Lúcia Baptista, determinada a se casar com o pobre rapaz que amava, Sílvio Medeiros, enfrentou os pais e até fez greve de fome para conseguir seu objetivo. Por amor a Sílvio, Lúcia sacrificou seu próprio casamento e a empresa da família, traçando um caminho de sucesso para ele. No entanto, quando Sílvio finalmente alcançou o topo como ela desejava, sua primeira ação foi revelar sua verdadeira face, jogando Lúcia em um inferno sem fim: ele usou a frieza e a indiferença para forçá-la ao divórcio, esmagando seu orgulho e amaldiçoando-a a um destino trágico. No final, como ele queria, Lúcia, que mais temia o frio, morreu sozinha na neve, seu corpo cercado por um mar de sangue... Mas Sílvio não encontrou a satisfação que esperava em sua vingança. Em vez disso, ele enlouqueceu, seus olhos se tornaram vermelhos de desespero, e o poderoso e frio CEO envelheceu da noite para o dia. Em meio à sua loucura, ele chamava incessantemente por Lúcia, implorando para que ela acordasse e voltasse para casa com ele...
Ler maisLúcia caminhou até a cama. Sílvio estava deitado, vestindo o uniforme de paciente. Seu corpo estava conectado a diversos aparelhos que emitiam sons intermitentes. Ele tinha os olhos fechados, o rosto coberto pelo respirador. As largas mangas do uniforme revelavam duas mãos magras, repousando sob o cobertor branco. Ela puxou uma cadeira, colocou-a ao lado da cama e se sentou. Sílvio continuava imóvel, sem dar sinal de que despertaria. Um dia, Lúcia o odiara tanto que desejava vê-lo destruído. Mas agora, vendo-o assim, preso entre a vida e a morte, não sentia nem a mínima satisfação por sua desgraça. Seus sentimentos estavam confusos. Um nó apertado em sua garganta, um peso no peito. Era como se estivesse sufocando. — Sílvio, o que eu faço com você? — Murmurou Lúcia, encarando o rosto pálido dele. — Eu não consigo superar o passado, mas também não consigo simplesmente te ver morrer assim... Ela respirou fundo antes de continuar, num tom quase irônico: — Se você morrer, minha vi
Lúcia olhava para as estrelas dispersas no céu, tentando mudar de assunto: — Vamos registrar nosso casamento amanhã, Basílio. Você é um homem bom, e tenho certeza de que será um ótimo marido. Vai cuidar de mim para sempre, nunca me fará derramar uma lágrima. Eu também vou me esforçar para ser uma boa esposa, para te amar o mais rápido possível e retribuir todo o seu amor. Pode confiar, vou arrancar o Sílvio do meu coração pela raiz, o mais rápido que puder. Amá-lo e retribuir seu amor... Parecia tão bonito quando ela dizia. Basílio apertou os lábios, formando uma linha tensa. Se ele fosse egoísta, Lúcia realmente seria sua esposa. Mas ele não podia ser. Lúcia não seria feliz ao seu lado. Ela encararia o ato de amá-lo como uma tarefa, algo a cumprir. Durante o tempo que passaram juntos, ele já se sentia grato por ter sido, ao menos por um breve momento, seu namorado. — Basílio? Talvez por sua falta de resposta, Lúcia o olhou, confusa. Ele continuou caminhando, sentindo o pes
Lúcia havia ido embora.Basílio chegou logo em seguida, trazendo o jantar que havia comprado. Sem perguntar nada, apenas abriu a porta do carro para ela entrar. O silêncio reinava enquanto ele dirigia, levando-a de volta à mansão da família Baptista.— A cirurgia do Sílvio foi um sucesso, mas ele não tem vontade de viver. Se não acordar nos próximos dias, não vai mais acordar. O Dr. Bruno pediu que eu ficasse ao lado dele, esperando que ele desperte. Disse que eu sou a pessoa mais importante para ele, que sou a esperança dele. Mas eu recusei.Lúcia encarava as luzes da rua, que iam se acendendo uma a uma, lançando um brilho amarelado e melancólico. Após um breve silêncio, continuou:— Minha cabeça está uma bagunça. Não sei o que fazer. No fundo, eu não quero que ele morra, mas também não quero que ele tenha paz. Por que eu deveria? Por que, sempre que ele precisa de mim, eu tenho que estar lá, perdoá-lo, cuidar dele? E quando eu precisei dele... ele nunca esteve lá. Sempre foi o Sr. Ba
As portas do elevador deslizaram para os lados. Lúcia correu em direção à entrada da sala de cirurgia. Sílvio estava deitado na maca, coberto de sangue. O vermelho intenso já havia desfigurado seu rosto, tornando-o irreconhecível, um retrato de desamparo e miséria.Ao ver a silhueta de Lúcia, ele curvou os lábios num sorriso fraco. Poder vê-la pela última vez era o suficiente; ele já podia morrer em paz. Mas, ao notar Basílio logo atrás dela, uma sombra de decepção passou por seus olhos. O sorriso que antes carregava se desfez.— Vocês já se casaram? — Perguntou Sílvio com a voz rouca.Ele sabia que não deveria fazer aquela pergunta. Sabia que a resposta o machucaria ainda mais. Mas não conseguiu se conter; precisava saber.O rosto de Basílio endureceu visivelmente.Lúcia lançou um olhar rápido para as pessoas ao redor e fixou os olhos em Bruno, que usava um jaleco branco.— Levem-no para a cirurgia. — Ordenou Lúcia.Sílvio foi levado para dentro da sala de operações sem resistir desta
Lúcia assentiu com a cabeça:— Certo.Ela pegou a caneta para preencher os formulários. Basílio estava sentado à sua frente, concentrado, preenchendo seus próprios dados. Lúcia apertou um pouco mais a caneta em sua mão, sentindo o peso do momento. Olhou para o papel e começou a copiar as informações de seu documento de identidade.“Lúcia, estamos prestes a nos casar. Você está feliz?”“Claro que estou feliz. Parabéns, Sílvio, você conseguiu conquistar a mulher dos seus sonhos.”As palavras ecoaram em sua mente, lembranças de uma conversa antiga com Sílvio.Enquanto preenchia o formulário, os pensamentos sobre Sílvio se tornaram incontroláveis. Frases e memórias surgiam como um turbilhão:“Fique longe de outros homens, ouviu? Caso contrário, vou te deixar dois meses sem conseguir sair da cama.”Ela se lembrou da cena de poucos dias atrás, quando, após beber demais, Sílvio a segurou com cuidado, colocando-a gentilmente na cama. Suas mãos se entrelaçaram, as roupas caíram no chão, e a pro
— Lúcia, desejo que você seja muito feliz em seu casamento. Que tenha muitos filhos. Prometo que, a partir de hoje, não vou mais aparecer na sua frente.A voz embargada de Sílvio soou atrás dela, carregada de dor e despedida.Os olhos de Lúcia arderam instantaneamente. As lágrimas ameaçaram escorrer, mas ela, com toda a força que tinha, as conteve. Não podia chorar. Não podia olhar para trás. Virar-se naquele momento seria jogar fora todo o esforço que havia feito para seguir em frente. Se tinha decidido cortar Sílvio de vez, não podia permitir que a dúvida ou a nostalgia a enfraquecessem.Lúcia, você fez sua escolha. Não pode vacilar agora. Basílio será um bom marido. Ele te ama tanto… você precisa se esforçar para amá-lo também. Precisa arrancar Sílvio do seu coração, raiz por raiz, folha por folha. Não pode ser injusta com Basílio. Ele merece todo o seu amor, todo o seu coração.Durante o caminho até o cartório, Basílio dirigiu em silêncio. Não perguntou nada sobre o que havia sido
Lúcia pensou consigo mesma:“Depois que me casar, serei uma boa esposa. Vou me esforçar para amá-lo, o mais rápido possível.”O dia amanheceu.Ela levantou, preparou o café da manhã e chamou Basílio para comer com ela.Após o café, Lúcia fez uma maquiagem leve, vestiu um discreto vestido rosa-claro e prendeu o cabelo de forma simples, usando um pequeno clipe para segurar as mechas atrás das orelhas. Colocou um par de brincos delicados e calçou sapatos baixos. Pegou a bolsa, revisou os documentos necessários e saiu da casa ao lado de Basílio.No jardim da mansão, Sílvio ainda estava lá. A chuva havia cessado, e o sol começava a brilhar. No entanto, sua roupa preta ainda gotejava água, como se a noite inteira tivesse grudado nele.Lúcia não esperava que ele tivesse ficado ali por tanto tempo. Parece que ele realmente não tem nada de mais importante para fazer, pensou, acelerando os passos e fingindo que não o viu.— Lúcia, não se case com ele. — Implorou Sílvio, bloqueando seu caminho. A
O vinho descia queimando, mas não apagava a dor. Pelo contrário, fazia tudo parecer ainda mais pesado. O vento forte fazia as janelas de vidro tremerem, como se quisessem ceder a qualquer momento.Lá fora, em meio à chuva que caía sem piedade, a voz de Sílvio ecoava na noite:— Lúcia, abre a porta! Vamos conversar, por favor!— Eu não vou deixar você se casar com outro homem! Você não pode fazer isso comigo!— Lúcia, a pessoa que você ama sou eu! Sempre fui eu! No passado, agora e no futuro vai ser a mesma coisa! Abre os olhos!— Lúcia, eu sei que você está aí dentro. Sei que consegue me ouvir. Você pode me odiar, me culpar, me ignorar… mas se casar com outro homem? Isso, não!Lúcia estava encostada na janela, observando a figura desolada dele lá em baixo. Ela ergueu a cabeça e, sem pensar muito, virou o resto do vinho que estava em sua taça. O líquido desceu queimando sua garganta, deixando-a ainda mais amarga. Seus olhos se encheram de lágrimas e, antes que pudesse contê-las, elas es
Lúcia sentiu um frio na espinha.“Droga. Ontem à noite eu estraguei tudo por causa da bebida.”— O café da manhã está pronto. Fiz tudo do jeito que você gosta. — Disse Sílvio, com um sorriso servil no rosto.Lúcia lançou um olhar frio para ele:— Já acordou? Então pode ir embora.— Lúcia, você vai mesmo fingir que nada aconteceu? — O sorriso dele desapareceu no mesmo instante. Com o olhar perdido, ele mordeu os lábios, tentando disfarçar a decepção.Na mente de Lúcia, a resposta era clara:“Não tenha pena de homem. Isso nunca acaba bem.”Ela saiu da cama, pegou a camisola que estava jogada no chão e a vestiu de qualquer jeito:— Somos dois adultos, Sílvio. Uma noite juntos não deveria ser algo surpreendente, certo?— Ontem foi só uma noite qualquer para você? — Ele piscou, tentando conter as lágrimas que já começavam a se formar. Ele achava que aquilo significava que ela o tinha perdoado.Lúcia soltou uma risada seca:— E o que mais seria?Na hora de sair, Sílvio, em um tom quase humil