Ele lhe disse: “vem me ver, e venha com a roupa mais bonita que tiver, e o sapato também”. E ela rodopiou pelo quarto, com a ansiedade e com ardor de que o veria outra vez.
Um motorista foi pegar Estrela na casa dos seus pais. Estrela usava um vestido vermelho floral, um pouco após os joelhos, com mangas bufantes. Uma maquiagem leve, com exceção do batom um pouco mais forte, avermelhado, uma cor que raramente usava.
Colocou umas das poucas joias que possuía, já que só tinha praticamente bijuteria. Um pingente e brincos de ouros, pequenos e delicados. Um salto alto, que raramente ela usava também.
James pediu que fosse arrumada ou melhor dizendo “mais linda do que ela e
O MochileiroCatriel olhava pela pequena janela do avião, enquanto os seus colegas de parapente se preparavam para saltar. O céu era vasto, que parecia não possuir fim, e talvez tivesse, e, como diziam os homens medievais, talvez nesse fim, houvesse monstros. Mas como ele descobriria o que haveria no fim do mundo? Não seria possível. Pois saltar de parapente era o único momento na vida que ele se sentia livre. Ele que já estava habituado, tinha como os saltos os únicos momentos para ser livre, pois a sua rotina diária se resumia a papéis e mais papéis, na empresa de advocacia do seu pai. Ele que est
− Que segredo? −James alteou as sobrancelhas. − Nada. − Estrela riu levemente. − Hum. Então, você esperaria por mim assim como a Carolina, Estrela? − Disse James tocando nos dedos de Estrela. − Não. Eu não sou como ela. Teria ficado muito zangada se tivesse próximo de mim e, resolvesse me deixar. − O que? Como você pode falar assim dos seus personagens? −Perguntou James surpreso, mas com tom de brincadeira. − Obvio que posso. Eles são meus personagens e, assim posso falar qualquer coisa. James divertiu-se. − Não seja injusta. − Não estou sendo. Só estou dizendo o que eu penso.
O mundo invisível é a fantasia, e, fantasia que nada mais é do que a busca de melhorar a realidade. Contudo, a realidade também é pura fantasia e, e a fantasia é vida e, como já ouvi, a vida é um milagre. A criação de histórias ou de um romance, como se nota bem na obra, surgem de elementos inspirados da realidade. Pode ser de algo que o escritor sentiu, vivenciou, pode ser algo que ele presenciou ou que ele ouviu. A inspiração vem de muitas maneiras, quando menos se espera, ou quando se busca. Antes a história está somente na imaginação. Criar um personagem é juntar experiências e sensações minhas com coisas dos outros, como fiz sobre a minha experiência em uma congregação religiosa, onde coloquei a minha experiência juntamente com a experiência de outras jovens que conheci, onde algumas desistiram e outras permaneceram. Assim, essa obra é a própria ideia de como funciona a criação do escritor. E tantos s
Escrito durante o início da Quarentena do Covid-19, esta história é dedicada a todos aqueles que na realidade cruel da vida, mesmo assim, ainda sonham, pois são os sonhos que nos fazem querer viver. E mais especialmente, aos amantes e apaixonados que ficaram distantes durante a Quarentena e, aquele que um dia adentrou o jardim do meu coração. A História de Orquídea Pé-de-moleque, bolo de fubá e sonho eram os doces preferidos de Orquídea. Coisas que nem sempre ela tinha para comer. A bisavó de Orquídea chamava-se Tomasia Mucama. ‘Mucama’ porque esse foi o apelido que ela recebeu quando se tornou mucama de uma sinhazinha branca dos cabelos loiros. Tomasia foi escrava na fazenda da família Souza, que se localizava num município do interior de São Paulo, até que houve a abolição da Escravatura em 1888. Na época da escravidão no Brasil, era comu
Orquídea que estava com vinte e um anos de idade, dois anos mais velha que Helena, tão logo depois, também decidira ingressar na Congregação. Helena que outrora morou no Convento de Santo Antônio com as irmãs como interna, apresentou as novas obrigações para Orquídea, que antes de entrar no Postulantado decidiu passar alguns meses como interna, residindo com as irmãs. Acordava às cinco da manhã para fazer o café da manhã; que entre os trabalhos domésticos logo revezava os afazeres com Helena, a jovem Ir. Maria e a anciã Madre Superiora, Ir. Catarina, que era responsável pela a organização do convento e, dos afazeres das meninas, gostava de contar histórias no final do dia, por volta das dezoito horas, na hora do jantar, e, término do silêncio no convento das irmãs que no período diurno, como se sabe, ficavam em constante contemplação. A noite Ir. Catarina, enchia-lhe de histórias que ia desde a vida dos santos até contos de fadas. E quando Orquídea
Naquela época, em algumas cidades do Brasil, uma jovem que se casasse grávida era discriminada. Mas a verdade é que Orquídea mais do que tudo era inocente, e a dor de casar-se grávida foi a mais dilacerante. E principalmente ela que foi vítima de sedução. Só se deu conta disso quando Afonso a fitava com desprezo no dia do casamento quando disseram sim um para o outro. Não pode mais continuar como professora, porque nessa época ou uma mulher trabalhava ou era mãe de família. Só em último caso, se fazia os dois. A família de Afonso era também descendente de holandeses, como dona Ana e, seu Damásio, que era padrasto desse, posto sua mãe era viúva. O pai de Afonso era um caboclo filho de índio com branco português. Afonso possuía cinco irmãos. Todos casados, com exceção da caçula, Lúcia, com a qual viria a ter como aliada, diante as traições do marido. Lúcia sempre lhe contava quando o flag
A História de Ametista Ametista desde muito pequena começou a odiar o seu nome. Sofria bulling na escola, na rua, com os irmãos e, com os primos. Jurou para si mesma que não iria dar um nome esquisito para nenhum dos filhos que viesse a ter. Quando foi morar em Corumbá, talvez a adaptação tenha sido mais fácil para ela e para os irmãos, do que para Orquídea. Foi uma nova vida, de uma cidade que ela gostava, mas que sentiu que tão longe poderia realizar os seus sonhos. Tão cedo começou a cuidar dos irmãos, com apenas nove anos de idade, acordava quatro e meia da manhã para cuidar de algum irmão mais novo, além de depois ir fazer o café no fogão a lenha, o que dava muito trabalho acender o fogo. Já existia fogão a gás há muito tempo, mas como e
Ir. Rita da Imaculada Conceição, foi assim, que Helena passou a ser chamada, depois que recebeu o sacramento para a vida consagrada como freira, pois que nessa época as religiosas consagradas mudavam de nome simbolicamente, com o sentido de abandono da vida velha, para uma vida nova. Situação que foi modificava com o Concílio do Vaticano II, passando, portanto, a não ser mais obrigatório. Ametista via a mãe chamando a amiga freira ainda pelo nome Helena, no início quando não conhecia a amizade entre as duas, achava estranho. Com o transcorrer do tempo, a estranheza deu lugar ao hábito, pois que entendeu que fora assim que Orquídea a havia conhecido quando jovem. Para as crianças Ir. Rita era chamava de tia Branca, pois que usava um imenso hábito branco. Ela, desde que passara a habita