A jovem sonhadora Beatriz, estudante de biomedicina, vive os seus melhores momentos nos braços de Lipe, o seu professor de biologia, eles vivem um romance perfeito, passariam a morar juntos após a sua formatura. Lipe nunca havia revelado o seu segredo, vive com o seu salário de professor universitário, porém a sua conta bancária tem um saldo muito acima do que a sua vida de professor pode proporcionar. Beatriz, fica extremamente abalada pelo fato do seu namorado não ter comparecido à sua formatura, mas ela não desconfiava que isso tudo não passava de uma armação do seu sogro. Cesare Vassalo, pai do professor Felipe, ao descobrir a proporção do romance entre o jovem casal resolve por um ponto final no relacionamento deles, induzindo Beatriz a flagrar Lipe na cama com outra mulher. Ela só não imaginava, que ele não compareceu a sua formatura por estar sob efeito de fortes medicações que o manteve dormindo por diversas horas para que a armação tivesse sucesso e ela o flagrasse com a secretária do campus. Beatriz recebe uma proposta de trabalho, se apega a essa oportunidade com unhas e dentes e vai embora auxiliar um cientista renomado em diversas pesquisas na sua área. Ela só não sabia, que ir embora deixando tudo para trás, além das malas, carregava no seu ventre o fruto desse amor tão puro que viveu com Lipe. Anos depois, o centro de pesquisa recebe o convite para um congresso internacional, Beatriz vai substituir o seu empregador, o destino mais uma vez coloca Felipe e Beatriz frente a frente, porém ela levou a sua pequena filha, que foi reconhecida imediatamente pelo pai biológico! Esse reencontro foi marcado por emoções não verbalizadas. Será que o jovem casal terá maturidade para enfrentar o passado, revelar os segredos e viver esse grande amor?
Ler maisLipeEm meio a loucura que é a época de final de ano letivo, estou preparando as minhas coisas para ir para casa, a minha rotina é previsível de uns anos para cá, por isso quando chega nesta época, eu deixo todo o meu armário organizado, retiro alguns itens que posso precisar durante as férias e volto para o meu apartamento Mas hoje um dos professores do campus está aniversariando, e nós trabalhamos juntos há alguns anos, antes de eu conhecer a Beatriz, éramos parceiros de noitadas. Não havia um final de semana em que não aprontássemos alguma, estávamos sempre pelas boates, é claro sempre éramos muito bem recebidos, a nossa aparência facilitava a conquista, e sempre terminávamos a noite muito bem acompanhados em algum motel. Nunca enganamos ninguém, sempre fomos adeptos do sex0 sem compromisso, mas depois que conheci a Beatriz, tudo isso ficou para trás, mesmo depois que ela se foi. Mas hoje vejo que não terei escapatória, sei que ele não me dará sossego se não acompanhá-lo nessa
Beatriz A noite está silenciosa, ser mãe é maravilhoso, mas também é muito cansativo, uma rotina totalmente diferente…Ela dorme profundamente no quarto ao lado, com a barriguinha cheia, mamou bastante, sei que não acordará nas próximas horas. Nos últimos tempos, tudo se tornou um redemoinho de novidades, rotina e algumas dificuldades. Mas agora, enquanto estamos só nós dois, percebo o quanto ele continua me afetando, a necessidade do corpo dele, da forma que nos entendemos, dos toques e da intimidade que nos conectam de uma forma única, imaginei que todas essas ondas de sensações eram devido às alterações hormonais da gestação, mas agora, meses após o parto, nada mudou, eu sinto muita necessidade dele.Ele se aproxima, e vejo um brilho suave em seus olhos. Ele estende a mão para tocar o meu rosto, passando o polegar de leve pela minha pele, e sinto uma onda de calor, um misto de saudade e desejo, inundar todo o meu corpo. Seus dedos descem lentamente, contornando meu pescoço, meu om
BeatrizEstava concentrada no treino de tiro quando ouvi passos pesados se aproximando. Não precisei olhar para saber quem era; a presença de Rafael preenchia qualquer sala, sempre imponente. Ele parou ao meu lado, observando em silêncio enquanto eu disparava mais uma vez, cada projétil atingindo o alvo com precisão.Senti o olhar dele sobre mim, e quando finalmente abaixei a arma e olhei para ele, vi aquele sorriso orgulhoso que raramente mostrava, mas que eu conhecia bem. Rafael não era de muitos elogios em público, mas quando se orgulhava, era inegável.— Beatriz, está indo muito bem — ele disse, a sua voz grave reverberando pela sala.Eu apenas sorri de volta, sentindo o peso da aprovação dele. O treinamento não era só uma forma de conquistar a minha posição; também era uma maneira de reafirmar quem eu sou, tanto para mim mesma quanto para os outros. e Rafael sabe disso.Ele então virou-se para o grupo, que parou o que estava fazendo para prestar atenção, como sempre faziam quando
Alguns dias depoisBeatrizVoltar ao treinamento depois do nascimento da Giulia parecia um desafio imenso. O meu corpo ainda estava se ajustando, e eu sabia que precisaria de tempo para recuperar a forma física completa. Mas o mais difícil não era o estado do meu corpo, era a sensação de estar distante daquilo que eu ainda estava conhecendo e gostando, do ritmo e da intensidade da máfia. No entanto, o desejo de voltar, de recuperar meu espaço, era mais forte do que qualquer hesitação.Quando entrei na sala de treinamento, os rostos familiares me receberam com uma espécie de respeito silencioso. Não era por eu ser a esposa do Rafael, o chefe. Não era isso que fazia com que eles me respeitassem, e eu sabia disso. Eles me respeitavam pelo que eu sempre fui, justa, firme, dedicada e, acima de tudo, boa no que fazia. Sempre lidei com todos de maneira igual, e isso se refletia agora, na maneira como cada um me cumprimentava.— Beatriz — ouvi um deles dizer, com um aceno respeitoso. — Bom
BeatrizSaio de casa cedo, carregando Giulia nos braços, enquanto Rafael ainda dorme. Ele não gosta que eu continue indo ao laboratório, mas já deixamos isso claro e é isso que quero, ainda estou aprendendo a equilibrar minha vida entre mãe e cientista.Fabrícia, como sempre, me recebe com um sorriso caloroso.— Não se preocupe, Bia. Giulia está em boas mãos — ela diz, pegando minha pequena.— Obrigada, Fabrícia. Não sei o que faria sem você — digo, depositando um beijo na testa da minha filha antes de sair.Chego ao laboratório, já com a mente cheia de ideias. Organizo meus materiais e começo a trabalhar. Tudo está indo bem até que Robert aparece. Ele é filho da Dra. Mônica e está no segundo ano da faculdade de medicina. Sempre muito educado, Robert é um garoto curioso e, admito, bastante carismático.— Bom dia, Beatriz! Trouxe os relatórios que minha mãe pediu para você dar uma olhada.— Bom dia, Robert. Deixe aqui. Como vai a faculdade? Alguma novidade?Começamos a conversar sobre
BeatrizAcordo sentindo uma inquietação que não sei de onde vem. É como se algo estivesse fora do lugar, mas não consigo identificar o quê. Tento me acalmar enquanto arrumo a Giulia para o dia. Ela me olha com aquele sorriso inocente que carrega um mundo de doçura, mas, ainda assim, não consigo afastar essa sensação de agonia. Morgana se esfrega nas minhas pernas e faço um carinho em sua cabeça.Após terminar de vesti-la, vou para o meu quarto e me arrumo. Coloco uma roupa prática, prendo o cabelo em um coque desleixado e passo um pouco de rímel, só para tentar parecer menos cansada. Giulia balbucia algo enquanto a pego no colo, e meu coração aperta. Sei que Rafael vai torcer o nariz quando souber que saí com ela para trabalhar, mas preciso ir, converso com a minha gatinha e aviso que vou trabalhar e logo volto...Deixo Giulia na casa de Fabrícia, que me recebe com aquele olhar compreensivo de sempre. Fabrícia conhece bem a rotina e os sacrifícios que faço, e agradeço em silêncio enqu
RafaelBeatriz pega o caderno, folheando as páginas com atenção.— Esses números são alarmantes. Você sabe que não é só o alimento final. A contaminação do solo e da água compromete todo o ecossistema. Sem falar nos trabalhadores rurais. Eles estão expostos a esses compostos tóxicos de forma direta.Assinto, sentindo o peso da situação.— A maior parte dos defensivos agrícolas usados aqui ainda são os que foram proibidos em outros países há décadas. Nosso sistema de fiscalização parece ser mais leniente, como se estivéssemos em uma zona de descarte de produtos químicos perigosos.Beatriz franze a testa, claramente indignada.— E o problema não é só a aplicação indiscriminada, mas também a falta de treinamento. Os trabalhadores muitas vezes não sabem como manusear esses produtos. Isso resulta em intoxicações, doenças respiratórias, até câncer.— Exato. Sem contar a questão econômica — digo, cruzando os braços. — O uso massivo de defensivos gera uma dependência dos agricultores. Eles s
RafaelO sol já começa a se despedir no horizonte quando Beatriz chega em casa com a pequena Giulia nos braços. Ela está cansada, consigo ver pelo jeito como me olha e em seguida ajeita o cabelo para trás enquanto me dá um sorriso lindo.— Oi, Rafa. Foi um dia cheio... — ela diz, colocando a bolsa no sofá e dando um beijo leve no topo da cabeça da pequena.Morgana começa a se esfregar nela, que acaricia a sua cabeça.— Imagino. Dá pra ver no seu rosto. — respondo, me aproximando e pegando a Giulia no colo. — Vai lá, toma um banho tranquilo. Eu cuido dela enquanto isso.Beatriz hesita por um segundo, mas o cansaço a vence.— Obrigada. Não demoro.Com Giulia no colo, faço algumas brincadeiras que arrancam risadas gostosas dela. É incrível como essa pequena tem o poder de iluminar qualquer ambiente. Caminho pela sala, mostrando os quadros nas paredes e imitando os sons dos animais de um livrinho que ela adora e Morgana entra na brincadeira miando, toda carinhosa.Quando Beatriz volta, e
BeatrizHoje quero que tudo esteja perfeito. Rafael tem enfrentado dias exaustivos, e sinto que ele precisa de um ambiente que o acolha, tirando-o do mundo lá fora e o traga para perto de mim e da nossa família. Depois de colocar Giulia para brincar no cercadinho, passo boa parte da tarde ajustando alguns detalhes.Quando termino de arrumar tudo, pego Giulia, exausta ofereço o meu sei0 a ela que pega imediatamente, quando ela termina, dou o seu banho, eu a levo para o berço. Ela parece um anjo com aquele rostinho tranquilo. Dou um beijo suave em sua testa e fico ali por alguns segundos, admirando como ela é perfeita. Não demora muito a Morgana entra no berço e vai dormir ao lado da minha pequena.Escolho um vestido que sei que Rafael adora, vermelho, ajustado nos lugares certos, e solto o cabelo, que cai em ondas sobre meus ombros. Um toque de maquiagem, perfume delicado... Tudo pensado para que ele sinta como me esforço para ser especial para ele, mesmo depois de tudo que vivemos junt