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Capítulo 4 - Sua vida mais cor de rosa

Olivia desembarcou em Chicago e desceu pela escada rolante do aeroporto, procurando seu pai com os olhos. Rondava o ambiente até que seu olhar aterrissou em uma cabeleira loira familiar. Sorriu largo ao se deparar com a figura alta que segurava uma placa com os dizeres: “Seja bem vinda, princesinha do papai”. Seu pai realmente não mudava, pensou a loira. Continuava carinhoso, do jeito mais brega e fofo. A alegria era tanta que saiu correndo e se jogou nos braços do pai, como se tivesse oito anos outra vez. Ali, nos braços dele, era como se o tempo não tivesse passado. Sentindo o calor do mais velho, ela fechou os olhos e sorriu. Ela continuava sendo a mesma garotinha de sempre.

— Papai! Que saudade de você!  — A loira sorriu, passando os olhos pela roupa do pai. Ele vestia uma calça jeans e uma camisa polo branca. Nos pés, um par de tênis e pendurado na gola, um clássico Ray Ban preto. Ele estava, na linguagem dos jovens, descolado.  Por um momento, a garota se perdeu em seus pensamentos. Seu pai era um homem bonito, gentil e com uma carreira consolidada. Não entendia o porquê dele nunca ter arrumado uma namorada. Percebendo o olhar da menor para ele, resolveu perguntar:

— Aprovou o visual? 

— Adorei, tá tão bonitão! Por trás disso, tem alguma namorada? — Noah corou logo em seguida. 

— Mas é claro que não, filha. Quis ficar bonito pra você! — Ele sorriu para a filha, pegando suas malas e se dirigindo ao carro. O mais velho colocou a mala em seu devido lugar, abriu a porta para ela e entrou no veículo, puxando o cinto de segurança. Olivia o observou, em seu jeito cavalheiro e alegre. Conversaram amenidades sobre Londres, onde ela morava, o fim do colégio e os humores eternamente tensos da mãe. Não se contendo de curiosidade, a loira resolveu perguntar algo mais:

— Papai… — Noah a olhou curioso, fazendo uma menção muda para que ela prosseguisse. — Por acaso… Você é gay?

— O quê? — Noah riu, fazendo a curva e enfiando o cartão de saída no guichê automático. Rindo da pergunta inusitada — Por que acha isso, minha filha?

— É que você é um homem jovem, bonito, rico… deveria estar pelo menos com uma namorada.  Não teria problema se o senhor fosse. Mas sempre te vejo sozinho, pai. Me preocupo com você. Noah suspirou e prosseguiu:

— Olivia, o papai tem seus encontros, mas você me conhece, sabe que gosto de manter minha vida pessoal discreta. No dia que eu encontrar a mulher certa para mim, não deixarei de me envolver. Mas até agora, não passaram de encontros casuais. Veja sua mãe, ela não se casou novamente? Quem sabe o seu velho aqui não acabe arrumando alguém também, um dia? Tudo tem um tempo certo para acontecer, filha. Não se preocupe comigo. O mais velho sorri, acolhedor para a filha e puxa seu nariz de leve, fazendo a menor sorrir e o abraçar de lado.

— A mulher que entrar na sua vida e te perder é uma burra, pai. Você é um partidão!

Noah Fitzgerald lançou um sorriso carinhoso para a filha e balançou a cabeça.

— Você é a mais suspeita de todas as mulheres do mundo para dizer isso, minha filha.

Os dois riram juntos, o som leve e familiar preenchendo o espaço ao redor enquanto seguiam rumo à imponente mansão Fitzgerald.

Mas, à medida que a tarde avançava, as palavras de Olívia ecoavam na mente de Noah, como um mantra difícil de ignorar. Será que chegou o momento de se arriscar novamente? O pensamento o desconcertou mais do que gostaria de admitir. Ele passou tanto tempo se blindando contra o amor que se acostumou com a ideia de que estava bem assim. Mas e Olivia? Será que ela sentia falta de uma figura feminina em casa? Alguém em quem pudesse confiar, dividir segredos, pedir conselhos?

Noah esfregou o queixo com uma mistura de incerteza e frustração. Ele não era ingênuo — sabia que qualquer passo em falso poderia virar seu mundo de cabeça para baixo. Era cauteloso por natureza. Não se tratava de ser exigente demais… apenas de evitar se machucar novamente.

Talvez fosse hora de sair mais, socializar, deixar os muros que construiu ao redor de si caírem um pouco. James, seu melhor amigo e parceiro de escapadas ocasionais, certamente ficaria empolgado com a ideia. Mas James era… bem, James. O tipo de amigo que resolveria a “vida amorosa” de Noah com uma apresentação duvidosa, provavelmente uma jovem aventureira que traria mais confusão do que ele já conseguia administrar.

Noah riu baixo, balançando a cabeça. Só a ideia já parecia um desastre anunciado.

Suspirando, olhou ao redor da sala silenciosa, o crepitar da lareira sendo a única companhia. Ele sabia que não podia se fechar para sempre, mas será que ainda tinha espaço para o amor em sua vida? Ou o medo de perder o controle sempre falaria mais alto?

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