Summer Monteiro levava uma vida simples no interior da Sicília até que seu mundo foi destruído pelas mãos de Gael Martínez, conhecido como Hades - um mafioso cruel que reina através do sangue e do medo. Forçada a encarar o inferno que ele criou, Summer percebe que sua inocência pode ser tanto sua maior arma quanto sua sentença de morte. Mas o que ela não esperava era despertar algo em Hades, um sentimento que ele nunca conheceu... e que pode ser ainda mais perigoso do que sua fúria. Resgatada pela mãe e pelo meio-irmão de Hades, Lucca Moretti, Summer encontra na Hungria um novo lar - e uma nova missão. Treinada para sobreviver no submundo da máfia, ela se vê cada vez mais envolvida na vingança contra Hades. Mas conforme a guerra se aproxima, Summer se vê dividida entre dois homens que representam extremos opostos: Lucca, o mafioso que a protege e a trata como uma rainha, e Hades, o homem sombrio que prometeu nunca mudar... mas que talvez esteja disposto a quebrar essa promessa por ela. Entre traição, redenção e um passado que se recusa a morrer, Summer terá que fazer a escolha mais difícil de sua vida. Quando o amor e a vingança caminham lado a lado, será possível escapar sem se queimar? ⚠️ Alerta de Gatilhos: Esta obra contém cenas de violência, coerção, abuso emocional e físico, além de lutas pelo poder. Não recomendado aos leitores mais sensíveis. A autora não compactua nem apoia tais ações.
Ler mais~ Lucca ~O som metálico do isqueiro ecoa pela sala quando acendo o cigarro, o olhar fixo nos mapas espalhados sobre a mesa. A fumaça sobe lenta, misturando-se à luz dourada que entra pelas janelas altas do escritório. O ambiente deveria trazer paz, mas a tensão paira no ar, densa, como um presságio sombrio.Elza entra sem bater, os saltos estalando no chão de mármore. Sua expressão séria me faz arquear uma sobrancelha. Ela nunca demonstra preocupação à toa. Caminha até a mesa e desliza um envelope grosso sobre os papéis espalhados. Não preciso abrir para saber do que se trata.— Recebemos o convite — ela anuncia, cruzando os braços. — O encontro das Famiglias será na Sicília, em duas semanas.Trago o cigarro aos lábios, inalando a nicotina, antes de esmagar a brasa no cinzeiro. Não demonstro reação, mas minha mandíbula se contrai levemente.— Já era esperado — murmuro, deslizando os dedos pelo papel grosso do convite. — Não podemos recus
~ Lucca ~ O sol invade o quarto através das cortinas entreabertas, mas não é isso que me acorda. É o calor suave do corpo de Summer junto ao meu. Minha mão repousa em sua cintura, e um sorriso involuntário surge em meus lábios antes mesmo de abrir os olhos. Ainda é surreal tê-la aqui comigo, depois de tudo que passamos.Abro os olhos lentamente e a observo dormir. Ela está tão tranquila, tão serena, como se o peso do mundo tivesse lhe concedido um raro momento de paz. Seus cabelos escuros se espalham pelo travesseiro, e eu poderia passar horas apenas admirando essa cena.Mas, de repente, seu corpo se agita ao meu lado. Ela geme baixo e, em seguida, se senta rapidamente, levando a mão ao estômago.— Summer? — pergunto, imediatamente alerta.Ela não responde. Apenas empalidece e, num piscar de olhos, salta da cama, correndo para o banheiro.Levanto-me num impulso e a sigo. Quando chego, encontro-a ajoelhada diante do vaso sanitário, vomitando. A cena me faz sentir impotente.— Bella mi
~ Lucca ~As luzes da sala de reuniões lançavam sombras sutis pelas paredes decoradas com madeira escura, criando um clima quase claustrofóbico. O ar cheirava a uísque caro e intenções perigosas, carregado pela conversa baixa e cuidadosa dos homens sentados ao redor da mesa. Mas nada naquela sala capturava mais a minha atenção do que a mulher sentada à minha frente.Summer está deslumbrante. O vestido vermelho, justo e com uma fenda lateral provocante, parecia ter sido feito para ela. Cada movimento revelava mais do que escondia, e eu tive que me esforçar para manter a concentração enquanto discutíamos as rotas de contrabando no Mediterrâneo. Meu olhar, porém, traía meu esforço, voltand
~ Summer ~Os últimos dias têm sido uma montanha-russa de emoções. Meu corpo está exausto, a irritação surge do nada, e a tensão entre mim e Lucca chegou ao limite hoje. Preciso colocar tudo para fora, mesmo que isso signifique arriscar tudo o que construí até agora.— Lucca! — grito, entrando em seu escritório sem bater.Ele ergue os olhos dos papéis, visivelmente irritado com a interrupção, mas seu olhar se suaviza levemente quando percebe que sou eu.— Summer, o que foi agora? — pergunta, suspirando pesado.— O que f
~ Summer ~Nos últimos dias, tenho evitado falar com Lucca. As palavras ríspidas, a maneira fria como ele me tratou depois daquelas noites juntos ainda ardem na minha pele. Não sei se é raiva, mágoa ou orgulho, mas ignoro suas tentativas de puxar assunto, respondo apenas quando necessário e me concentro nas minhas novas responsabilidades. No fundo, sei que isso o irrita — o jeito como seus olhos me seguem pelo corredor, como seu maxilar trava quando finjo não ouvi-lo. A tensão entre nós cresce a cada dia, silenciosa e sufocante.Hoje à noite, porém, é impossível evitá-lo. Eu me tornarei oficialmente a Consigliere de Don Lucca, um papel que, meses atrás, eu jamais teria imaginado assumir. O salão está impecavelmente decorado, em tons de preto e dourado, com lustres reluzentes iluminando o ambiente. A festa reúne os aliados mais próximos de Lucca, figuras poderosas que comandam negócios em diversas partes da Europa. Homens de ternos caros e mulheres em vestidos luxuosos sussurram entre
~ Hades ~Sentado em minha poltrona de couro no escritório do bordel, rodeado pelo cheiro amargo de álcool e cigarro, observo os copos vazios na mesa à minha frente. Uma garrafa de uísque quase seca está ao meu lado, mas isso não ajuda a silenciar a raiva que pulsa dentro de mim.— Vocês são um bando de inúteis! — rosno, lançando o copo contra a parede. O som do vidro se estilhaçando ecoa pela sala, mas meus capangas permanecem imóveis, de cabeça baixa, sabendo que qualquer palavra errada pode ser sua última. — Quatro meses! Quatro malditos meses e nada! Nem um rastro, nem uma pista.Meu olhar atravessa os homens como lâminas, e posso
~ Lucca ~A luz da manhã invade o quarto através das cortinas entreabertas, espalhando raios dourados sobre os lençóis bagunçados. Summer dorme ao meu lado, o rosto sereno em contraste absoluto com o caos dentro de mim. Seus cabelos estão espalhados pelo travesseiro, e por um instante, penso em deslizar os dedos por eles, afastar as mechas que cobrem seu rosto. Já faz algumas semanas desde a primeira vez que nos entregamos um ao outro, naquela madrugada tensa no escritório, onde os papéis espalhados e as juras contidas misturaram-se ao desejo reprimido. Desde então, repetimos o erro mais vezes do que posso contar. Mas hoje ela está aqui, em minha cama — e isso muda tudo. Mas não posso. Não devo.Levanto-m
~ Lucca ~Estou no escritório, absorto em um relatório quando ouço os passos leves de Summer no corredor. Ela tenta ser discreta, mas já aprendi a decifrar o som das suas idas e vindas. É curioso como ela parece uma tempestade silenciosa: uma força contida que, quando liberada, pode mudar tudo ao seu redor.Fecho o arquivo e me recosto na cadeira, pensando no quanto ela mudou nesse tempo. A mulher insegura, marcada pelo medo, foi substituída por alguém que está aprendendo a se reconstruir. Mas, mesmo assim, ainda há algo vulnerável em seus olhos quando ela me encara, como se estivesse carregando uma decisão difícil demais para ser verbalizada.Há um
~ Summer ~Os últimos meses mudaram tudo. Não apenas a mulher que vejo no espelho, mas também tudo o que sinto. Lucca sempre esteve ali, me apoiando, me desafiando, me mostrando que, mesmo no caos, é possível encontrar segurança. Ele não é como Gael — o jeito de Lucca é leve, mesmo estando imerso em um mundo sombrio. Ele respeita meus limites, mas também me provoca, como se soubesse que há uma chama dentro de mim, esperando só uma faísca para se acender.Mas hoje... algo é diferente. Estou sentada na varanda, observando o céu tingido de laranja pelo pôr do sol, tentando encontrar um pouco de paz. O ar fresco da Hungria acaricia minha pele, mas não traz a calma que tanto preciso. Minha mente, ao contrário, está em um turbilhão.Eu não consigo parar de pensar nele. Nos momentos que compartilhamos, nas risadas que soaram tão naturais entre nós, no jeito como ele me olha — como se enxergasse algo em mim que eu mesma ainda não consigo ver. O mais estranho, e ao mesmo tempo mais aterrador, é