou para o céu com olhos arregalados
O Peso da Fuga Deitei minha cabeça no chão e respirei profundamente. O ar era fresco, mas parecia pesado, como se cada partícula carregasse o peso da batalha que acabávamos de enfrentar. Stella ainda estava ao meu lado, seus dedos delicados aplicando magia nos cortes profundos que marcavam meu corpo. — Não era para termos sobrevivido — murmurei, minha voz rouca. Ela olhou para mim, sua expressão séria. — Nós sobrevivemos porque você lutou, Alpha. E porque eu não podia deixar que ele nos vencesse. Apesar da dor, virei o rosto para encará-la. Seus olhos brilhavam com determinação, mas havia uma sombra de dúvida ali. — Stella, você está bem? — perguntei, percebendo que suas mãos tremiam levemente enquanto trabalhava. Ela hesitou antes de responder, desviando o olhar. — Não sei. Algo daquele lugar... ficou comigo. Eu sinto. Me sentei com esforço, ignorando o protesto do meu corpo. — O que quer dizer? Stella segurou seu braço esquerdo, como se algo o incomodasse. Quan
Stella caminhava pelo interior das ruínas com determinação, ainda que visivelmente exausta. Ela estendeu as mãos, murmurando palavras em uma língua antiga. Logo, faíscas de luz surgiram do nada, e, diante de nós, grossos cobertores de lã macia tomaram forma, caindo suavemente no chão. — Isso deve mantê-lo aquecido. — Sua voz era suave, mas firme. Ela continuou com outro feitiço, desta vez conjurando uma pequena fogueira no centro da sala. A chama brilhou intensamente, iluminando nossos rostos cansados e enchendo o espaço com um calor reconfortante. — Agora, descanse, Alpha. Vou preparar algo para você comer. Eu quis protestar, mas o cansaço e a dor em meu corpo eram esmagadores. Apenas assenti e me recostei contra a parede, observando Stella enquanto ela movia suas mãos graciosas, misturando ervas e água em um pequeno caldeirão que havia conjurado. O aroma do caldo quente logo preenchia o ar, trazendo uma sensação de conforto que eu não sentia há muito tempo. Ela se aproximo
O silêncio da noite envolvia tudo ao nosso redor, quebrado apenas pelo som distante do vento e pelo estalar das brasas. Stella dormia agora, a expressão suavizada pelo cansaço. Eu, porém, não conseguia fechar os olhos. O peso daquela promessa era como uma pedra sobre o meu peito. A cada vez que eu olhava para ela, tão frágil e ao mesmo tempo tão resiliente, sentia minha determinação se reforçar. Mas o que eu não podia ignorar era a realidade implacável que nos cercava. O mundo não era gentil com aqueles que fugiam. Levantei-me devagar, tentando não perturbá-la. A dor atravessou meu lado como uma lâmina quente, mas eu a ignorei. Caminhei até a beira da clareira e olhei para a floresta adiante. Ela parecia infinita, cheia de segredos e perigos. Se havia algum lugar onde poderíamos estar seguros, ele ainda estava muito além do que podíamos ver. Lembrei-me das palavras de um velho viajante que encontramos meses atrás: "O norte guarda mais do que gelo e neve. Guarda segredos antigos,
A floresta parecia infinita. As árvores altas e retorcidas lançavam sombras que se moviam com o vento, enquanto o chão irregular tornava cada passo um esforço. Carregar Stella nos braços era uma tarefa árdua, mas eu não tinha escolha. Seu estado piorava a cada hora; a febre queimava sua pele e, às vezes, ela murmurava palavras desconexas que eu não conseguia entender. — Alpha... — Ela chamou meu nome, a voz fraca como o suspiro de uma folha ao vento. Parei e a coloquei cuidadosamente no chão, encostando-a em uma árvore coberta de musgo. Seus olhos estavam entreabertos, mas havia algo diferente. Uma luz peculiar, quase etérea, parecia brilhar em suas íris. — O que foi, Stella? Fale comigo. — Minha preocupação crescia, mas ela parecia alheia à urgência na minha voz. — Eu vi... algo. — Sua respiração estava pesada, mas suas palavras saíam com clareza assustadora. — Havia uma mulher. Ela falou de uma profecia. Apertei os punhos, tentando afastar o arrepio que subiu pela minha es
A noite trouxe consigo um silêncio inquietante. Do lado de fora da cabana, o vento soprava como um lamento, balançando as árvores e fazendo a madeira ranger. Dentro, Stella estava inconsciente, sua respiração cada vez mais fraca. O curandeiro murmurava preces antigas, enquanto eu me mantinha em alerta, os ouvidos atentos a cada som que pudesse indicar perigo. Foi então que o silêncio se quebrou. Um estrondo reverberou pela floresta, como se o próprio chão tivesse sido atingido por um trovão. O curandeiro se virou para mim, os olhos arregalados. — Ele está aqui. Meu sangue gelou. O rei bruxo. A sombra que nos perseguia desde que fugimos, o responsável por tanto sofrimento. Ele havia nos encontrado. Antes que eu pudesse reagir, a porta da cabana foi lançada contra a parede com uma força sobrenatural, e uma figura envolta em um manto negro atravessou o umbral. Seus olhos brilhavam como chamas rubras sob o capuz, e sua presença carregava um peso quase sufocante, como se a própri
Stella Os sonhos ficavam cada dia mais frequentes, pareciam sonhos lúcidos, aqueles em que eu me lembrava da maior parte dos acontecimentos, eu não entendi o que estava acontecendo, mas sabia que teria um significado e provável que profundo. Sempre as mesmas sensações: os cabelos de um homem musculoso e grande roçando meu rosto e seios, suas mãos fortes e tão seguras de si explorando tantas partes do meu corpo... Mas quando chegava perto de finalmente eu olhar seu rosto acordava. E de certa forma frustrada passava meu dia. O despertador tocara pelo o que considerava ser a 4° vez seguida. Merda merda merda, atrasada de novo. Decido que me arrumar era a prioridade principal, decido por uma calça jeans, blusa cinza e jogo por cima um blazer. No rosto apenas um hidratante facial e labial, não tinha tempo o suficiente para fazer uma produção glamourosa, eu era jornalista afinal, meu trabalho exigia que eu ficasse horas demais revisando palavras, eu estava descente o suficiente. O café