Uma aliança selada pelo destino, um amor que desafia os deuses. Hórus, um descendente da antiga linhagem Amonhhat, é mais do que um simples herdeiro. Ele carrega o peso de uma missão milenar e o fardo de um coração endurecido. Ao ser forçado a apresentar sua esposa, Olívia, à sua poderosa família, ele desencadeia uma cadeia de eventos que abalam os pilares da realidade. Olívia, uma jovem marcada por traumas e ressentimentos, é arrastada para um mundo que desconhecia. Atrás da fachada de uma família tradicional, esconde-se um segredo ancestral: os Amonhhat são descendentes diretos dos deuses egípcios, e Olívia, sem saber, é a chave para um antiga profecia. Os fios da existência são alterados. A mulher simplória não imagina que é um receptáculo de Hathor, a deusa do amor e da beleza, e somente na presença de sua outra metade, Hórus ; seus poderes divinos despertam. Olívia, está confusa e fascinada pela intensidade da conexão e desejo imperativo que sente por Hórus. Mas também defende sua própria vontade em decidir por si mesma a quem deve amar. Ela não tem ideia da força que habita dentro de si e dos perigos que a cercam. À medida que os poderes de Hathor se manifestam, ela acessa as memórias de inúmeras existências, todas ao lado de Hórus. Ela compreende que nem todo laço de amor é uma benção, e que pode quebrar esse ciclo fazendo uma nova escolha seguindo seu coração. Em uma Nova York contemporânea, a antiga promessa entre deuses e homens se manifesta. A medida que a linha entre o divino e o humano se torna cada vez mais tênue, forças obscuras se levantam para desafiar o equilíbrio do presente e futuro.
Ler maisSethSeth segurava Olivia em seus braços, sentindo o peso da dor que a consumia. Sua fúria era como um furacão, selvagem e destrutiva, queimando cada fibra de seu ser. Ele queria destruir Hórus. Queria ver a expressão de terror no rosto de seu irmão quando finalmente entendesse que não havia mais perdão, nem redenção. Olivia foi machucada de uma forma que ele não podia suportar, e sua promessa a Hathor de não interferir entre eles parecia agora um peso morto, irrelevante diante do sofrimento da mulher que ele amava.A raiva borbulhava em suas veias enquanto ele relembrava o passado. A primeira vez que viu Olivia foi na festa do centenário de Nefertari. Ela brilhava como uma estrela entre os mortais, uma presença tão doce e serena que contrastava com o mundo de intrigas e traições ao qual ele estava acostumado. Foi naquela noite que ela salvou sua vida, ajudando-o com a asma severa que ameaçava sufocá-lo. Naquele instante, Seth percebeu que sua existência jamais seria a mesma. El
OlíviaO silêncio era profundo, quebrado apenas pelo som suave da respiração de Olívia. Aos poucos, a consciência retornava, puxando-a de volta do abismo onde a dor e o medo haviam a aprisionado. Seus olhos piscavam pesadamente, tentando se ajustar à penumbra do ambiente ao seu redor. A última coisa que lembrava era a escuridão sufocante, as mãos frias de Hórus e a dor dilacerante que rasgava sua alma. Agora, porém, o ar ao seu redor era morno e carregado com um aroma fresco e familiar. Algo nela soube, antes mesmo de abrir completamente os olhos: ela estava segura.O primeiro toque da realidade veio através do calor. Um cobertor grosso cobria seu corpo, e um braço forte a sustentava com delicadeza, mantendo-a contra um peito sólido que subia e descia em um ritmo compassado. Seu coração acelerou. Seth.Ele estava ali, e dessa vez, não era um sonho.Um soluço baixo escapou de seus lábios antes que pudesse contê-lo. O alívio foi tão avassalador que fez seu peito doer, mas logo a do
Anúbis- Por que se descontrolou dessa forma? Poderia ter destruído todo o prédio, matando milhares de pessoas!- Mas não aconteceu, não é mesmo. – Hórus respondeu com um sorriso cínico que causou um calafrio em Anúbis. - Você provocou essa situação. Ninguém tinha notícias de Olívia a meses, você encantou o prédio, impedindo a nossa entrada. Todos estavam apreensivos. Sinceramente, estou grato a Seth por tê-la resgatado! - Não repita isso! Ele destruiu o meu apartamento, e roubou o que é meu! – Hórus passou por ele com raiva e entrou no apartamento. – Vou fazê-los pagar por isso!- Você ou Amith?Horus se voltou com os olhos saltados.- Não sentiu a presença dela não é? Porque você acha que Martina voltou do Duat? – Anúbis olhou friamente para Hórus. – Amith realizou um ritual proibido para tornar Martina um receptáculo perfeito. Ela já tinha possuído Martina em vida, portanto, ambas se tornaram uma só depois dessa afronta aos deuses. - Isso não é verdade. PARE DE MENTIR! – gritou
Hórus O olhar parado e as mãos cerradas em punho eram só uma minúscula evidência da ira de Hórus. A voz de Anúbis chegava até seus ouvidos de forma estranha, seus pensamentos o impedia de entender qualquer coisa que ele poderia estar dizendo.Todos os nervos de seu corpo pulsavam e tencionavam o levando a se levantar sem se importar com quem o chamava. Alcançou o terraço parcialmente destruído, em poucos instantes, o parapeito da grade frio se aqueceu rapidamente sob suas mãos que disparavam raios em todas as direções. A imagem da câmara de segurança do prédio mostrava Olívia sendo carregada por Seth, ver ela nos braços dele era como arrancar sua pele.Ela fugiu com Seth. Aquela vadia ordinária.Estava certo sobre ela o tempo todo. Martina estava certa sobre ela.A tempestade tenebrosa desabou sobre a cidade com toda sua fúria, o vento e a chuva cortavam suas roupas violentamente, porém não o moviam um milímetro de sua posição.Hórus encarava a escuridão dos céus do alto do prédio c
OlíviaA escuridão a envolvia como um manto pesado, mas dentro dela, havia algo mais, um calor que parecia ser o oposto de tudo o que sentia. Era conforto, segurança... e algo familiar. Olívia tentou abrir os olhos, mas seus músculos não respondiam. Sentia seu corpo cansado, pesado, como se tivesse sido arrancado do fundo de um abismo. Por entre o véu da inconsciência, ouviu murmúrios, uma voz baixa e grave, carregada de emoções que ela não sabia identificar. “Seth?” A palavra formou-se em sua mente, mas seus lábios não obedeceram. Um toque gentil em sua testa enviou uma onda de paz por seu corpo. Era ele, tinha certeza. Mas como? Ele estava desaparecido, preso em algum lugar que ela não conseguia imaginar. E agora ele estava ali, perto o suficiente para ela sentir o calor de sua presença. De repente, flashes surgiram como relâmpagos em sua mente. Hórus, o rosto frio e cruel, suas mãos que um dia pareciam protetoras, agora símbolo de tudo que ela temia. O que ele havia tirad
SethDestino se aproximou. Seth sentiu as correntes feitas para conter seres celestes se soltar de seus pulsos. Seus poderes ainda estavam suprimidos, mas sentia sua vitalidade voltar.O tempo no Vazio, a dimensão habitada por esse ser, passava diferente. Não sabia a quanto tempo estava confinado nesse lugar.- Você deve voltar agora. Chegou a hora de cumprir com o seu papel nessa existência.- E a soberana vai me dizer o que espera que eu faça? – perguntou ironicamente, já sentindo seu corpo se fragmentar.- Não vou precisar. O deus do Caos clamou por justiça, e ele a terá!- Sua ....Seus lábios foram selados, o insulto só saiu quando seu corpo se materializou dentro do apartamento que mantinha na cidade.O cheiro forte de frutas apodrecidas era nauseante. O que tinha de orgânico sobre a mesa da cozinha estava em estado líquido. Jogou fora aquele negócio nojento e abriu as janelas. Não estava nevando, mas ainda fazia frio.Procurou o celular. Precisa saber como Olívia estava, e po
OlíviaO chá de camomila estava frio sobre a mesa pequena. O móvel foi colocado no seu quarto a três dias. Quando sua presença a mesa passou a ser incômoda.Uma nova cozinheira e duas empregadas foram contratadas. Ela só tinha contato com uma, a que levava suas refeições e cuidava da limpeza e arrumação do lugar que passou a ser sua cela.Horús decidiu que a afronta que ela cometeu contra suas ordens era demais. Disse que se ela não podia sair do quarto para dar as boas-vindas a uma visita, ela não deveria sair para mais nada também.E assim, a porta permanecia trancada. Sem contar a empregada, Hórus era o único que entrava ali quando bem entendia.Na maioria das vezes para acusar Olívia de diversos atos traiçoeiros e pecaminosos que ela cometeu.Não se importava mais com isso. Passou a ignorar sua presença, negando qualquer resposta. Ele ficou furioso por mais esse erro, e voltou a rasgar suas roupas e abusar sexualmente dela, porém sem penetrar seu interior.Enquanto suas mãos queim
Uma explosão de cores e energia os levou para outro lugar. A rua movimentada desapareceu, a neve, a cidade, os prédios; tudo se tornou escuro.Pequenas contas brilhantes se encontravam com o chão aos seus pés feito do que parecia ser água. Túrgida e escura.Seth nunca esteve nesse lugar, era como uma dimensão infinita de estrelas e a imensidão do véu da morte. Seus olhos se arregalaram.Não podia ser, esse não poderia ser o domínio dela, certo?- Seth não abra a boca. Deixe isso comigo.Uma imagem envolta em neblina surgiu a cerca de uns duzentos metros de onde estavam.A forma era borrada, mas lembrava uma mulher humana. Eles caminharam até ela. Uma espécie de mesa e cadeiras retorcidas surgiram. Aquele ser esticou a mão, e logo ambos estavam sentados à sua frente.Ela era uma velha, a forma de uma idosa de olhos azuis brilhantes não coincidiam com o que ele imaginou sobre essa divindade. Destino nunca apareceu fisicamente para ele. Somente Anúbis conhecia sua verdadeira forma.- Sa
Seth- Soube da briga de meninas entre vocês. Se aproximou de Anubis parado sob a neve fina que caia na avenida do Central Park.- Não deveria estar aqui! – a voz ríspida do irmão do meio não assustava o mais novo. Os olhos do deus do submundo estava fixo no alto do prédio que emanava uma energia poderosa. Seth sentia aquela coisa a quilômetros de distância. Hórus havia chegado a algumas horas, acompanhado da mulher que deveria estar morta. Martina continuava linda, ao lado do homem que escolheu como seu vassalo. A energia provinha dela.- Você pegou leve demais. Ela já manipulou completamente as emoções dele. – Seth escarneceu, levou a mão aos cabelos úmidos. Anúbis, com sua impecável indumentária preta, portava luvas e um guarda-chuva da mesma cor. Fez uma careta, ele nem tentava se misturar aos humanos. Deixava obvio que era um corvo agourento e perigoso.- Sei o que estou fazendo. Já disse que você deve ir embora, sua interferência pode ser o cataclismo dessa situação!- Está