Ethan Connor tinha o mundo aos seus pés, quarterback em ascensão, sonhos grandiosos, um amor em sua vida e um futuro promissor, até que um acidente cruel o fez perder tudo. Agora, preso em uma cadeira de rodas, ele vive entre a dor e a revolta. No entanto, ele precisa escolher entre se render ao passado ou lutar para se reconstruir. Sarah Santiago sabe bem o que significa recomeçar. Fugindo de um relacionamento abusivo, ela busca se esconder e refazer sua vida em uma novo país, onde descobre que escapar das sombras do passado pode ser mais difícil do que imaginava. Quando seus caminhos se cruzam de forma inesperada, a conexão entre eles desafia cicatrizes, medos e preconceitos. Mas será que o amor pode florescer entre dois corações marcados pela dor? Em meio a recomeços, desafios e segredos, Ethan e Sarah descobrirão que, às vezes, é preciso perder tudo para encontrar o que realmente importa.
Leer másFinalmente, minha vida havia começado a entrar nos trilhos. Já não carregava mais aquele medo terrível de cruzar com William ou Caio. No início, mesmo sabendo que eles estavam mortos, eu ainda não conseguia relaxar completamente.Mas, com o tempo, fui me acostumando, não somente com a ausência do medo, mas também com o fato de assinar as receitas dos pacientes com meu novo sobrenome… Sarah Connor.Fizemos uma nova reforma em nosso quarto para receber o nosso bebê. Preferimos mantê-lo ali conosco, para facilitar quando o Ethan precisasse me ajudar durante a madrugada.Colocá-lo em outro cômodo, sabendo que um recém-nascido acorda a cada hora, ou até antes disso, tornaria tudo mais cansativo para mim e complicado para o Ethan. Por isso, decidimos somente adaptar o nosso próprio quarto para a chegada dele.A sala deu lugar a um ambiente acolhedor e tranquilo, que transformamos em um cantinho especial para o bebê. Todas as roupinhas do início foram compradas em cores neutras, já que optam
Como o Ethan já havia adiantado praticamente todos os preparativos do casamento, não tivemos muitos problemas. Na época, como eu ainda estava me recuperando no hospital e ele tinha limitações físicas que o impediam de visitar locais para a cerimônia, acabou decidindo que o melhor lugar seria a própria mansão.E, sinceramente, foi uma escolha perfeita. Aproveitaram todo o jardim ao redor da casa e, da nossa varanda, eu conseguia ver o quanto tudo estava lindo. Depois de tudo que enfrentamos, merecíamos celebrar e celebrar em grande estilo.Grace, tentando manter alguma tradição, fez com que Ethan dormisse em outro quarto na noite anterior. Mas, como era de se esperar, logo cedo ele escapou.Bateu na porta do nosso quarto com aquele jeito travesso que só ele tinha. Assim que abri, ele se esgueirou para dentro num impulso, fechou a porta atrás de si e me puxou direto para o colo dele, me cobrindo de beijos.O desespero doce no gesto dele me fez sorrir. Era como se não conseguisse mais es
Sentia aquele fogo que o Ethan sempre despertava em mim reacendendo, intenso e quente. Quando sua mão segurou firme meu quadril e me puxou para mais perto, percebi que aquele efeito não era só meu… ele também estava tomado pelo desejo.Fazia pouco mais de um mês que não tínhamos qualquer tipo de intimidade. Ele vinha respeitando meu tempo de recuperação com cuidado e paciência. Por várias vezes, ao convidá-lo para me acompanhar no banho, ele recusava.Só mais tarde entendi o verdadeiro motivo… o medo de não conseguir se controlar quando eu ainda não estava pronta para ele.Mas agora… agora eu já estava liberada para retomar minha vida normalmente. Me aproximei mais, roçando nossos quadris. O gemido que escapou de seus lábios, abafado contra minha boca, fez uma onda de poder e desejo percorrer meu corpo.Então o empurrei suavemente na cama, fazendo-o se deitar de frente para mim. Montei sobre ele, mantendo o olhar firme no dele. Em um gesto lento e provocante, puxei minha blusa para ci
SARAHApós mais uma semana no hospital, sempre cercada pelos amigos e pela minha família, finalmente recebi alta. O médico me explicou que, devido a todo o procedimento adotado, eu poderia sentir, de vez em quando, um pouco de falta de ar.Mas que, com a fisioterapia respiratória que eu mesma poderia realizar, esses desconfortos tenderiam a diminuir com o tempo.Ele também foi claro ao dizer que, por muito pouco, eu não tivera o mesmo destino daqueles dois miseráveis. Segundo suas palavras, foram “coisas de centímetros” que impediram a bala de atingir meu coração.Ethan tem me mimado de todas as formas possíveis desde então, desde preparar meu café da manhã até ajustar meus travesseiros na hora de dormir. Mas também me deu uma bronca séria por eu ter me colocado entre ele e aquela bala. Como se ele não fizesse exatamente o mesmo se estivesse em meu lugar...O que ele não entende, ou talvez entenda bem demais, era que eu teria morrido cem vezes se fosse necessário, só para impedir que
Quando estava saindo, fui surpreendido por um grande grupo de pessoas reunidas em frente ao hospital. Carregavam cartazes com o nome da Sarah e cantavam uma oração.Já tinha visto algo assim em filmes, mas nunca ao vivo. Fiquei em choque, completamente paralisado diante da cena. Nayara, que também estava por ali, se aproximou de mim. Eu estava profundamente emocionado.— Essas pessoas, em algum momento, foram tratadas pela Sarah ou conheceram alguém que foi. Souberam do que aconteceu por meio da homenagem no estádio. A partir disso, formaram uma corrente do bem nas redes sociais e decidiram vir até aqui. Como não puderam visitá-la, resolveram orar por ela do lado de fora. — Explicou Nayara.Ali, pude ter noção do quanto Sarah era dedicada ao seu trabalho. Finalmente compreendi por que aquilo ocupava um lugar tão importante em sua vida. Através dele, ela transformava a vida de outras pessoas.Diante daquela cena, tive a certeza do quanto minha mulher era querida e nada daquilo dizia re
Quando voltei para aquela sala de espera, tive a impressão de que meu coração havia diminuído o ritmo. Sentia-me sufocado, e aquilo foi me causando uma aflição crescente. Eu não podia perder a Sarah, não daquela forma.Perguntava-me o que a levara a se colocar na frente de uma bala por mim. Talvez fosse o mesmo sentimento que me faria fazer o mesmo por ela. Porque, no fundo, acreditava que era isso que teria acontecido. Jamais permitiria que aqueles canalhas a levassem. Preferia morrer a vê-la partir.Cada vez que aquela porta da ala restrita se abria, eu prendia a respiração, temendo a notícia de que poderia sair de lá de dentro. A tensão me consumia pouco a pouco.Quando, finalmente, o médico apareceu, bastou um olhar para entender que ele não trazia a resposta que eu tanto esperava. Aquilo me desesperou. Senti-me devastado, como se algo dentro de mim tivesse sido arrancado.— Não, não… não pode ser! Por favor, não! — Gritei, tomado pelo desespero.— Calma, meu amor, não se desesper
ETHANQuando atirei no William e me preparei para acertar o Caio, Sarah já estava na minha frente. Não tive tempo nem espaço para reagir.O disparo soou e, no segundo seguinte, ela caiu sobre mim. O desespero tomou conta de mim ao vê-la ferida. Soltei a arma instintivamente e tentei segurá-la em meus braços. Um terceiro tiro foi disparado, dessa vez pelos seguranças que haviam acabado de entrar na mansão e Caio também foi ao chão.Gritei o nome da Sarah, tomado pelo pânico. Ela me olhou por um instante, abriu aquele sorriso lindo que sempre me desmontava, mas, logo em seguida, começou a puxar o ar com dificuldade, lutando para respirar. Aquilo foi o suficiente para me enlouquecer.Minha mãe correu para ampará-la, porque, preso nessa maldita cadeira, eu não conseguia fazer nada pela minha mulher. Um dos seguranças se aproximou rapidamente para prestar socorro.Ele a avaliou com urgência e começou a reanimar. Primeiro as massagens cardíacas, depois a respiração boca a boca. Logo em segu
Enquanto estávamos deitados, abraçados um ao outro, tentando acalmar minha mente e meu corpo, exausto por toda a loucura que rondava minha vida, meu celular começou a tocar. Ao olhar a tela, meu coração se animou por um breve instante ao ver o nome da Nayara.— Oi, amiga! — Cumprimentei com leveza.— Sarah? — Sua voz soou chorosa, e aquilo me fez sentar na cama de imediato, despertando o alerta em Ethan também.— O que houve, Nayara? — Perguntei, já tomada pela preocupação.— Estou chegando na frente da mansão desse merdinha, libere minha entrada ou então a única coisa que você vai encontrar é o corpo dessa vagabunda jogado na portaria.— William, não faça nada contra a Nayara, ela não tem culpa de nada! — Ouvi os gritos e o choro desesperado da minha amiga do outro lado da linha. — Vou liberar sua entrada, William, mas me prometa que não fará nada contra ela.— Se você fizer tudo que eu mandar, vou deixá-la somente com a lição que já lhe apliquei. — Suas palavras me gelaram por dentr
SARAHNunca imaginei que eles chegariam tão longe. Ter que lidar com uma pessoa obsessiva era extremamente desgastante e o pior de tudo era saber que seu próprio irmão a apoiava. Os relatos de tragédias causadas por amores doentios não eram raros, e eu estava convencida de que era exatamente isso que William sentia por mim.Aquilo não podia ser somente raiva pela rejeição. Era algo mais profundo… e assustador. Sentia como se ele estivesse drenando minha energia, sugando minha vida lentamente.Precisava estar constantemente alerta, atenta a cada passo, a cada lugar que frequentava, a cada pessoa com quem me encontrava. E havia ainda o medo, que crescia de forma absurda. Por mais que tentasse ser forte e esconder meu pavor, até isso começava a me exaurir.Aquela situação afetava até minha saúde. Passei a sofrer com enxaquecas constantes, enjoos e perda de apetite. Preferia omitir tudo de Ethan, para que ele não se preocupasse comigo.William estava desestruturando completamente a minha