O Insuportavel do 201

O Insuportavel do 201 PT

Romance
Natália  Em andamento
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Resumo
Índice

Sinopse

Clarisse, uma enfermeira dedicada, acaba de se mudar para um novo apartamento em busca de recomeço após um relacionamento fracassado. Seu vizinho, Miguel, é um policial militar que também está lidando com um coração partido e a pressão de sua profissão. Desde o primeiro encontro, a convivência entre eles é marcada por desentendimentos e brigas divertidas, já que suas personalidades fortes colidem constantemente. À medida que o tempo passa, a tensão entre os dois se transforma em um jogo de provocações, mas ambos não conseguem ignorar a química subjacente que se forma. A situação muda radicalmente quando, por coincidência, eles se encontram em uma viagem. Durante essa experiência compartilhada, Clarisse e Miguel começam a ver um lado diferente um do outro, e os sentimentos ocultos começam a emergir. O que começou como uma relação conturbada pode se transformar em algo mais profundo, enquanto eles aprendem a lidar com suas feridas emocionais e a abrir seus corações novamente.

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11 chapters
Capitulo 1
Era a primeira vez em anos que eu dava um sorriso sincero. É estranho pensar que, por tanto tempo, eu não me permiti essa alegria. Lembro-me das brigas com minha mãe, sempre me cobrando por estar tão distante, tão fechada. Meu sorriso havia se tornado uma máscara, uma obrigação. Sinceramente, eu não me via motivada a sorrir. Um sorriso alegre, afinal, depende de um motivo alegre, não é mesmo? Mas hoje, eu tinha um motivo.Dois anos atrás, assinei a escritura do meu apartamento e, finalmente, estava aqui, dentro dele, exatamente como sempre sonhei. No entanto, havia um buraco no meu coração, e ele parecia se abrir ainda mais quando olhava para a porta e via aquele porta-chaves que dizia: “E viveram felizes para sempre”. Eu deveria me livrar daquilo, eu sei. Mas gostava de tê-lo ali, era a última lembrança de um tempo bom, de uma época em que eu era feliz e sorria sem pensar que estava sendo obrigada a isso por educação. Lembro-me de como eu não era hostil nem antipática, apenas eu mesm
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Capitulo 2
Não tinha muitos amigos, e os poucos que eu tinha, às vezes, me faziam questionar se eram mesmo amigos. Giovanni estava rindo sem parar há uns dois minutos.— Isso nem sequer teve graça — respondi, tentando esconder meu mau humor.— Como você ainda consegue ter contato com o sexo feminino? Você é o próprio repelente de mulher! — Giovanni, meu capitão da polícia militar, sempre tinha um jeito de me cutucar. Como primeiro tenente, eu andava com ele para todo lado. O cara era o mais inteligente da turma, e não era surpresa que subisse de cargo mais rápido que qualquer um.— Como se você fosse um ímã para mulheres — retruquei, tentando manter a seriedade, mas ele sorriu de um jeito que achei divertido, mesmo que nunca fosse admitir.— E mesmo sendo gay, atraio mais que você, porque eu consigo sorrir para as mulheres — ele disse, com um brilho maroto nos olhos. Era verdade; Giovanni era simpático até demais para o meu gosto. Alto, musculoso, negro, com olhos castanhos claros, e sempre com
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Capitulo 3
Eu estava exausta! Depois de um mês de férias em casa, acostumada a não fazer nada, o primeiro dia de trabalho sempre parecia o mais difícil. Estacionei meu carro na portaria e fui até o porta-malas pegar minhas coisas. Foi quando ouvi o rugido de uma moto estacionando ao lado do meu carro. Ao abaixar a porta, vi quem era. Bufei, pegando minhas coisas e decidindo passar por aquele insuportável sem cumprimentá-lo. Minha educação se recusava a entrar em prática com ele.— Ah, então foi você que pegou minha vaga! — ele disse, tirando o capacete com um sorriso que, para meu desagrado, era extremamente charmoso.— O que foi agora? — não iria ser educada com ele; ele nem se esforçou para ser gentil comigo.— Essa vaga é minha — apontou para o meu carro, como se isso fosse uma verdade universal.— Acha que eu estacionei aqui porque quis, seu espertalhão? — retruquei, tentando manter a calma.— Vindo de alguém tão sem noção quanto você, não é de se esperar menos — ele fez uma careta, e a irri
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Capitulo 4
Nunca na minha vida uma mulher conseguiu me tirar tão do sério quanto aquela vizinha surda. Ela estava novamente ouvindo música alta, e eu já me pegava imaginando como seria fácil pegar o pescoço dela e enforcá-la umas cinco vezes. Era minha folga, e eu não queria me estressar com ela. Peguei meu lixo e, assim que abri a porta, vi que ela também estava saindo para colocar o lixo dela.— Olha só, se não é a minha vizinha surda! — comentei, não podendo conter o sarcasmo.Ela levantou o rosto, e a expressão que tinha ao me ver era como se eu fosse a última pessoa que ela quisesse encontrar.— Ah, sério que você está em casa? — perguntou, como se fosse uma grande surpresa.— E por que não estaria? — retruquei, já franzi o cenho.— Achei que estivesse trabalhando — disse, e sorri, tentando parecer mais relaxado.— Hoje é minha folga. E você, não trabalha? — Questionar isso pareceu mais que um desafio, especialmente porque parecia que ela sempre estava em casa quando eu estava.— Estou de f
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Capitulo 5
O plantão estava um tédio absoluto. Eu já estava quase no fim da minha jornada, faltando apenas duas horas, quando ouvi o interfone.— Enfermeira Clarisse, por favor comparecer ao setor de urgência/emergência. Ótimo! Justo quando eu estou prestes a ir embora, a merda acontece. — Informar o código é bom nada! A Clarisse que lute para saber o que vai encontrar lá embaixo — um dos técnicos riu.— Estava reclamando agora mesmo que o plantão estava um tédio, chefe! — respondi, semi-cerrei os olhos.— Sorte que você é muito boa, se não estaria fazendo piadinhas lá no RH! — ele riu de novo, e até eu dei uma risada nervosa. Respirando fundo, desci para o PS, e aparentemente, tudo estava tranquilo. Fui até o enfermeiro responsável.— Qual é, Daniel? Não consegue dar conta do seu setor? — perguntei, e ele me olhou como se pudesse tacar a prancheta na minha cabeça.— O Dr. Lucas quer que você o auxilie em um código laranja na sala 5. Sabe que ele só gosta de você! — dei ombros, rindo.— Claris
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Capitulo 6
— Miguel, para com isso! É uma ordem! — disse Giovanni, ainda meio grogue da anestesia.— Essa pode ser a única oportunidade que eu tenho de atormentar essa mulher sem receber um chute nas bolas — respondi, dando-lhe um sorriso malicioso.— Você está atormentando ela como se fosse um menino de 13 anos apaixonado! — ele me olhou com reprovação.Ignorei o comentário dele, e nesse momento, Clarisse apareceu na porta do quarto, com uma expressão de quem estava pronta para me matar.— Miguel, vou arrancar seus olhos! — ela realmente parecia disposta a fazer isso, mas, no fundo, meu eu demoníaco queria ver até onde ela aguentaria sem me xingar.— A TV não liga — eu disse, tentando ser casual.Ela franziu a testa para mim.— Não me acabei de estudar por quatro anos, fiz uma pós-graduação de dois anos e um mestrado de três em oncologia para vir aqui a cada cinco minutos porque você quer atormentar minha vida, Miguel! — ela estava furiosa.— Peço perdão pelo meu subordinado. Não estou em condi
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Capitulo 7
Deus do céu, minha cabeça estava doendo tanto que parecia que tinha sido atropelada por um caminhão. E meu nariz? Parece que não existia mais. Finalmente, parecia que eu estava começando a recuperar os sentidos, especialmente o olfato. Fiz uma lavagem nasal só por garantia e decidi aproveitar minha folga. Estava tudo tranquilo até ouvir uma gritaria no corredor.Comecei a ignorar, pois não estava no clima de bancar a intrometida, mas então reconheci uma voz que me deixou alerta.— Senhora, abaixe a faca agora! — Merda, era o Miguel? E por que alguém estava com uma faca? Levantei do sofá e abri a porta rapidamente. No meio do hall de entrada, vi Miguel tentando acalmar uma mulher que estava com uma faca de cozinha enorme, enquanto outra mulher gritava com as duas que estavam do outro lado dele.— O que está acontecendo? — perguntei, confusa.— Clarisse, volta agora para o apartamento! — Miguel disse, sua voz firme.— O que está acontecendo? — perguntei de novo, sem entender.— Essa vag
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Capitulo 8
Eu andava tão estressada ultimamente que precisava urgentemente sair e fazer algo novo. Foi então que vi um anúncio na entrada do condomínio sobre uma viagem para Paraty de dois dias. Pensei que seria uma ótima oportunidade para espairecer um pouco. Comprei a viagem e pedi folga do serviço. Já se passavam semanas desde o ocorrido com Miguel; nós tínhamos aprendido a nos suportar, mas ele ainda insistia em me chamar de "surda" de vez em quando, e eu fingia que não queria matá-lo.No dia da viagem, peguei um Uber até o local onde o ônibus estaria estacionado. Tudo parecia lindo, perfeito, até que cheguei à minha poltrona.— Só pode ser brincadeira! — disse ao ver Miguel sentado ali.— Ah, Deus do céu, o que foi que eu fiz na vida passada? Taquei pedra na cruz, no mínimo! — ele comentou, olhando para mim com uma expressão de desespero.— O que você está fazendo aí? — perguntei, irritada.— Sentado. E você? — ele respondeu, sorrindo.— Bati nele com a minha passagem, e ele riu. — Eu vou v
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Capitulo 9
Consegui dar alguns cochilos durante a viagem, mas estava exausta. Chegamos em Paraty às 3:00 da manhã, e eu tinha tempo suficiente para dormir no quarto até as 7:00. Desci primeiro que Miguel, que ficou incrivelmente em silêncio o resto da viagem após nossa conversa profunda. Fui fazer o check-in no hotel enquanto ele ficou quase no final da fila.— Bom dia, moça. Clarisse Maia — disse para a atendente, que logo digitou rapidamente e assentiu.— Cadê o seu acompanhante? — perguntou ela, e eu franzi a testa.— Acompanhante? — perguntei, confusa.— Sim, aqui diz que é quarto para casal. — Olhei para ela, ainda confusa.— Moça, acho que há alguma confusão. — Ela negou com a cabeça.— Aqui está: Clarisse Maia e Miguel Galvão. — Só podia ser brincadeira.— Só pode ser brincadeira! — suspirei, sentindo a frustração subir.— Olha, se for confusão, temos um problema. Estamos em alta temporada e não temos quartos separados. — Apertei os lábios e fechei os olhos. — Posso te recomendar outros h
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Capitulo 10
Sentei-me na cama com uma sensação estranha, quase... excitada? Que merda era essa? Ainda bem que Miguel estava no banheiro, tomando banho, porque seria muito estranho acordar assim ao lado dele. Passei a mão na nuca, tentando me livrar daquela sensação, mas acabei me arrepiando de novo. Fui até minha mala e peguei minhas coisas para tomar banho. Finalmente, depois de uns longos 20 minutos, Miguel saiu do banheiro.— Nossa, finalmente! — exaltei, ao vê-lo sair com a toalha enrolada na cintura. Deus do céu, aquele fogo voltou de novo. A visão do cabelo molhado e do corpo dele exposto era um ato de maldade contra meus hormônios.— Bom dia para você também! — disse ele, com um sorriso travesso, e eu revirei os olhos.— Você não tem roupa, não? — perguntei, passando por ele.— Para que me vestir se eu posso ver esse seu rostinho sedento logo de manhã? — Ignorando o comentário dele, fui direto para o chuveiro. Coloquei meu biquíni e minha saída de praia, mas então tive uma ideia infantil.
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