SEGUNDA CHANCE PARA O BILIONÁRIO.
SEGUNDA CHANCE PARA O BILIONÁRIO.
Por: Nyara Rodrigues
Arlet Rivera.

Abro os olhos e vejo um teto branco. Movo a cabeça lentamente para o lado e observo várias máquinas, percebendo que estou em um quarto de hospital. Mas o que aconteceu? Tento me sentar, mas não consigo. Meu corpo está pesado, como se algo estivesse me segurando na cama, e essa sensação é horrível. Minha garganta está seca, e não consigo engolir. Sinto uma vontade imensa de chorar. O que houve? Onde está minha filha? Meu marido? Uma lágrima escorre pelo meu rosto.

Mexo a cabeça lentamente e olho para frente, onde vejo a porta do quarto. Quero gritar, levantar, quero entender o que está acontecendo. Então olho para minha barriga, e o desespero me atinge. Não vejo minha barriga de grávida. Tento me levantar de novo, mas é inútil. Meu corpo é como chumbo. Começo a chorar, desesperada.

Não sei por quanto tempo fico ali sozinha, chorando em silêncio, sem ninguém ao meu lado.

— Olha quem acordou! — A voz surge de repente, e percebo uma enfermeira bem na minha frente. Eu estava tão distraída que nem a vi entrar. — Você sente alguma coisa? Por que está chorando? — ela pergunta enquanto verifica meus sinais vitais.

Mas nenhuma palavra sai da minha boca. Eu nem consigo me mexer.

— Quero que você tente se acalmar, ok? Sei que está confusa e quer saber o que aconteceu, mas sua pressão está muito alta. Por favor, tente ficar calma, ou terei que lhe dar um tranquilizante. Não queremos que isso piore, não é? — A maneira como ela fala comigo não me conforta. Sei que algo grave aconteceu, mas apesar de tudo, tento conter a agonia. Minha vontade é gritar.

Algum tempo depois, a Sr.ᵃ Haile entra no quarto. Assim que percebe que estou acordada, começa a chorar.

— Gracias a Dios, mi hija… (Graças a Deus, minha filha) — Ela se aproxima com cuidado, me abraça e continua chorando. Meu próprio choro recomeça.

Ficamos muito tempo assim, abraçadas e chorando. Parecia que ela precisava disso, como se estivesse segurando tudo por um longo tempo. Quero perguntar o que aconteceu, mas minha voz não sai. Algo parece bloqueá-la.

— Senhora Martinez. — A enfermeira chama sua atenção. Minha sogra me solta e se senta em uma cadeira ao lado da cama. A enfermeira olha para mim com gentileza. — Quero que fique tranquila, não queremos mais um episódio de hipertensão, certo? — Ela diz com um sorriso acolhedor e troca um olhar com minha sogra, que acena com a cabeça.

Ela segura minha mão e dá um leve aperto.

— Como está se sentindo, minha filha? — Seus olhos estão cheios de tristeza, e isso me apavora. Quero responder, mas nenhum som sai dos meus lábios.

— É normal ela não falar nada, senhora, considerando o que passou — responde à enfermeira. — Não se preocupe, essa guerreira vai falar logo. — Ela me oferece um sorriso reconfortante antes de completar: — Vou chamar o médico.

Quando a enfermeira sai, o silêncio entre nós é sufocante. Tento chamar a atenção da minha sogra, mas ela apenas me devolve um sorriso triste e não diz nada. Para ser sincera, estou com medo de saber o que aconteceu.

Não sei quanto tempo se passou depois disso, mas um médico chamado Henrique Vales — vi o nome escrito em seu jaleco assim que entrou — começou a fazer exames em mim. Ele não fala muito enquanto trabalha, mas, quando chega às minhas pernas, não sinto suas mãos nelas.

— Senhora Rivera, sei que é difícil sair um som dos seus lábios, mas percebo que consegue mexer bem a cabeça. Farei alguns testes nas suas pernas, ok? Não quero que fique agitada, só preciso confirmar o que os exames já mostraram. Depois disso, explicarei o que aconteceu com a senhora. Tudo bem?

Aceno com a cabeça, incapaz de responder de outra forma.

Ele pega uma espécie de caneta, mas não descobre totalmente minhas pernas. Do jeito que estou na cama, não consigo ver direito o que ele faz.

— Vamos lá, consegue sentir isso? — balanço a cabeça em negação.

— E agora? — Nego novamente.

— A senhora pode sentir alguma coisa?

Mais uma vez, faço um gesto negativo. Lágrimas grossas começam a escorrer pelo meu rosto, molhando ainda mais minha pele.

— Quero que me ouça com atenção. Por mais difícil que seja, tente manter a calma. Sei que será complicado, mas é importante. Caso contrário, terei que administrar um tranquilizante, e acredito que a senhora também não queira isso.

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