100: Cinzas da Inocência

MIA

O mundo pareceu parar por um segundo. Tudo ficou mudo, como se o som tivesse sido sugado para dentro do buraco de bala que se abriu no peito do meu pai.

— PAI! — gritei, minha voz rasgando o silêncio logo depois do estampido.

Corri até ele, ajoelhando-me no chão poeirento enquanto Vittorio se virou com um movimento rápido, sacando a arma e procurando com os olhos o atirador. Mas não havia ninguém à vista. Nada além do deserto, do céu queimando laranja, e do corpo do meu pai sangrando sob meus dedos.

— Fica comigo, por favor, fica comigo! — supliquei, pressionando as mãos contra a ferida enquanto lágrimas turvavam minha visão.

Os olhos dele ainda estavam abertos, arregalados de surpresa e dor. Uma bolha de sangue se formava nos lábios.

— Mia… — ele murmurou, a voz tão fraca quanto o vento.

— Shh, não fale, vamos levar o senhor ao hospital, tudo ficará bem — falei, aos soluços.

— Não vai — meu pai disse fraco, um acesso de tosse o possuiu, fazendo sangue escorrer dos seus lábios. —
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