Uma mulher marcada pela dor. Um homem marcado pela posse. Um amor intenso que desafia limites… Samanta Bastos é uma mulher estonteante, cheia de cicatrizes emocionais pelas perdas irreparáveis e por uma sociedade que insiste em diminui-la por sua cor, origem e classe social. Depois de ver seu mundo ruir com a traição do homem que ama, ela decide fazer o impensável: Entrar no submundo do prazer do BDSM, como a misteriosa switcher mascarada Pérola Negra. Alberto Darius é frio, calculista e acostumado a dominar tudo à sua volta; negócios, corpos e emoções. Um CEO inflexível e arrogante que nunca cede o controle a ninguém. Sua vida privada sempre foi um mistério, e poucos sabiam que ele foi um Dominador implacável no universo do BDSM. Mas tomou a decisão de desistir dessa parte de sua vida ao ver Samanta, a mulher que ocupava sua cama a mais de dois anos; sucumbir sob o peso das próprias emoções. Ele acreditava que aquele mundo tão intenso, do qual fazia parte, poderia destruí-la completamente. Mas quando Samanta, se torna a estrela mais cobiçada do universo sombrio do BDSM que ele próprio ajudou a construir, sua obsessão explode em desejo, culpa e fúria. Enquanto Samanta se vinga com classe e erotismo, através da presença de um homem que a deseja intensamente. O mesmo se torna um novo inimigo entre as sombras tecidas com mentiras e más intenções. Gabriel Avelar, o dominador que esconde segredos perpétuos e uma obsessão perigosa por sua novo paixão. Samanta Bastos. Entre cenas de dominação intensas, segredos revelados, um bebê inesperado e uma redenção improvável, Samanta e Alberto precisarão decidir. Até onde vale a pena lutar por um amor que pode tanto salvar… quanto destruir?
Ler maisLaura MartinsLaura observava seu reflexo no espelho da penteadeira Luiz XV, sob a luz suave das arandelas douradas que delineavam sua silhueta com precisão. Os dedos longos e cuidados deslizavam com familiaridade pelos frascos de cosméticos franceses, escolhendo com exatidão os cremes e séruns que aplicaria em sua pele já perfeitamente preservada pelos tratamentos mais modernos. O rosto que encarava do outro lado do vidro era uma escultura de disciplina e vaidade.Traços finos, angulosos, sem rugas visíveis; o pescoço firme, o colo liso. A camisola de seda cor marfim moldava seu corpo esguio, e Laura sorriu para si mesma com aquele ar que mesclava orgulho e poder silencioso.Era uma mulher impecável. Sempre foi. Desde jovem, sabia onde queria chegar. E agora, tão perto de assumir o império da família Martins, bastava apenas resolver um detalhe maldito. Samanta.Pensar na filha bastarda ainda lhe causava uma leve pontada no estômago. Não de culpa, Laura não era mulher de se consumir
GabrielGabriel ajustou a luva de couro branco na mão esquerda, medindo com os olhos a distância até o buraco. O campo de golfe do Clube Helvétia era imaculado. A grama cortada com precisão milimétrica, os lagos espelhados refletindo o céu pálido daquela manhã de primavera, e os caddies se movimentando em silêncio coreografado, respeitando o clima de concentração dos jogadores abastados. Um santuário para aqueles que podiam se dar ao luxo de brincar com o tempo.Ele girou o taco lentamente nos dedos antes de executar a tacada perfeita. A bola riscou o ar, com uma leve curva à direita, e rolou até parar a centímetros do buraco. Um sorriso discreto desenhou-se nos lábios dele. Nada mal para um encontro conspiratório.Laura Martins se aproximou logo em seguida, com a elegância clássica que dominava desde os tempos em que reinava na semana de moda de Milão. Estava impecável, como sempre. Calça social branca, blusa azul de linho, cabelos castanhos perfeitamente alinhados no corte chanel e
AlbertoA voz do médico soou como um eco abafado no meio do furacão que varria os pensamentos de Alberto. As palavras vinham com o peso de um veredito, mas o rosto do homem à sua frente tentava suavizar o impacto da realidade com uma empatia comedida.— A situação da Samanta ainda é incerta, senhor Darius. Precisamos aguardar a avaliação do oncologista. Ela vai realizar novos exames amanhã pela manhã.Alberto cerrou os punhos, controlando a vontade de explodir. Sua mandíbula retesava como aço, mas seu olhar permanecia fixo no médico, absorvendo cada sílaba como se sua vida dependesse disso. E, de certa forma, dependia.— Devo contar a ela sobre o tumor? — perguntou com a voz rouca, como se as palavras lhe arranhassem a garganta.O médico balançou a cabeça negativamente, com um suspiro breve.— Não, sinceramente, não recomendamos contar agora. Samanta está emocionalmente instável. O risco de um colapso nervoso ou mesmo de um aborto espontâneo é real, senhor Darius. Seria imprudente sub
SamantaO quarto estava em silêncio. O ar era impregnado por um cheiro de lavanda e antissépticos, mesclado com algo sutilmente doce, talvez as flores brancas sobre a mesa de canto, ou o perfume de alguém que ficou por muito tempo ali. Samanta abriu os olhos lentamente, como quem emerge de um sonho pesado demais para carregar. Tudo ao redor parecia borrado, como uma tela de aquarela lavada pela chuva. A luz suave que entrava pelas cortinas entreabertas lhe agredia as retinas, forçando-a a piscar várias vezes até que os contornos do mundo voltassem a fazer sentido.Ela estava deitada. Sentiu o lençol engomado sob suas mãos, o leve peso de um cobertor aquecido por um corpo que vigiou aquela cama a noite inteira. O colchão era firme, o travesseiro, denso. Uma máquina suave apitava ritmicamente ao lado esquerdo, e foi ali que ela viu o cateter preso ao dorso de sua mão. Havia um curativo ali. E outra pulseira plástica com seu nome completo. “Samanta de Bastos”.A mente, enevoada, tentou
A madrugada se arrastava como um lamento prolongado, e a sala de espera da Clínica Portuguesa já não parecia tão aconchegante. As poltronas de couro bege tornavam-se um cárcere silencioso onde Alberto Darius contava os segundos, ouvindo o leve tique-taque do relógio pendurado na parede, que mais parecia zombar da sua impaciência. Lá fora, a cidade dormia sob um véu de neblina, indiferente à dor que lhe corroía o peito. Com os cotovelos apoiados nos joelhos e as mãos trêmulas entrelaçadas, ele se sentia à beira do colapso. O cigarro acabou a muito tempo, mas não trouxe nenhum relaxamento. Tudo em sua mente girava em torno de Samanta, do corpo frágil repousando em algum leito além daquela porta, da criança que crescia em seu ventre e que ele mal conseguia conceber como real. Mas era real. Era deles. Num ímpeto, puxou o celular do bolso e discou para Tiago. — Diga que tem alguma coisa — disse assim que ouviu o clique do outro lado. — Tenho. Você vai querer sentar pra isso, chefe —
Alberto Há mais de duas horas que a equipe médica da Clínica Portuguesa atendia Samanta. Esse era o lugar que confiava para cuidar dela quando ela passava da conta com a bebida. Portanto, essa não era a primeira visita. Amélia achava que ele sempre fazia Samanta beber, só porque ela buscava a prima em algumas ocasiões. Mas a verdade é que na maioria dos episódios, era ele quem cuidava dela, e a trazia para essa clínica privada para receber glicose e ser assistida de perto. Ele sabia que o corpo de Sam não aguentaria essa situação por muito tempo. Mas ela o afastou, e agora cuidar dela se tornou mais difícil. A sala de espera adjacente ao quarto 28, lhe pareceu claustrofóbica, apesar do amplo espaço aconchegante e a varanda aberta, onde se podia ver a avenida movimentada. Alberto se levantou pela enésima vez, andando de um lado para o outro. Que diabos estava acontecendo, para demorar tanto? Nesse momento a porta foi aberta pelo Dr. Pires. O mesmo médico que vinha acomp
O café Santin ficava em um shopping sofisticado da cidade. Sam provou o expresso sem açúcar, e saboreou a mistura de grãos gourmet. Rita Velasquez falava sobre a seleção de modelos para a campanha, ela decidiu usar uma agência a parte, separada da Cosmus. Sam não poderia culpá-la. A agência de modelos usada pela Cosmus mantinha um casting padrão de mercado. Dificilmente encontrariam o conceito natural e diversificado que Rita estava procurando. - O que você acha de uma reunião na próxima terça-feira, para apresentar a campanha? – Sam perguntou? - Preciso verificar os meus horários. Minha secretária entrará em contato para marcar, tudo bem? - É claro. Se não for possível terça, nós vamos verificar o que pode ser conciliado. - Perfeito. Agora me fale um pouco de você. Falar só sobre trabalho, pode se tornar massivo. Eu gosto de conhecer meus colaboradores a fundo. - Claro. – ela sorriu – Eu tenho vinte e oito anos, sou solteira, sem filhos. Comecei minha carreira cedo, e a C
Samanta O carro deslizou pelas ruas molhadas, o vento noturno como um silêncio perpétuo que também me envolvia fosse concreto, moldando-se ao meu redor. Gabriel falava algo, em sua voz melosa e baixa, cada frase carregada de promessas não ditas, de convites escorregadios. Ela apenas assentiu, o olhar perdido na janela, tentando conter a torrente de sensações que ainda pulsava sob sua pele, escondida sob a capa preta. A maquiagem sob a máscara começava a pesar. Depois do encontro com Alberto, ela se desesperou para sair da Masmorra, e não teve nada que Gabriel pudesse dizer, que a convencesse a se trocar para depois partir. Ela foi embora ainda na pele de Pérola. Sam olhava para as luzes fracas da cidade. Os olhos verdes, iridescentes de Alberto lhe vieram à cabeça. Só conseguia pensar nele. - Você foi um espetáculo, Sam… Aquilo foi a sessão mais erótica e instigante que eu já presenciei nos últimos anos. - A voz de Gabriel cortou seus devaneios, sua mão tocando de leve a
Alberto Perfeito. A seguir está o capítulo reescrito conforme suas orientações — com cerca de mil palavras, em primeira pessoa pelo ponto de vista de Alberto, com foco em emoção, tensão, detalhes sensoriais e o embate de paixão e identidade entre ele e Pérola Negra: Não era literalmente o gosto dela, embora seus lábios desejassem desesperadamente encontrá-la, mas o rastro que ficou nele, depois daquele incêndio na arena que ela provocou. A lembrança cravada feito brasa a cada movimento, cada curva, cada sorriso que escorregava dos lábios pintados como veneno. Pérola Negra. A criatura que subiu ao palco como uma deusa insaciável do sexo. A mulher que fez meu corpo se acender em labaredas. Mas também... não era ela? As luzes ainda oscilavam por trás da cortina pesada quando eu a vi escorregar para os bastidores. O som dos aplausos ainda pulsava em seus tímpanos, abafado pelo zumbido furioso do meu sangue. Alberto seguiu como um predador cego por instinto. Um cheiro espec