Lúcia Baptista, determinada a se casar com o pobre rapaz que amava, Sílvio Medeiros, enfrentou os pais e até fez greve de fome para conseguir seu objetivo. Por amor a Sílvio, Lúcia sacrificou seu próprio casamento e a empresa da família, traçando um caminho de sucesso para ele. No entanto, quando Sílvio finalmente alcançou o topo como ela desejava, sua primeira ação foi revelar sua verdadeira face, jogando Lúcia em um inferno sem fim: ele usou a frieza e a indiferença para forçá-la ao divórcio, esmagando seu orgulho e amaldiçoando-a a um destino trágico. No final, como ele queria, Lúcia, que mais temia o frio, morreu sozinha na neve, seu corpo cercado por um mar de sangue... Mas Sílvio não encontrou a satisfação que esperava em sua vingança. Em vez disso, ele enlouqueceu, seus olhos se tornaram vermelhos de desespero, e o poderoso e frio CEO envelheceu da noite para o dia. Em meio à sua loucura, ele chamava incessantemente por Lúcia, implorando para que ela acordasse e voltasse para casa com ele...
Ler maisLúcia pensou consigo mesma:“Depois que me casar, serei uma boa esposa. Vou me esforçar para amá-lo, o mais rápido possível.”O dia amanheceu.Ela levantou, preparou o café da manhã e chamou Basílio para comer com ela.Após o café, Lúcia fez uma maquiagem leve, vestiu um discreto vestido rosa-claro e prendeu o cabelo de forma simples, usando um pequeno clipe para segurar as mechas atrás das orelhas. Colocou um par de brincos delicados e calçou sapatos baixos. Pegou a bolsa, revisou os documentos necessários e saiu da casa ao lado de Basílio.No jardim da mansão, Sílvio ainda estava lá. A chuva havia cessado, e o sol começava a brilhar. No entanto, sua roupa preta ainda gotejava água, como se a noite inteira tivesse grudado nele.Lúcia não esperava que ele tivesse ficado ali por tanto tempo. Parece que ele realmente não tem nada de mais importante para fazer, pensou, acelerando os passos e fingindo que não o viu.— Lúcia, não se case com ele. — Implorou Sílvio, bloqueando seu caminho. A
O vinho descia queimando, mas não apagava a dor. Pelo contrário, fazia tudo parecer ainda mais pesado. O vento forte fazia as janelas de vidro tremerem, como se quisessem ceder a qualquer momento.Lá fora, em meio à chuva que caía sem piedade, a voz de Sílvio ecoava na noite:— Lúcia, abre a porta! Vamos conversar, por favor!— Eu não vou deixar você se casar com outro homem! Você não pode fazer isso comigo!— Lúcia, a pessoa que você ama sou eu! Sempre fui eu! No passado, agora e no futuro vai ser a mesma coisa! Abre os olhos!— Lúcia, eu sei que você está aí dentro. Sei que consegue me ouvir. Você pode me odiar, me culpar, me ignorar… mas se casar com outro homem? Isso, não!Lúcia estava encostada na janela, observando a figura desolada dele lá em baixo. Ela ergueu a cabeça e, sem pensar muito, virou o resto do vinho que estava em sua taça. O líquido desceu queimando sua garganta, deixando-a ainda mais amarga. Seus olhos se encheram de lágrimas e, antes que pudesse contê-las, elas es
Lúcia sentiu um frio na espinha.“Droga. Ontem à noite eu estraguei tudo por causa da bebida.”— O café da manhã está pronto. Fiz tudo do jeito que você gosta. — Disse Sílvio, com um sorriso servil no rosto.Lúcia lançou um olhar frio para ele:— Já acordou? Então pode ir embora.— Lúcia, você vai mesmo fingir que nada aconteceu? — O sorriso dele desapareceu no mesmo instante. Com o olhar perdido, ele mordeu os lábios, tentando disfarçar a decepção.Na mente de Lúcia, a resposta era clara:“Não tenha pena de homem. Isso nunca acaba bem.”Ela saiu da cama, pegou a camisola que estava jogada no chão e a vestiu de qualquer jeito:— Somos dois adultos, Sílvio. Uma noite juntos não deveria ser algo surpreendente, certo?— Ontem foi só uma noite qualquer para você? — Ele piscou, tentando conter as lágrimas que já começavam a se formar. Ele achava que aquilo significava que ela o tinha perdoado.Lúcia soltou uma risada seca:— E o que mais seria?Na hora de sair, Sílvio, em um tom quase humil
Ao voltar para casa, as luzes estavam todas acesas, iluminando cada canto. Lúcia subiu as escadas com sua bolsa na mão. O chão brilhava como se tivesse acabado de ser encerado, sem nenhum traço de poeira. As plantas mortas que antes ocupavam os cantos da sala haviam sido substituídas por vasos de suculentas. Ela não fazia ideia de quem tinha feito aquilo.Do lado de fora, no terraço, ouviu um barulho leve, como o som de passos ou algo sendo arrastado. Lúcia colocou a bolsa no sofá e se dirigiu até a varanda. Lá, avistou uma figura familiar, vestindo um avental, de costas para ela. Ele segurava um regador e, com cuidado, molhava as flores.A luz das estrelas caía sobre Sílvio, dando-lhe uma aura mais humana, mais simples. O Sílvio de antes jamais gastaria seu precioso tempo com algo tão trivial.Lúcia nunca tinha trocado a senha da casa desde que se separaram. Por isso, ele ainda conseguia entrar e sair como quisesse. Ela se lembrou de que, minutos atrás, Basílio a havia acompanhado até
Sílvio, acreditando que Lúcia estava falando com ele, deixou que um sorriso discreto surgisse em seus lábios:— Eu sei.— Lúcia, sua coca-cola.A voz de Basílio trouxe Sílvio de volta à realidade, quando ele viu o homem se aproximar e entregar um copo de refrigerante e um pacote de pipoca a Lúcia.Ela aceitou com um sorriso suave, agradecendo de forma gentil.A cena feriu Sílvio profundamente. O que ele viu foi impossível de ignorar: Lúcia não era mais dele. Não era mais sua prioridade, seu porto seguro.Basílio parecia não notar a presença de Sílvio, ou talvez estivesse simplesmente ignorando-o. Toda a atenção dele estava voltada para Lúcia. Ela, por sua vez, entrelaçou o braço no de Basílio, fingindo uma intimidade que fez questão de demonstrar enquanto caminhavam em direção ao guichê de entrada.Basílio notou os delicados dedos brancos de Lúcia segurando a manga de sua camisa. Um sorriso quase imperceptível surgiu em seus lábios. Quando percebeu que ela estava prestes a soltar, ele
— Eu... — Lúcia estava prestes a recusar.Mas Basílio foi mais rápido e a interrompeu:— Pense um pouco antes de dizer não. Não precisa decidir agora. Afinal, bons amigos também podem assistir a um filme juntos, não é?Antes de sair, Basílio pegou a pasta com os documentos assinados na mesa:— Te busco depois do trabalho.Após o almoço, o celular de Lúcia vibrou com uma mensagem de Sílvio:[Que tal irmos ao cinema hoje à noite? É um filme novo, com o seu ator preferido. Uma história de amor.]Houve um tempo em que Lúcia desejava que ele pausasse o trabalho, que diminuísse o ritmo e tirasse um tempo para ela. Que fosse ao cinema com ela, que passeassem de mãos dadas no parque ao entardecer, entre folhas secas espalhadas pelo chão. Ela sonhava com momentos simples, com pequenas demonstrações de afeto: uma flor, um presente, até mesmo um olhar apaixonado...Mas, durante todo o relacionamento, foi ela quem cedeu, quem se moldou.Agora, Lúcia não queria mais nada disso. Toda a “profunda pai
Basílio sorriu de forma leve e elegante. Após uma breve pausa, escolheu cuidadosamente as palavras antes de falar:— É claro que eu não sou completamente altruísta. Também tenho um pedido a fazer.— Que pedido? — Perguntou Lúcia.Basílio pegou o copo à sua frente, tomou um gole de água com a mesma graça de sempre e só então continuou:— Quero que a Srta. Lúcia seja justa comigo. Que me dê a chance de cuidar de você. Se eu tentar e falhar, eu aceito minha derrota. Mas não ter sequer a oportunidade de tentar... isso seria cruel demais. Por favor, me permita competir em pé de igualdade com Sílvio. Não favoreça tanto ele.A chuva fina caía do lado de fora do restaurante japonês, molhando o asfalto e deixando o chão escorregadio. Sob a sombra das árvores, um carro preto estava estacionado. O limpador de para-brisa trabalhava de forma intermitente, uma vez sim, outra não.Sílvio estava recostado no banco, observando através da janela aberta, com o vidro completamente abaixado. Do outro lado
Basílio era tão caloroso, tão cuidadoso, tão puro, tão perfeito. Ele era limpo demais, intocado pelas impurezas do mundo, enquanto ela, agora, sentia-se como uma pluma de algodão caída ao chão, desfeita e sem valor. Não era boa o suficiente para Basílio. Ele merecia alguém melhor, alguém que realmente combinasse com ele.— Destino... Basílio, encontre uma garota que realmente seja certa para você. — Disse Lúcia com um sorriso amargo.O rosto de Basílio endureceu por um momento antes de responder:— Mas você acabou de admitir, na frente do Sílvio, que estamos juntos.— Foi só para ele parar de me perseguir. Desculpe, Sr. Basílio, eu usei você. Este jantar, eu faço questão de pagar. Considere como um pedido de desculpas. — Disse Lúcia, cheia de remorso.Basílio a olhou fundo nos olhos, com uma sinceridade desarmante:— Eu sei disso, mas não me importo. Srta. Lúcia, todas as preocupações que você tem dentro de si, eu as conheço e entendo. Hoje em dia, o divórcio é algo comum. É apenas um
Sílvio a encarou profundamente, com os olhos fixos nos dela:— Se você está dizendo essas palavras frias e mentirosas só para me fazer desistir, Lúcia, você é muito ingênua. Desta vez, não importa o que aconteça, eu não vou abrir mão de você. Vou mostrar meu coração, pouco a pouco, até que você me perdoe.Lúcia e Basílio saíram juntos, parecendo um casal apaixonado.Sílvio ficou parado, observando enquanto Basílio, com sua postura impecável, abria a porta do passageiro para ela. Lúcia entrou no carro com um sorriso tranquilo, e o veículo seguiu pela estrada, desaparecendo de vista.No restaurante japonês, o ambiente era decorado exatamente como Lúcia gostava. A mesa estava repleta de pratos, todos escolhidos cuidadosamente para agradar o paladar dela.— Você lembra do que eu gosto de comer? — Lúcia perguntou, segurando os hashis, claramente surpresa. Na mesa, não havia um único prato que ela não apreciasse.Do outro lado da mesa, Basílio ergueu a mão elegante, pegou o copo d’água e res