Maria Silva acreditava que seu passado sombrio estava enterrado, até o dia em que viu a foto de um homem que havia devastado sua vida. Determinada a confirmar sua morte, ela decide ir ao velório, sem imaginar que este encontro com a morte a conduziria a um destino inesperado. No velório, Maria se depara com Bruno de Alcântara e Leão, o juiz mais temido do Brasil, que é idêntico ao irmão falecido. Consumido pela sede de vingança, Bruno suspeita que Maria foi enviada pelo assassino de seu irmão. Obcecado e intrigado, ele inicia uma perseguição implacável para descobrir a verdadeira identidade dela e o motivo de sua presença no velório. Para Bruno, Maria é apenas mais uma oportunista querendo tirar vantagem da situação. No entanto, o que ambos não sabem é que um segredo profundo e pessoal os une de uma forma inesperada. Enquanto Bruno busca respostas e Maria luta para proteger seu passado, eles se veem entrelaçados em uma teia de mistério e revelações que poderá mudar suas vidas para sempre. Qual é o segredo que une esse casal improvável e como ele os forçará a confrontar seus próprios demônios?
Ler mais**Benicio de Alcântara e Leão**Eu já estava farto de ser vigiado por aquela pessoa desconhecida. Seria algum guerreiro? Acredito que o cacique da tribo não deixaria alguém estranho rondando o seu espaço. Isso era óbvio. Quem quer que fosse que estivesse ali, estava com o consentimento deles. E ele sabia, sim, quem era.Corri para onde o homem estava e, como era de se imaginar, não tinha ninguém. Esse filho da puta sabia se esconder. A escuridão tornava tudo mais difícil, e não consegui ver se havia qualquer rastro. Voltei para onde a tribo estava reunida, sentindo os olhares curiosos que me seguiam, intrigados com a minha corrida repentina para fora da oca. O incômodo fervilhava em mim. Eu estava farto daquela sensação de ser caçado. Sem pensar duas vezes, fui até o cacique, decidido a obter respostas."Preciso falar com o senhor agora." Minha voz saiu firme, quase uma ordem disfarçada de pedido.Ele se levantou de onde estava vagarosamente e veio até mim. Seu olhar encontrou o meu,
**Benicio de Alcântara e Leão**O vento úmido da mata fechada parecia sussurrar segredos antigos, enquanto eu seguia aquela mulher estranha, meu coração batendo em um ritmo descompassado. Cada passo meu era um golpe seco no chão, minhas pernas bambas e a mente tomada por uma única imagem: Luana. Eu precisava dela viva, precisava sentir o calor do seu corpo, ouvir sua voz, saber que ela ainda estava comigo. O medo era uma faca afiada, cortando qualquer resquício da minha famosa frieza.“O que aconteceu, ela piorou?”A mulher que me guiava mantinha o rosto impassível, o que apenas aumentava minha angústia. Eu, que sempre tive o controle, agora me sentia um menino perdido, desesperado por uma resposta que ninguém me dava.“Preciso que você venha comigo,” ela disse, sem olhar para trás. “Me diga, o que aconteceu com a minha mulher?” Minha voz saiu rouca, quase um grunhido.“Venha e veja você mesmo.”Segui a passos largos, quase atropelando aquela mulher que caminhava com a calma irritant
**Benicio de Alcântara e Leão** Meus olhos foram cobertos por um tecido áspero, apertado o suficiente para me privar completamente da visão. Antes que eu pudesse reagir, senti o puxão firme em meus pulsos enquanto amarravam minhas mãos com uma corda rústica, a fibra áspera queimando minha pele. Tentei me soltar, mas os guerreiros eram mais fortes e não me deram chance. Em seguida, me ergueram com brutalidade, guiando-me por um caminho desconhecido. O solo irregular sob meus pés me fazia tropeçar a cada passo, e galhos secos estalavam sob o peso do meu corpo. O cheiro úmido da mata densa invadia minhas narinas, misturando-se ao suor frio que escorria pela minha nuca. O desespero crescia dentro de mim, e minha voz ecoava na escuridão enquanto eu exigia saber para onde estavam me levando. Mas o silêncio deles era implacável, tão sólido quanto as mãos que me seguravam, me empurrando adiante sem qualquer explicação. “Para onde estão me levando?” gritei, tentando soar autoritário, mas
**Benicio de Alcântara e Leão**Aquele anel não deveria estar ali. A caixa de madeira repousava na mesa rústica da oca, e dentro dela, entre objetos sem valor aparente, o anel dourado me encarava como um fantasma do passado. Era impossível não reconhecê-lo de imediato. O brasão da família Alcântara e Leão, cuidadosamente gravado em relevo, brilhava sob a fraca luz que entrava pelas frestas da palha. Meus dedos tocaram a peça fria, pesados com a lembrança da tradição que atravessava gerações. Meu pai tinha um anel igual. Eu também. Todos os homens da família receberam o seu das mãos da minha avó. Ela mesma encomendava cada anel a um ourives de confiança, garantindo que cada detalhe fosse cuidadosamente esculpido à mão. Era impossível existir uma réplica exata.Mas esse… Esse não poderia estar aqui. Dei um passo para trás, tentando absorver o significado daquela descoberta. Meu coração acelerou. Como esse anel veio parar aqui? Meu pai ainda tinha o dele, eu tinha o meu. Seria impos
**Benicio De Alcântara e Leão**A sombra do homem escondido entre as árvores ainda me inquietava. Quem era ele? O que fazia ali? Instintivamente, tentei me soltar dos guerreiros que seguravam meus braços, mas a força deles era impressionante. Não estavam apenas me escoltando, estavam me contendo. “Quem é aquele homem?” perguntei, olhando diretamente para o cacique. “Alguém daqui o conhece?”Ninguém respondeu. “Tem alguém observando vocês, ninguém vai atrás dele?”Nenhum deles reagiu às minhas perguntas ou hesitações, apenas continuaram me carregando com a mesma firmeza impassível. Tentei me dirigir ao cacique, buscando alguma resposta, mas ele sequer me lançou um olhar. Sua voz soou firme e impenetrável quando, sem me dar qualquer explicação. “Você ainda estava sob o efeito da erva que te fez adormecer.”Isso só aumentou minha irritação. Eu não estava acostumado a ser ignorado. Passei a vida inteira no comando, ditando ordens, julgando, decidindo o destino de outras pessoas. Mas
**Benicio de Alcântara e Leão**O frio da lâmina contra meu pescoço era um lembrete constante de que qualquer movimento errado poderia ser o último. Meu coração batia forte, mas mantive a expressão firme. A mulher diante de mim continuava a me encarar com aquele olhar enigmático, como se soubesse de algo que eu desconhecia.Aquilo me incomodou. O que ela queria dizer com isso? E, mais surpreendente ainda, como ela sabia a minha língua?“Por que você está dizendo isso?” perguntei, tentando entender sua intenção.Ela, no entanto, não respondeu. Apenas me observou por um instante antes de desviar o olhar. Foi então que um homem surgiu entre os outros. Diferente dos guerreiros ao redor, ele usava adereços na cabeça que o destacavam. Seu olhar era severo, e sua presença fez todos ao redor se encolherem ligeiramente, como se sua autoridade fosse inquestionável.“Quem ousou pisar na minha aldeia sem ser convidado?” sua voz ecoou com firmeza, e os homens que seguravam as lanças contra meu pes
**Benicio de Alcântara e leão**Meu corpo enrijecia a cada segundo. O som na mata não era apenas o vento ou algum animal se movendo entre as folhas. Havia algo maior ali, algo que me fez prender a respiração.Eu me aproximei da janela da cabana, tentando enxergar alguma coisa através da escuridão, mas a floresta densa engolia qualquer vestígio de luz. O fogo da lareira lançava sombras trêmulas contra as paredes rústicas da cabana, mas lá fora tudo permanecia oculto. Meus olhos se voltaram para Luana. Ela estava alheia a tudo, mergulhada na situação que se encontrava, respirando de forma pesada e solta em gemidos baixos. Ela parecia tão frágil naquele momento, tão diferente da garota que costumava me enfrentar de cabeça erguida. A cada pequeno som que ela fazia, meu peito apertava. Eu precisava protegê-la. Esperei por um longo tempo, atento a qualquer novo movimento, mas tudo o que percebia eram folhas se mexendo ao longe. O vento não estava tão forte para aquilo ser apenas a natur
**Benicio de Alcântara e Leão**A noite se fechava sobre nós como um manto pesado. O vento frio vindo do mar castigava minha pele, mas eu mal sentia o desconforto. Toda a minha atenção estava em Luana, caída na areia, gemendo baixo. Não eram os sons suaves e provocantes que eu estava acostumado a ouvir dela, mas sim de dor. E eu odiava isso. Eu, Benicio Alcântara e Leão, sempre fui o cara que resolvia tudo, o que encontrava uma saída. Mas agora, ali parado, sentia uma impotência que me corroía por dentro. Ela tremia, sua pele quente demais, o corpo molhado, vulnerável. Precisávamos de abrigo, calor e algo para abaixar aquela febre antes que as coisas saíssem do controle. Lembrei das malditas aulas de escotismo que minha mãe me obrigou a fazer quando eu era criança. "Se um dia você se perder, vai saber o que fazer", ela dizia. Ela foi sequestrada quando eu era pequeno e ela temia, que algo acontecesse comigo ou com minha irmã, e tivemos muitas aulas: lutas marciais, escoteiro e a
**Benicio de Alcântara e Leão**O vento frio cortava minha pele, e a água salgada ardia em meus olhos. Meu corpo já não respondia, e cada braçada parecia um esforço inútil contra a força implacável das ondas. Eu queria sair dali, juro que queria, mas a cada movimento, sentia-me mais fraco, mais impotente. Era como se o mar tivesse decidido que eu não pertencia mais à superfície.O braco estava distante agora, um borrão cada vez mais difícil de distinguir. Por um momento, fechei os olhos e tentei lembrar do motivo pelo qual estava ali. Luana. Era sempre ela. A mulher que eu amava, que nunca deixei de amar, mesmo quando fui tolo demais para admitir. Mas o que eu estava tentando provar com isso? Que era invencível? Que ainda podia protegê-la, mesmo depois de tê-la perdido? A verdade é que sempre fui um homem de desculpas mal contadas e arrependimentos mal resolvidos. Um homem cheio de segredos obscuros. O que eu queria era um recomeço. Mas e agora? Como poderia recomeçar, se sequer sabi