Ana tem dificuldades de se relacionar com as pessoas, e quando entregou a uma paixão, percebeu que estava sendo enganada. Nicolas não se decidia entre ela e sua ex-namorada, Laura. Até que a notícia sobre o noivado do casal lhe surpreende. Arrasada com a notícia, sua vida vira do avesso, até que ela é salva de um assalto por um morador de rua. Mateo, como ela o chama, fica gravemente ferido por defendê-la, sem saber para onde levar ele após sua alta no hospital, ela o leva para seu apartamento. Só não esperava que sua estadia ali tornaria seu inverno muito mais caloroso. Ela descobre que Mateo na verdade é Marco, um grande homem com um passado doloroso que não se recuperou de seus traumas. Ele irá lhe ajudar a superar o fora de Nicolas se passando por seu namorado, e tudo isso acaba se tornando a maior verdade de suas vidas. E juntos irão descobrir que podem ajudar um ao outro a curar suas dores.
Ler maisAnaJamais imaginei que duas crianças fossem capaz de fazer tanta bagunça. Minha rotina não é nada fácil, manter a casa em ordem, cuidar das crianças e ainda auxiliar na administração do restaurante e nas doações aos moradores de rua. Há dias em que acho que vou enlouquecer, mas confesso que nunca fui tão feliz em toda minha vida. Há dois anos larguei meu trabalho como editora no jornal, então resolvi que ficar em casa para me dedicar a minha família, seria uma boa ideia. Gosto do que faço, por isso criei coragem e me aventurei como colunista, assim não fico totalmente longe do que sempre gostei de fazer.O FontanniDuo se tornou um dos pontos forte da nossa cidade, Marco nunca esteve tão bem. Fico feliz pois conseguiu superar de vez todos seus traumas e dores do passado, nem de longe ele é aquele Marco que conheci, primitivo, arisco, mergulhado em sofrimento. Ele também me ajudou a curar algumas feridas, infelizmente adquiri uma ansiedade, por causa de tudo o que aconteceu quando per
AnaCinco meses...Desde o descobrimento da minha gravidez, precisei me afastar do trabalho presencial. Marco e eu decidimos que eu faria repouso e me cuidaria ao máximo. Então comecei a trabalhar em home office, de casa. A gestação não é de risco, porém achamos melhor nos cuidarmos, principalmente depois que a ultrassom mostrou nossos dois bebês. Marco e eu, não acreditamos quando a doutora nos disse que batiam dois corações. Ele não se conteve de emoção, chorou muito. Afinal esperou muito para ser pai novamente e agora teve esta grande surpresa. Decidimos que ele escolheria o nome da nossa bonequinha, Marco queria algo que remetesse a Melissa, então escolhemos Melina, e é claro eu não apenas aceitei como amei. Escolhi o nome de Marcio para meu menino, queria algo que homenageie minha mãe, sinto tanto sua falta, e me recordo do último sonho que tive com ela, mamãe me disse que viriam mais pessoas para eu amar e cuidar, acho que ela quis dizer sobre meus filhos. Por isso eu precisava
AnaDois meses depois...Depois da nossa última briga, Marco e eu conversamos bastante. Decidimos confiar um no outro e prometi nunca mais esconder nada dele. Ele compreendeu meus medos e não me pressionou com a gravidez tão desejada. Continuo tomando meu anticoncepcional até decidir que é o meu melhor momento. Já retirei a tipóia e estou fazendo muitas seções de fisioterapias. Felizmente estou praticamente recuperada.É feriado, e por isso Marco resolveu tirar uma folga para visitar os pais. Claudio está na churrasqueira, há também alguns parentes, entre eles Bruno e sua família. Estou com Helena, ajudando com um molho especial quando de repente sinto muito mal estar, esta e a segunda vez que me sinto mal hoje, conversamos sobre o quanto fiquei enjoada no vôo, mas isso e normal, sempre passo mal ao viajar de avião, isso não muda.Helena me encara com um brilho nos olhos.— Ana, você pode estar grávida novamente! — fala empolgada.Reviro os olhos, meus sogros ao contrário de Marco não
AnaSaio da sala de Nicolas ainda um pouco surpresa com sua atitude. Pelo menos sinto que ele não se tornará mais um problema entre mim e Marco. Passo rapidinho na sala de minha amiga e lhe conto sobre minha conversa com ele. Lili fica tão surpreendida quanto eu. Depois da nossa conversa, ela me mostra um vídeo da pequena Lígia que já está ficando de pé sozinha, juntas rimos e babamos da fofura que ela é. Depois minha amiga insiste que eu devo ir atrás do meu marido e acertar as coisas. Por mais que eu saiba que Lili tem razão, sinto muito medo, pois nossa briga da noite anterior foi feia e as lembranças de Marco, completamente apagado de bêbado não foi nada bom de se ver. Minha amiga me dá um forte abraço. Não sei o que seria de mim sem ela. Nos conhecemos a pouco mais de cinco anos, mas Liliane tem se tornado como uma irmã.— Tudo irá se resolver, basta ter paciência. Vocês se amam, e o amor sempre vence! — Lili fala em meu ouvido enquanto me abraça. Me surpreendo ouvir minha ami
AnaAcordo e ouço batidas de leve na porta, na sequência vejo a figura de Mara, uma senhora baixinha de cabelos escuros presos em um coque, ela tem me ajudado com a casa alguns dias da semana e até havia me esquecido que hoje ela vinha.- Senhora, Ana. Fiquei sabendo o que houve. Como está? - ela pergunta preocupada.Mesmo decepcionada por não ser o meu marido na porta, tento ser o mais gentil possível com ela, Mara é uma pessoa muito agradável.- Estou bem melhor, obrigada por se importar.Ela não parece muito convencida.Na verdade, meu braço está ótimo de verdade, mas meu coração está destroçado. Acordei com uma forte angustia no peito, dormi longe de Marco não foi nada bom.- Humm, vai precisar de algo?Faço gesto de cabeça de que no vou precisar de nada. Tento me levantar e ela se aproxima para me ajudar.- Mara, você sabe se meu marido já acordou? - pergunto temerosa em saber sua resposta.Fico imaginando se ela presenciou a mesma cena que eu vi ontem a noite, pelo menos me liv
AnaAcordo me sentido fraca, tento me lembrar do que aconteceu. Aos poucos me recordo da queda. Olho para os lados e parece que estou em um hospital, em uma enfermaria, meu braço esquerdo está imobilizado por uma tipóia e ainda dói um pouco.— Você rompeu os ligamentos do ombro. Precisará de bastante repouso para não fazer uma cirurgia. — Esta voz me é familiar, olho rapidamente e vejo a figura de Nicolas ao meu lado. Bufo:— Droga!Ele continua:— Precisou levar pontos no braço, mas seu tornozelo está bom, não houve torção.Aos poucos tudo fica nítido em minha mente, e a única coisa em que penso é em Marco, e se ele soube da minha queda, afinal ele já teve muito problema por hoje.— Avisaram meu marido?Quando termino a frase, Liliane entra no quarto, minha amiga parece preocupada comigo.— Ana, pelo amor de Deus como você está?Ela se aproxima e com seu jeito bronco me abraça. E é claro que dói. Eu gemo.— Vou ficar bem, eu acho.Somente neste momento minha amiga nota a presença d
Ana— Ana Jully! — ele fala meu nome com seu tom de voz grave.Não lhe encaro, tento olhar apenas para frente contando ansiosamente cada andar que o elevador irá subir até chegar na redação.— Olá... Nicolas — digo formalmente, para parecer educada.Sem notar estou esfregando as mãos, mais precisamente em minha aliança.— Então você se casou mesmo, com o falso... Mateo — ele ri de forma sarcástica.— Sim, eu me casei — tento não estender nosso diálogo e já aproveito para colocar as coisas em seu devido lugar. Lhe encaro: — E agora você está aqui e será o meu chefe. Vamos tentar tornar as coisas menos esquisitas, afinal somos adultos e civilizados.Ele me observa e confesso que isso me deixa irritada. Ainda mais que ele me analisa da cabeça aos pés.— Você está muito bem, senhora Jully.— novamente fala com sarcasmo ao me chamar pelo nome que odeio e ainda por cima como senhora. Parece não ter ouvido nada do que eu disse.Pela primeira vez o encaro nos olhos.— Olha aqui, Nicolas! — fal
AnaAcordo sentindo todas as partes do meu corpo dolorida, acho que fiquei horas demais trabalhando na mesma posição em frente ao notebook. Depois que aceitei fazer algumas alguns trabalhos de campo, tenho me desdobrado. Apesar de não ser o que eu gosto, Marco tem me incentivado bastante com isso. Por falar nele, não o vi chegar ontem, o FontanniDuo está participando de um concurso dos melhores restaurantes da cidade e por isso o movimento triplicou além de que ele passa boa parte do tempo que sobra de folga, criando pratos novos. Nossos horários estão se desencontrando. Bufo ao notar a cama vazia, o que significa que ele talvez tenha saído cedo. Mas quando sinto um cheiro familiar invadir o quarto, sei que ele está aqui, em seu lugar favorito da casa, a cozinha.Tomo um banho rápido, pois, estou em cima do meu horário, visto um vestido de mangas compridas preto com bordados. Tenho aprendido a me vestir melhor, de forma mais elegante, meus cabelos estão presos no alto. Me abaixo par
AnaMeu coração está transbordando com o nosso grande dia, dia em que nossas vidas estarão unidas para sempre, nosso casamento. Não imaginava que as coisas fossem acontecer tão rápido entre a gente, mas na verdade descobri que o mais importante não é sobre o tempo que se conhece alguém, mas sobre o quanto essa pessoa tem feito a diferença em sua vida enquanto esteve contigo. Decidimos por uma cerimônia simples, apenas com a presença de um juiz, além da família de Marco, obviamente minha amiga Liliane e Lucas, e alguns poucos amigos. Eu não queria todo aquele glamour de um casamento convencional e religioso, Marco também não. Helena escolheu um espaço para eventos, um lugar incrivelmente lindo, ao estilo castelos Vitoriano, e confesso que mesmo achando exagerado, acabei aceitando e amando.O dia amanheceu bastante frio e chuvoso, bem diferente do que uma noiva tradicional sonha para este grande dia, mas enquanto analiso a chuva fina cair ao lado de fora, muitas coisas passam em minha