Lunna sempre enxergou o coração como um território perigoso, um lugar onde a dor e os segredos se escondem. Carregando cicatrizes profundas e enfrentando medos que remontam à infância, ela se vê à beira de um abismo emocional. Mas, no meio das sombras, surge um amor verdadeiro que desafia sua desconfiança e a convida a acreditar novamente. Juntos, eles embarcam em uma jornada de superação e autodescoberta, enfrentando perdas, desafios e verdades dolorosas. O destino, no entanto, não será gentil: segredos do passado e provações inesperadas testarão a força de seus sentimentos e a coragem de seus corações. Será que o amor pode sobreviver à tempestade, renascendo como o arco-íris que desponta no céu? Ou o destino lhes reservará um desfecho tão imprevisível quanto arrebatador? Entre dores e esperanças, Lunna e Adam descobrirão que o coração, mesmo frágil, pode ser a mais poderosa fonte de redenção. Este livro não contém cenas hot, pois esta autora não escreve erotismo. Caso escolha embarcar nesta história, seja bem-vindo e aproveite a leitura! ESTE LIVRO CONTÉM GATILHOS.
Ler maisMeu aniversário estava chegando, e mais uma vez eu o passaria longe de casa. Sentia muitas saudades da minha mãe, da minha avó e da senhora Salinas, com quem já fazia um bom tempo que eu não falava.— Lunna, vai fazer o quê no seu aniversário? — Kim perguntou enquanto almoçávamos no nosso restaurante preferido.— Nem sei por que ainda pergunta. Você sabe que ela vai passar com o Romolo e vai nos deixar mais uma vez — Jully comentou, bebendo seu suco e me encarando como se quisesse me desafiar com o olhar.— Não é bem assim, meninas!— Claro que é! Então, não programe nada, porque iremos ter o nosso dia de amigas — Kéfera disse, endireitando-se na cadeira. — Temos um presente para você, então comece a preparar as malas. Aproveitaremos o recesso da faculdade.— Tenho escolha? — perguntei, olhando para as três, que se entreolharam.— Você tem três opções — Kim disse, mostrando os dedos. — Um: você vem conosco de livre e espontânea vontade.— Dois: amarrada e amordaçada — completou Kéfera
Já no restaurante, o Metri nos leva para uma sala reservada. Peço um aperitivo e, não demora muito, o garçom nos serve. Conto a Kim tudo o que aconteceu.— Mentira!— Não é mentira.— Como ele teve coragem?— Isso eu não sei! Mas ele quer jogar toda a culpa em nossa mãe, ele não a ajuda em nada e depois quer sair de coitadinho.— A mamãe não está bem! Eu a acompanhei hoje na consulta com o psiquiatra e já faz mais de 15 anos que tudo aconteceu, ela ainda se sente culpada.— Mas ela não teve culpa de nada, ninguém teve! Foi algo que aconteceu.— Sabemos disso, mas ela se julga uma péssima mãe. Ela acha que foi por causa dela que a Alanna se foi. — Suspiro, sem realmente saber o que fazer para ajudar nossa mãe.Alanna tinha apenas três anos quando caiu na piscina de nossa casa. O portão de proteção estava aberto e ela saiu sem que qualquer um de nós percebesse. Quando encontrei Alanna, já estava na piscina, se afogando. Mamãe ficou arrasada e, depois disso, nunca mais foi a mesma.Saio
Saio dos meus devaneios com o comandante avisando que estamos quase chegando. Estou indo para Nova York, Kim já está lá, e quando estava em Boston, ela me ligou várias vezes. Acabei perdendo a hora para pegar o voo, até porque o senhor Fiore não queria que o piloto viesse me buscar. Mas aqui estamos nós, ele teve que vir de qualquer jeito! Passei a noite inteira pensando no que a Lunna me disse, e ontem fui até o dormitório dela, mas nem cheguei a subir. Fiquei parado do lado de fora, esperando que a qualquer momento ela pudesse sair para conversarmos. Mas vê-la agarrada com aquele cara me fez ferver de raiva, e até cogitei por um minuto deixar para lá esse negócio de pegação e ser só dela. Porém, não quero ser enganado mais uma vez, e sei que Lunna não é desse tipo de mulher. Mas, vou enganar quem? Eu não conseguiria viver amarrado a uma mulher só! Gosto de festas, de muitas mulheres, que eu possa escolher a dedo. Se abusar, fico com todas na mesma noite. Pensando nisso, tenho certez
Olho mais uma vez para a caixinha onde está o anel que comprei para ela. Estamos namorando há pouco tempo, mas sei que é ao lado dela que quero estar. Hoje, irei levá-la para jantar e depois fazer o pedido. Logo após, pegaremos o jatinho e voaremos para a cidade que nunca dorme.Conheci Alycia assim que entrei para a faculdade. Estou quase terminando o curso de Gestão Financeira, mas pretendo me especializar e fazer um doutorado em economia. Quero seguir os passos do meu pai e me tornar um doutor dos números matemáticos, como ele sempre diz. Era para eu ter ido para casa, amanhã é aniversário de Kim. Porém, quero chegar com Alycia e fazer uma surpresa para a minha maninha.Vou caminhando em direção ao seu dormitório. Ela não está me esperando e tenho certeza de que a pegarei de surpresa. Quando chego, presto atenção para ver se há segurança, já que o prédio das meninas e dos meninos não são juntos. Mudaram as regras depois que os pais de uma aluna souberam que o quarto da filha estava
— Lunna, aconteceu algo? — Kéfera pergunta. Jully aparece com um balde de pipoca nas mãos.— O que foi? Por que está assim? — ela pergunta.— Não me diga que o jantar foi um fiasco! — Jully diz, colocando mais pipoca na boca.— Isso tudo é culpa do Adam, aquele… aquele… Ah, que saco! Por que ele tem que aparecer e estragar tudo? — digo, me jogando na cadeira.Todo aquele autocontrole que eu estava tentando transparecer não deu certo.— O que ele fez agora? — Kéfera pergunta.— Não me diga que ele seguiu vocês e invadiu a casa, te tirando à força de lá? — Julliety diz, e tanto eu quanto Kéfera olhamos espantadas para ela.— O quê?— Você está ficando doida! — digo, realmente achando que ela não está batendo bem da cabeça.— Você precisa arrumar alguém, está passando tempo demais assistindo séries e filmes de ação! Ou então, esses livros de máfia que você anda lendo estão te fazendo ter delírios. Aqui é o mundo real, não ficção, Jully — Keké diz, com as mãos na cintura.— Isso eu realme
Estamos em frente ao campus. Ele veio me trazer e irá para o seu apartamento.— Obrigado por ter me acompanhado até a casa dos meus pais — ele diz, rodeando os braços ao redor da minha cintura.— Eu que agradeço o convite — digo, sorrindo.— É... — Eu queria muito perguntar o porquê de o pai dele ter dito aquilo, mas não sei como.— O que foi, linda? — Ele coloca uma mecha de cabelo atrás da minha orelha.— Não é nada, deixa para lá!— Eu já entendi. Você quer saber o porquê de o meu pai ter dito aquilo? — Faço um gesto positivo com a cabeça, e ele sorri.— Agora entendo o porquê de você ter ficado estranha e aquela ruguinha ter aparecido bem aqui — ele diz, beijando minha testa. — Mas o que ele quis dizer com aquela frase, então: “Esta é a garota?” Porque, realmente, você é a garota que fez meu coração disparar. Você foi a primeira que levei para os meus pais conhecerem, é a primeira mulher que pedi em namoro e com quem sonho em ter um futuro — sorrio e o beijo.Eu realmente sinto qu
— Nada de senhora, pode me chamar de Helena — ela diz e sorri. — Venham, vamos nos sentar. Lucille está quase pronta e George está no escritório resolvendo algo sobre o trabalho.Caminhamos até o sofá e nos sentamos. Não demora muito e uma moça de cabelos encaracolados e loiros aparece na sala. Ela vem até o irmão, que se levanta e a abraça, depois faz o mesmo comigo e ele nos apresenta.— Me desculpem a demora — um senhor alto, cabelos grisalhos e olhos cor de mel entra sorrindo. — Achei que seria rápido, mas falhei.— Tudo bem, querido — Helena diz e ele caminha até nós. Romolo se levanta, cumprimentando-o com um aperto de mão e um abraço.— Pai, esta é a Lunna — ele diz, me olhando e sorrindo.— Ah, então esta é a garota? — ele me estende a mão para me cumprimentar e faço o mesmo. — Aperto de mão firme, gostei! — sorrio e soltamos nossas mãos. Me sento novamente, ele caminha e se senta ao lado da esposa, começando a conversar.A parte de “Ah, então esta é a garota?” não sai da minh
Já haviam se passado alguns dias, na verdade, meses. Eu e Romolo estamos nos divertindo muito, sempre nos encontramos para conversar e, na semana passada, rolou um beijo. Não foi o meu primeiro, mas me senti nas nuvens e acho que toda aquela paixonite boba pelo Adam está se esvaindo, esse que não vejo há um tempinho.Estou indo me encontrar com ele na nossa cafeteria. Claro, não é nossa, mas se tornou o nosso ponto de encontro. Vamos jantar com a sua família. Assim que chego, o vejo sentado na mesinha ao lado de fora do estabelecimento. Ele está com os cabelos bagunçados, uma calça jeans, camisa polo branca e um sapatênis, além de um buquê de flores em cima da mesa.Respiro fundo e volto a caminhar, já que parei para admirá-lo. Paro ao seu lado e toco em seu ombro.— Oi! — digo sorrindo, dou um passo para trás e ele vira, se levantando.— Está esperando há muito tempo? — ele me olha e faz um carinho em meu rosto. Fecho os olhos, apreciando este gesto, e, quando os abro, ele está me ol
Perdi-me nos pensamentos até alguém tocar no meu ombro. Olhei e o rapaz estava me oferecendo uma toalha. Ele a colocou sobre a mesa diante de mim.— Obrigada! — falei, pegando a toalha para secar meu cabelo e braços. Ele se sentou na minha frente, olhando também pela janela. Eu realmente precisava ir ao banheiro conferir minha situação.— Já volto, com licença — falei, levantando. Ele fez um gesto afirmativo com a cabeça e se levantou também, me deixando seguir em direção ao banheiro.Entrei e me olhei no espelho. Me assustei: minha maquiagem estava toda borrada, parecia o Coringa com gripe. Coloquei a toalha sobre a pia e liguei a torneira, lavando o rosto, tentando tirar o que ainda restava de maquiagem. Após limpar o rosto e secá-lo com papel, soltei o cabelo e comecei a secá-lo com a toalha. Olhei para o secador de mãos na parede e tive uma ideia. Caminhei até ele, me abaixei e coloquei a cabeça embaixo do secador.— Assim é bem melhor!Após secar o cabelo e tentar secar meu vesti