Nós fomos passar as férias do meio do ano na fazenda da tia Anelise, eu já não me queixava tanto de ir para lá, pois morria de saudades dela. Meu primo Cristiano e eu ainda não éramos melhores amigos, até porque apesar da diferença de idade não ser tão grande, eu era muito mais maduro do que ele e o Rafael, mas nosso relacionamento havia melhorado um pouco.
Os dois já falavam de meninas com certo interesse, eles tinham apenas 13 anos, e isso de fato me surpreendeu, pior do que isso, Cristiano revelou algo que me deixou ainda mais espantado.
— Não sou mais virgem! — Ele contou orgulhoso.
— Como assim? — Rafael perguntou tão chocado quanto eu. — Como foi isso?
— Foi com minha prima, Yeda! — Cristiano cochichou. — Ela propôs que a gente experimentasse juntos.
O olhei chocado, Yeda tinha 14 anos, era sobrinha do tio Romeu, mas acima de qualquer coisa, eu estava curioso, porque apesar de não querer de forma alguma qualquer tipo de relacionamento, como todo garoto, eu tinha interesse quando o assunto era sexo.
— E como foi? — Perguntei curioso. — É bom?
— Muito bom! — Cristiano respondeu sem hesitar.
Nós falamos um pouco sobre o assunto e ele acabou contando alguns detalhes, aquele tipo de desejo era algo novo para mim, e quando Yeda apareceu, não consegui deixar de me sentir atraído, eu queria experimentar também.
— Será que ela topa algo comigo? — Cochichei com Cristiano.
— Posso ver com ela. — Ele era tão crianção, que fez a proposta para a prima como se estivesse chamando-a para uma brincadeira. De longe eu vi a forma que ela ficou envergonhada, pois provavelmente Yeda nem queria que alguém soubesse o que havia acontecido. Logo me arrependi de ter cogitado a ideia e a resposta negativa não me surpreendeu.
Me condenei depois por tê-la visto como um objeto, ela era próxima do Cristiano, provavelmente confiava nele o suficiente para fazer o que fez, mas eu não, apesar de já nos conhecermos, nós mal nos víamos, Yeda não tinha a menor intimidade comigo. Eu só havia beijado uma garota uma vez, numa brincadeira que alguns colegas fizeram na escola, fora isso, sequer tinha coragem de conversar com as meninas, era muito reservado e tinha um medo terrível de me apaixonar.
No ano seguinte, meu primo Rafael apresentou para a família sua primeira namorada, ele tinha 14 anos na época. A menina se chamava Melissa e ele era absolutamente fissurado nela. Pude notar através dele, que esse negócio de amor enlouquecia as pessoas, causava cegueira, meu primo já não sabia falar de outra coisa que não fosse essa Melissa.
Eu imaginava que se minha mãe não amasse tanto meu pai, não teria sofrido daquela forma. Ninguém falava sobre o assunto na minha frente, mas eu já tinha ouvido rumores de que ela tinha se matado, mamãe tinha se intoxicado tomando vários remédios misturados, propositalmente. Eu nunca quis acreditar naquilo, acreditar que minha mãe havia escolhido nos deixar, quão imensa era a sua dor para escolher partir e abandonar dois filhos.
Rafael e eu estudávamos na mesma escola e sua namorada também era de lá. Um dia durante o intervalo ele me chamou num canto e disse que uma amiga da Melissa estava a fim de mim. Curioso, perguntei quem era e confesso que gostei, a menina era bonita, mas eu não tinha o menor jeito com as garotas e de forma alguma queria demonstrar isso para o meu primo.
— Tudo bem… — Concordei em conhecê-la.
— Vem comigo! — Rafael me puxou pelo braço e levou até a garota, que estava junto com Melissa. — Bruna, esse é o meu primo Felipe… Felipe, essa é a Bruna.
A menina abriu um sorriso tímido e corou, acabei reagindo da mesma forma e meio sem jeito me inclinei para beijá-la no rosto.
— Bom, vamos deixar vocês conversarem. — Rafael disse se afastando com a namorada.
Olhei para a Bruna absolutamente envergonhado, não tinha a menor ideia do que fazer, mas por sorte ela também parecia não ter muita noção.
— Você quer sentar? — Sugeri apontando para um banco vazio. Ela concordou e nós caminhamos em silêncio.
— É… Bom… Você tem quantos anos? — Pensei que de repente tentar conhecê-la melhor seria um bom caminho.
— Tenho 15! — Respondeu olhando para baixo. Pude notar que estava absolutamente envergonhada, tanto quanto eu.
— Eu tenho 16! — Informei, mesmo ela não tendo perguntado.
Então o silêncio reinou, eu não sabia o que dizer, o que fazer.
— Meu primo disse que você está a fim de mim. — A menina mudou de cor feito um camaleão, acho que não deveria ter sido tão direto, mas não vi outra forma de chegar aos finalmentes.
— É… Eu... Te achei bonito. — Ela gaguejou e desviou o rosto sorrindo, ainda meio sem jeito.
— Também te achei bonita! — Falei imediatamente.
Bruna sorriu, ainda olhando para os próprios pés que balançavam nervosamente.
— Eu… Então… Você quer ficar comigo? — Senti minhas bochechas queimarem, eu sequer tinha conseguido manter um diálogo decente com ela.
Então a menina deu uma risadinha e balançou a cabeça dizendo que sim, erguendo-a para me olhar nos olhos. "É, tem que ser agora." Pensei. Então me aproximei um pouco e coloquei os braços por cima do seu ombro, naturalmente ela se inclinou na minha direção e fiz o mesmo, nossos lábios se encontraram e eu tentava lembrar como tinha feito na primeira vez que beijei uma garota na tal brincadeira. Acho que no início ela estava tão embananada quanto eu, mas logo as coisas fluíram naturalmente e nos beijamos da forma correta, ao menos eu imaginava que sim.
Eu só não tinha certeza sobre o que deveria fazer depois, sairia de mãos dadas com ela? A deixaria na sua sala? Naquela época as conversas pelo celular eram por SMS, eu deveria pedir o telefone? O que nós éramos agora? Eu nem queria ser nada de ninguém, era a única certeza que eu tinha.
— Você tem celular? — Perguntei.
— Sim… — Ela disse passando o número em seguida. — Posso te adicionar no MSN?
O MSN era uma das redes sociais que nós mais utilizávamos para conversar com outras pessoas pelo computador, como se fosse uma sala de b**e-papo, além disso tinha o Orkut, que era como o F******k é hoje em dia. Então concordei e passei meu e-mail para ela, dessa forma ela me encontraria nos dois.
A partir dali nós passamos a conversar, por trás da tela do computador era muito mais fácil e eu me sentia mais corajoso para desenrolar os assuntos. A Bruna era uma garota legal, um pouco tímida como eu e além do mais tínhamos muitas outras coisas em comum. Como ela era amiga da Melissa, passamos a sair os quatro juntos, às vezes íamos ao shopping, parque de diversões, coisas do tipo, e eu já não tinha tanta vergonha de beijá-la, nós andávamos de mãos dadas e acabamos nos acostumando um com o outro.
Na minha cabeça, éramos apenas ficantes, mas na cabeça da Bruna não, e eu descobri isso quando ela me perguntou se eu iria em sua casa conhecer sua família. Eu parei para pensar e de fato nós não agíamos como meros ficantes, passávamos todo tempo juntos na escola, quando estávamos em casa sempre conversávamos pelo MSN, e eu nunca ia dormir antes de m****r uma mensagem de boa noite. Estava namorando e nem sabia, estava gostando dela e nem havia percebido o quanto já estava envolvido.
— Então, o que acha de ir lá em casa hoje? — Senti um gelo percorrendo a minha espinha com a proposta, mas não sabia como dizer pra ela que eu não queria tanto compromisso.
— Bom, eu… Eu não sei… — Não consegui pensar em uma desculpa coerente.
— Está tudo bem, eu já falei sobre você pros meus pais e eles querem te conhecer.
— Falou, o que você falou?
— Que eu tinha um namorado e queria apresentar pra eles.
Xinguei em pensamento, então era exatamente isso, eu não tinha feito um pedido de namoro, mas a forma como agia tinha dado a entender que era isso que estava acontecendo.
— Tudo bem… — Concordei, eu não ia magoá-la, tudo que não queria era fazer alguém sofrer. Eu sempre lembrava da minha mãe, e não seria como o meu pai.
Não foi tão ruim assim no fim das contas, mas eu era criado pela minha avó, e por mais moderna que ela tentasse ser para se adequar à nova geração, as coisas ainda não eram tão liberais. Vovó me deixou na casa da Bruna e fez questão de conversar com os pais dela, eles combinaram o horário que ela me buscaria e durante todo o caminho dona Carmen martelou em minha cabeça uma série de regras. "Jamais entre no quarto de uma menina, nada de agarramento, mantenham-se sempre onde os pais dela possam ver vocês, etcetera, etcetera, etcetera."
Sentei no sofá e fiquei paralisado, a mãe da Bruna era simpática e o pai dela também, apesar de me olhar meio atravessado às vezes. Creio que ambos relaxaram quando conversaram com a minha avó e viram o tipo de criação que eu recebia. A Bruna parecia estar absolutamente entediada naquele sofá, nós ficamos apenas de mãos dadas e tentávamos conversar sobre qualquer assunto aleatório, mas não estávamos à vontade com seus pais nos vigiando a todo tempo, sequer tentei beijá-la, minha avó tinha me feito acreditar que dependendo do que eu fizesse o pai dela seria capaz de botar uma arma na minha cabeça, talvez fosse assim na época dela, mas eu que não ia arriscar.
O tempo foi passando e os pais da garota foram ficando mais tranquilos a nosso respeito, eu visitava ela com certa frequência e eles já não se preocupavam tanto em ficar nos vigiando. Não posso negar que eu tinha uma série de desejos proibidos, mas guardava todos para mim até que um dia a Bruna tocou no assunto.
— Posso te fazer uma pergunta? — Ela disse sem me olhar diretamente.
Olhei curioso, não existia algo sobre mim que ela já não soubesse.
— Você já… Digo… Você é virgem?
Bom, de fato isso a Bruna não sabia, nós nunca tínhamos conversado sobre esse assunto, e me perguntei se seria muito estranho confessar que ela era a primeira pessoa que beijei oficialmente.
— Sim, eu sou. — Falei meio sem jeito, envergonhado, mas ela pareceu absolutamente satisfeita com a resposta.
— Eu também. — Respondeu com um meio sorriso, ainda sem olhar para mim diretamente.
— Por que a pergunta? — A olhei e notei que estava nervosa.
— Você não tem curiosidade de saber como é?
— Tenho, claro… — Tentei não parecer histérico. Ela estava me propondo experimentar? Como Yeda fez com Cristiano? Isso seria incrível!
Mas Bruna não fez proposta alguma, apenas sorriu ainda timidamente e não prolongou a conversa, obviamente fiquei com aquilo na cabeça, talvez ela esperasse que eu tomasse uma atitude.
— Por quê? — Perguntei também sem olhá-la diretamente.
— Por nada, só curiosidade… — Respondeu corada.
— Você gostaria de experimentar? — Acho que fui direto demais, ela se calou com uma expressão assustada e não me respondeu.
Aquele ano chegou ao fim e eu ainda estava namorando com a Bruna, nós estávamos prestes a entrar de férias e ela me chamou para conversar. Estranhei sua postura, parecia incomodada com algo e sua expressão era de tristeza.
— O que houve? — Perguntei confuso.
— Eu gostaria de terminar o nosso namoro.
Olhei para ela sem reação por um momento, buscando as palavras corretas. Senti um leve aperto no peito. Aquilo era dor? Eu sofreria?
— Por quê? — Busquei entender se eu tinha feito algo errado.
— Eu vou me mudar no ano que vem, vou sair da escola e provavelmente não vamos mais nos ver.
Notei que havia certo pesar nas suas palavras, obviamente eu não tinha feito nada errado, ela não estava tendo muita escolha.
— Vai pra muito longe? — Perguntei, no fundo eu queria encontrar uma alternativa.
— Vamos embora de Brasília.
Ela me abraçou e começou a chorar, aquilo me despedaçou por dentro, jurei para mim mesmo que não faria ninguém sofrer como meu pai fez, mas eu não tinha culpa, não fiz nada e mesmo assim ela estava triste.
— Eu vou sentir a sua falta. — Falou entre os soluços.
— Eu também, sinto muito, não queria que fosse assim. — Disse tentando confortá-la.
Eu não chorava, depois de tudo que tinha passado era difícil eu me abalar, mas estava sentido e realmente sentiria falta dela. Então a Bruna se foi, nós ainda estivemos juntos até o último dia de aula, e depois nunca mais nos vimos. Senti falta dela, fiquei triste e então entendi que o amor não magoa apenas quando nós erramos, ele mágoa também quando nós sentimos algo que não pode mais existir.
Obviamente aquilo não era amor, nós éramos muito jovens, ainda tínhamos muito o que viver e ela logo seguiu em frente, no ano seguinte vi quando mudou o status de solteira para namorando no Orkut, e sequer me importei, aquela fase da saudade já tinha passado, porém o pouco de experiência que eu tinha adquirido com a Bruna me tornou um pouco mais confiante e o passar do tempo me trouxe novos anseios.
Eu estava agora no último ano da escola, no que dizia respeito aos estudos, nunca dei trabalho para a minha avó, era considerado do tipo nerd, sempre fui estudioso, como era muito fechado não tinha tantos amigos e os poucos que tinha eram como eu. Nós éramos quietos e nunca me envolvi nas bagunças, já o Rafael era diferente, mesmo sendo mais novo era do tipo mais descolado, e mesmo namorando a Melissa não tinha dificuldade nenhuma em se desenrolar com as garotas, e depois da Bruna, a maioria das meninas com quem eu fiquei foi ele quem apresentou para mim. Porém as coisas eram diferentes, quando eu ficava com uma garota não levava nada adiante como levei com a Bruna, e buscava explicar sempre de forma sútil que não queria compromisso. Não queria compromisso, mas queria sexo, queria experimentar na verdade, principalmente após saber que o Rafael também já tinha dado esse passo com a Melissa, e mais um
Minha irmã ainda dormia comigo todas as noites, desde que nos mudamos para Brasília, e então a levava para a cama no seu próprio quartinho, contava histórias para ela dormir, brincava de bonecas e ia em todas as festinhas da escola. No dia dos pais o nosso avô ganhava o presente e surpreendentemente eu também. Eu ficava feliz por ela me ver dessa forma, afinal, sempre estaria ao seu lado e Fernanda nunca teria que se preocupar em me perder. — Filho, seu pai ligou perguntando se você já decidiu algo sobre a faculdade. — Minha avó comentou, ainda hesitante. Ela sabia que eu odiava falar do meu pai, e odiava mais ainda quando ele tentava se meter na minha vida. — O que ele tem a ver com isso? — Perguntei irritado. — Ele quer arcar com os gastos.&
Tranquei meu coração a sete chaves, o mais próximo que me aproximei de me envolver com alguém foi com a Bruna, mas éramos duas crianças ainda e não vivemos nada tão intenso. Rafael por outro lado, ainda namorava a Melissa, para mim ele já era um caso perdido, eu só não imaginava que se casariam, porque não entrava na minha cabeça que alguém que levava a vida como se fosse solteiro quando estava longe da namorada, teria interesse em se prender e ainda iludir alguém dessa forma. No dia que ela descobriu uma das traições, meu primo se desesperou, Melissa acabou o namoro e ele ficou arrasado, eu o via chorando e se arrastando para tê-la de volta, para ter o seu perdão e nada daquilo fazia sentido para mim, pois se ele a amava tanto como dizia, por que precisava magoá-la daquela forma? Era difícil não lembrar da atitude do meu pai, mas Melissa ainda teria a oportunidade de seguir em frente, era apenas um
Um ano se passou desde a morte da minha prima e durante esse período o Cristiano nunca mais foi o mesmo, eu nunca mais o vi se aproximar de uma mulher, e quando aconteceu ele chorou e se flagelou como se tivesse cometido o erro mais grave do mundo. Rafael também vivia feito zumbi, a morte da irmã mexeu com ele de tal forma que seu comportamento também mudou, meu primo vivia triste pelos cantos, se não fosse Melissa sempre ao seu lado o apoiando, acredito que ele não suportaria, pois além de carregar a própria dor tinha que suportar a dor dos seus pais. Eu estava com 20 anos, estava indo bem na faculdade e comecei a fazer estágios remunerados que pagavam até bem. Me afastei um pouco da rotina de farras, não tinha mais tanto tempo para isso. Notei que minha avó passou a ficar mais tranquila ao meu respeito, antes tia Adelina pegava muito no meu pé a pedido dela, porque ela própria tinha um medo terrív
Foi aí que cometi o maior erro da minha vida. Era sábado e toda a família decidiu ir para o haras. A única coisa que nunca mudou na minha vida era o gosto que eu tinha por aquele tipo de lugar, eu detestava, mas ia por insistência da minha irmã que adorava aquilo tanto quanto os outros. Ingrid também foi com Cristiano, e ela não parava de deixar claro que odiava estar ali tanto quanto eu. Não me sentia à vontade perto dela, e pude notar que meu primo também se incomodava quando eu estava por perto. Ingrid não disfarçava os olhares para mim, e se ele não percebia é porque realmente era tolo e gostava de viver na cegueira. Decidi então me afastar e subi para um dos quartos, me deitei para tirar um cochilo e fui surpreendido algum tempo depois quando a porta do quarto se abriu bruscamente. Me virei para olhar e mal acreditei no que est
Por um tempo eu imaginei que as coisas não teriam como piorar. Até que um dia, após muita insistência da Fernanda, eu fui para a casa da vovó, mesmo sabendo que o Cris estaria lá. Minha irmã veio me recepcionar alegremente e saiu me arrastando empolgada. Foi quando eu a vi pela primeira vez, a mulher que viria a ser a razão da minha perdição. Ela era morena clara, dona de uma pele naturalmente bronzeada, cabelos lisos e volumosos que chegavam ao quadril, possuía um corpo exuberante e cheio de curvas, daqueles que deixariam qualquer marmanjo de queixo caído. Estava sentada na beira da piscina com uma outra garota, eu nunca tinha visto nenhuma das duas antes e logo deduzi que fossem casos novos dos meninos. Só de imaginar que uma delas pertencia ao Cristiano eu sequer me aproximei, mas minha irmã era uma criançona inconsequente e me puxou na direção das duas. Imaginei que nunca mais veria a tal Jhenny novamente, a não ser que ela realmente fosse para a festa da minha irmã. Mas para a minha infeliz surpresa, Fernanda inventou de convidar o nosso pai e ele havia prometido que iria, porém faltando duas semanas, Roberto ligou dizendo que não poderia viajar. — O papai disse que não vem, teve um imprevisto no trabalho. — Fernanda contou de cabeça baixa, seus olhos estavam repletos de lágrimas. — Surpreendeu um total de zero pessoas! Nem sei por que você chamou… — Ele prometeu que viria! — Se o Roberto fosse o tipo de homem que honra com suas promessas, talvez a nossa mãe estivesse viva! Minha irmã ficou arrasada, e eu me arrependi imediatamente por ter sido tão ríspido.13. Conhecendo o perigo
Na semana seguinte, minha família ia para o haras passar a páscoa, eu já estava acostumado a passar as datas comemorativas longe deles e fiquei no meu apartamento sozinho, até que minha irmã me ligou. — Lipe, vem ficar com a gente, por favor? — Não gatinha, você sabe que as coisas entre o Cris e eu são complicadas, e definitivamente aí é o último lugar que eu devo ir. — Mas eu pedi pra ele e a Jhenny conseguiu convencê-lo, o Cris concordou que você viesse! Me choquei duplamente, primeiro por meu primo ter deixado e segundo por Jhenny ter ajudado, fiquei me perguntando que poder era esse que ela tinha sobre ele para conseguir tal coisa. Depois de tudo que havia acontecido eu nunca mais havia voltado a pisar no haras e no fundo eu sabia que não deveria ir,