-Ficou louco?
- Mas...da outra vez..- Da outra vez você me pegou de surpresa.- Não é verdade. Você correspondeu.- Eu...Você não entende!- Não entendo o que? Que você está fugindo do que sente por mim?- Eu não quero te fazer sofrer.- E acha que já não está fazendo?- Eu vou embora daqui há alguns meses, quando fizer dezoito anos eu vou ter que te deixar.- Você não tem que fazer nada, você vai porque quer.- Eu vou porque aqui não é meu mundo.-Não? Então porque tanto empenho em salvar do desmatamento um mundo ao qual você não pertence?- Eu...Não sei.-Sabe sim, você faz parte dele mesmo que não queira, você tem sangue de indio, seu pai veio daqui. De todo jeito, se não puder ficar aqui, eu vou aonde você for.- Não faria isso.- Faria sim, vem comigo, preciso te mostrar uma coisa.Kaue me levou até a oca e passou a revirar um cesto, tirou de lá um tipo de pasta, feita com folha de palmeira e me entregou
Quando saímos da minha cidade, era fim de ano, então eu já tinha terminhado o colégio, agora pensava em qual faculdade eu ingressaria, sempre me interessei muito por medicina, mesmo porque minha mãe era médica. Mas agora, olhando essa infinidade de plantas, animais e rios tornei-me uma admiradora acidua da biologia...- Olhe, essas são as plantas que te falei, você pode usá-las como repelente. O cheiro afasta os insetos e também tem ação cicatrizante. - Disse Kaue, me mostrando uma planta que não me recordo o nome. Desde que tomei coragem para dizer a ele que o amava, estamos mais próximos, ele tem me ensinado a falar tupi, não que eu tenha aprendido alguma coisa, e tem me falado sobre as plantas e como algumas tem propriedades medicinais.- E esse aqui? O que é? - Eu disse apontando para uma frutinha que se parece com um olho. Quando ele me respondeu mal pude acreditar que eu não conhecia aquela fruta.- É guaran
Chegamos na aldeia e ainda era cedo para colocar o plano em ação. Kaue viu Irai sentada próximo das crianças e se aproximou. Ele ia falar com ela a respeito do plano, mas ela começava a contar uma história e nos sentamos para ouvir.- Irai, conta alguma lenda para nós!- Qual vocês querem?- A da Luara!- Não! A do Boto!As duas crianças começaram a discussão e Irai entrou no meio.- Vou contar as duas pode ser?- Ebaaaaaa. - Gritaram as duas ao mesmo tempo.Luara ou Iara, significa, aquela que mora nas águas, ela era uma corajosa guerreira, dona de uma beleza invejável. Por esse motivo, os irmãos sentiam inveja dela e resolvem matá-la. Mas, no momento do combate, pelo fato de possuir habilidades guerreiras, Luara consegue inverter a situação e acaba matando seus irmãos. Diante disso, com muito medo da punição de seu pai, o pajé da tribo, ela resolve fugir, mas seu pai consegue encontrá-la. Como castigo pela morte dos ir
Atenção para gatilho de violência sexualA noite se aproximava. Eu, Irai e Kaue estavamos nos preparando para ir até a clareira onde estavam acampados os madeireiros, recrutamos mais alguns jovens indios para a missão.-Vamos por trás da cascata e lá colocaremos o plano em ação. - Disse Kaue decidido.Todos nós o acompanhamos, pé ante pé até chegarmos ao local, lá eu tirei algumas coisas da mochila, coisas que aprendi a fazer na aula de química, haviam pequenas granadas de fumaça e usariamos uma espécie de alto falante improvisado para tornar a nossa voz, mais especificamente a de Irai, mais audível e assustadora. Quando todos se deitaram iniciamos o plano.Primeiro utilizamos uma chapa de aço fina para produzir um som parecido com o de um trovão, depois colocamos Irai para falar no alto falante e quando os homens sairam jogamos as granadas e fumaça. Eu apareci atrás da densa fumaça, vestida
Não sei se doeu mais me despedir de Kaue e Irai, ou de Antony, que parecia não entender o motivo de eu ir embora.- Por que você não fica?- Não posso, preciso ir para faculdade.- Tem muitas pessoas aqui que fazem faculdade e não vão embora. - Disse choroso.- Eu...Sei mas eu preciso ir, é que só tem o curso que eu quero lá. - Então eu vou com você. - Não vai dar Antony. Adeus.- Voce vem me ver?- Eu... Assim que possível. -Hum. - Disse e saiu para que minha avó viesse.- Sabe que não precisa fazer isso, não é? - Sei, mas eu quero. Preciso esquecer o que aconteceu e aqui é impossível. - Você é quem sabe.-Adeus vovó. - Até logo, menina.A próxima foi Irai.- Sabe, você foi a única amiga que eu tive de verdade. Faziamos confissões e tal.- Vai me visitar, tá legal?- Tá.Kaue se aproximou.- Não vá. - Eu preciso.- Ent
-Senhorita Marina? - Eu..Sim?- Muito sono? Gostaria de um cobertor? - Todos começarm a gargalhar.- Eu...É...Que...- Basta senhorita, no primeiro dia de aula já está assim, imagine daqui há dois semestres...- Me desculpe, É...Professor...Esqueci o nome do velho...- Arthur, senhorita. Ao menos sabe qual a matéria que leciono? - Todos riram. O sinal tocou. Me levantei e corri em direção à porta.Salva pelo gongo.- Senhorita Marina?Ou não! -Er...Sim...Professor...- Arthur, senhorita. - É... Isso...Arthur...Professor Arthur...- Podemos falar um minuto? - E eu tenho opção? - Sussurrei.- Como disse senhorita? - Não... Nada...Quer dizer...Sim podemos...- Então...Sente-se.- Claro... - Me sentei e esperei que ele começasse, mas um silêncio incomodo se instalou no local . Então ele pigarreou e deu início a convers
Não tinha idéia de como seria difícil, tive vontade de ir com ela, mas se ela precisava de um tempo para clarear a mente e esquecer a violência que sofreu, eu não poderia acompanhá-la certo? A distância me dilacerava. A visão daquele infeliz em cima dela, me horrorizava, imagine como não está a cabeça dela. Tenho que ser paciente, logo ela estará de volta. Não estará? Dói saber que eu não pude evitar. O sofrimento dela é o meu sofrimento. Devo ter emagrecido uns bons dez quilos, simplesmente não consigo me alimentar direito. A garganta fecha, a comida amarga, eu não sei, só sei que sem ela não sei mais como me portar, não sou mais eu mesmo. Parece que falta uma parte de mim. Tudo está errado!-Você precisa se ajudar meu filho. Você está ardendo em febre. Não há remédio que dê jeito nessa sua febre.- Porque meu remédio é ela pai.Meu pai maneou a cabeça e deu na mão de Irai o pano com o qual fazia compressas na mi
Caminhava pelo campus da faculdade, na parte onde ficam os dormitórios, é estranho eu estar aqui, pois como moro próximo da faculdade não é necessário que eu utilize os dormitórios, eu estou procurando alguém, só não consigo me lembrar quem.- Marina.Marina. - Ouvi um sussurro. - Marina.- Quem é? Quem tá ai?Aquela voz era familiar e me causava arrepios.Entrei em um quarto, ele estava na penumbra, assendi a luz. Nada.Fui andando pelo corredor, uma porta bateu e eu me virei com o susto. Era a porta da frente. Voltei a me concentrar no corredor e fui passando de quarto em quarto. Entrei em um dormitório que estava totalmente iluminado.- Marina.A voz vinha dali. Mas de onde?-Marina.
Abri a porta do banheiro e ele estava lá. A teceira cena constrangedora entre nos dois, na última hora. Ele estava só de cueca, agradeci por não estar nu, como eu, ele ficou estatelado sem reação então foi ai que aconteceu. Eu não aguentei, voei até ele e beijei os seus lábios, necessitava dele, da sua pele cor de caramelo e de seu cheiro de sândalo. Seus olhos negros se suavisaram e a tensão da noite toda pareceu ser dicipada. Ele contribuiu o beijo e as carícias, ele tirou de mim o hobbie que eu vestia e jogou no chão. Se livrou de sua cueca e me pegou no colo. Colocou-me dentro da banheira e tomamos banho juntos trocando carícias. Saimos da água e mal nos secamos ele me pegou novamente no colo, dessa vez para a cama.Nossa como esse homem gosta de me pegar no colo! Ele cobriu o meu corpo com o seu, e começou a me beijar, sem jei