Após perder a mãe de forma trágica quando criança, Felipe culpa o pai e o amor que ela sentia pelo mesmo, passando a abominar tal sentimento que para ele não passa de um desatino. Determinado a viver como um lobo solitário, jurou que jamais se envolveria, aprendendo arduamente que não é tão fácil rejeitar uma ordem dada pelo coração.
Ler maisEm dezembro, antes do natal, Cristiano e Jhenny fizeram uma festa para revelar o sexo do bebê, uma menina dessa vez, que recebeu o nome de Heloá. Meu primo estava deslumbrado, dizia estar aproveitando a segunda chance que a vida lhe deu e poder acompanhar a gravidez do segundo filho estava sendo importante para ele. Naquele mês também, Jhenny e Danielly finalizaram a graduação e apresentaram o TCC, eu sabia o quanto aquele momento era especial para ela, conhecia a imensidão do seu sonho de se formar em veterinária e fiz questão de prestigiá-la, afinal independente de qualquer coisa, Jhenny se tornou uma grande amiga que a vida me deu. Durante a festa de natal, Manuela e eu aproveitamos para distribuir os convites do nosso casamento e por pedido meu, optamos por realizar a cerimônia em Porto Alegre, o que visivelmente surpreendeu a todos.
Aos poucos fomos nos adaptando à nova rotina, conseguimos encaixar o sexo nos raros momentos de folga, eu estava feliz com a minha família, mas também havia esquecido de outro ponto importante, o nosso casamento. Me lembrei desse detalhe quando Cristiano ligou pedindo ajuda, pois em setembro completava mais um ano de casado com a Jhenny e como sofreu o acidente antes da cerimônia ele decidiu fazer um casamento surpresa, definitivamente eu tinha que fazer umas aulas com o meu primo. E assim o casamento surpresa aconteceu, Jhenny descobriu apenas no dia, após as meninas a levarem para passar o dia da noiva em um spar. Manuela e eu fomos padrinhos, meu primo estava extremamente emocionado e chorava feito bobo, então comecei a me imaginar ali, esperando a minha deusa, tenho certeza que comigo não seria diferente. Ver o Cris dançando com a Jhenny durante a festa, mesmo que lentamente devido às sequelas d
No dia seguinte, a mãe da Manuela chegou de viagem, fui buscá-la no aeroporto e ainda no carro dei um alerta ríspido. — A senhora vai estar na casa dela agora, não irei tolerar qualquer gracinha. — Talvez eu não tenha causado uma boa impressão, mas não tenho a intenção de perturbar a minha filha, pelo contrário, quero me redimir. – Iracema me encarou. — E faça-me o favor de me chamar de você! Sorri com deboche. — Você é vovó agora, senhora! — Uma vovó jovem e conservadíssima por sinal! – Ela sorriu presunçosamente, mexendo nos cabelos. Eu ria sozinho, notando a tremenda semelhança que existia entre mãe e filha. Após uma breve conversa nós chegamos, ajudei minha sogra c
Quando finalizaram todo o procedimento, a sedação da Manu foi reduzida e a extubaram, encaminhado-a para o quarto. Fiquei ao seu lado aguardando que acordasse, enquanto tentava responder as mensagens de todos, tranquilizando-os e liguei para a Jhenny. — Jhen… — Felipe, graças a Deus, eu estava à beira de um colapso nervoso! — Ela atendeu a ligação histérica. — Diz que correu tudo bem, como está a Manu? E os bebês??? — Manu está aqui meio grogue ainda e os bebês eu ainda não pude ir ver, mas deu tudo certo. Estou esperando a autorização para ir ver os dois! — Graças a Deus! Vou avisar a todos, ficamos apreensivos! Me mande notícias, tá bom? E manda um beijo pra Manu! — Obrigado, Jhen, pode deixar!
Consegui a autorização do hospital e as meninas foram no final de semana para arrumar o quartinho que havia sido liberado. Arrumaram Manuela e fizeram maquiagem, com a desculpa de que iriam tirar umas fotos, levando-na em seguida, ainda em cima da maca para o quarto decorado. Logo que entrou Manuela se emocionou, havia uma faixa nas cores rosa e azul com os nomes de Helena e Henrique. Um bolo feito de fraldas e decoração por toda parte. No canto da parede uma pilha de fraldas que todos da família haviam mandado, muitos não poderiam entrar para a festinha, mas em cada pacote havia uma mensagem de carinho para nós. Estavam presentes apenas Jhenny, Danielly, Rafael, Cristiano e Fernanda, não podíamos encher o quarto, mas um vídeo feito por eles mandava a mensagem de cada amigo e familiar. Manuela se emocionava a cada mensagem de carinho, eu estava extremam
Quando retornamos para o hospital, entramos no quarto juntos, segurei o choro, tentando criar forças e abracei a Manuela com carinho. — Você está melhor, meu amor? — Sim, já não sinto dor, só estou um pouco fraca… — Não se preocupe, Manu, eu sou a prova viva de que a fé pode mudar tudo! Você sabe que é como uma irmã pra mim, que tenho um amor imenso por você e consequentemente pelos seus filhos. — Cristiano se emocionou e tocou a barriga dela acariciando. — Nossa família já passou por muita coisa, já superamos de um tudo, esse vai ser só mais um desafio que vamos passar por cima juntos, certo? Manuela sorriu concordando. — Tenho sorte por ter vocês na minha vida, todos vocês! — Ela disse, e nós três a abraçam
Depois da confusão toda, soube que o Cristiano foi até o ginásio e fez um escândalo daqueles que ele estava mais do que acostumado a protagonizar. A personal foi demitida, e Jhenny acreditou que ele estava sendo sincero, porém ainda assim o relacionamento dos dois parecia estar indo de mal a pior, meu primo estava arrasado. — Você acha que o Cris traiu a Jhenny? — Manuela me perguntou repentinamente alguns dias depois. — Tenho certeza que não. — Ele saiu de casa… — O quê? — Foi pro haras, a Jhenny me contou que ele resolveu se afastar por um tempo, e disse pra ela decidir se queria continuar casada com ele. — Minha nossa, a coisa est
Preciso admitir que eu estava muito paranóico, a barriguinha dela já estava começando a aparecer e eu fazia questão de conversar com os meus filhos todos os dias, várias vezes ao dia, para que eles soubessem que o pai deles estava ali. Acabei me submetendo a um estresse diário desnecessário, a minha sorte era que a Manuela era completamente o oposto e enquanto eu surtava ela estava sempre calma. Para variar, as coisas estavam complicadas na empresa, a assistente que eu havia contratado mais atrapalhava do que ajudava, fazia a maior confusão na minha agenda, nos documentos, chegou a marcar duas reuniões com clientes no mesmo horário, em resumo eu estava levando mais tempo para resolver os problemas que ela me causava do que trabalhando propriamente, pois comecei a perder contrato atrás de contrato. Além do mais, ainda tinha a obra da casa do
Uma nova semana se iniciou, o mês de janeiro estava chegando ao fim, e nós fomos na primeira consulta do pré-natal, ansiosos e cheios de curiosidade. — Seja bem-vinda, Manuela! – A médica a recebeu com simpatia. — Obrigada, doutora! Eu não soltava a mão gelada da Manuela por nada, ambos estávamos nervosos, era um mundo absolutamente novo para nós, então enchemos a médica de perguntas, escutando atentos todas as informações. — Qual a data da sua última menstruação? Manuela parou pensando. — Acho que foi em novembro, doutora! – Lembrei. E então lembrei que isso me tornava ainda mais idiota por ter imaginado