No dia seguinte, Olivia saiu cedo para seu primeiro dia de aula. Estava animada, não só com o novo ambiente, mas para inaugurar o "presentinho" que seu pai havia lhe dado, um Atlas Cross Sport, um carrão de primeira qualidade. Um pequeno exagero do qual provavelmente sua mãe reclamaria, mas ela estava achando o máximo. "Se não puder mimar minha própria filha, de que vale mesmo ter todo esse dinheiro?", foi o argumento do mais velho. Para a loira tudo aquilo era empolgante demais para negar.
Chegando lá, mesmo contra a sua vontade, acabou chamando a atenção de todos ao redor. Afinal, a loira era dona de uma beleza única e dirigia um carro possante e bem chamativo. A Fitzgerald ia ingressar na faculdade de psicologia, era um sonho desde criança. A mente humana sempre foi algo que a fascinou e essa afinidade só cresceu ainda mais depois do divórcio dos pais, em que ela vivenciou de perto aquela situação e as consequências dela. Foi um período difícil para menor, mas com a ajuda da Dra. Scarlet tudo ficou mais leve. A mulher se tornou uma grande amiga e uma referência na área para a Fitzgerald. Queria poder ajudar as pessoas com o mesmo carinho e dedicação que foi ajudada.
Quando chegou na secretaria, sorriu ao ver uma pequena discussão que acontecia no ambiente e envolvia uma baixinha de cabelos loiros. A menina tentava convencer a diretora de que precisava ficar na turma A, pois tinha uma professora com quem queria muito ter aula , mas a mais velha parecia não gostar da ideia de mexer no itinerário dos estudantes recém matriculados.
— Por favor, senhorita Clara. Eu preciso ter aula com ela. A senhora Lauren é alguém a quem eu admiro muito. Eu tenho todos os livros e sou uma grande fã do trabalho dela, assim como sou do trabalho da senhora. Por favor, reconsidere — a menina falava, corada. Na verdade, estar ali pedindo uma alteração como aquela era algo novo para ela, pois sua timidez sempre a impediu de tomar algumas atitudes, mas a garota admirava tanto a professora que não podia deixar a oportunidade passar. A diretora percebeu o quanto a garota estava nervosa e deduziu que isso deveria estar sendo muito difícil e importante para ela. Sorriu e se deu por vencida, acatando seu pedido.
— Obrigada, senhora Clara! Prometo que serei a melhor aluna da sala e lhe darei muito orgulho — Ela sorriu gentil e se virou, se deparando com Olívia que a encarava com curiosidade, enquanto esboçava um sorriso enorme no rosto.
— Olá, desculpe. Não pude deixar de ouvir seu pedido. Meu nome é Olivia, tudo bem? Olivia Fitzgerald ! Ouvi que também está na sala da professora Lauren… Também sou uma grande admiradora do trabalho dela com mulheres. Você faz psicologia também?
— Sim… Olá, Olivia. É um prazer. Meu nome é Kira, Kira Ivanov. — Respondeu, tímida, por ter atrapalhado um pouco o andamento da matrícula, mas gostou da alegria e do sorriso acolhedor da loira. — Consegui ficar na turma A.
— Também sou dessa turma! Vamos ver o quadro de horários? Acho que já tem aula agora, viu? Vamos lá.
Na sala de aula, depois de todas as apresentações, Olivia era uma garota bem extrovertida e animada e já tinha chamado a atenção de muitos garotos, assim como Ivanov. A loira estava empolgada com as novas amizades e acabou tendo a brilhante ideia de organizar uma festa de boas vindas em sua casa. Seria um mega churrasco, com direito à bebida, música e banho de piscina. Todos ficaram animados. Agora, para fazer isso dar certo, ela precisava da autorização de seu velho. Sabia que ele não gostava muito de festas, mas faria de tudo para fazer com que ele deixasse. Kira logo se prontificou a ajudar a amiga a organizar as coisas, também estava feliz com a ideia e com a nova amizade que havia feito.
Noah estava em êxtase, sua filha trazia um ar alegre e familiar à sua sempre tão solitária casa. Se bem que não tinha certeza se saberia lidar com uma jovem adulta. Não que ele fosse um cara careta, mas seu modo de vida o transformou num homem mais calmo e sensato. Sabia que iria ter que lidar com possíveis namorados, festas, bebidas e até talvez aquele famoso baseado. Lembrava das coisas que seu amigo pervertido tinha lhe dito, sobre a possibilidade de sua princesinha não ser mais virgem e isso o deixava incomodado. Sabia que nunca tinha sido santo e que essas experiências faziam parte dessa fase, mas teria que preparar a sua mente para essas novas mudanças, afinal, era da sua princesinha que ele estava falando.
Olivia chegou em casa, após um longo dia na faculdade e aguardava o seu pai. Eles iriam jantar fora e colocar os papos em dia. Seria uma noite tranquila e feliz. Noah já tinha chegado da empresa e tinha acabado de sair do banho. Se trocou e estava descendo as escadas quando ouviu a sua princesinha conversar com alguém pelo telefone:
—Tá certo, Kira. Vou conversar com o meu pai e amanhã combinamos tudo no intervalo! Boa noite!
Olivia fechou a porta com um sorriso e pegou sua bolsa. Noah desceu os últimos degraus com aquele olhar protetor e carinhoso que ela conhecia tão bem.
— Então, Kira, é? Uma amiga nova? — ele perguntou enquanto ajustava a manga da camisa.
— Sim! Ela é incrível, papai. — Olivia respondeu empolgada. — Veio estudar aqui sozinha, assim como eu. Acho que vamos nos dar muito bem.
Noah sorriu ao ver o brilho nos olhos da filha. Ele sabia o quanto era importante para Olivia construir laços e se sentir em casa mesmo tão longe de onde crescera.
— Se ela te faz bem, já gosto dela. — ele disse com sinceridade, estendendo o braço para ela. — Vamos?
— Sim! Estou faminta!
Os dois riram e saíram juntos, trocando conversas descontraídas durante o caminho até o restaurante.
O que Noah não imaginava era que Kira não seria apenas uma amiga de sua filha… ela seria a peça que faltava para fazer sua vida virar de cabeça para baixo.
O ambiente aconchegante e intimista os envolveu assim que entraram. Uma música suave tocava ao fundo, e o cheiro de especiarias preenchia o ar. Se sentaram e depois que os pedidos foram feitos, a Fitzgerald resolveu iniciar a conversa:— Papai… — Noah olha a filha com atenção. — É que… pensei em dar uma festa de boas vindas aos meus colegas lá em casa nesse final de semana. Nossa casa é bem grande, tem uma área com piscina, salão de jogos… seria divertido conhecer as pessoas da minha turma melhor. Pode ser? O mais velho se surpreendeu com a pergunta. Não imaginava que teria de lidar com isso tão rápido. Ao se deparar com os olhinhos pidões da filha, suavizou a expressão: — E como seria a organização dessa festa, minha filha? Posso pedir alguma ajuda à sua tia Savannah. Ela trabalha com isso e é a melhor nesse ramo. — Olivia riu dos exageros do pai, mas achou fofa sua tentativa de mimá-la:— Pai, não preciso de uma promoter pra organizar uma festa de calouros, pelo amor de Deus —
Chegado o grande dia, Olívia estava eufórica. Tudo estava organizado, o DJ já estava no local e Noah tinha providenciado um profissional para ficar responsável pela churrasqueira e pelos petiscos. O bar que foi montado já estava abastecido. Ele tinha conversado com a filha sobre o cuidado com o excesso de bebidas e pedido para que não houvesse brincadeiras próximo à piscina. Noah chegaria em casa ao fim da tarde e passaria direto para o seu quarto de maneira discreta. Queria deixar os mais jovens à vontade. James até tentou participar da festinha, mas Noah, conhecendo o amigo pervertido, o dispensou logo.Olivia já estava vestida com o seu biquíni azul claro. A parte de cima era de cortininha e embaixo tinha lacinhos laterais. Uma saída de banho branca, meio transparente, complementava o look. Estava de um lado para o outro, recebendo os convidados, ansiosa. Kira, sua mais nova e fiel amiga, estava com ela desde cedo. A loira vestia um short jeans curto e uma blusa de malha branca. Iv
A festa rolava solta, regada a muita bebida, dança e pegação. Os pensamentos de Kira estavam longe, especificamente no loiro que invadiu o quarto da amiga. Ela resolveu por um minuto esquecê-lo e se divertir. Acabou tendo que aguentar as investidas de Ethan a festa inteira e se rendeu a uns beijos quentes com ele, na tentativa de conter sua excitação. Verdade seja dita, o capitão do time não era nada mal. No outro dia estavam já de pé, prontas para a faculdade. A festa havia sido numa quinta feira e as duas estavam sentadas à mesa, comendo e conversando. Na verdade, apenas Olivia tagarelava, comentando como a festa tinha sido maravilhosa e que Henry tinha uma pegada incrível. Kira, por sua vez, estava ansiosa para ver novamente o loiro, mas nada disse a respeito. Esperava o momento de perguntar à amiga sobre o homem quando, de repente, um cheiro amadeirado surgiu no recinto e a morena fechou os olhos, se entregando àquelas sensações que lhe davam um frenesi. O perfume trazia uma memó
Kira tentava a todo custo se concentrar na aula da professora Lauren, mas o loiro de olhos azuis surgia na sua mente e a conduzia para um mar de luxúria e desejo. — Pois bem, pessoal. O trabalho deverá ser entregue até a próxima aula. Obrigada a todos e foi um prazer conhecê-los! — Proferiu a professora e logo se retirou do ambiente. — Olivia, podemos fazer esse trabalho juntas? — Claro, Kira. Que maravilha! Mas, eh… lembra do tal representante de Londres? Meu pai teve a grande ideia de se oferecer para ciceroneá-lo essa semana. Me falou aqui por mensagem. Na verdade, me ofereceu, né? Então, vou ficar meio atolada durante esses dias, passeando com ele e fazendo sala, enquanto meu pai trabalha. Argh, eu mato esse velhote, que raiva! Ser babá de coroa, era só o que me faltava. Kira riu das caras e bocas da amiga enquanto avaliava sua agenda. Então, perguntou:— E como faremos?— Bem… você poderia ir dormir lá em casa, que tal? Sei que eles terão algumas noites de reuniões fora, ent
Três dias depois, Kira tocava a campainha da mansão Fitzgerald novamente. Foi recebida pela amiga loira na mesma animação de sempre. Foram direto para o quarto. Antes de começar os estudos, Olivia queria contar um segredo e uma fofoca para ela— Kira, amiga, preciso te contar uma coisa — disse a loira, falando baixinho. — Ontem eu e o Henry, nos pegamos e foi maravilhoso. Estávamos nas mãos bobas e estava divertido, mas…— Mas… — incentivou Kira para que a loira continuasse.— Na hora H, eu amarelei — ela falou com pesar. Kira olhou para a amiga meio confusa — Sabe o que é, amiga, é que eu… bem, eu sou virgem ainda. — A loira arregalou os olhos e não cons
Se assustou. Teria acontecido algo com Olivia? Deu um passo à frente, angustiado, quando viu no sorriso dela que, bem ao contrário da filha, não corria nenhum risco. Mas ele sim, prestes a cair à beira de um abismo a qualquer minuto.— Olivia mandou eu vir no lugar dela lhe dar um beijo de boa noite, tio Noah.Noah riu anasalado, balançando a cabeça, nervoso. A garota sabia ser perigosa, não podia negar.— Acho que você não pode substituir minha filha nessa tarefa, querida.— Por que não? — Kira chegou muito perto do loiro, tão mais alto que ela, que teve que olhar para cima, com o nariz empertigado. Kira e Olivia estavam cada dia mais amigas, faziam tudo juntas, Olivia engatou um relacionamento sério com Henry e por causa disso, ficou preocupada com sua amiga "sozinha". Então colocou na cabeça que iria arrumar um "bofe" para ela e vivia arrumando festas e propostas de balada para chamar a amiga. Não que Kira precisasse de ajuda ou que não ficasse com ninguém, mas é que ultimamente apenas um certo loiro rondava seus pensamentos e ela já não tinha interesse em nenhum garoto de seu convívio.— Kira, minha amiga, vamos a uma balada hoje na boate Coliseu. Por causa de uns sócios do meu pai querido, consegui entradas Vip Capítulo 12 - Pensamentos impuros
Chegaram na boate os quatro jovens: Olivia dando o braço ao Henry, em risadinhas e beijinhos felizes. Britney animada, olhando para todos os lados, tentando reconhecer rostos e lugares e Kira um pouco constrangida, desacostumada a frequentar ambientes como aquele. Viu olhares masculinos sobre si. Sabia que estava lindíssima, mas não deu muita importância. Só havia um olhar no qual ela não parava de pensar, mas é claro que ele jamais estaria numa festa como aquela.Olhou para cima e viu o letreiro vermelho piscando em fundo preto: COLISEU. Era uma boate famosa na cidade por seus frequentadores serem todos muito ricos. Por isso mesmo, sabia que cada copo de água devia c