Capitulo Seis

— Finalmente a donzela resolveu aparecer. Onde estava? — Mauro estava furioso.

— Mauro, ela…

— Sophia não precisa de porta-voz, mete o pé Letícia que meu papo é com ela. — Minha amiga ainda tentou ficar ao meu lado, mas a tranquilizei dizendo que estava tudo bem.

— Sabe quantas garotas como você aparecem querendo uma oportunidade? — Mauro me perguntou e assenti. — Garotas dispostas a fazer muito mais do que você faz, só pra ter proteção.

Eu sabia onde ele queria chegar e respirei fundo, Mauro continuou falando e por fim disse que descontaria 10% do meu pagamento de hoje.

— Quem sabe assim, você não dá valor ao que tem Sophia. — Ele sorriu mostrando aqueles dentes de ouro.

Tenho um ódio e um nojo tão grande daquele homem, se ele soubesse. “Em breve isso vai acabar.” Meu subconsciente me disse.

Após seu sermão ele aceitou minhas desculpas e finalmente fui liberada para ir ao camarim.

Ao entrar, encontrei Letícia já se preparando. Ela olhou para mim pelo espelho, com uma expressão de alívio misturado a preocupação.

— Conseguiu sair de lá? Ele te fez alguma coisa? — perguntou ela preocupada.

— Sim, mas eu não estar disponível na minha folga para ele me custou 10% do meu pagamento de hoje — respondi, começando a tirar minhas roupas e pegar o figurino do show.

— Isso é injusto amiga, aquele velho pançudo, não pode fazer isso com a gente.

— Infelizmente, enquanto não pagarmos tudo que devemos, ele é o nosso dono. — Minha amiga soltou o ar frustrada.

— Vamos nos libertar amiga, nem que pra isso eu tenha que matar aquele filho da puta.

— Nem pensa numa coisa dessas, vamos nos arrumar e trabalhar.

Enquanto me arrumava, a porta do camarim se abriu com um estrondo. Vanessa entrou, com seu ar habitual de superioridade e desdém.

— Olha só quem está aqui, as vadias de porta de puteiro — provocou Vanessa, cruzando os braços e me lançando um olhar desdenhoso.

Antes que eu pudesse responder, Letícia se virou rapidamente e meteu a mão na cara dela, com um estalo alto que ecoou pelo camarim. Vanessa, surpresa e furiosa, levou a mão ao rosto e deu um passo para trás.

— Você perdeu a noção, sua... — começou Vanessa, mas Letícia a interrompeu.

— Cala a boca, Vanessa. Estamos cansadas das suas provocações. Se quiser brigar, brigue com alguém que aguente sua chatice. — disse Letícia, a voz firme e cheia de raiva.

Olhei para minha amiga, preocupada.

— Letícia, cuidado. Ouvi dizer que Vanessa está ficando com um dos seguranças. Ela pode armar uma arapuca para você.

Letícia deu de ombros, sem parecer intimidada.

— Que ela se foda. Eu também conheço pessoas e muito mais perigosas que Vanessa. — respondeu ela, com um olhar desafiador.

Me perguntei por onde Letícia já andou para ter essa confiança e conhecer pessoas tão perigosas. Sempre soube que ela tinha um passado complicado, mas nunca imaginei a extensão disso.

Antes que pudesse pensar mais sobre isso, uma das meninas entrou no camarim.

— Sophia, está na hora. — avisou, acenando para mim.

Agradeci e terminei de me arrumar rapidamente. Quando ouvi a música do meu número começar a tocar, respirei fundo e me preparei para entrar no palco. Era hora de me transformar em "Viollet" e deixar todos os homens babando e sedentos por mais.

Subi ao palco com confiança, os holofotes me cegando por um momento. Quando meus olhos se ajustaram, vi a plateia ansiosa, pronta para o show. Comecei a me mover ao ritmo da música, deixando o som guiar meus movimentos.

Minha dança começou lentamente, cada movimento calculado para provocar e seduzir. Meus quadris balançavam de um lado para o outro, minhas mãos correndo pelo meu corpo, explorando cada curva. Os homens pareciam hipnotizadis, os olhos fixos em mim enquanto eu dançava.

Com um gesto suave, soltei o primeiro botão da minha blusa, deixando-a deslizar pelo meu ombro. Ouvi o suspiro coletivo da plateia, um som que sempre me dava uma sensação de poder. Continuei a dançar, movendo-me pelo palco com graça e sensualidade, deixando que a blusa caísse no chão.

Agora com o bustiê revelado, virei de costas para a plateia, deixando que apreciassem a visão de minhas costas nuas antes de me virar novamente. Desci lentamente até o chão, arqueando meu corpo e movendo-me de forma fluida.

Minha saia foi a próxima peça a ser removida. Desabotoei-a com um movimento lento e provocante, deixando-a escorregar por minhas pernas até que estivesse no chão. Agora vestindo apenas lingerie, me movi com mais ousadia, aproximando-me das beiradas do palco para interagir mais de perto com a plateia.

Olhei para os homens e mulheres à minha frente, sentindo o poder do meu corpo e a reação que ele provocava. Fiz contato visual com alguns, sorrindo de forma sedutora enquanto dançava. Minha mão percorreu meu corpo novamente, tocando meu pescoço, descendo pelo meu busto e chegando até a barra da calcinha.

Com um último movimento, tirei o bustiê, expondo meus seios para a plateia. As luzes piscavam, intensificando a sensação de espetáculo. Girei no palco, sentindo a excitação crescer no ambiente. Cada passo, cada gesto era uma dança de desejo e poder.

Finalmente, deitei no chão, arqueando meu corpo de forma provocante, antes de me levantar lentamente. A música estava chegando ao fim, e eu me aproximei do pole dance no centro do palco. Com um salto ágil, agarrei o pole e comecei a girar, minhas pernas envolvendo o metal frio enquanto eu subia e descia com graça.

O show terminou com um giro final, meus cabelos caindo em cascata enquanto descia do pole. A plateia aplaudiu, gritando e assobiando. Sorri, sentindo a satisfação de um trabalho bem feito. Por um breve momento, todos os meus problemas pareciam distantes.

Desci do palco, encontrando Letícia me esperando nos bastidores. Ela sorriu para mim, seu olhar cheio de orgulho.

— Você arrasou, Soso. — disse ela.

— Obrigada. — respondi, ainda tentando recuperar o fôlego.

Enquanto caminhávamos juntas de volta ao camarim, não pude deixar de me perguntar o que mais aquela noite ainda reservava. Mas por agora, eu estava contente em ter feito meu trabalho e em ter minha amiga ao meu lado.

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