Quando voltei para aquela sala de espera, tive a impressão de que meu coração havia diminuído o ritmo. Sentia-me sufocado, e aquilo foi me causando uma aflição crescente. Eu não podia perder a Sarah, não daquela forma.Perguntava-me o que a levara a se colocar na frente de uma bala por mim. Talvez fosse o mesmo sentimento que me faria fazer o mesmo por ela. Porque, no fundo, acreditava que era isso que teria acontecido. Jamais permitiria que aqueles canalhas a levassem. Preferia morrer a vê-la partir.Cada vez que aquela porta da ala restrita se abria, eu prendia a respiração, temendo a notícia de que poderia sair de lá de dentro. A tensão me consumia pouco a pouco.Quando, finalmente, o médico apareceu, bastou um olhar para entender que ele não trazia a resposta que eu tanto esperava. Aquilo me desesperou. Senti-me devastado, como se algo dentro de mim tivesse sido arrancado.— Não, não… não pode ser! Por favor, não! — Gritei, tomado pelo desespero.— Calma, meu amor, não se desesper
Quando estava saindo, fui surpreendido por um grande grupo de pessoas reunidas em frente ao hospital. Carregavam cartazes com o nome da Sarah e cantavam uma oração.Já tinha visto algo assim em filmes, mas nunca ao vivo. Fiquei em choque, completamente paralisado diante da cena. Nayara, que também estava por ali, se aproximou de mim. Eu estava profundamente emocionado.— Essas pessoas, em algum momento, foram tratadas pela Sarah ou conheceram alguém que foi. Souberam do que aconteceu por meio da homenagem no estádio. A partir disso, formaram uma corrente do bem nas redes sociais e decidiram vir até aqui. Como não puderam visitá-la, resolveram orar por ela do lado de fora. — Explicou Nayara.Ali, pude ter noção do quanto Sarah era dedicada ao seu trabalho. Finalmente compreendi por que aquilo ocupava um lugar tão importante em sua vida. Através dele, ela transformava a vida de outras pessoas.Diante daquela cena, tive a certeza do quanto minha mulher era querida e nada daquilo dizia re
SARAHApós mais uma semana no hospital, sempre cercada pelos amigos e pela minha família, finalmente recebi alta. O médico me explicou que, devido a todo o procedimento adotado, eu poderia sentir, de vez em quando, um pouco de falta de ar.Mas que, com a fisioterapia respiratória que eu mesma poderia realizar, esses desconfortos tenderiam a diminuir com o tempo.Ele também foi claro ao dizer que, por muito pouco, eu não tivera o mesmo destino daqueles dois miseráveis. Segundo suas palavras, foram “coisas de centímetros” que impediram a bala de atingir meu coração.Ethan tem me mimado de todas as formas possíveis desde então, desde preparar meu café da manhã até ajustar meus travesseiros na hora de dormir. Mas também me deu uma bronca séria por eu ter me colocado entre ele e aquela bala. Como se ele não fizesse exatamente o mesmo se estivesse em meu lugar...O que ele não entende, ou talvez entenda bem demais, era que eu teria morrido cem vezes se fosse necessário, só para impedir que
Sentia aquele fogo que o Ethan sempre despertava em mim reacendendo, intenso e quente. Quando sua mão segurou firme meu quadril e me puxou para mais perto, percebi que aquele efeito não era só meu… ele também estava tomado pelo desejo.Fazia pouco mais de um mês que não tínhamos qualquer tipo de intimidade. Ele vinha respeitando meu tempo de recuperação com cuidado e paciência. Por várias vezes, ao convidá-lo para me acompanhar no banho, ele recusava.Só mais tarde entendi o verdadeiro motivo… o medo de não conseguir se controlar quando eu ainda não estava pronta para ele.Mas agora… agora eu já estava liberada para retomar minha vida normalmente. Me aproximei mais, roçando nossos quadris. O gemido que escapou de seus lábios, abafado contra minha boca, fez uma onda de poder e desejo percorrer meu corpo.Então o empurrei suavemente na cama, fazendo-o se deitar de frente para mim. Montei sobre ele, mantendo o olhar firme no dele. Em um gesto lento e provocante, puxei minha blusa para ci
Como o Ethan já havia adiantado praticamente todos os preparativos do casamento, não tivemos muitos problemas. Na época, como eu ainda estava me recuperando no hospital e ele tinha limitações físicas que o impediam de visitar locais para a cerimônia, acabou decidindo que o melhor lugar seria a própria mansão.E, sinceramente, foi uma escolha perfeita. Aproveitaram todo o jardim ao redor da casa e, da nossa varanda, eu conseguia ver o quanto tudo estava lindo. Depois de tudo que enfrentamos, merecíamos celebrar e celebrar em grande estilo.Grace, tentando manter alguma tradição, fez com que Ethan dormisse em outro quarto na noite anterior. Mas, como era de se esperar, logo cedo ele escapou.Bateu na porta do nosso quarto com aquele jeito travesso que só ele tinha. Assim que abri, ele se esgueirou para dentro num impulso, fechou a porta atrás de si e me puxou direto para o colo dele, me cobrindo de beijos.O desespero doce no gesto dele me fez sorrir. Era como se não conseguisse mais es
Finalmente, minha vida havia começado a entrar nos trilhos. Já não carregava mais aquele medo terrível de cruzar com William ou Caio. No início, mesmo sabendo que eles estavam mortos, eu ainda não conseguia relaxar completamente.Mas, com o tempo, fui me acostumando, não somente com a ausência do medo, mas também com o fato de assinar as receitas dos pacientes com meu novo sobrenome… Sarah Connor.Fizemos uma nova reforma em nosso quarto para receber o nosso bebê. Preferimos mantê-lo ali conosco, para facilitar quando o Ethan precisasse me ajudar durante a madrugada.Colocá-lo em outro cômodo, sabendo que um recém-nascido acorda a cada hora, ou até antes disso, tornaria tudo mais cansativo para mim e complicado para o Ethan. Por isso, decidimos somente adaptar o nosso próprio quarto para a chegada dele.A sala deu lugar a um ambiente acolhedor e tranquilo, que transformamos em um cantinho especial para o bebê. Todas as roupinhas do início foram compradas em cores neutras, já que optam
ETHANNo jogo, quase sempre a felicidade de um começa na queda do outro. E não existe nada mais emocionante do que vencer a NFL. Coração acelerado, pupilas dilatadas, pressão nas alturas. Esse é o carrossel de emoções que o jogador vive ao marcar um touchdown. A euforia se traduz em comemoração. E nada mais justo do que comemorar.— Cara, vamos para a casa do James. A comemoração vai ser lá. — Caleb gritou para mim.— Beleza! Vou pegar a Victória e nos encontramos lá! — Afirmei.Ao sair do vestiário, encontrei minha linda namorada me falando ao telefone, e descrevendo a emoção que sentiu ao me ver fazendo o touchdown que nos garantiu a vitória.Assim que me viu, se despediu da amiga e correu para me abraçar, pulando alegremente nos meus braços. Precisei soltar a bolsa, para que nós dois não fossemos parar no chão, de tanto que era a euforia da Victória.— Meu amor, estou tão feliz por você! — Disse ela, me beijando.Eu e Victória namoramos há três anos, mas nos conhecemos desde a époc
Sempre aproveitávamos muito esses tipos de festas, mas em particular hoje, não estava muito a fim de beber. Tomei algumas cervejas, mas há algumas horas estava somente no refrigerante.Olhei para Victória e percebi que ela bebera demais e estava um pouco embriagada, e vê-la feliz como estava me fez sorrir. Era completamente apaixonado por essa mulher, pela simplicidade dela levar a vida e pelo otimismo que cativava todos ao seu redor.Procurei Caleb com o olhar e o encontrei rodeado por duas mulheres lindas. Esse não mudaria nunca, mas o amava também. Ele já fazia parte da minha família e minha mãe já o considera como filho pelo tempo que ele passava em minha casa. Entramos juntos para o mesmo time, mas nossa amizade era de antes mesmo da faculdade.Na metade da madrugada, todos insistiram muito para irem a uma boate muito badalada próximo dali, cerca de meia hora de carro. Não estava muito a fim de ir, todos haviam bebido bastante e alguns não tinham condições de dirigir.No entanto,