Após defender sua mãe de um padrasto abusivo, Sophia Martins é expulsa de casa e se vê dançando em um clube de striptease para sobreviver. Dois anos depois, ela anseia por uma vida melhor e, com a ajuda de amigos, consegue um emprego como babá na casa do devastado viúvo Philippo Constantinova. Entre conquistar o amor das crianças e enfrentar uma noiva interesseira, Sophia e Philippo começam a se aproximar. No entanto, o passado de Sofia ameaça destruir o futuro que ela sonha construir.
Ler maisApós chegar ao jardim, entrei na casa sem ser vista e, assim que cheguei ao meu quarto, tomei um susto ao ver alguém deitado em minha cama. Quase gritei e fiz diversas orações, pois tenho pavor de fantasmas, mas quando me aproximei, vi que era apenas Lara deitada e respirei aliviada. Ela parecia tão pequena e vulnerável, abraçando o travesseiro como se fosse um escudo contra os medos noturnos.— Oi, princesa, o que está fazendo aqui? — perguntei gentilmente, sentando ao lado dela.— Estava com medo do monstro embaixo da cama. — Ela estava com a voz chorosa, os olhos grandes e assustados me encarando. — Onde você estava?— Estava no jardim. Vamos voltar para o seu quarto? — A menininha agarrou o meu braço firmemente.— Não, lá tem monstro. Ele quer me pegar. — Olhei para ela e sorri para acalmá-la.Quem me dera se os monstros da minha vida fossem apenas debaixo da minha cama. Insisti um pouco mais, mas como ela não quis ir para o seu quarto, não me importei e a deixei dormir comigo. T
Sophia Martins / Maria Laura Santos Beatriz estava empolgada com o dia de SPA. Enquanto as levava para a escola, recebi uma mensagem de dona Helena pedindo minha conta para que ela pudesse depositar meu pagamento. Expliquei a ela que precisei encerrar a minha conta, mas que faria outra.— Maria Laura, antes de comprar qualquer produto para pele da senhorita Beatriz, preciso que venha aqui. Tenho algumas condições para você. — disse dona Helena, com sua habitual seriedade.— Tudo bem, senhora Helena. — Assim que desliguei, Beatriz me encarou.— Maria Laura, você já fez SPA com as suas amigas antes? — perguntou ela, curiosa.— Já sim. Pintávamos as unhas umas das outras com o esmalte que a gente pedia para dona Vilma, que era dona do salão. E pegávamos barro, misturávamos com água e passávamos na cara. — respondi, sorrindo com a lembrança.— Credo! Não é isso que vai fazer comigo, né? — Ela perguntou chocada.— Não, relaxa! Vou comprar produtos bons para você, só coisa apropriada para
Phillippo Constantinova Desde que Fabiana se foi, perdi o interesse pela vida. A rotina que antes fazia sentido, agora é apenas um ciclo monótono de trabalho incessante. Enterrei-me nos processos judiciais, nos papéis e nas audiências, negligenciando completamente minhas filhas. Sei que isso é muito errado da minha parte, mas não consigo esquecer Fabiana. Ela era apaixonada pela vida e não merecia perdê-la de forma tão trágica.Eu a amava mais do que tudo, e a dor de sua ausência me consome diariamente. Cada canto da casa, cada sorriso de nossas filhas, me lembra dela. Beatriz, com seu jeito teimoso e ao mesmo tempo carinhoso, e Lara, sempre tão alegre, são reflexos dela. E a pequena Maria Alice, que não teve tempo de conhecer a mãe... Sinto-me um fracasso como pai. Deveria estar presente para elas, mas não consigo.Enquanto penso, Luciana entra no meu escritório. Ela traz a papelada de um grande caso, o qual estou liderando. Ela é uma mulher eficiente, mas sempre parece ter algo mai
Quando cheguei no salão, um grupo de caras me chamou e pediu um show particular. Recusei delicadamente, pois precisava voltar rapidamente para a mansão dos Constantinova. Eles insistiram mais uma vez, e novamente recusei, mas assim que Lauro ouviu, ele se intrometeu.— Claro que ela fará um show particular para vocês, só preciso que me paguem antes. — Ele sorriu para os caras.— Lauro, eu...— Conversaremos depois, Violet. — Ele me encarou de uma forma que me fez estremecer. — Está esperando o quê? Vai se trocar.Eu odiava as salas privativas porque, enquanto os homens estão pagando, eles acham que podem nos bulinar, e a regra de Lauro era simples. Se o cara pagou, ele tem direito. Estava me trocando quando minha amiga entrou no camarim.— O que foi? Vai fazer outro número? Você não tinha que ir embora resolver aquele assunto? — Letícia perguntou, e soltei um suspiro de decepção.— Sim, eu tinha que estar lá, mas uns caras me pararam e pediram um show privado. Recusei, mas sabe como o
— Finalmente a donzela resolveu aparecer. Onde estava? — Lauro estava furioso. — Lauro, ela… — Sophia não precisa de porta-voz, mete o pé Letícia que meu papo é com ela. — Minha amiga ainda tentou ficar ao meu lado, mas a tranquilizei dizendo que estava tudo bem. — Sabe quantas garotas como você aparecem querendo uma oportunidade? — Lauro me perguntou e assenti. — Garotas dispostas a fazer muito mais do que você faz, só pra ter proteção. Eu sabia onde ele queria chegar e respirei fundo, Lauro continuou falando e por fim disse que descontaria 10% do meu pagamento de hoje. — Quem sabe assim, você não dá valor ao que tem Sophia. — Ele sorriu mostrando aqueles dentes de ouro. Tenho um ódio e um nojo tão grande daquele homem, se ele soubesse. “Em breve isso vai acabar.” Meu subconsciente me disse. Após seu sermão ele aceitou minhas desculpas e finalmente fui liberada para ir ao camarim.Ao entrar, encontrei Letícia já se preparando. Ela olhou para mim pelo espelho, com uma expressã
No dia seguinte, comprei algumas roupas mais "adequadas" e fiz uma mala. Letícia estava sentada na sala quando me viu saindo.— Boa sorte, Sophia. — Minha amiga me abraçou forte.— Obrigada, Lety. — respondi. — E lembre-se de se cuidar e maneirar nas drogas, ok?— Vou tentar, mas não vou prometer.— Só tente, por favor. — pedi, abraçando-a novamente. — Vou dar o meu melhor lá.— Amiga, vá tranquila e deixe seu celular ligado, pois qualquer B.O aqui ou na boate te aviso.Quando cheguei à mansão, Dona Helena olhou minha mala com aprovação e me conduziu ao meu quarto. Depois de me instalar, ela me entregou uma agenda virtual e um celular somente para o trabalho.— Esse celular deve ficar ligado 24 horas. — disse ela. — O senhor Constantinova viaja muito e, às vezes, liga para saber como estão as filhas.— Ele só pergunta pelas filhas às vezes? — perguntei, tentando esconder a curiosidade.— O que importa para nós é fazer o trabalho bem feito e não saber se é certo ou errado. — respondeu
Dias depois, vesti meu uniforme recém-adquirido e me preparei para meu primeiro dia de trabalho na mansão Constantinova. Estava nervosa, mas sabia que precisava manter a calma e focar em ser a melhor governanta infantil que poderia ser. Sai de casa depois de me despedir de Letícia, que me desejou boa sorte.Quando cheguei à mansão, fui recebida por Dona Helena na entrada. Seu olhar severo me avaliava da cabeça aos pés, mas notei uma leve inclinação de aprovação.— Bom dia, Maria Laura. — disse ela, com um leve aceno. — Vou lhe mostrar a casa e explicar como tudo funciona aqui.Assenti, seguindo-a pelos corredores amplos e luxuosos da mansão. Cada passo era um lembrete de que eu estava longe da minha realidade anterior.— Aqui na mansão, temos uma rotina bem estruturada — começou Dona Helena. — As meninas, Beatriz e Lara, têm horários fixos para todas as atividades, desde as refeições até as brincadeiras e os estudos. É essencial que você siga esses horários rigorosamente.Ela me levou
Na manhã seguinte, acordei cedo, ainda cansada, mas determinada. Era o dia da etapa final da seleção para a vaga de governanta infantil. Vesti minha melhor roupa, tentando parecer o mais profissional possível. Antes de sair, fui até o quarto de Letícia. — Estou indo para a entrevista final — disse, tentando soar confiante. Ela abriu os olhos lentamente, assentindo. — Boa sorte, Sofia. Eu acredito em você. Aquelas palavras me deram um pouco de força. Saí do apartamento e fui em direção à mansão, sentindo o nervosismo aumentar a cada passo. Quando cheguei, as outras candidatas já estavam lá, todas parecendo incrivelmente confiantes e bem preparadas. Respirei fundo e entrei, lembrando a mim mesma que tinha que dar o meu melhor. Dona Helena nos recebeu novamente, explicando que a última etapa seria uma série de atividades práticas. Ela nos dividiu em grupos e começou a distribuir as tarefas. — Hoje, vocês terão que mostrar habilidades em várias áreas — começou Dona Helena, com seu
Quando cheguei na casa de Letícia, mal podia conter a empolgação. Estava morando com ela provisoriamente, e queria contar as boas notícias. Abri a porta e entrei apressada.— Letícia! — chamei, mas a resposta foi o silêncio.Senti um frio na espinha. Corri pela pequena sala, em direção ao quarto dela, e a encontrei caída no chão. Meu coração disparou. Sabia o que aquilo significava: drogas. Respirei fundo e, com dificuldade a levantei do chão, a arrastando até o banheiro. Abri o chuveiro e deixei a água gelada cair sobre ela.— Está gelada! — Letícia reclamou, despertando do seu estado entorpecido.— O que você está fazendo da vida, Letícia? — Olhei para ela, cheia de raiva e preocupação. Ela levantou os olhos pesados para mim, ainda grogue. — Vida? Que vida? Não sei o que é isso há um bom tempo — respondeu com um tom amargo.Ajudei Letícia a se manter em pé, respirei fundo antes de falar. Era triste demais ver minha amiga nessa situação, Letícia chegou ao clube bem antes de mim, e