Três gerações de mulheres, dentre elas uma contadora de histórias surreais. Cada uma com personalidades e histórias de vida diferentes, mas todas em busca dos sonhos. Orquídea, descendente de escravos e professora; Ametista, valente e batalhadora; Estrela, sensível e contadora de histórias. Estrela é uma jovem loira dos cabelos cacheados que vai contando histórias surreais, de suspense, terror, fantasia, aventura, ficção científica, drama e amor. Até que um dia, em terras pantaneiras, ela se apaixona por um viajante estrangeiro e, ela própria vai viver a sua própria história surreal. Uma história brasileira, sensível, onde nos segredos há feridas.
Ler maisO mundo invisível é a fantasia, e, fantasia que nada mais é do que a busca de melhorar a realidade. Contudo, a realidade também é pura fantasia e, e a fantasia é vida e, como já ouvi, a vida é um milagre. A criação de histórias ou de um romance, como se nota bem na obra, surgem de elementos inspirados da realidade. Pode ser de algo que o escritor sentiu, vivenciou, pode ser algo que ele presenciou ou que ele ouviu. A inspiração vem de muitas maneiras, quando menos se espera, ou quando se busca. Antes a história está somente na imaginação. Criar um personagem é juntar experiências e sensações minhas com coisas dos outros, como fiz sobre a minha experiência em uma congregação religiosa, onde coloquei a minha experiência juntamente com a experiência de outras jovens que conheci, onde algumas desistiram e outras permaneceram. Assim, essa obra é a própria ideia de como funciona a criação do escritor. E tantos s
− Que segredo? −James alteou as sobrancelhas. − Nada. − Estrela riu levemente. − Hum. Então, você esperaria por mim assim como a Carolina, Estrela? − Disse James tocando nos dedos de Estrela. − Não. Eu não sou como ela. Teria ficado muito zangada se tivesse próximo de mim e, resolvesse me deixar. − O que? Como você pode falar assim dos seus personagens? −Perguntou James surpreso, mas com tom de brincadeira. − Obvio que posso. Eles são meus personagens e, assim posso falar qualquer coisa. James divertiu-se. − Não seja injusta. − Não estou sendo. Só estou dizendo o que eu penso.
O MochileiroCatriel olhava pela pequena janela do avião, enquanto os seus colegas de parapente se preparavam para saltar. O céu era vasto, que parecia não possuir fim, e talvez tivesse, e, como diziam os homens medievais, talvez nesse fim, houvesse monstros. Mas como ele descobriria o que haveria no fim do mundo? Não seria possível. Pois saltar de parapente era o único momento na vida que ele se sentia livre. Ele que já estava habituado, tinha como os saltos os únicos momentos para ser livre, pois a sua rotina diária se resumia a papéis e mais papéis, na empresa de advocacia do seu pai. Ele que est
Ele lhe disse: “vem me ver, e venha com a roupa mais bonita que tiver, e o sapato também”. E ela rodopiou pelo quarto, com a ansiedade e com ardor de que o veria outra vez. Um motorista foi pegar Estrela na casa dos seus pais. Estrela usava um vestido vermelho floral, um pouco após os joelhos, com mangas bufantes. Uma maquiagem leve, com exceção do batom um pouco mais forte, avermelhado, uma cor que raramente usava. Colocou umas das poucas joias que possuía, já que só tinha praticamente bijuteria. Um pingente e brincos de ouros, pequenos e delicados. Um salto alto, que raramente ela usava também. James pediu que fosse arrumada ou melhor dizendo “mais linda do que ela e
− E um dia nós seremos felizes na terra também. − Disse James de modo rígido, mas mesmo assim, ainda tão doce. − Ah, claro! Um dia… Estrela havia aprendido a odiar quando ele dizia “um dia”. − Aquela parte do sonho foi muito legal… achei mesmo que ela tivesse entrando na espaçonave dos ETs... Quer dizer, você tivesse entrado… James riu muito. Estrela sorriu docemente, com um jeitinho que se encolhia, para que havia uma magia que entrelaçava o seu coração. James a olhava calado como se a contemplasse. Estrela tornou-se sem graça, e sem conseguir mais olhá-lo nos olhos, ouviu: − Foi adorável a história, ainda mais eu sendo um personagem da história.Eu realmente gostei. −Disse
Por causa do curso de Psicologia há um bom tempo Estrela não lia um romance e, naquele momento de trégua sobre a vida, ela resolveu se aventurar em algum clássico que se tornara musical. O Fantasma da Ópera narra a história da jovem atriz Christine em torno do Ópera de Paris, na qual é disputada pelo amor entre um misterioso fantasma que assombra o teatro e, Raoul, amigo de infância da jovem. O livro não lhe pareceu muito interessante no início, até pegar um teor romântico e surpreendentemente policial.Contudo, era difícil não se preocupar, entre a leitura do Fantasma da Ópera vinha-lhe à mente as imagens horrendas da Peste Negra que assolou a Europa durante boa parte da Idade Média, sendo o pilar para o fim desse per&iacut
Estrela havia pegado emprestado vários livros da biblioteca. Todos romances, que tão pouco ela vinha lendo, por causa das aulas. − Não sei, acho que vou deixar alguns… Disse Estrela para o rapaz, um dos funcionários da biblioteca acadêmica. − Se eu fosse você, eu levaria todos. − O que? São apenas quinze dias de isolamento. − Você pode ficar durante um mês com os livros. Insistiu o funcionário. − Um mês? − Fomos dispensados durante um mês para trabalhar em casa. &n
Estrela ligou a TV, colocou no telejornal, há tanto tempo ela não assistia as notícias! Pois na sua mente só tinha espaço para as coisas da faculdade. Muitas vezes chegava a dormir em frente à TV, e acabava por perder quase todo o noticiário. Como sempre, as notícias se resumiam sobre coisas ruins, como assassinato, crise econômica, desvio de verba pública, doenças, a cotação do dólar… Humm… Ou algumas poucas vezes, coisas boas, como programas sociais etc. Não que saber sobre coisas ruins não era importante, ela não queria ser uma alienada. Mas... Não havia nenhuma novidade, pois o mundo sempre respirava o caos. De repente, quase adormecendo, ainda vestida com a roupa que usara na faculdade, calça jeans, uma camiseta com uma frase bonita; os cabelos soltos, espalhados agora no sofá, seu celular toco
Estrela gritou de alegria quando soube que finalmente iria fazer intercâmbio na Inglaterra. Iria ficar hospedada na casa dos seus tios Alberto e Mariana. Segundo Ametista, sua tia estava feliz em ter uma parente próxima deles e, mais feliz estava Estrela porque iria ficar próximo de James. Na verdade, eles haviam conseguido o curso de graça para Estrela com alguns amigos brasileiros proprietários da escola de idiomas, deram a Estrela o curso mais uma bolsa para transporte público, que fazia parte de um programa estudantil governamental, onde o estudadente só deveriam arcar com os custos da viagem e de situações extras no país. Depois de tantas reclamações de Estrela, para Ametista essa era uma oportunidade de Estrela possuir uma boa formação que com certeza lhe seria útil no futuro, além de ser o tempo para pensar o que realmente iria fazer da vida. E Estrela mais do que nunca gostava daquele rapaz, não podia ser ironia do acaso, justamente ter surgido es