Dois Mundos

Dois MundosPT

Romance
Carol Catalani  concluído
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35Capítulos
2.4Kleituras
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Resumo
Índice

Você ja imaginou, se um dia você acordasse e seu mundo estivesse de cabeça pra baixo? Tudo o que você conhece, agora é só lembrança? Ser enviada para uma cultura que você não conhece e ser obrigada a fazer parte dela sem entendê-la? Após uma tragédia, Marina, uma garota de dezessete anos é levada por sua avó paterna para viver com ela em uma aldeia indígena, por ser a única parente viva de Marina ela se sente responsável por seu futuro.Marina vai passar por muitos obstáculos para chegar a felicidade,que estará onde ela menos imagina.

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35 chapters
Acidente
Quem diria há alguns anos, que o que aconteceu me traria aqui, para viver em um lugar que eu jamais viveria? Foi tudo tão rápido que eu sequer consigo explicar com detalhes.Eu arrumava a minha mala e Antony entra no meu quarto com tudo.- Ai garoto, que susto.- Mamãe disse que já vamos, desça logo.- Disse pulando de um pé só.Esse garoto parece ligado no 220, não para quieto.- Já estou indo, e pare de pular, se você se esborrachar no chão eu vou rir muito.- Chata!-Disse me dando língua. - Vai, garoto saia daqui.Antony é meu irmão caçula, ele tem sete anos, mas é muito inteligente, somos em três irmãos, tem também Isadora que tem vinte e um, ela vai se casar em três meses, essa será a nossa última viagem juntas, e é claro tem eu que tenho dezessete a
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Deslocada
Ao chegar na aldeia, Antony tratou de se enturmar, eu, já me senti deslocada, não me encaixava ali. Havia uma grande casa feita de galhos de árvores e palha que minha avó disse que se chamava oca.- E então querida? O que acha?Eu nunca havia entendido como minha avó podia morar no meio do nada. Eu nunca havia ido até uma aldeia até esse dia.-Eu achei que estariam todos...Nus?- Ja me viu nua menina?- Ah...Não? É que... Eu...Não. -Já entendi, a gente não vive mais nu há muitas gerações e além disso...Nesse momento parei de ouvir o que minha avó dizia, ele passou, com seus cabelos cor de carvão, sua pele ambar, seus olhos tão negros quanto seus cabelos. Seu corpo esguio. Ele pegava algo nas mãos, um saco talvez, vovó estava na frente e quando ele forçava para cima para colocar sobre os ombros largos e entregar ao outro, os músculos de seus braços e costas oscilavam. Ele vestia apenas uma bermuda e quando ele abaixou para pegar outro saco que
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Ameaça
Quando acordei avistei Irai e Kaue ao meu lado, minha avó não apareceu. Antony também não estava lá.- O que houve?- Você teve uma torção no pé e uma luxação nas costas.- Quanto tempo eu dormi?- Mais ou menos quatro horas, já é noite.- Disse Kaue, que parecia não ter saido do meu lado.Eu tentei me levantar, mas fui impedida por Irai.- Você deve descansar, vai estar melhor em alguns dias.Eu olhei na direção da minha perna e notei que ela havia sido imobilizada com uma espécie de torniquete, mas a dor já havia cedido.Eu nunca fui muito fã de celular e tecnologia, sempre gostei mais de um bom livro, mas ali naquele lugar, sem energia elétrica, sem nada, vi como essas coisas me faziam falta, ainda mais sem poder me mexer. Estava quase morrendo de tédio. A falta que não senti da minha família, nas últimas semanas passei a sentir, queria que Isa estivesse aqui pra me zoar dizendo que ela podia sai
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Ela
Ela caminhava ao meu lado, seus cabelos escuros esvoaçando ao vento, como ela é linda. Usava apenas uma túnica de seda branca, que lhe descia pelas curvas tornando-a ainda mais bonita, se é que isso é possivel...- Acorda Kaue. - Nossa é incrível como toda vez que eu estou tendo um sonho bom você me acorda!- Estava sonhando com ela não é? - Para de falar besteira, menina.- Não mente pra mim, se tem vergonha por que me contou sobre os sonhos?- Nem eu sei.- Mas contou, agora diga, estava sonhando com ela ou não? - Você me conhece melhor que eu mesmo não é?Irai só arqueou as sobrancelhas.-Sim, eu estava sonhando com ela e você me atrapalhou de novo!- Você quem me pediu pra te chamar, e tem mais, a neta da Ceci chega hoje.-Imagi
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Descobri que te amo
-Ficou louco?- Mas...da outra vez..- Da outra vez você me pegou de surpresa.- Não é verdade. Você correspondeu.- Eu...Você não entende!- Não entendo o que? Que você está fugindo do que sente por mim?- Eu não quero te fazer sofrer.- E acha que já não está fazendo?- Eu vou embora daqui há alguns meses, quando fizer dezoito anos eu vou ter que te deixar. - Você não tem que fazer nada, você vai porque quer.- Eu vou porque aqui não é meu mundo.-Não? Então porque tanto empenho em salvar do desmatamento um mundo ao qual você não pertence? - Eu...Não sei.-Sabe sim, você faz parte dele mesmo que não queira, você tem sangue de indio, seu pai veio daqui. De todo jeito, se não puder ficar aqui, eu vou aonde você for.- Não faria isso.- Faria sim, vem comigo, preciso te mostrar uma coisa. Kaue me levou até a oca e passou a revirar um cesto, tirou de lá um tipo de pasta, feita com folha de palmeira e me entregou
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Um motivo para ficar
Quando saímos da minha cidade, era fim de ano, então eu já tinha terminhado o colégio, agora pensava em qual faculdade eu ingressaria, sempre me interessei muito por medicina, mesmo porque minha mãe era médica. Mas agora, olhando essa infinidade de plantas, animais e rios tornei-me uma admiradora acidua da biologia...- Olhe, essas são as plantas que te falei,  você pode usá-las como repelente. O cheiro afasta os insetos e também tem ação cicatrizante. - Disse Kaue, me mostrando uma planta que não me recordo o nome. Desde que tomei coragem para dizer a ele que o amava, estamos mais próximos, ele tem me ensinado a falar tupi, não que eu tenha aprendido alguma coisa, e tem me falado sobre as plantas e como algumas tem propriedades medicinais.- E esse aqui? O que é? - Eu disse  apontando para uma frutinha que se parece com um olho. Quando ele me respondeu mal pude acreditar que eu não conhecia aquela fruta.- É guaran
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Lendas indígenas
Chegamos na aldeia e ainda era cedo para colocar o plano em ação. Kaue viu Irai sentada próximo das crianças e se aproximou. Ele ia falar com ela a respeito do plano, mas ela começava a contar uma história e nos sentamos para ouvir.- Irai, conta alguma lenda para nós!- Qual vocês querem?- A da Luara!- Não! A do Boto!As duas crianças começaram a discussão e Irai entrou no meio.- Vou contar as duas pode ser?- Ebaaaaaa. - Gritaram as duas ao mesmo tempo. Luara ou Iara, significa, aquela que mora nas águas, ela era uma corajosa guerreira, dona de uma beleza invejável. Por esse motivo, os irmãos sentiam inveja dela e resolvem matá-la. Mas, no momento do combate, pelo fato de possuir habilidades guerreiras, Luara consegue inverter a situação e acaba matando seus irmãos. Diante disso, com muito medo da punição de seu pai, o pajé da tribo, ela resolve fugir, mas seu pai consegue encontrá-la. Como castigo pela morte dos ir
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Mais do que sentimento
Atenção para gatilho de violência sexual A noite se aproximava. Eu, Irai e Kaue estavamos nos preparando para ir até a clareira onde estavam acampados os madeireiros, recrutamos mais alguns jovens indios para a missão.-Vamos por trás da cascata e lá colocaremos o plano em ação. - Disse Kaue decidido.Todos nós o acompanhamos, pé ante pé até chegarmos ao local, lá eu tirei algumas coisas da mochila, coisas que aprendi a fazer na aula de química, haviam pequenas granadas de fumaça e usariamos uma espécie de alto falante improvisado para tornar a nossa voz, mais especificamente a de Irai, mais audível e assustadora. Quando todos se deitaram iniciamos o plano.Primeiro utilizamos uma chapa de aço fina para produzir um som parecido com o de um trovão, depois colocamos Irai para falar no alto falante e quando os homens sairam jogamos as granadas e fumaça. Eu apareci atrás da densa fumaça, vestida
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Vazia
Não sei se doeu mais me despedir de Kaue e Irai, ou de Antony, que parecia não entender o motivo de eu ir embora.- Por que você não fica?- Não posso, preciso ir para faculdade.- Tem muitas pessoas aqui que fazem faculdade e não vão embora. - Disse choroso.- Eu...Sei mas eu preciso ir, é que só tem o curso que eu quero lá. - Então eu vou com você. - Não vai dar Antony. Adeus.- Voce vem me ver?- Eu... Assim que possível. -Hum. - Disse e saiu para que minha avó viesse.- Sabe que não precisa fazer isso, não é? - Sei, mas eu quero. Preciso esquecer o que aconteceu e aqui é impossível. - Você é quem sabe.-Adeus vovó. - Até logo, menina.A próxima foi Irai.- Sabe, você foi a única amiga que eu tive de verdade. Faziamos confissões e tal.- Vai me visitar, tá legal?- Tá.Kaue se aproximou.- Não vá. - Eu preciso.- Ent
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Sem rumo
-Senhorita Marina? - Eu..Sim?- Muito sono? Gostaria de um cobertor? - Todos começarm a gargalhar.- Eu...É...Que...- Basta senhorita, no primeiro dia de aula já está assim, imagine daqui há dois semestres...- Me desculpe, É...Professor...Esqueci o nome do velho...- Arthur, senhorita. Ao menos sabe qual a matéria que leciono? - Todos riram. O sinal tocou. Me levantei e corri em direção à porta.Salva pelo gongo.- Senhorita Marina?Ou não! -Er...Sim...Professor...- Arthur, senhorita. - É... Isso...Arthur...Professor Arthur...- Podemos falar um minuto? - E eu tenho opção? -  Sussurrei.- Como disse senhorita? - Não... Nada...Quer dizer...Sim podemos...- Então...Sente-se.- Claro... - Me sentei e esperei que ele começasse, mas um silêncio incomodo se instalou no local . Então ele pigarreou e deu início a convers
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