Daily nasceu uma Kasenkina. Mas em nada parecia as mulheres daquele povo: submissas e sem voz. Seu povo tinha um inimigo mortal: o Reino de Machia e todos que lá viviam. Despertando o interesse do conselheiro do líder Kasenkino, ela foi oferecida em casamento por seu próprio pai, a um homem com idade para ser seu avô. Acreditando que nada poderia ficar ainda pior na sua vida, apaixonou-se pelo príncipe rival. Além do amor proibido que começava, ela escondia dele um grande segredo, o qual ele jamais lhe perdoaria. Entre mitos, lendas e segredos, Daily precisa ser forte e desvendar os mistérios sobre seu passado, sobre seu próprio povo e tentar resistir à guerra que começava a ser travada. E era nas noites, embrenhada na floresta proibida, que ela encontrava seu grande amor, incerta se seria capaz de resitir a tudo que conspirava contra eles. Plágio é crime! História de minha autoria! Não permito traduções ou adaptações
Ler maisDaily conseguia sentir as mãos de Erone junto das dela. Não sabia o que sentia naquele momento com relação a ele. Uma vida inteira de mentiras... Sentimentos que ela não sabia mais identificar. Sentia afeto por ele. Fora bom com ela tantas vezes... Mas ainda assim a oferecera em casamento ao próprio pai. Quem conseguia fazer isso e depois viver normalmente? Ele, o homem que trouxera a cabeça do rei Pollo para ser queimada entre os Kasenkinos. O homem que matou mais pessoas que todos os Kasenkinos juntos. Como Darla pudera amar aquele homem? Quem era Darla na verdade? Nem sequer Moa sabia daquele segredo que os dois esconderam. Sentimentos bons e ruins se misturavam a dor horrível que ela sentia. Um líquido quente escorreu por suas pernas e ela sabia que o bebê iria nasce
- Mas... Por que fizeram isto, Burt?- Ahau lhes prometeu ouro, muito ouro, se eles ajudassem na construção da muralha. E assim eles fizeram...- E de onde Ahau tiraria ouro para lhes dar?- Não havia ouro algum... Ahua mentiu para eles. E agora eles vão matar todos. Será o fim dos Kasenkinos. – disse ele rindo nervosamente, com os olhos não parando de mexer nunca.Percebia-se que ele estava visivelmente abalado com tudo e não parecia estar pensando bem. Falava rápido, olhava para todos os lados, com muito medo.- Burt... Você tem certeza de que eram os Naiguãs?- Sim... Muitos deles... Nunca vi tantos... Todos montados nos cavalos, seres místicos dos deuses.- E Ahua?- Mataram Ademoore... E muita gente.Daily o abraçou. Ela tinha tanto medo, mas Burt parecia estar mais amedrontado do que ela.- Burt, meu amigo, o que fizeram
Daily percebeu que Ika estava falando devagar, parecendo ter dificuldade em pronunciar as palavras.- Ika, você está bem? – perguntou ela preocupada.- Não me sinto muito bem...Daily podia ver o suor escorrendo pelo rosto dela e parecia estar sem ar. Daily gritou em desespero por socorro. Logo os empregados vieram em seu auxílio. O nervosismo tomava conta de Daily. Percebeu em sua boca uma espuma esbranquiçada. Quando o doutor chegou, ela ainda segurava na mão de Ika.Não demorou até que fosse dado o motivo da morte:- Envenenamento. – disse o doutor.- Como? – perguntou Daily chocada.- Um veneno forte, com certeza. Mas nada mais pode ser feito por ela, infelizmente. Era uma boa mulher. Fiel criada do rei Pollo e depois do rei Mark.Daily olhou para a xícara de chá próxima da cama e gritou em lágrimas:- Não pode
Mark entrou no quarto rapidamente, muito preocupado.- Daily, o que houve? Eu soube que o médico veio vê-la. Você está doente? Passou mal?- Está tudo bem, Mark. – disse ela deitada confortavelmente na cama.- Eu sabia que Sherylin não a deixaria em paz... Foi por isso que eu a proibi de entrar no castelo.- Ela não teve culpa... Inclusive me pediu desculpas. Disse que irá embora de Machia.- Sherylin lhe pediu desculpas? Sinceramente eu não acredito nas desculpas sinceras dela.- Ela pode ter percebido que nosso amor é real, Mark. Talvez tenha decidido não mais acabar com nossa felicidade. Que de nada adiantaria nos fazer mal...- Daily, não se iluda com Sherylin. Se tem uma coisa que ela sabe muito bem é como manipular as pessoas.- Eu não me importo com Sherylin, Mark. Tenho coisas mais importantes a tratar com você.
Daily despertou com os raios de sol batendo em seu rosto. Ika estava abrindo a janela para o sol entrar no quarto. Ela olhou para o lado e percebeu que Mark não estava mais ali. Ela levantou a cabeça e sentiu-se muito bem. Nem parecia que havia estado péssima nos últimos dias.- Parece bem melhor, senhora. – disse Ika sorrindo.- Realmente Ika, pareço uma nova pessoa.- Gostaria de banhar-se?- Eu adoraria.- Então me acompanhe, por favor.Ika levou Daily até um enorme quarto de banho. Jamais ela imaginou tomar um banho com água quente e perfumada. Os Kasenkinos não acreditariam que aquilo era possível. Mais uma vez ela fez comparativos e ficou chocada de quantos costumes diferentes entre os dois povos que viviam tão próximos.- Você vai ficar me olhando? – perguntou Daily para Ika.- Sim... Caso a senhora queira que eu a esfre
Daily estranhava um pouco ter Ika o tempo inteiro com ela, perguntando se queria algo, anunciando quem chegava, o que acontecia. Servia-lhe o tempo todo. Talvez com o tempo acostumasse com aquilo, mas por enquanto sentia-se um pouco presa. Talvez sentisse falta de sua liberdade, seus vestidos folgados, seus cabelos soltos e seus pés descalços pela floresta. Era acostumada a fazer as coisas pelos outros e não o contrário. As mulheres Kasenkinas nasciam para servir e não pra serem servidas. Primeiro serviam os pais e as mães até se casarem e servirem ao marido e aos filhos.Ela olhou para o enorme travesseiro ao lado do seu. Passou a mão com carinho depois sentiu o cheiro de Mark. Nem acreditava que ele havia passado a noite com ela, lhe dando tanto carinho que ela jamais imaginou receber. Tudo parecia um sonho. E naquele momento ela teve certeza que entre a liberdade, os pés descalços e a floresta, ela escol
Mark trouxe o jantar para Daily no quarto, mesmo ela já sentindo melhor. Quando ela olhou a quantidade de alimentos ficou impressionada. Aquela comida poderia alimentar muitas pessoas. Havia coisas que ela não conhecia e nunca provara. A alimentação dos Kasenkinos era bastante restrita. Comiam somente o que a natureza oferecia. E se não fosse época boa de colheita, a comida era escassa. Usavam muitos chás, ervas, raízes, folhas, frutos e alguns tipos de animais na alimentação. Mas aquela infinidade de comida à sua frente a fez pensar em seu povo e na falta de alimentos que havia lá. Mas ela estava com tanta fome que não pensou duas vezes em provar tudo que conseguia. Depois pensaria em como ajudar seu povo de alguma forma através do reino de
- Daily, acorde...Daily conhecia aquela voz, mas não conseguia reconhecer quem era. Tentou abrir os olhos, mas não conseguia. A voz continuou, até ir ficando mais fraca e desaparecer. Seria um sonho? Ela estaria morta? Onde estavam os deuses? E os espíritos antigos que a buscariam? Será que ela não os encontraria por tudo que fizera errado e não ter cumprido as regras impostas por seu povo? Onde estava a voz? Não importava... Ela só queria continuar dormindo... Para sempre.Daily sentia que estava acordada novamente, mas não conseguia abrir os olhos. Sentiu um beijo leve e doce em seu rosto. Não sentia mais frio... Estava tão aquecida e confortável... Num lugar macio e com cheiro bom.Ela tentou abrir os olhos lentamente... E parecia ver Mark na sua frente.- Estou sonhando? – falou ela.- Não está sonhando, meu amor... Sou eu. – di
O tempo passava lentamente e Daily já nem se importava mais em contar quantas noites e dia não via Mark nem tinha notícias dele. Cada novo amanhecer não tinha mais sentido e as noites eram somente de lembranças de momentos lindos em que ela fora feliz. Sua mente ainda a atormentava com o que vivera na cabana de Ahau no dia de sua morte. Os comentários enquanto andava pelo povoado era sua semelhança com Darla. Embora reclamasse do véu enquanto o usava, agora ironicamente sentia falta de esconder parte de seu rosto e sua tristeza, em especial os sorrisos forçados. E ela continuava não se sentindo bem, com sensações estranhas e tonturas, especialmente nos dias de trabalho sob o sol forte. Não tinha fome e quando comia acabava ficando pior.- Daily, o que você tem, meu amor? – perguntou Burt quando a viu sentada na janela, olhando para o nada.Nem ela sabia direito o que