Melinda Allen sempre foi uma moça doce e calma, de uma beleza esplêndida, tanto por fora quanto por dentro. Sempre sonhou em viver um conto de fadas; no entanto, a vida lhe deu uma grande rasteira. Após ser confundida com outra pessoa, passou a viver um verdadeiro inferno. Seu conto de fadas transformou-se em seu pior pesadelo! William Montenegro, um poderoso CEO arrogante que comanda o grande império da família, é conhecido por ser frio e calculista. Sempre teve tudo a seus pés. Vindo de uma família muito poderosa e reconhecida, seu único familiar que ainda lhe restava morreu em consequência de um golpe dado por uma mulher ambiciosa. Agora, com toda a sua ira, William quer vingar a morte de seu irmão e não medirá esforços para acabar com a vida da mulher pela qual seu irmão perdeu a vida. — Você não me ama? — Para mim, 'amor' é apenas uma palavra.
Ler maisPor Melinda Allen Os corredores do supermercado estavam vazios; somente algumas pessoas passavam entre eles. Passo mais uma vez pela mesma prateleira e, agora sim, tenho certeza de que estou completamente perdida. É a primeira vez que venho a este supermercado, então não consigo achar quase nada com facilidade. Não sei há quanto tempo já estou aqui, mas, felizmente, consegui pegar quase tudo o que preciso, exceto pelo trigo. A conversa com William ainda ronda a minha mente desde o momento em que saí de casa. Considerei muito o que havíamos conversado e, em parte, dou-lhe razão. Ele é uma pessoa constante na mídia; porém, não posso ficar sem fazer nada da vida. Depender dele para tudo não é uma opção para mim. Além de tudo, ainda tenho minhas dívidas, que finalmente estão quase todas quitadas. Esforcei-me muito para chegar onde estou; não posso parar agora. Quando me canso de andar em círculos, avisto um rapaz arrumando umas prateleiras e então lhe pergunto onde fica o trig
Por William Montenegro A noite mal dormida estava dando seus sinais; meu corpo inteiro reclamava de dor. O sofá do escritório realmente não é um bom lugar para dormir. Mas é melhor do que ter que dividir a cama com alguém insignificante. São exatamente seis e quinze da manhã, e já me sinto estressado por não ter acordado mais cedo, como costumo fazer. Ao abrir a porta do meu quarto, surpreendo-me ao encontrar a cama vazia e arrumada. Onde está Melinda? Um cheiro doce exalava no ar, como o de flores. O quarto que antes era só meu agora estava repleto de vários pertences de Melinda espalhados por diversos cantos. E então a vejo saindo do banheiro com apenas uma toalha cobrindo seu corpo. Meus olhos descem por ela, e minha curiosidade se atiça ao imaginar o que há por baixo. Ela parece estar distraída, seus passos são leves em direção ao closet, e seu rosto está um pouco avermelhado, provavelmente devido à água quente. Quando finalmente ela se dá conta de que não está mais sozi
Por Melinda Allen William saiu da cozinha, me deixando sozinha novamente, e só então soltei as lágrimas que vinha prendendo. Deslizei pela parede até me sentar no chão, onde abracei minhas pernas e deixei o primeiro soluço sair. Tudo que vinha idealizando há algum tempo se desmoronou como areia movediça. Eu sonhava com minha lua de mel e, depois do nosso casamento, pensei que finalmente iria me entregar ao homem que amo pela primeira vez, mas estava terrivelmente errada. A única coisa que recebi foi desprezo por algo que não me lembro de ter feito. Pelo que me recordo, antes do casamento, tudo estava normal; não tivemos brigas, muito menos desentendimentos. Cansada pelo dia exaustivo que tive, levantei do chão, sentindo o corpo reclamar de dor ao ficar em pé. Caminho lentamente em direção ao quarto e, ao encontrá-lo vazio, sinto-me decepcionada. Ao ver meu reflexo no espelho do banheiro, sinto-me mal; meus cabelos estão bagunçados, meu rosto completamente vermelho e meus o
Por William Montenegro Tiro a gravata com raiva e a jogo no sofá. Finalmente, darei início aos meus planos. Não pensei que isso demoraria tanto, mas, finalmente, tudo está saindo como o planejado. Olho para o corredor por onde a farsante desapareceu há alguns minutos. Nesse momento, não há nada que me faça querer ficar ao seu lado; ela me causa repulsa em todos os sentidos. E isso me motiva a pegar as chaves do carro e sair, deixando-a sozinha no apartamento. Dirijo sem rumo por alguns minutos até meu celular começar a tocar e imagino quem pode ser, mas não atendo e nem faço questão de desligar. Quase meia hora depois, estaciono em frente a um bar que, há quase um ano, passei a frequentar. Entro, chamando a atenção dos funcionários, que me encaram confusos, acredito que pelo horário; são uma da tarde de um domingo. Geralmente, quando eu vinha por aqui, era à noite. Sento-me no balcão e peço a primeira dose. •••• Desligo, pela décima segunda vez, a ligação de Nicolas. Não
Por Melinda Allen Entro na cozinha me sentindo exausta pela noite mal dormida. Depois que Will me ligou perguntando se poderíamos adiantar o casamento para hoje, não consegui dormir. A ansiedade e o medo do que estava por vir me deixavam com frio na barriga e, ao mesmo tempo, com um sorriso no rosto. Eu iria me casar com o homem que amo; o que mais eu poderia querer? — O que aconteceu com você? — Elle me encara como se tivesse visto um fantasma. — Não dormi bem à noite. — Sento-me, servindo um pouco de café. — Teve pesadelo? A campainha toca, interrompendo nossa conversa. Ainda é sete horas da manhã de um domingo; não consigo imaginar quem poderia ser. Ela deixa seu café para ir atender quem estava na porta, e, segundos depois, volta com uma expressão confusa. — Mel, tem umas pessoas aqui dizendo que vieram arrumar a noiva. Disse que estavam no lugar errado, mas insistiram que estavam no lugar certo. No momento em que ela fala, engasgo-me com o café. Eu tinha esque
Por William Montenegro Atriz! Ela é uma ótima atriz. Durante esses três meses, tive que fazer um tremendo esforço para ir vê-la todos os dias. A pior parte era ter que beijá-la, sendo que minha única vontade era acabar com a sua vida com as minhas próprias mãos. O nojo que eu sentia de mim mesmo logo após chegar em casa é indescritível. Tudo nela me causa ânsia; tudo parece falso. Porém, todas as vezes em que a tocava, me esforçava para lembrar que era tudo um meio para um fim. Meu plano estava dando certo, e ela parecia estar cada vez mais convencida do meu amor. Cheguei a levar flores todos os dias para ela e um colar falso de diamantes. Como uma boa atriz, ela não quis aceitar, dizendo que o que mais valia para ela era a minha presença. Sei que sua real intenção era me fazer de tolo; mal sabe ela que quem realmente está caindo na própria armadilha é ela. Só não contava que teria que fazer uma viagem de urgência para o México. Isso acabaria completamente com os meus planos
Por Melinda Allen Caminho quase correndo em direção à cafeteria. Justo hoje, meu despertador resolveu não tocar e, para meu desespero, era a folga de Elle, o que significava que Karen estava uma fera.O dia mal começou e já me sinto exausta. Ontem, precisei ir à minha antiga faculdade para resolver alguns assuntos pendentes. Com as dívidas se acumulando, tive que abrir mão dos meus estudos e passei a trabalhar em dois empregos; no entanto, recentemente pedi demissão do meu segundo emprego. Agora, ainda não sei se conseguirei retomar os estudos. Quase sem fôlego, entro na cafeteria e a primeira pessoa que vejo é Karen, furiosa, no balcão. — Isso é hora, Melinda? Já passa das sete! — Eu sei, sinto muito — ela me interrompeu antes que eu chegasse a lhe dar uma justificativa. — Não quero saber o que aconteceu, só quero que você esteja aqui na hora. Olha quantos clientes temos. Hoje você vai sair tarde para compensar seu atraso. Suspiro sem falar mais nada e vou guardar minhas
Por William MontenegroChego em casa e vou direto para o meu escritório. Assim que entro, dirijo-me à mesa com as bebidas. Pego a garrafa de uísque e um copo, caminho até a minha cadeira, sento-me e encho o copo, que viro logo em seguida, sentindo o líquido descer, queimando a minha garganta. Ouço leves batidas na porta.— Entre. — Rita aparece com o seu habitual uniforme azul-escuro.Rita trabalha para a família há muitos anos; apesar de já estar na casa dos setenta, continua muito bem conservada. Como não abre mão do trabalho, a coloquei como governanta da casa.— Desculpe incomodar, queria saber se o senhor vai jantar? — Só ela tinha permissão para incomodar quando eu estava no escritório.— Não. — Ela assentiu e saiu, fechando a porta em seguida. Viro todo o líquido do meu copo de uma vez.Hoje eu a vi, a vadia que matou o meu irmão. Não sei como descrever o que estou sentindo neste momento: raiva misturada com nojo. Não consigo entender como o meu irmão se envolveu com uma pessoa
Por Melinda AllenÀs vezes, penso em como seria magnífico se eu vivesse uma história como as que leio. Naquelas em que apenas um olhar basta para acelerar o coração, ou quando a pessoa esbarra em alguém e encontra automaticamente a sua alma gêmea. Infelizmente, nada disso nunca aconteceu comigo. Talvez o meu cupido esteja dormindo em serviço, ou eu seja muito azarada mesmo.— Outra vez sonhando acordada, Melinda? Quando vai aprender a parar de viver no mundo da lua e acordar para a realidade? — Assusto-me com Karen, filha da minha chefe, falando. Rapidamente, desencosto-me do balcão.— Volte ao trabalho.Pego o meu caderno de anotações e vou atender às mesas sob a minuciosa supervisão de Karen.Quando completei quinze anos, tive que começar a trabalhar. A minha mãe sempre deu o melhor de si para que eu não precisasse trabalhar, mas como éramos somente nós duas, ela não conseguia arcar com as despesas da casa sozinha. Quando completei dezenove anos, tivemos que sair da nossa cidade natal