A noite trouxe consigo um silêncio inquietante. Do lado de fora da cabana, o vento soprava como um lamento, balançando as árvores e fazendo a madeira ranger. Dentro, Stella estava inconsciente, sua respiração cada vez mais fraca. O curandeiro murmurava preces antigas, enquanto eu me mantinha em alerta, os ouvidos atentos a cada som que pudesse indicar perigo. Foi então que o silêncio se quebrou. Um estrondo reverberou pela floresta, como se o próprio chão tivesse sido atingido por um trovão. O curandeiro se virou para mim, os olhos arregalados. — Ele está aqui. Meu sangue gelou. O rei bruxo. A sombra que nos perseguia desde que fugimos, o responsável por tanto sofrimento. Ele havia nos encontrado. Antes que eu pudesse reagir, a porta da cabana foi lançada contra a parede com uma força sobrenatural, e uma figura envolta em um manto negro atravessou o umbral. Seus olhos brilhavam como chamas rubras sob o capuz, e sua presença carregava um peso quase sufocante, como se a própri
Stella Os sonhos ficavam cada dia mais frequentes, pareciam sonhos lúcidos, aqueles em que eu me lembrava da maior parte dos acontecimentos, eu não entendi o que estava acontecendo, mas sabia que teria um significado e provável que profundo. Sempre as mesmas sensações: os cabelos de um homem musculoso e grande roçando meu rosto e seios, suas mãos fortes e tão seguras de si explorando tantas partes do meu corpo... Mas quando chegava perto de finalmente eu olhar seu rosto acordava. E de certa forma frustrada passava meu dia. O despertador tocara pelo o que considerava ser a 4° vez seguida. Merda merda merda, atrasada de novo. Decido que me arrumar era a prioridade principal, decido por uma calça jeans, blusa cinza e jogo por cima um blazer. No rosto apenas um hidratante facial e labial, não tinha tempo o suficiente para fazer uma produção glamourosa, eu era jornalista afinal, meu trabalho exigia que eu ficasse horas demais revisando palavras, eu estava descente o suficiente. O café
LukeE ela vem com seus longos cabelos negros esvoaçantes, seu corpo esbelto implora pelo meu toque. E de repente, somos um emaranhado de corpos, ansiosos pelo toque, explorando partes intocadas, com faíscas elétricas percorrendo, até que estou prestes a ver seu rosto... No minuto seguinte, estou acordado.Já estou no meu escritório resolvendo assuntos relacionados a matilha, devo ter cochilado, não sei o por que, mas não consegui dormir bem nos últimos dias, uma ansiedade recorrente, uma falta de algo.Reforçando a segurança após a quase invasão de lobos desertores. Não podemos bobear. Outros alfas estão nos observando e eu sei que nenhum hesitaria em questionar meu domínio sob a matilha.A vida se desenrola como se todos os dias fossem o mesmo: Ida ao escritório, resolver pendências da matilha, vezes afastam as pretendentes, mas não achei ninguém tão interessante ainda.- Alfa, tenho um assunto que precisamos discutir - Disse ele, David meu beta um homem loiro, de pele clara com est
Stella Adentrando na floresta nebulosa com ar amedrontador, um forte cheiro familiar invadiu-me: cheiro amadeirado com toque cítrico, ignorei, afinal minha mente parecia estar me lançando pegadinhas ultimamente. Eu era filha das matas, consciente que a floresta era um ser pulsante, tão vivo quanto os animais que nela habitavam: seu vento era como sua respiração, a terra, como seu extenso corpo, a água dos rios e lagos como uma corrente sanguínea e a folhagem e árvores como seu pêlo. Caminhando pela vegetação e árvores era como estar finalmente em casa, não poderia viver lá, obviamente considerando as implicações disso, mas, quando tinha a chance, não hesitava em vir apreciar e quem sabia realizar um pouco que sabia de magia. Ser mágico, era o que eu me considero atualmente e sentindo a energia de muitos outros sei que me sinto acolhida e entendida aqui, não era a estranha ou aberração, aqui sou simplesmente eu. Depois de andar com alguns minutos na mata fechada, encontro uma
Cheiros cítricos e amadeirados invadem o quarto que estou. Encho os pulmões de ar quando percebo que o cheiro está vindo da coberta branca que estou enrolada.Abro os olhos enquanto subitamente um feiche de luz vindo das grandes janelas atingem meus olhos, me forçando a piscar para ajustar a luminosidade repentina. As memórias voltam, intensas.- Onde estou ? - Pergunto a jovem com cabelos loiros perfeitamente arrumados em um coque que está vestida com blusa e calças brancas, enfermeira suponho, que está próxima de mim, ajustando meu soro apoiado ao meu lado, pelo latejar do meu braço, receio que recém instalado- Está no quarto do Alpha, ele vira em breve A porta subitamente se abre revelando uma figura alta e forte, com cabelos negros penteados para trás, calças sociais e camisa social branca claramente apertada nos braços.- Deixe-nos a sós - Diz ele se dirigindo a jovem que se dirige rapidamente a saída - Então, qual o seu plano? - Diz ele com olhar desafiador - O que está fala
Após horas de tédio absoluto e um bom tempo imersa no conforto daquela cama absurdamente aconchegante, decido que é hora de agir. Preciso sair daqui. Antes que pudesse formular um plano decente, movimentos estranhos do lado de fora me chamam a atenção. Pela janela, vejo vários homens indo e vindo, como lobos em patrulha.O que eles querem comigo? Realmente acreditam que vou me comportar como uma donzela resgatada, grata pelo "cativeiro"? Mal sabem que estão lidando com a vilã desta história.Tateando pela sala à procura de algo que pudesse me ajudar, meus dedos tropeçam em um livro na estante. Ao puxá-lo, o inesperado acontece: uma passagem secreta se revela. Meu coração dispara. É a oportunidade perfeita. Mas, antes que eu possa sequer pisar no corredor oculto, o som de passos pesados ecoa do lado de fora.O som dos passos faz meu coração disparar. Meu corpo congela por instinto, como se cada célula gritasse para eu me esconder. A adrenalina toma conta de mim, e por um momento, tudo
A noite estava inquieta, como se o próprio ar ao meu redor soubesse que algo ruim estava para acontecer. Eu me mexia na cama, o coração acelerado, planejando cada movimento. O Alpha e seus lobos estavam em algum lugar do lado de fora, mas eu não podia esperar mais.Minha chance de escapar estava na passagem secreta que havia descoberto. Com passos cuidadosos, levantei-me e caminhei até a estante. Meu dedo encontrou o livro certo, e com um clique suave, a passagem se abriu novamente. Um frio percorreu minha espinha enquanto eu olhava para o túnel escuro à frente, mas hesitar não era uma opção.Entrei, fechando a entrada atrás de mim. A escuridão era opressora, e o cheiro de pedra úmida me enchia os pulmões. O túnel era silencioso demais, o tipo de silêncio que fazia minha pele arrepiar. Mesmo assim, continuei.Cada passo que eu dava parecia ressoar no túnel, como se o próprio ambiente estivesse me denunciando. Minhas mãos deslizavam pelas paredes frias e ásperas, guiando-me na escuridã
Eu mal conseguia acreditar onde estava. O salão ao meu redor era imenso, sombrio e impregnado de um poder que fazia minha pele formigar. A luz das runas nas paredes pulsava como se estivessem vivas, acompanhando o ritmo irregular do meu coração.O Rei das Bruxas caminhava em minha direção com uma tranquilidade irritante, o som de suas botas ecoando pelo chão de pedra.— Não se preocupe, Stella. Em breve, tudo fará sentido.Eu me encolhi, mas forcei minha voz a sair firme.— Não sei do que você está falando, mas não sou o que você pensa.Ele parou à minha frente, abaixando-se até ficar no meu nível. Seus olhos me analisaram como se procurassem algo escondido dentro de mim.— Ah, você sabe exatamente o que é. Apenas ainda não aceitou.Eu desviei o olhar, meu coração batendo forte. Ele não estava mentindo, mas eu não podia admitir aquilo. Não agora.— Me deixe ir embora — pedi, tentando manter a calma.Ele riu, um som baixo e cheio de desdém.— Ir embora? Você acha que eles, os lobos, po