Sthephania se apaixonou por Matteo na universidade, quando ainda tinha apenas 16 anos. Jovem e determinada, insistiu até que ele cedesse, dando início a um romance proibido. Matteo era o irmão mais velho de sua melhor amiga, um rapaz de origem humilde, trabalhador e íntegro. Sua mãe, dedicada e leal, trabalhava há anos para o pai de Sthephania, um homem poderoso e inflexível. Quando a verdade veio à tona, ele não hesitou em impor sua autoridade, separando-os de forma definitiva. O amor deles foi arrancado à força, deixando feridas profundas. A dor da separação, somada a desentendimentos irreparáveis, mentiras cuidadosamente plantadas e intrigas cruéis, tornou a despedida ainda mais amarga. Cinco anos se passaram desde aquela despedida forçada. Agora, de volta ao país, Sthephania se vê novamente diante de Matteo. Mas será que o tempo foi capaz de curar as feridas?
Leer más《Sthephania 》Matteo me observa intensamente, dando um passo à frente, diminuindo perigosamente a distância entre nós.- Do que você tem tanto medo? - Sua voz soa baixa, quase um sussurro, carregada de algo que não consigo decifrar.Engulo em seco, sentindo meu coração disparar. Tento manter minha compostura, mas minhas palavras saem trêmulas.- Eu... eu não tenho medo. - Gaguejo, traindo minha própria mentira.Ele dá mais um passo, e eu me vejo incapaz de recuar. Meus pés parecem presos ao chão, enquanto o calor do seu corpo ameaça consumir o pouco de sanidade que me resta.- Você ainda sente algo por mim? - A pergunta vem carregada de um misto de curiosidade e provocação, e sua proximidade me deixa tonta.Meu instinto grita para fugir, mas quando tento me afastar, tropeço desajeitadamente nos próprios pés. O impacto iminente me faz arregalar os olhos, mas antes que eu atinja o chão, Matteo age rápido e tenta me segurar. O problema é que ele também p
《Matteo》 Deixo minha mãe em casa e, assim que chego ao prédio onde Melyssa e Phani moram, percebo que ambas estão dormindo. O silêncio dentro do carro só é interrompido pela respiração tranquila das duas. Melyssa insistiu para que Phani ocupasse o banco do carona comigo, mas ela se recusou, dizendo que minha mãe deveria ir à frente. No entanto, minha mãe também recusou e insistiu para que Phani fosse. Observo Phani por um instante. Seu rosto sereno, levemente iluminado pelos postes da rua, me prende mais do que deveria. Suspiro, afastando esses pensamentos, e finalmente decido acordá-las. - Meninas, chegamos. - Minha voz soa firme, mas não alta o suficiente para assustá-las. Phani desperta lentamente, piscando algumas vezes antes de me encarar com uma expressão sonolenta. Já Melyssa apenas resmunga algo incompreensível e se aninha ainda mais no banco, completamente alheia ao que acontece ao seu redor. Phani me olha e sorri. - Acho que você vai ter que subir com ela. Você sa
《Matteo》Felix pigarreia, tentando suavizar o clima.- Então... - Ele tosse discretamente antes de continuar. - Devia nos contar como foi a viagem. Você deixou a cidade do nada, e Melyssa comentou que foi estudar na Inglaterra.Fico aliviado por ele ter tomado a iniciativa de guiar a conversa para esse rumo. Sempre tive curiosidade sobre o tempo que Phani passou fora, sei muito pouco. Melyssa nunca foi do tipo que fala sobre a vida da amiga, e o que descobri foi apenas por coincidência ou por trechos soltos de conversas que acabei ouvindo. Sei que Phani conseguiu uma bolsa na universidade dos seus sonhos, mas nada além disso.- Sim, consegui uma bolsa de estudos lá. - Sua resposta é breve, como se quisesse encerrar o assunto antes mesmo de começar.Me inclino levemente para frente, interessado.- Fiquei sabendo que foi aceita na Queen Mary University of London. - Meu tom é genuíno. - Lembro que sempre foi seu sonho estudar lá.Catarina, que até ent
《Sthephania》O prazer que senti ao vê-la esperando por uma hora por uma mesa foi indescritível. Matteo deu as ordens, e tudo o que fiz foi segui-las – com muito gosto, devo admitir. Se dependesse apenas de mim, ela sequer colocaria os pés no restaurante da minha amiga. Mas, infelizmente, essa não era uma decisão que cabia a mim.Chamo Felipas, instruindo-o a acompanhar Catarina e a amiga até suas respectivas mesas.- Pode acompanhá-las, eu cuido de tudo aqui. - digo, e ela assente.Catarina me encara com uma expressão carregada de raiva, os olhos faiscando.- Vamos ver o que Matteo vai achar quando souber o que você fez comigo. - Sua voz sai carregada de irritação.Por mais que eu perceba Matteo se aproximando, não me dou ao trabalho de responder com qualquer tom apaziguador. O que ele pensa de mim já não faz diferença. Houve um tempo em que me importei, mas essa fase ficou no passado.Olho Catarina com desdém.- Eu só pedi que aguardasse como qualquer out
《Catarina》O carro mal estaciona e eu já sinto a impaciência borbulhar dentro de mim. Do lado de fora, a fachada moderna e sofisticada do restaurante brilha sob as luzes da cidade, atraindo uma multidão elegante. O estacionamento está cheio, e a fila na recepção é considerável. - Graças a você, estamos atrasadas! - resmungo, cruzando os braços enquanto encaro a quantidade de pessoas. - Olha como o lugar está lotado! Naline solta um suspiro cansado, ajeitando a bolsa no ombro antes de me encarar com um olhar entediado. - Foi você que ficou se arrumando por horas, então nem venha me culpar. Reviro os olhos, ignorando sua provocação. - Vamos entrar logo. Passamos pela entrada principal com passos decididos. Meu olhar varre o ambiente, buscando Matteo entre os convidados, mas não o encontro. Estou prestes a seguir para o salão quando dois seguranças se posicionam diante de mim, bloqueando minha passagem. - A senhorita tem reserva? - um deles questi
《Catarina》Naline me observa com as sobrancelhas levemente arqueadas, sua expressão carregada de dúvida e curiosidade. Sei exatamente o que ela está pensando, mas decido ignorar seu olhar analítico enquanto examino os vestidos à minha frente. - Nunca te vi empolgada para fazer compras. - Ela finalmente quebra o silêncio, cruzando os braços. Viro-me para encará-la, segurando um vestido vermelho vibrante contra meu corpo. Um sorriso satisfeito se forma em meus lábios. - Eu te falei que Matteo comentou que a inauguração do restaurante daquela pirralha insolente seria hoje. Quero ir deslumbrante. Acho que até vou usar minhas lentes e fazer uma maquiagem de arrasar. Você vai ver. - Minha voz transborda animação, e por um breve instante, saboreio a ideia de impressioná-lo. Naline suspira, apoiando-se no balcão próximo ao provador. - Você está nisso há anos. Não acha que já está na hora de desistir? Minha expressão endurece por um segundo, mas logo for
《Sthephania》Só quando vejo o carro dele e o sorriso satisfeito em seu rosto ao entrarmos, percebo o verdadeiro motivo de sua insistência em me dar uma carona. Que tipo de pessoa ele acha que sou? A irritação se instala em meu peito, me deixando inquieta.Já sabia que Matteo estava indo muito bem na empresa onde trabalha. Mel havia comentado comigo. Soube que sua mãe conseguiu se demitir há alguns anos e, com o dinheiro que ele ganhou, comprou uma nova casa para elas. Mas Mel optou por continuar morando no meu apartamento—era mais próximo da universidade e ela gostava da independência.Lembro do dia em que ela foi com Matteo comprar seu primeiro carro. Ela estava radiante, gravou um vídeo e me mandou, animada, mostrando o veículo escolhido. Eu fiquei feliz de verdade por ele. Na verdade, por todos. Matteo se saindo bem e fazendo o que gosta, Mel formada e prestes a inaugurar seu primeiro restaurante—um sonho que ela tinha desde que nos conhecemos—e do
《Matteo》 No restaurante, ela sai do carro com a mesma indiferença com que entrou. Seus movimentos são contidos, a expressão fechada. — Vou levar o vestido para Melyssa. — Sua voz soa indiferente, sem qualquer emoção. — Ok, vou estacionar o carro. Observo-a se afastar sem sequer olhar para trás. Apesar do tempo que passou, ela continua a mesma em muitos aspectos, principalmente na maneira como esconde o que sente. Assim que entro no restaurante, encontro minha mãe dando instruções a alguns funcionários. Não vejo Sthephania em lugar nenhum. — Phani foi ajudar sua irmã a se trocar. — A voz da minha mãe me tira dos meus pensamentos. — Eu não estava procurando por ela. — Respondo rápido demais. Ela arqueia uma sobrancelha e cruza os braços, aquele olhar típico de quem me conhece bem demais para acreditar na minha mentira. — Sei... Como se eu não conhecesse meu próprio filho. Solto um suspiro discreto e desvio o olhar. Minha mãe descobriu
《Matteo 》Eu tentei não fazer barulho quando percebi que Phani estava dormindo. Preciso confessar que a observei por um bom tempo. Por mais que os anos tenham passado, ela continua linda. E não acredito que ainda assista a essa série... Fui eu quem a viciei quando namorávamos. — Penso, sorrindo.Dou um passo para trás, tentando sair sem fazer barulho, mas meu cotovelo esbarra em um objeto na mesa de centro. O impacto é suficiente para derrubar algumas coisas no chão, quebrando o silêncio do ambiente.Ela desperta. Seus olhos encontram os meus, confusos, mas antes que qualquer palavra seja dita, o som do celular ecoa pela sala. O despertador. Ela desliga rapidamente, piscando algumas vezes, como se tentasse situar-se na realidade. — Desculpa, não queria te acordar — digo, sem jeito, coçando a nuca. Ela senta, ajeitando o cabelo de maneira distraída, ainda sob o efeito do sono. — Na verdade, eu já ia acordar. Seria alguns segundos depois, mas ia