Capitulo Quatro

Dias depois, vesti meu uniforme recém-adquirido e me preparei para meu primeiro dia de trabalho na mansão Constantinova. Estava nervosa, mas sabia que precisava manter a calma e focar em ser a melhor governanta infantil que poderia ser. Sai de casa depois de me despedir de Letícia, que me desejou boa sorte.

Quando cheguei à mansão, fui recebida por Dona Helena na entrada. Seu olhar severo me avaliava da cabeça aos pés, mas notei uma leve inclinação de aprovação.

— Bom dia, Maria Laura. — disse ela, com um leve aceno. — Vou lhe mostrar a casa e explicar como tudo funciona aqui.

Assenti, seguindo-a pelos corredores amplos e luxuosos da mansão. Cada passo era um lembrete de que eu estava longe da minha realidade anterior.

— Aqui na mansão, temos uma rotina bem estruturada — começou Dona Helena. — As meninas, Beatriz e Lara, têm horários fixos para todas as atividades, desde as refeições até as brincadeiras e os estudos. É essencial que você siga esses horários rigorosamente.

Ela me levou à sala de estar, onde várias empregadas limpavam e arrumavam. Em seguida, fomos para a cozinha, onde conheci a cozinheira, Dona Martina, uma senhora simpática de cabelos grisalhos.

— Esta é Maria Laura, a nova governanta infantil — apresentou Dona Helena.

— Seja bem-vinda, querida. — disse Dona Martina com um sorriso caloroso. — Se precisar de algo, é só chamar.

Continuamos o tour, passando pela lavanderia e outras áreas de serviço, até chegarmos à garagem. Lá, Dona Helena me apresentou ao motorista das meninas, um homem alto e robusto chamado Sebastião.

— Este é Sebastião. Ele é responsável por levar e trazer as meninas da escola e outras atividades. — disse Dona Helena. — Vocês dois precisarão trabalhar juntos para garantir que as meninas estejam sempre seguras e no horário.

— Prazer em conhecê-la, Maria Laura. — disse Sebastião, apertando minha mão firmemente. — Se precisar de algo, estou à disposição.

Assenti, agradecida. Continuamos o tour, e Dona Helena me levou até um quarto pequeno e confortável, com uma cama, um armário e uma mesa.

— Este é seu quarto. — disse ela, abrindo a porta. — Espero que se sinta confortável aqui.

Olhei ao redor, surpresa.

— Vou ter que dormir aqui? — perguntei, tentando esconder o nervosismo.

Dona Helena franziu a testa.

— Não se atentou a isso na descrição da vaga? — perguntou ela, um pouco irritada.

— Ah, claro. — disfarcei rapidamente. — Só queria confirmar. Está tudo bem.

Ela me olhou com suspeita, mas decidiu não insistir no assunto.

— Vamos, ainda temos mais a ver. — disse ela, levando-me para outro corredor.

Finalmente, chegamos ao quarto de Beatriz, a mais velha das meninas. Dona Helena abriu a porta, revelando um quarto decorado com bom gosto, cheio de livros e brinquedos.

— Beatriz, esta é Maria Laura, sua nova governanta infantil. — disse Dona Helena.

Beatriz, uma menina de oito anos com cabelos castanhos cacheados e olhos expressivos, olhou para mim de cima a baixo.

— Seja bem-vinda. — disse ela, com um sorriso que parecia simpático, mas havia algo nos olhos dela que me deixou desconfortável.

Dona Helena se retirou, deixando-me a sós com Beatriz. A menina se aproximou lentamente, sua expressão mudando para algo mais sombrio.

— Para o seu bem, é melhor que você vá embora enquanto ainda tem tempo. — sussurrou ela, com uma risada que parecia saída de um filme de terror.

Engoli em seco, sentindo um calafrio na espinha. Será que ela estava falando sério? Tentei manter a calma e sorri.

— Por que diz isso, Beatriz? — perguntei, tentando soar casual.

Ela deu de ombros, seus olhos brilhando com um misto de diversão e malícia.

— Só estou te avisando. Coisas ruins acontecem aqui. Coisas que você nem imagina.

Antes que eu pudesse responder, a porta se abriu e Dona Helena entrou novamente.

— Tudo bem aqui? — perguntou ela, olhando para nós.

— Sim, Dona Helena. — respondi, ainda tentando processar o que Beatriz havia dito. — Quando irei conhecer o senhor Constantinova?

— Ótimo. Maria Laura, lembre-se de focar apenas nas meninas. O senhor Constantinova é um homem muito ocupado e vocês se encontrarão no momento certo. — disse ela, com um olhar firme.

Assenti, compreendendo que não deveria fazer mais perguntas sobre ele.

— Desculpe-me se pareci curiosa. — disse, tentando parecer arrependida.

— Sem problemas. Concentre-se nas suas tarefas e tudo ficará bem. — respondeu Dona Helena, me lançando um olhar avaliativo.

Quando ela saiu do quarto, olhei para Beatriz novamente. A menina estava de volta aos seus brinquedos, como se nada tivesse acontecido. Sabia que tinha que ser cuidadosa.

Entrei no quarto da bebezinha e ela me encarou com olhos curiosos, a bebê tinha apenas seis meses, pelo o que me foi dito a mãe dela morreu durante seu parto, isso será uma dor que essa menina vai carregar para sempre. Ela continuou me encarando e a peguei no colo e ela sorriu para mim, um lindo sorriso vazio.

— Ah! Aí está você. Esta é Maria Alice e parece que ela gostou de você, pois está sorrindo e isso é tão raro de acontecer.

Dona Helena se aproximou e a bebê fechou a cara e quando ela saiu a bebezinha me encarou, voltou a sorrir e se aninhou em mim.

Dona Helena perguntou onde estava a minha mala e eu disse que acabei esquecendo de trazer, ela então disse que hoje eu poderia ir para casa, mas que amanhã trouxesse minhas roupas e concordei. Na verdade precisarei comprar roupas mais “decentes” e contar a minha amiga sobre uma informação que não havíamos prestado atenção.

Cheguei em casa e já troquei minhas roupas para ir à boate, quando cheguei, contei a Letícia sobre eu precisar dormir no serviço e minha amiga perguntou o que eu iria fazer.

— Me desdobrar amiga, esse emprego vai nos render uma boa grana.

— O que as vadias de quinta estão falando? — Vanessa apareceu e reviramos os olhos.

— A única vadia que estamos vendo aqui é você. — Minha amiga diz rindo.

— Uma vadia de parada de caminhão. — Vanessa olhou para nós com ódio e se virou e foi embora. — Deixamos a piranha sem palavras.

Minha amiga levantou a mão e bati, não demorou muito fui chamada para subir o palco e minha amiga desejou um bom show, agradeci pondo a máscara e pronta para subi ao palco.

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