A jovem sonhadora Beatriz, estudante de biomedicina, vive os seus melhores momentos nos braços de Lipe, o seu professor de biologia, eles vivem um romance perfeito, passariam a morar juntos após a sua formatura. Lipe nunca havia revelado o seu segredo, vive com o seu salário de professor universitário, porém a sua conta bancária tem um saldo muito acima do que a sua vida de professor pode proporcionar. Beatriz, fica extremamente abalada pelo fato do seu namorado não ter comparecido à sua formatura, mas ela não desconfiava que isso tudo não passava de uma armação do seu sogro. Cesare Vassalo, pai do professor Felipe, ao descobrir a proporção do romance entre o jovem casal resolve por um ponto final no relacionamento deles, induzindo Beatriz a flagrar Lipe na cama com outra mulher. Ela só não imaginava, que ele não compareceu a sua formatura por estar sob efeito de fortes medicações que o manteve dormindo por diversas horas para que a armação tivesse sucesso e ela o flagrasse com a secretária do campus. Beatriz recebe uma proposta de trabalho, se apega a essa oportunidade com unhas e dentes e vai embora auxiliar um cientista renomado em diversas pesquisas na sua área. Ela só não sabia, que ir embora deixando tudo para trás, além das malas, carregava no seu ventre o fruto desse amor tão puro que viveu com Lipe. Anos depois, o centro de pesquisa recebe o convite para um congresso internacional, Beatriz vai substituir o seu empregador, o destino mais uma vez coloca Felipe e Beatriz frente a frente, porém ela levou a sua pequena filha, que foi reconhecida imediatamente pelo pai biológico! Esse reencontro foi marcado por emoções não verbalizadas. Será que o jovem casal terá maturidade para enfrentar o passado, revelar os segredos e viver esse grande amor?
Ler maisDon FalconeA última coisa que eu deveria estar fazendo é jantando com a Giulia, sozinhos, já que Marco e Gian foram aproveitar a tal da noite de sexta feira.No silêncio cortado apenas pelo som dos talheres contra os pratos, cada olhar que ela me lança parece um lembrete cruel da noite anterior, de como meu auto controle que foi tão cuidadosamente construído ao longo de décadas foi despedaçado em questão de horas. A comida no meu prato está intacta. Meu apetite foi embora assim que percebi que estar perto dela é como andar desarmado em território inimigo.Ela termina de comer, limpa a boca com um guardanapo e me olha de forma interrogativa, como se esperasse que eu dissesse algo. Talvez seja o vinho, ou talvez eu esteja cansado de lutar contra essa confusão interna, mas as palavras escapam antes que eu consiga contê-las:— Precisamos conversar Giulia.Ela ergue uma sobrancelha, sem dizer nada, e me segue quando me levanto e deixo a sala de jantar. Meus passos nos conduzem até o quart
RamiroO que um homem faz quando carrega nos ombros o peso de erros que nunca pode apagar? Ainda não sei a resposta, mas tento descobrir toda vez que olho nos olhos do meu neto, o Luan. Hoje não é diferente. Estou em casa, mas minha mente está inquieta, como se algo me puxasse para longe. Pego um chocolate e um carro de controle remoto, enrolo ambos num papel bonito e decido, vou visitar Priscila e brincar com o menino. Ele, pelo menos, não me olha como se eu fosse um estranho tentando compensar o passado.Chego à casa dela e sou recebido pelo sorriso que faz meu coração acelerar de alegria e culpa. Luan grita “Vovô!” e corre para mim. Ajoelho-me no chão, entrego o presente, e ele pula em cima de mim com a energia que só uma criança tem. Em minutos, estamos espalhados no chão da sala, o carro de controle remoto voando de um lado para o outro, enquanto ele ri alto e me conta como será o maior piloto de carros do mundo.Lucas aparece na porta com duas cervejas na mão. Ele me entrega uma
Gian CarloA porta do apartamento se abre, e ali está Geisa, com aquele sorriso que sempre me desarma e os olhos que me observam como se quisessem decifrar cada parte de mim. Mas hoje, há algo diferente. Por um momento, me pergunto se vim aqui por causa dela ou da ausência sufocante de Maria que me devora a cada segundo.— Gian, você veio. — Ela diz, puxando-me para dentro antes que eu consiga responder.Ela parece feliz, mas há algo nos gestos dela que não combina. É um nervosismo contido, como se algo estivesse prestes a transbordar. Não menciono nada, apenas sigo para a sala, onde a familiaridade do lugar me atinge em cheio. A decoração, o perfume suave no ar... tudo grita sex0.— Quer um café? Um vinho? — Ela pergunta, inclinando a cabeça, mas seus olhos não deixam os meus.— Estou bem, obrigado. — respondo, ainda tentando entender por que exatamente vim.A conversa flui naturalmente, como sempre acontece entre nós, mas a cada palavra dela, a confusão dentro de mim só aumenta. Gei
Felipe— Então, Felipe, já tá preparado para ter mais um correndo pela casa? Ou vai desmaiar no parto? — Ele brinca, fazendo referência à gravidez de Vivian.— Engraçado, Rafael. Só quero ver você se virar quando for sua vez de trocar fralda, porque isso vai acontecer mais cedo ou mais tarde, sabe que o seu sobrinho vem ficar com vocês também, não é?. — Respondo, com um sorriso que sei que o irrita.Vivian, ao meu lado, já está rindo. Mas é Marcos quem rouba a cena. Ele praticamente corre até nós, segurando Vivian pelo braço com tanta delicadeza que parece estar lidando com cristal.— Cuidado com essa mulher, Felipe. Se fosse eu, carregava ela no colo o tempo inteiro. — Ele comenta, exagerado como sempre, mas com um tom genuíno que faz Vivian corar.— Marcos, se continuar assim, vou acabar acreditando que você quer disputar meu lugar. — Respondo, com uma piscadela, enquanto ele se afasta com Vivian, garantindo que ela não tropece no caminho para o carro.Seguimos todos juntos até o co
FelipeÉ um absurdo como a vida parece ser uma sequência de despedidas que você nunca está pronto para enfrentar. Mas hoje, enquanto coloco o casaco no pequeno corpo de minha filha, Giulia, sinto como se estivesse amarrando um nó em meu próprio peito. Não importa quantas vezes eu me diga que isso é o certo, que ela precisa da mãe, a Beatriz, o vazio que fica quando ela não está comigo sempre me atinge como um soco. Mas hoje é diferente. Hoje, há algo no ar, uma tensão invisível, como se o universo estivesse conspirando para tornar essa despedida ainda mais insuportável.Vivian, ao meu lado, termina de ajeitar o lacinho no cabelo da pequena, a sua paciência contrastando com a urgência que sinto. Giulia está animada, os seus olhos brilhando com a inocência de quem ainda não entende o peso que carrega nos corações ao seu redor. Ela segura uma boneca de pano que uma das empregadas da mansão fez para ela.Descemos para a sala, e a cena que nos espera é um golpe no estômago. Minha mãe, Giul
Don FalconeO silêncio do quarto é denso, quebrado apenas pelo som de nossas respirações pesadas. Giulia está deitada ao meu lado, a pele ainda quente e rosada, os cabelos emaranhados sobre o travesseiro. Minha mente está um caos. Depois da morte de Anna, eu jamais pensei que poderia experimentar algo além do vazio quando se tratava de intimidade. Tudo o que fiz desde então foi sex0, um ato físico para satisfazer uma necessidade, nada além de uma fodah com uma puttinha gostosa. Mas com Giulia... isso foi diferente. Devastadoramente diferente.Fecho os olhos, mas a sensação dela ainda está em mim. O gosto de sua pele, o som suave de seus gemidos, a forma como seus olhos se fecharam e seus lábios sussurraram o meu nome. Ela se entregou a mim sem reservas, e eu a tomei como se precisasse dela para respirar. E talvez precise. Não sou um homem que se engana facilmente, mas algo em Giulia quebrou barreiras que eu jurava serem inquebráveis.Quando ela entrou no corredor, vestindo aquela cam
GiuliaA água quente envolve meu corpo como um abraço, mas é o calor das minhas lembranças que realmente me consome. O vapor sobe ao meu redor, embaçando o espelho do banheiro, enquanto meus dedos deslizam pela pele molhada, massageando-a quase sem pensar. Não deveria estar pensando nisso, mas o beijo do Don Falcone continua invadindo a minha mente. A intensidade, o gosto, a forma como ele me segurou como se o mundo inteiro pudesse desmoronar ao nosso redor e ainda assim ele não me soltaria. Meu corpo reage à lembrança, uma onda de calor que não tem nada a ver com a água da banheira.Fecho os olhos e vejo o rosto dele, a expressão contida de desejo que se tornou inegavelmente explícita quando senti seu membro rígido pressionado contra mim. Minha respiração acelera, e uma inquietação toma conta de mim. Não posso continuar com esses pensamentos. Isso é errado, não é? Ou talvez seja apenas... inevitável.Saio da banheira, a água escorrendo pelo meu corpo em filetes quentes. Pego uma toa
FelipeEu nunca pensei que um sorriso tão pequeno pudesse carregar tanto peso. Giulia está no banco de trás, abraçando a sua boneca favorita, os cabelos loiros balançando ao vento, enquanto Vivian canta baixinho para ela. O carro desliza suavemente pela estrada, mas dentro de mim, a tensão é um nó que não se desfaz. Hoje é o último dia de Giulia conosco no Rio de Janeiro, e cada segundo parece escorrer pelos meus dedos como areia fina. Beatriz não aguenta mais a distância, e por mais que eu entenda, isso não torna a despedida mais fácil.Vivian segura minha mão enquanto dirijo. Seus olhos me observam com uma ternura que me desmonta. Ela sabe como estou me sentindo, porque sente o mesmo. Desde que soubemos que a pequena voltaria para a mãe, o clima entre nós ficou denso, mas decidimos não deixar isso apagar o brilho do dia de hoje. Esse é o nosso momento, e nada vai tirar isso de nós.Chegamos ao parque, um lugar cercado por montanhas e verde por todos os lados. O som da água correndo
Don FalconeEu me sinto como um garoto de quinze anos outra vez, perdido em uma confusão de sentimentos que não deveria mais pertencer a um homem da minha idade. Estou sentado no escritório, revisando relatórios que não conseguem prender minha atenção. A cada página, meus pensamentos são interrompidos por um par de olhos azuis, uma risada suave, o jeito firme e elegante de Giulia. E então, o beijo. Malldito beijo.Eu não deveria tê-la beijado. Não deveria sequer ter permitido que aquele momento acontecesse. Mas agora que aconteceu, não consigo apagar a sensação de seus lábios nos meus, do calor do seu corpo, do modo como ela gemeu, mesmo que suavemente. É insano, completamente insano, como ela me faz sentir algo que eu pensei ter morrido junto com a Anna.Estou dividido entre o desejo e a culpa. Anna foi a minha alma gêmea, a mulher que moldou a melhor versão de mim. Desde que ela partiu, me convenci de que meu coração havia sido enterrado com ela. Mas Giulia... ela mexe comigo de uma