Maria Silva acreditava que seu passado sombrio estava enterrado, até o dia em que viu a foto de um homem que havia devastado sua vida. Determinada a confirmar sua morte, ela decide ir ao velório, sem imaginar que este encontro com a morte a conduziria a um destino inesperado. No velório, Maria se depara com Bruno de Alcântara e Leão, o juiz mais temido do Brasil, que é idêntico ao irmão falecido. Consumido pela sede de vingança, Bruno suspeita que Maria foi enviada pelo assassino de seu irmão. Obcecado e intrigado, ele inicia uma perseguição implacável para descobrir a verdadeira identidade dela e o motivo de sua presença no velório. Para Bruno, Maria é apenas mais uma oportunista querendo tirar vantagem da situação. No entanto, o que ambos não sabem é que um segredo profundo e pessoal os une de uma forma inesperada. Enquanto Bruno busca respostas e Maria luta para proteger seu passado, eles se veem entrelaçados em uma teia de mistério e revelações que poderá mudar suas vidas para sempre. Qual é o segredo que une esse casal improvável e como ele os forçará a confrontar seus próprios demônios?
Ler mais**Luana Sartori**Passei a noite inteira com o pensamento preso nele. Em Benício. No homem que eu amava, no homem que brigou com aquele que dizia ser seu tio… e que ele odiava. Matheus de Alcantara e Leão. A cena ainda estava clara na minha mente: os dois se encarando, trocando socos, raiva pulsando nos olhos de ambos. E o que mais me perturbava não era a briga em si, mas a semelhança gritante entre os dois. Como dois reflexos no mesmo espelho. Agora, cada um carregava um olho roxo como lembrança daquilo que nem sei mais como começou.Deitei, mas não consegui dormir. Meus olhos não se fechavam. Meu coração parecia estar em guerra dentro do peito.Na manhã seguinte, a luz que entrava pela fresta da oca me alertou que o sol já estava alto. Foi a curandeira quem me acordou. Com sua voz firme e serena, ela me chamou.“Algumas pessoas perguntam por vocês, menina Luana.”Me vesti com pressa. Minhas pernas estavam fracas e minha mente ainda mais. Saí da oca, o vento me atingiu com força, e f
**Luana Sartori**O vento que soprava entre as árvores altas da aldeia parecia carregar todos os segredos do mundo. Eu sentia o cheiro de terra molhada e folhas, e meu peito queimava com as palavras que acabara de ouvir. Diante de mim, Matheus, o homem que eu passei minha vida inteira acreditando estar morto, estava ali, vivo. E com olhos que não desviavam dos meus.“Eu sei que é difícil de acreditar,” ele disse, com aquela voz calma demais para alguém que acabou de voltar do mundo dos mortos. “Mas o cacique pode confirmar tudo. Ele sabe da minha história. Eu estou aqui há muitos anos, Benício.”“Eu não entendo,” murmurei. “Como assim está aqui há muitos anos? E por que ninguém nunca soube?”O cacique, que até então observava em silêncio, deu um passo à frente. Seus olhos eram serenos, mas havia firmeza na sua fala:“Seu tio é um homem de honra, Benício. Eu conheço sua índole. Ele salvou vidas nesta aldeia. É um dos nossos.”Mas isso só fez minha raiva crescer. Honra? Índole? Eu sempr
**Luana Sartori**Agora meus olhos tinham lágrimas, por todas aquelas lembranças que tive, dele e a mulher, do aconteceu depois que eu saí daquele lugar horrível. Ele estava ansioso pela resposta dela. Luana podia ver pela expressão no rosto de Benício.Benicio estava ali, parado diante de mim, com os olhos fixos nos meus, como se pudesse me ler por dentro. A lua brilhava iluminando a pele dele, mas eu só conseguia ver sombras. Sombra do que ele foi, do que escondeu, do que eu vi naquela noite. A mulher, os olhos dele cravados nela, os gestos íntimos, a entrega. Aquilo ainda me feria como uma lâmina que insiste em abrir a mesma cicatriz."Luana…" ele sussurrou. "Me dá sua resposta. Entre no meu mundo, quero você comigo."Minha garganta se apertou. Eu queria dizer sim. Queria ceder. Mas não podia. Eu amava aquele homem com todas as minhas forças, mas não podia ceder. Eu tinha Scott e Alice à minha espera, eles eram importantes para mim também."Não," respondi, a voz embargada. "Eu não
**Luana Sartori**A resposta que eu tive era que sempre teria a ajuda do meu pai. — Papai, eu preciso ir embora. Neste momento, só quero sumir. — O que aconteceu, filha? — Não quero falar sobre isso agora. Preciso ir embora. Só não me diga nada. Assim que eu encontrar um lugar, eu te aviso. — Filha… — Eu preciso que procure por uma pessoa e a coloque em um bom emprego na vinícola. Ela é importante para mim. Ajude-a. Se ela tiver família, leve todos para o Sul. Mas não diga para ninguém para onde eu fui, para ninguém, nem mesmo para a mamãe. Falo com ela depois. Te amo, papai. — Também te amo, filha. Se cuida e me dê notícias. O táxi seguiu pela orla. Pedi ao motorista que simplesmente continuasse dirigindo, sem rumo. O homem de uns quarenta anos lançou-me um olhar quase interrogativo, como se perguntasse com os olhos o que tinha acontecido comigo para eu estar daquele jeito. Depois de meia hora, pedi que parasse. Paguei a corrida e saí sem olhar para trás. Segui em dir
**Luana Sartori**Como eu era inocente… Pensar que meu príncipe encantado estava bem ali, diante dos meus olhos, fazendo aquilo com outra mulher, me fez sentir como se estivesse vivendo um pesadelo. Não podia ser real. Minha mente lutava contra as imagens que se desenrolavam à minha frente, tentando me convencer de que era apenas uma alucinação, um engano, uma distorção cruel da realidade. Mas não era. O quarto onde Benício entrou com aquela mulher era envolto por uma meia-luz avermelhada, que projetava sombras longas e sinuosas pelas paredes. Aquilo me causava um arrepio na espinha, como se eu tivesse atravessado uma fronteira invisível e agora estivesse em um território desconhecido, proibido. Mas o que mais me chocou não foi a penumbra sedutora, e sim a completa ausência de qualquer indício de que aquele lugar fosse um quarto comum. Não havia cama, nem móveis convencionais, nem nada que lembrasse o aconchego de um lar. O que havia ali era algo completamente diferente. N
Capítulo 31**Luana Sartori**Estapeei seu rosto com toda a força que ainda restava em mim. Como uma louca. Como alguém que segurou essa dor por tempo demais.Benício não reagiu.Ele me deixou fazer aquilo.Me deixou colocar para fora toda a raiva que eu guardei por anos.Respirei fundo, sentindo as lágrimas arderem nos meus olhos. Mas eu não ia chorar. Não mais.Virei-me para ir embora.Dei dois passos antes de sentir sua mão forte agarrar meu braço, me puxando de volta para ele. Meu corpo colidiu contra o seu, e seu olhar queimava sobre mim.“Me solta, Benício.” Minha voz saiu baixa, quase um sussurro.Ele não obedeceu. Pelo contrário, se aproximou mais, seu rosto a centímetros do meu.“Você quer me odiar, mas seu corpo diz outra coisa.” Sua respiração quente roçou minha pele.Meu coração martelou no peito.Ele inclinou o rosto, e por um segundo, achei que fosse me beijar.Mas então ele parou.Sorriu de lado, cínico.E sussurrou algo que fez meu sangue gelar:“Você não sabe nem meta
O homem diante de mim era um estranho. O Benício que eu conhecia parecia ter desaparecido, consumido por algo primitivo e sombrio. Ele urrava enquanto me tomava com uma brutalidade que beirava a loucura, seu corpo dominando o meu sem hesitação. Eu não estava confortável, mas tampouco recuei. Deixei que ele continuasse, queria vê-lo despido de qualquer máscara, queria entender o monstro que habitava dentro dele.Não posso negar que o medo rastejava pela minha pele, uma sombra gelada que contrastava com o calor da nossa união. Meus dedos cravaram em seus braços, deixando marcas profundas em sua pele. Era um misto de dor e prazer, uma linha tênue que eu nunca pensei em atravessar. Mas ali estava eu, perdida nesse abismo de sensações. Será que eu estava me tornando como ele? Será que, ao provar desse lado obscuro, algo dentro de mim também havia mudado?Senti seu gozo quente escorrer dentro de mim, acompanhando o ritmo das últimas pulsações de seu corpo. Seu aperto em meu pescoço se inten
“Luana Sartori”“Benício?” Ele não respondeu de imediato. Seu olhar perdido no horizonte parecia carregar o peso do mundo. A luz prateada da lua realçava as linhas do seu rosto, tornando-o ainda mais hipnotizante. Ele parecia uma estátua grega, esculpida à perfeição, um deus caído que encontrava refúgio na solidão do mar. As costas largas e musculosas brilhavam sob o luar, a pele morena reluzia com o reflexo prateado da água. Meu coração apertou. Ele estava ali, mas sua mente vagava longe. Eu queria ser capaz de alcançá-lo, de arrancá-lo do turbilhão que o prendia. O desejo de tocá-lo era tão forte quanto a ânsia de entender o que se passava em sua alma. “Posso ser eu mesmo com você, Luana?” A voz dele saiu rouca, carregada de algo que eu não conseguia definir. “Você não vai ter medo de mim?” Aquelas palavras soaram como um sussurro carregado de segredos, de dor e de uma sombra que parecia persegui-lo. “Eu nunca tive medo de você,” respondi, e minha mão, quase por instinto,
**Luana Sartori**Perdida. Essa era a única palavra que conseguia definir o que sentia naquele momento. Meu corpo doía, minha cabeça latejava, e o ambiente ao meu redor parecia flutuar em uma névoa desconhecida. O pânico tomou conta de mim assim que abri os olhos e percebi que não fazia ideia de onde estava. Tentei me levantar, mas uma tontura avassaladora me fez afundar de volta no colchão rudimentar. O desconforto físico era intenso, mas nada se comparava ao medo que se instalava no meu peito. O que tinha acontecido comigo? Como fui parar ali? E, acima de tudo… onde estava Benício? Meu coração acelerou ao lembrar dos flashes confusos que atormentavam minha mente. Fragmentos soltos de lembranças vinham e iam como um sonho quebrado. A água, a escuridão, o som abafado de vozes. E então, nada. O vazio. Será que ele estava ali, em algum lugar, machucado como eu? Ou… não, eu não podia pensar nessa possibilidade. Benício era forte, determinado. Ele sobreviveria. Ele tinha que sobre