Noah Fitzgerald, um CEO de 37 anos, é um homem metódico, centrado e devoto ao trabalho. Após um divórcio conturbado, ele construiu uma vida impecável, pautada por disciplina e regras que mantêm tudo sob controle. Mas essa rotina perfeitamente alinhada começa a desmoronar quando sua filha Olivia, de 19 anos, decide sair da casa da mãe para morar com ele. Determinado a ser o melhor pai possível, Noah transforma sua mansão em um lar acolhedor. Entretanto, o que ele não esperava era que Olivia se tornasse amiga de Kira, uma jovem de 21 anos, espirituosa, carismática e com uma visão de mundo oposta à dele. A presença de Kira mexe com Noah de um jeito que ele nunca imaginou. Entre provocações sutis, olhares prolongados e uma tensão crescente, ele se vê preso entre a responsabilidade de ser um exemplo para sua filha e o desejo avassalador que sente por uma mulher que representa tudo o que ele evita: intensidade, caos e liberdade. Conforme os dias passam, Noah percebe que não é apenas sua casa que foi invadida, mas também seu coração. Em meio a conflitos internos e segredos inesperados, ele terá que decidir se deve seguir as regras que sempre ditaram sua vida… ou arriscar tudo por um amor improvável que promete virar seu mundo de cabeça para baixo. Um romance que prova que a vida nem sempre segue os planos e que às vezes, o que mais tememos pode ser exatamente o que mais precisamos.
Ler maisNoah FitzgeraldEu estava no canto da varanda, com uma taça de uísque na mão, o terceiro da noite, ou talvez o quarto. A música ecoava pela casa, risadas misturavam-se ao som das ondas da piscina e ao tilintar dos copos. Tudo parecia distante, um borrão, exceto por ela.Meus olhos estavam fixos em Kira. Ela estava no centro do jardim, sob a luz suave das tochas, rindo, gesticulando, conversando com ele. Sebastian, o filho do meu velho amigo. Ele tinha aquele maldito sorriso confiante, o charme de quem nunca precisou tentar muito para conquistar alguém.E ali estava ela, meu pedaço de paz e perdição, rindo como se ele fosse a melhor companhia do mundo. Era um riso que eu conhecia bem, um riso que costumava ser meu.Bebi mais um gole, sentindo o calor do álcool descer pela garganta, mas o vazio no peito permanecia. “Você está agindo como um idiota, Noah,” pensei. Mas era impossível ignorar a dor que crescia cada vez que via Sebastian inclinar-se um pouco mais perto dela, como se estives
A festa acontecia a todo vapor. Não apenas a turma de Olivia apareceu, como alguns calouros foram convidados. Dentre eles, houve um que chamou a atenção de Olivia. Quando visualizou a cabeleira negra no meio da multidão, se aproximou correndo e levou Kira pelas mãos. Queria apresentar o amigo, que tinha como primo. Sebastian aceitou o convite da amiga mesmo a contragosto. Era bem diferente de seu pai. Um jovem bonito, porém tímido e reservado. Morria de vergonha do jeito despojado e sem noção do seu pai. O amava acima de tudo, mas queria que James fosse como seu tio Noah. O tio era uma das pessoas que Sebastian mais admirava. Um homem centrado, educado, reservado. Quando viu a cabeleira loira vindo em sua direção sorriu, mas sua visão seguiu outro caminho e não conseguiu conter a surpresa ao ver a linda garota que estava ao lado da amiga. — Sebastian… você veio meu amigo! — Olivia se jogou nos braços do amigo e distribuiu inúmeros beijinhos no rosto do moreno que corou ao perceber
Kira tinha deixado a casa de Noah naquela manhã com o coração dividido. Passar a noite nos braços dele sempre era mágico, mas os sentimentos que carregava começavam a se transformar em algo maior, mais profundo. Agora, sentada na sala de aula, esperando Olivia, ela não conseguia evitar a lembrança de suas próprias palavras na noite anterior. Tinha o chamado de “meu amor”.“Por Deus, o que eu fiz? Será que ele achou estranho? Será que vai se afastar? Eu preciso me controlar. Não posso ser assim tão vulnerável.” A loira tentou se convencer de que precisava agir como uma mulher madura, alguém que não demonstrasse tanto, que não fosse tão emocional. Mas como ser indiferente quando Noah a fazia sentir como se fosse única no mundo? Antes do amanhecer, Kira despertou. Sentiu o calor dos braços de Noah envolvendo seu corpo de forma possessiva e sorriu.Amava esses momentos.Havia algo reconfortante e ao mesmo tempo avassalador em dormir e acordar com ele. Enquanto observava o rosto tranquilo do loiro adormecido, cada detalhe parecia perfeito: os cabelos caídos sobre os olhos, a barba por fazer, a boca ligeiramente entreaberta. Ele era um anjo dormindo, mas, ao mesmo tempo, uma força que a desestabilizava.Kira suspirou, sabendo que precisava se levantar. Olivia havia combinado de chegar cedo na faculdade e a desculpa seria que havia passado a noite na casa da melhor amiga. Noah, é claro, sabia que aquilo era uma mentira. Afinal, ela estava ali, com ele. Esse jogo de disfarces e segredos era sufocante e Kira senCapítulo 72 - Momentos intimos
Kira levantou a cabeça e seus olhos encontraram os de Noah. Ele parecia ainda mais lindo, se é que isso era possível. O olhar azul, mesmo carregado de cansaço, tinha uma profundidade que a fazia se sentir completamente exposta. Um sorriso tímido surgiu em seus lábios enquanto ela balbuciava:— Eu… eu não sabia se você estava em casa…Noah arqueou as sobrancelhas, com um sorriso leve, quase divertido.— Mas eu disse que estaria esperando. Vem, tá frio aqui fora.Sem hesitar, ele segurou sua mão e a puxou para dentro. A porta mal havia fechado e Noah já a encostou contra a parede, inclinando-se para beijá-la. Foi um beijo intenso, carregado de saudade, como se o tempo entre os dois tivesse se arrastado mais do que eles podiam suportar. Kira sentiu como se aqu
Noah acordou sentindo o peso de um tambor ecoando em sua cabeça. Era como se seu cérebro estivesse tentando escapar do crânio, pulsando em protesto contra as doses excessivas de whisky e cachaça da noite anterior. Ele abriu os olhos azuis com dificuldade, piscando contra a luz que entrava pela janela. Por um momento, tentou se lembrar de como tinha chegado em casa, até que a resposta veio:— Douglas, claro. — murmurou para si mesmo, com uma mistura de gratidão e vergonha.Levantou-se com esforço, deixando as roupas espalhadas pelo chão do quarto, e caminhou até o banheiro. Antes de alcançar o box, sentiu o estômago revirar. Com um impulso, se jogou sobre a privada, esvaziando o conteúdo de seu estômago.— Que droga, quanto tempo faz que eu não vomito? — disse para si, ofegante. — Definitivamente, exage
Depois de umas doses de bebida e muita conversa, Noah foi levado para casa carregado pelo amigo. O loiro nunca tinha chegado embriagado antes, muito menos ficado assim diante de sua filha. Douglas, com muita dificuldade, tirou o amigo de dentro do Uber e o levou até a porta de entrada, tocando a campainha em seguida.Ding dong!Rapidamente ouviu passos vindo em direção à porta e viu Olivia olhá-lo confusa.— Tio Douglas, o que houve com o meu pai? — perguntou a loira preocupada.Nunca tinha visto seu pai naquele estado deplorável. Noah estava com a gravata frouxa, os cabelos assanhados, a camisa aberta e até o cinto da calça estava torto. Douglas suspirou fundo e respondeu:— Ele apenas teve
Resolveram deixar o carro no estacionamento da empresa e pegar um Uber. Ambos sabiam que a noite prometia uma boa dose de álcool e, talvez, desabafos necessários. Douglas observava Noah de lado, notando os sinais de inquietação no amigo. Conhecia-o há anos, desde os tempos em que era casado com a mãe de Olivia. Havia acompanhado de perto o tumultuado casamento e, depois, o esforço incansável de Noah para reconstruir sua vida após a separação.Douglas sabia que Noah era um homem íntegro, alguém que sempre colocava os outros em primeiro lugar. Mas também sabia que, desde o término, o amigo nunca havia realmente permitido a si mesmo se envolver emocionalmente com outra pessoa. Houve Emma, claro, mas foi um relacionamento breve, quase estratégico. Agora, algo estava diferente. Algo, ou
Noah estava na sala de reuniões, cercado por executivos e documentos, mas sua mente estava longe dali. Apesar de todo o esforço que ele, Douglas e James estavam colocando na fusão, havia algo que constantemente o distraía. O sucesso dessa parceria abriria portas para filiais ao redor do mundo e criaria milhares de empregos, um marco na história da Corporação Fitzgerald. Mas, mesmo com o peso de uma negociação milionária sobre seus ombros, seus pensamentos vagavam para outro lugar. Ou melhor, para outra pessoa: Kira.Ele tentou afastar as imagens dela de sua mente enquanto os advogados falavam sobre cláusulas contratuais e prazos. Mas Kira estava sempre presente, de alguma forma. Era ela quem ocupava seus pensamentos nos momentos de silêncio e quem fazia o tempo parecer mais leve quando estavam juntos. Por&eacut