Vittorio Moretti não era o mocinho dos contos de fadas. Ele não era gentil, muito menos alguém que oferecia carinho sem uma segunda intenção. Para Vittorio, as mulheres tinham um único propósito, e certamente não era o de conquistar seu coração. Criado para ser um soldado leal e implacável, Vittorio se tornou o caporegime mais temido da Cosa Nostra ao matar seu próprio pai, provando sua lealdade ao Don e consolidando seu poder. Seu nome passou a ser sussurrado com respeito e medo, e ninguém ousava desafiá-lo. Mas tudo muda quando, em um negócio perigoso, ele aceita a filha de um viciado como pagamento de uma dívida. Mia não era apenas a filha de um homem fraco — ela carregava um segredo que poderia abalar toda a máfia. Mia jamais imaginou ser arrastada para o mundo cruel de Vittorio, mas sua força e determinação logo mostram que ela não era apenas mais uma vítima. Tentando escapar de uma vida que não escolheu, ela descobre que, por trás da fachada impenetrável de Vittorio, há uma fera tão ferida quanto ela. Conforme os dois se aproximam, o desejo entre eles se torna uma força incontrolável, e Vittorio, acostumado a dominar, se vê perdendo o controle pela primeira vez. Enquanto os rivais dentro da máfia tentam usar Mia como uma arma contra ele, Vittorio precisará decidir se ceder ao sentimento por ela será sua maior fraqueza — ou sua única salvação. Entre segredos de família, traições e uma guerra iminente, será que Vittorio conseguirá manter seu poder? Ou será que Mia, com seu passado inesperado, acabará sendo a sua ruína?
Ler maisMIAO beijo de Vittorio me levou ao céu e ao inferno em questão de segundos. Seus lábios deslizaram pelo meu pescoço, me marcando como dele, e eu não me importava.No fundo, eu sabia. Meu coração já pertencia a Vittorio Moretti.— Mia, você não faz ideia do que faz comigo — ele murmurou, mordiscando o lóbulo da minha orelha.Um arrepio percorreu minha espinha enquanto minhas mãos deslizavam pelo seu peito, puxando sua camisa e a retirando de uma vez. O toque da sua pele contra meus dedos era eletricidade.Era fogo.— Me mostre.Vittorio sorriu, aquele sorriso de predador que me fazia esquecer o mundo. Com um movimento firme, me deitou na cama, pairando sobre mim. Seus dedos deslizaram pela barra do meu vestido, brincando com o tecido.— Eu vou mostrar — ele prometeu, a voz rouca, carregada de desejo. — Não uma, mas várias vezes.Só de imaginar o que viria a seguir, minha pele formigou.— É mesmo? — provoquei, mordendo o lábio.Ele assentiu e, então, deslizou a mão até o bolso.O objet
MIAO resto do dia foi um caos.Vittorio e eu revistamos o chalé, examinando cada cômodo, cada janela, cada canto, mas não encontramos nada.E isso só fez minha ansiedade crescer ainda mais.Mais tarde, enquanto eu arrumava minhas coisas no quarto, ele apareceu na porta, encostando-se no batente com os braços cruzados.— Vamos voltar para os Estados Unidos — anunciou.Parei o que estava fazendo e o encarei.— Agora? Pensei que ainda tinha negócios para resolver aqui.— Minha prioridade agora é a sua segurança.A firmeza em sua voz não deixava espaço para discussão. Vittorio atravessou o quarto e fechou minha mala antes de colocá-la no chão.— Eu não preciso de proteção. Você não precisa se preocupar comigo — protestei, mas minha voz não saiu tão firme quanto eu gostaria.Ele se aproximou, seus olhos presos aos meus. Mas, desta vez, havia algo ali que me desarmou completamente. Medo.— Não vou arriscar sua vida, Mia. Não discuta comigo sobre isso.Havia algo na maneira como Vittorio di
MIANa manhã seguinte, o chalé parecia ainda mais silencioso do que o habitual. O som da chuva que caía lá fora não ajudava a dissipar o peso no ar. Eu não sabia se era o clima cinzento ou se era apenas a minha mente, sobrecarregada de perguntas não respondidas, que criava esse vazio.Vittorio estava no quarto de hóspedes, ocupado ao telefone. Sua voz grave ecoava pelo corredor, mas as palavras eram indistintas, abafadas pela espessura das paredes. Mesmo assim, sua presença parecia preencher o espaço, e o fato de não saber sobre o que ele falava só aumentava minha sensação de desconforto.Decidi sair da sala, tentar distrair minha mente, quem sabe explorar o chalé. Cada passo parecia ecoar no silêncio opressor do lugar. O hall d
MIAA chuva tamborilava contra o vidro da janela, cada gota desenhando trilhas efêmeras antes de escorrer e sumir, como pensamentos que eu não conseguia manter. O céu cinzento parecia pesar sobre o chalé, refletindo o turbilhão que girava na minha cabeça.Breno.Sua visita havia mexido comigo mais do que eu queria admitir. Cada sorriso, cada palavra calculada... Algo nele não parecia certo. A maneira como seus olhos brilharam, dando a impressão de que talvez quisesse transmitir algo que eu não entendi."E Mia... Tente não se meter em problemas, está bem?"As palavras dele ecoavam incessantemente, como um sussurro perturbador na minha mente. Era um conselho? Um alerta? Ou algo mais sinistro? Meu estômago revirava só de pensar. Desde que ele saiu, uma sensação incômoda se instalou, como um calo que arde ao menor toque, impossível de ignorar.A respiração abafada do ambiente parecia aumentar minha inquietação. Apertei os braços ao redor do corpo, tentando me aquecer do frio que não vinha
MIAO chalé estava imerso no silêncio, com o crepitar da lareira sendo o único som além do vento suave que agitava as árvores lá fora. Apesar da calma aparente, meu corpo, coberto apenas com a camisa de Vittorio, estava inquieto, como se antecipasse algo que ainda não havia acontecido.Estava na cozinha, fingindo que o chá em minhas mãos era suficiente para me acalmar, mas meus olhos continuavam a vagar até as janelas. Um desconforto estranho crescia dentro de mim, algo que eu não conseguia explicar, talvez fosse algum tipo de trauma que eu levaria comigo depois do ataque do dia anterior.De repente, um som ao longe interrompeu meus pensamentos. O ronco de um motor ecoou através das árvores, cada vez mais próximo.Coloquei a xícara sobre a bancada, meu coração disparando. Olhei para fora, mas não consegui ver nada através da linha de árvores que cercava o chalé.— Vittorio? — chamei, minha voz mais baixa do que pretendia.Antes que pudesse ouvir uma resposta, ele apareceu na porta da
MIAAcordei com o som suave do farfalhar das cortinas, sentindo o frescor da brisa que invadia o quarto. Para minha surpresa, a cama ao meu lado estava vazia.Vittorio não estava lá.Abracei o lençol contra meu corpo, o toque macio do tecido contrastando com o calor que ainda parecia emanar da minha pele. Fechei os olhos por um instante, deixando as lembranças da noite anterior tomarem conta de mim. Um sorriso escapou dos meus lábios enquanto revivia cada toque, cada suspiro. Nos braços dele, eu havia encontrado uma paz inesperada, um breve refúgio da tempestade que era minha vida.Sentei-me na cama, sentindo o frescor do chão de madeira sob meus pés. Onde Vittorio poderia estar? Algo na ausência dele deixou meu coração inquieto. Enrolei o lençol ao redor do corpo e fui até a porta. Foi então que me lembrei. O homem no corredor. O sangue. O medo que havia se instalado em mim na noite anterior voltou como um relâmpago.Respirei fundo, reunindo coragem, e abri a porta. O corredor estava
MIASem palavras, deixei que meus dedos corressem pelo seu peito, desfazendo os botões de sua camisa. Cada pedaço de pele revelado era uma tentação à qual eu me entregava sem reservas. Seus músculos tencionaram sob meu toque, e eu sabia que aquele momento nos consumiria por completo.Quando seus lábios começaram a explorar minha pele, cada beijo, cada toque, era uma promessa silenciosa, carregada de intenções que faziam meu corpo reagir antes mesmo que eu pudesse compreender. Ele não estava apenas me tomando; estava me oferecendo algo que eu nunca soube que precisava: uma entrega completa e sem reservas.Seus lábios desceram pelo meu pescoço, deixando um rastro de calor em cada pedaço de pele que tocavam, como uma marca invisível que apenas ele poderia deixar. Meus dedos se perderam em seus cabelos, segurando-o com uma força quase desesperada, como se ele fosse minha única âncora em meio ao caos que ele mesmo provocava. Mas a realidade era ele: o peso reconfortante de seu corpo pressi
MIAO toque dos lábios de Vittorio nos meus foi o responsável por me trazer de volta do torpor de ter sido quase sufocada pela intensidade do momento. O beijo, carregado de ternura e cuidado, foi o culpado por me fazer querer que ele nunca se afastasse, que o seu toque durasse para sempre, que o calor dele fosse eterno. Seu gosto era algo inexplicável, uma mistura de doçura e fogo que me consumia por dentro, e foi a razão de eu permitir que seus dedos, com uma delicadeza inesperada, soltassem os meus cabelos. Algo dentro de mim se partiu, algo que eu não sabia como reunir de volta, mas que de algum modo parecia certo.Quando Vittorio se afastou para me observar, seu gosto ainda queimava em meus lábios, uma lembrança tão vívida que meu coração parecia à beira de explodir. Cada batida parecia ecoar o sabor daquele beijo, uma memória tão presente que me fazia querer sentir mais, sentir tudo o que ele tinha para me dar. Eu queria me convencer de que aquilo não deveria ter acontecido, que
VITTORIOEstendi minha mão para Mia, sentindo algo tão estranho quanto inevitável.— Vamos sair daqui.Ela hesitou, seus olhos fixos na minha mão como se aquilo fosse uma escolha com o poder de mudar tudo. E talvez fosse. Quando finalmente seus dedos encontraram os meus, um arrepio percorreu minha espinha. Sua mão tremia contra a minha, mas ela não soltou.Assim que se levantou, passei meu braço pelos seus ombros. O gesto pretendia ser apenas protetor, mas acabou se tornando algo mais. Uma necessidade, um impulso que eu não podia controlar. Caminhamos pelo corredor em um silêncio pesado, quebrado apenas pelo som de nossas respirações entrecortadas.O ca