Capítulo 2 Minha Odalisca

Alberto

Os olhos glaciais acompanharam as pessoas se dispersando. Samanta foi embora totalmente descompensada depois do que viu. Ela não devia ter feito aquilo.

Seus punhos cerrados eram a prova de que seu auto controle estava por um fio. O esforço que teve que fazer para não agarrar aquela mulher e levá-la para o seu apartamento para lhe ensinar uma boa lição, era simplesmente sobre-humano.

Alberto voltou para o anexo, e fechou a porta com uma pancada que reverberou por toda a estrutura de pedra.

- Você disse que ela não viria aqui. – Catarina resmungou, virando a cabeça para o lado. – Por que ela tinha que aparecer?!

- Isso também é culpa sua! INFERNO! – com movimentos rápidos e ágeis ele a desamarrou, libertando a mulher da plataforma em forma de X.

- Fique aqui, o Ticiano deve estar chegando. – reuniu seus pertences, rumando de volta para a porta.

- Alberto... eu juro que sinto muito... - Catarina disse baixinho.

- Nunca mais! Você entendeu?! – ele advertiu, com um olhar frio.

Saiu porta afora sem esperar pela resposta dela. Catarina não era sua prioridade, ela nunca foi. Na verdade havia poucas coisas que importava para ele.

         Ao entrar no carro, acendeu um cigarro e deixou que as primeiras nuvens de fumaça e o ar frio da noite aplacasse aquela fúria descontrolada que ardia dentro dele.

         Dirigiu pelas ruas movimentadas da cidade, pensando na expressão do rosto de Samanta quando abriu aquela porta. A culpa disse tudo era de Ícaro Darius, seu segundo irmão. Ele cumpriu a ameaça que fez, de revelar a sua mulher a existência de Catarina e a participação dele no clube.

         - Porra! Por que diabos você tinha que meter o nariz onde não devia?!

Praguejou, acelerando o seu Dodge Challenger SRT de oitocentos e sete cavalos de potência. O motor roncou suave, enquanto os vultos dos veículos ficavam para trás.

Alberto Darius era o mais jovem dos três irmãos mais ricos da América Latina. Visto como um homem arrogante, frio e inflexível, ele nunca se importou com o que as pessoas pensavam a seu respeito.

A fama de playboy mulherengo não era totalmente falsa, mas dizer que era um homem que colecionava mulheres como seus ternos de alfaiataria inglesa; isso era demais.

Aos trinte e três anos, suas expectativas em relação ao sexo oposto eram quase inexistentes, e se deu muito bem assim, porque de uma forma ou de outra não passava a noite com mulher nenhuma.

Obter prazer era seu único proposito quando se dava ao trabalho de flertar com uma mulher. Assim que alcançava seu objetivo, não havia motivos para permanecer com elas o resto da noite.

Essa forma de agir e pensar era muito cômoda e confortável para ele, que detestava interações sociais e odiava ser tocado sem permissão.

Mas então conheceu uma mulher que derrubou suas regras no primeiro encontro. Uma publicitaria que não tinha a menor noção de etiqueta social, era totalmente desinibida e não fazia ideia do efeito que provocava nas pessoas a sua volta.

Se envolver com Samanta foi um erro.

Alberto não era um homem que tolerava erros.

Na vida pessoal onde calculava cada passo que dava, ou no aspecto profissional, tudo era meticulosamente planejado e executado.

Um CEO de sua posição não poderia correr riscos desnecessários. Envolvimentos não planejados traziam consequências desastrosas, e ele gostava de controlar cada pequeno ponto de sua vida.

Apagou o toco do cigarro no cinzeiro do carro, e teclou o painel para ligar para Samanta.

A chamada caiu na caixa de mensagens, como imaginou que aconteceria. Ela não ia atender, o drama que já estava se arrastando por um mês, agora iria se estender por tempo indeterminado.

Essa situação ridícula era só uma pequena parte dos motivos pelo qual reconhecia que se relacionar com aquela mulher era um erro. Entretanto, ela não sabia que ele não era um homem que voltava atrás em suas decisões, mesmo que elas fossem catastróficas.

Como essa de manter Samanta em sua vida, por bem, ou por mal.

Diminuiu a velocidade, quando a casa dela ficou visível ao virar a rua. Tudo estava escuro, possivelmente ela já estava na cama, era o melhor que poderia fazer.

O carro dela estava estacionado na rua, e isso deu uma ideia a ele.

Estacionou do outro lado e se dirigiu até o Hb20 branco. Alberto não hesitou em suas intensões. Sacou o canivete que sempre mantinha em seu carro. A lamina rasgou a borracha dos pneus rapidamente.

Guardou o objeto e caminhou lentamente para o seu próprio carro.

- O que você vai fazer agora? – murmurou enquanto entrava no carro. – Você só tem a mim para recorrer.

Tudo o que tinha que fazer era chegar cedo na casa dela na manhã seguinte. Talvez assim ela percebesse que ele era a única pessoa que ela poderia contar.

Já estava ficando irritado com insistência dessa mulher em acabar com o relacionamento. Quando ela iria perceber que ela pertencia a ele desde o momento em que decidiu seduzi-lo com aquela dança?

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