Na manhã seguinte, a luz do sol entrou pelas frestas da enorme casa de campo como uma vingança silenciosa contra o excesso da noite anterior. No sofá da sala principal, Sophia dormia abraçada a um flamingo inflável cor-de-rosa, enquanto Savannah roncava suavemente com uma tiara torta que dizia “Team Bride”.Kira acordou com o cheiro de café vindo da cozinha e, por um momento, pensou que tudo tinha sido um sonho… até notar as marcas de dedos em sua cintura e o uniforme de policial jogado sobre a poltrona.Ela mordeu o lábio inferior, sorrindo, antes de se levantar silenciosamente e caminhar até o banheiro, os pés ainda descalços e os cabelos emaranhados da noite ardente com Noah.Mas a paz matinal durou pouco.Do quarto do andar de cima, ouviu-se um grito estridente:— QUEEEE? KIRA, PELO AMOR DE TUDO QUE É SAGRADO, VEM AQUI!Era Olívia. E aquele tom significava uma única coisa: algo viralizou.Kira correu pelas escadas, sentindo o frio na barriga típico de quem sabe que, depois de uma
Era a última noite antes do casamento de Olivia, e o clima na casa de campo estava uma mistura de encanto e caos. As flores estavam todas posicionadas, os ensaios tinham sido feitos com sucesso e as madrinhas, embora exaustas, estavam mais animadas do que nunca.Olívia, a noiva, caminhava de um lado para o outro com uma taça de vinho na mão, tagarelando entre risos com Savannah, Sophia e Kira, sua madrinha de honra e melhor amiga.— Nada de stress hoje, meninas. Hoje é só alegria, vinho e homens pelados dançando para a minha diversão! — ela gritou, levantando a taça no ar.— E pensar que até uns meses atrás você dizia que despedida de solteira era cafona… — Sophia lembrou, sorrindo.— Mudei de ideia. Principalmente depois do show do meu pai como policial na despedida anterior… — Olivia lançou um olhar sugestivo para Kira, que fingiu estar mais interessada em seu vinho.— Ok, ok, já entendemos que você transformou meu pai em um stripper irresistível. — Olivia riu. — Sinceramente? Obrig
O relógio já passava das dez da noite quando Kira afundou no sofá da varanda da casa de campo, envolta por uma manta fina e o vento suave que soprava entre as árvores. O casamento de Olivia seria no dia seguinte, e embora tudo estivesse correndo bem, com flores posicionadas, ensaio geral feito e até as alianças já guardadas em segurança , o coração de Kira estava inquieto.Noah apareceu minutos depois, com duas xícaras fumegantes nas mãos. Entregou uma a ela, inclinando-se para beijar sua testa.— Chá de camomila e maçã, pra tentar te acalmar. Você está igual formiga em panela quente desde que escureceu.Kira soltou um riso curto, mas seus olhos não escondiam o que sentia.— É a falta dele. Estou acostumada a dormir com a respiração do Bento no quarto ao lado, com ele invadindo nossa cama no meio da madrugada pra dizer que sonhou com um leão que falava francês…— E que exigia panquecas às quatro da manhã. — Noah completou, rindo também.Ela suspirou fundo, envolvendo a xícara com amba
O céu já dormia em silêncio, coberto de estrelas preguiçosas, e a casa de campo parecia suspirar junto com a noite. O ar trazia o perfume das flores da cerimônia já montada no jardim, e uma brisa suave entrava pelas janelas abertas. Na varanda, Kira ainda estava nos braços de Noah, o corpo encaixado perfeitamente ao dele, como se pertencesse ali como se sempre tivesse pertencido.A videochamada com Bento havia terminado, mas a imagem do loirinho continuava viva nos pensamentos de Kira. Ela encostava o rosto no peito de Noah, ouvindo o coração dele bater com calma. As palavras do filho ainda ecoavam:“Mamãe, dorme abraçada com o papai por mim?”Foi então que Noah inclinou o rosto e murmurou no ouvido dela, com a voz rouca, cheia de um humor travesso que fazia sua pele arrepiar:— Olha… eu sou um homem de palavra, e agora tenho uma promessa muito séria a cumprir…Kira sorriu, fechando os olhos com o calor da respiração dele na pele.— Promessa?— Nosso filho exigiu que eu dormisse abra
O sol amanheceu preguiçoso naquela manhã, mas os pássaros estavam em festa. A casa de campo, onde o casamento de Olivia aconteceria, fervilhava desde as primeiras horas. Eram flores sendo posicionadas, garçons correndo com bandejas, vestidos de madrinhas sendo ajustados e penteados sendo refeitos pela terceira vez.Kira acordou com o som dos passarinhos misturado ao leve ronco de Noah, ainda com o braço pesado sobre sua cintura. Sorriu ao sentir o calor dele. Passou os dedos pelo rosto do homem que amava e sussurrou:— Hora de acordar, policial. Hoje sua filha vai se casar.Ele abriu um dos olhos, sonolento.— Já? Achei que tivesse mais uns cinco minutos de sono e pelo menos um café na cama…— Se você conseguir
O sol da manhã seguinte entrou devagar pelo quarto, filtrado pelas cortinas brancas que dançavam com a brisa suave. O quarto ainda tinha cheiro de flores, de velas apagadas e da noite intensa que Noah e Kira compartilharam não apenas de corpos, mas de promessas silenciosas sussurradas entre lençóis e beijos.Noah foi o primeiro a acordar. Ainda nu, com os braços envolvendo Kira, a respiração dela mansa contra seu peito. Ele não quis se mover de imediato. Ficou ali por minutos preciosos, apenas a observando, os cabelos bagunçados sobre o travesseiro, os lábios entreabertos. Linda, sua.Mas o pensamento seguinte o fez sorrir.— Nosso filho deve estar acordando neste exato momento… e provavelmente tentando vestir o gato da Savannah com uma gravata borboleta. — murmurou, em voz baixa.
O sol de fim de tarde banhava o jardim da casa de Kira e Noah com uma luz dourada e cálida. As risadas das crianças ecoavam entre as árvores, o cheiro de bolo de fubá recém-assado escapava da cozinha, e o som distante de uma música animada completava aquele cenário perfeito que parecia retirado de um conto.Três meses se passaram desde o casamento de Olivia e Henry. O casal agora vivia o doce começo de uma vida a dois. Olívia, com seu jeito prático e intenso, já planejava a próxima lua de mel, desta vez, para explorar as paisagens da Islândia. Henry dizia que só topava se ela prometesse não tentar montar em nenhuma rena, ao que ela respondia que não garantia nada, desde que fosse “uma rena consensual”.— Somos oficialmente viciados em casamentos, luas de mel e… sexo em lugares gelados, ela brincava com Sophia, que a ajudava a organizar tudo.Kaleb e Sophia, por sua vez, surpreenderam a todos com um anúncio singelo e emocionante durante um almoço de domingo. Estavam grávidos. O primeir
Dois anos se passaram desde aquele dia em que Noah encontrou um par de sapatinhos cor de rosa dentro de uma caixinha. Desde então, muita coisa mudou. Mas o que permaneceu foi o amor e a bagunça deliciosa que tornava a casa dos Fitzgerald um lugar mágico.O jardim, agora mais florido do que nunca, havia sido redesenhado por Bento. Literalmente. Em uma tarde artística de “reforma criativa”, o menino de cabelos dourados e imaginação infinita decidiu que toda a cerca precisava de desenhos. Agora, dragões, fadas, foguetes e o retrato da família com Noah de capa e Kira de coroa, enfeitavam o perímetro da casa.Mas a verdadeira protagonista daquele lar atendia por um nome que derretia corações:Clara.Clara Fitzgerald tinha olhos azul-claros como o pai, um sorriso encantador como o do irmão e a personalidade… bom, essa era 100% Kira com uma pitada de caos do Bento.Com um ano e oito meses, Clara já sabia três palavras com perfeição: “não”, “meu” e “papai”. Esta última, ela usava com mais ch