Maria Silva acreditava que seu passado sombrio estava enterrado, até o dia em que viu a foto de um homem que havia devastado sua vida. Determinada a confirmar sua morte, ela decide ir ao velório, sem imaginar que este encontro com a morte a conduziria a um destino inesperado. No velório, Maria se depara com Bruno de Alcântara e Leão, o juiz mais temido do Brasil, que é idêntico ao irmão falecido. Consumido pela sede de vingança, Bruno suspeita que Maria foi enviada pelo assassino de seu irmão. Obcecado e intrigado, ele inicia uma perseguição implacável para descobrir a verdadeira identidade dela e o motivo de sua presença no velório. Para Bruno, Maria é apenas mais uma oportunista querendo tirar vantagem da situação. No entanto, o que ambos não sabem é que um segredo profundo e pessoal os une de uma forma inesperada. Enquanto Bruno busca respostas e Maria luta para proteger seu passado, eles se veem entrelaçados em uma teia de mistério e revelações que poderá mudar suas vidas para sempre. Qual é o segredo que une esse casal improvável e como ele os forçará a confrontar seus próprios demônios?
Ler mais**Luana Sartori**O vento chicoteava meu rosto e a água fria castigava minha pele, mas nada importava. Eu me agarrei à borda do barco, gritando: “Benicio!”A resposta era apenas o rugido do mar. Minhas mãos tremiam enquanto olhava para as ondas que pareciam devorar tudo ao redor. Fiona apareceu ao meu lado, o pânico estampado em seu rosto. “O que está acontecendo?”Eu a encarei, meu coração em pedaços. “Benício caiu no mar. Eu não posso deixá-lo morrer!” “Caiu no mar?” Fiona ofegou, seus olhos se arregalando. Pela primeira vez, ela parecia genuinamente preocupada. “Como caiu no mar?”“Fiona, eu preciso que você cuide da Alice para mim.” Eu estava frenética, vasculhando os armários em busca dos coletes salva-vidas e Fiona atrás de mim fazendo perguntas. “Você me promete cuidar da minha filha, eu preciso ir atrás do Benício?” “Sim, eu prometo, mas…” Sua voz tremia. “Me promete!” insisti, segurando seus ombros e a encarando. “Você ama o Benício?” Ela demorou um pouco para resp
**Luana Sartori**O almoço foi servido em uma sala ampla, com paredes de vidro que permitiam uma visão deslumbrante da piscina e do mar ao fundo. A luz natural preenchia o ambiente, e a brisa que entrava pelas janelas abertas era refrescante. A casa tinha um charme único, simples e sofisticada ao mesmo tempo, com detalhes que refletiam o bom gosto da minha madrinha. Alice estava sentada ao meu lado, e seu entusiasmo era contagiante. Ela apontava para tudo ao seu redor, encantada com a beleza do lugar. “Olha, mamãe! Dá pra ver o mar daqui!” disse ela, com os olhos brilhando. Benício, que até então parecia distante, sorriu e puxou assunto com ela: “Gosta do mar, pequena?” Alice assentiu energicamente, com a boca cheia de comida. “Eu achei o mar lindo, onde morávamos as praias não eram assim tão lindas.”“O que acha de irmos até ele e nadar um pouco?” Benício já inventava mais coisas para fazer. “Um passeio de barco pelo mar, talvez?”“Eu acho que voce deve descansar, dona Al
**Luana Sartori**Scott me encarou com uma mistura de preocupação e curiosidade. “Luana, quem é essa mulher? E por que ela está falando com você desse jeito?” Antes que eu pudesse responder, Fiona deu um passo à frente, como se fosse dona do barco e do mundo. “Eu pergunto o mesmo. De quem você está dando em cima desta vez, Luana? Marido de alguém que foi ao banheiro e você se aproveitou?” Ela gargalhou.Minha respiração travou. Fiona soube como me fazer ficar irritada, do que ela estava falando? Se nem mesmo havia motivo algum para isso. Esse ataque sem nexo.“Você está louca?” retruquei. “E quem é você para vir aqui e questionar a minha presença? Conheço a família a muito mais tempo que você e Maria e Bruno são meus padrinhos, quero respeito comigo.” Ela cruzou os braços, sem nem disfarçar o desprezo. “Eu? Eu sou a noiva do dono deste barco. E você? Uma ninguém. E ele, quem é esse aí?” Ela apontou para Scott. Scott deu um passo à frente, mantendo a postura firme. “Eu so
**Luana Sartori**Assim que cheguei ao carro estacionado em frente à praia, notei dois outros veículos próximos. Reconheci imediatamente que eram dos seguranças de Benício. Eles sempre estavam por perto, observando, garantindo que ele estivesse protegido. A porta do carro estava aberta, e Alice já estava acomodada lá dentro. Mas o que realmente me deixou surpresa foi vê-la sentada em uma cadeirinha para automóveis, perfeitamente ajustada para ela. Franzi a testa. “De quem é essa cadeirinha?” “Da Alice.” Benício respondeu, como se fosse óbvio. “Pedi que comprasse uma para ela.” A tensão em meu peito aumentou. “Por que você comprou?” Ele virou-se para mim, os olhos fixos nos meus. “Porque sei que não vai ser a primeira vez que vamos andar juntos com ela no meu carro.” Antes que eu pudesse reagir, ele segurou meu braço, me obrigando a encará-lo. “Não engoli essa sua história.” Senti minha respiração vacilar. “De que história você está falando?” Os olhos dele se estreita
**Luana Sartori**Abri os olhos em um sobressalto e lá estava ele. Benício. De camisa branca aberta, calça de linho e óculos escuros, parecendo totalmente fora de lugar naquela praia tranquila. “O que você está fazendo aqui?” Minha voz saiu mais ríspida do que eu pretendia. Ele abaixou os óculos lentamente, deixando os olhos fixos nos meus. “Vim cumprir o convite da Alice. Não era isso que você queria?” O tom provocador me irritou. Olhei ao redor, tentando manter a calma. Scott e Alice ainda estavam no mar, alheios ao que acontecia. “Você não tinha que estar aqui, Benício. Isso não foi um convite para invadir a minha vida. Você deve viver a sua vida junto com a sua noiva.”Ele se aproximou, inclinando-se ligeiramente, tão perto que eu senti o cheiro amadeirado familiar dele. “Pode fingir o quanto quiser, mas eu vejo nos seus olhos que você me quer.”Tentei me afastar, mas minha voz vacilou. “Vá embora. Saia da minha vida, eu não quero você me atormentando a cada minuto,
**Luana Sartori** Acordei com os raios de sol atravessando as cortinas brancas do quarto de hotel. Piscando algumas vezes para afastar o sono, virei o rosto e vi Scott sentado no sofá, olhando para mim com aquele olhar calmo e protetor que sempre me deixava sem palavras. Ele estava abatido e pareceu que não tinha dormido nada naquela noite. Virei o rosto para o outro lado e encontrei Alice ainda dormindo profundamente, sua respiração suave e ritmada. A viagem devia ter sido cansativa para ela. Sentei-me na beira da cama e olhei para Scott, tentando encontrar palavras, mas ele me interrompeu antes que eu dissesse qualquer coisa. “Não me diga nada. Vamos levar a nossa filha para a praia e, depois, seguimos para a vinícola.” Assenti, sentindo um aperto no peito. “É o que eu mais quero neste momento.” Levantei-me e caminhei até ele. Passei a mão pelo seu rosto, sentindo o calor e a familiaridade de seu toque. Antes que eu pudesse reagir, ele me puxou para o seu colo, me e
**Luana Sartori** A mão quente e grande segurando meu braço fez meu corpo congelar por um instante. Eu conhecia aquele toque. Conhecia bem demais. Me virei devagar, com o coração batendo descompassado, e lá estava ele. Benício. Alto, imponente, com o mesmo olhar penetrante de sempre. Mas o que mais me incomodava era a pergunta silenciosa estampada no rosto dele: como ele sabia onde me encontrar? “Luana, por que você foi embora? E quem é esse homem?” A voz dele soou firme, carregada de autoridade. Scott se posicionou ao meu lado imediatamente, como se pressentisse o perigo. Antes que eu pudesse responder, a voz de Alice cortou o silêncio. “Mamãe? Quem é ele?”A palavra "mamãe" ecoou no ar como um trovão. Benício desviou o olhar para Alice, e sua expressão endureceu, como se a palavra tivesse arrancado o chão sob seus pés. “Mamãe?” Ele repetiu, a voz mais baixa e vacilante. “Quem é ela?”“Ela é a minha filha.” Minha voz saiu firme, mas meu coração martelava no peito. “E você
**Luana Sartori**O pequeno corpo que se aninhava em meus braços trouxe um conforto indescritível, como se, por um breve momento, todas as preocupações e medos simplesmente desaparecessem. Segurar minha filha daquela forma, sentindo seu calor e ouvindo sua respiração tranquila, era como encontrar um refúgio em meio ao caos. Como eu a amava. Minha menina. Minha filha. Ela era a razão pela qual eu lutava todos os dias, o motivo pelo qual nunca desisti, mesmo quando o mundo parecia desabar ao meu redor.“Eu estava com muitas saudades, mamãe.”“Eu também, meu amor. Estava contando os minutos para te ver.” Peguei a minha menina no colo e fui até onde Scott estava. “Como foi a viagem?”“Foi ótima, não foi, filha?” — Scott perguntou, e Alice logo balançou a cabecinha, concordando.“E você, como está, meu amor?”Scott se aproximou de mim e me deu um beijo. Olhou no fundo dos meus olhos e sorriu. Era como se ele soubesse que eu estava quebrada por dentro. Como aquele homem me conhecia tão bem?
**Luana Sartori**Passei a noite olhando para o teto. O relógio marcava quatro da manhã quando finalmente fechei os olhos. Mas foi um sono curto e inquieto, como se minha mente se recusasse a me deixar descansar. Eu sabia por quê. O sítio, aquela casa, Benício — tudo aquilo parecia me prender a um passado que eu não podia mais ter. Levantei-me com o nascer do sol. Cada passo até o quarto dos meus pais parecia mais pesado do que o anterior. Eu tinha tomado minha decisão, mas isso não tornava as palavras mais fáceis de dizer. “Papai, eu vou embora. Se vocês quiserem ficar…”Meu pai, Heitor, que estava sentado na poltrona e me olhou fixamente. “Filha, tem certeza? Sua madrinha…” Minha mãe começou, mas meu pai a interrompeu. “Deixe ela ir. Talvez aqui não faça mais sentido para ela.”Engoli em seco. Fazia todo sentido para mim. Se eu pudesse escolher, ficaria ali para sempre. Ficaria por Benício. Mas esse já não era um sonho possível. Não enquanto Fiona estivesse em cena. “Eu j