Uma aliança selada pelo destino, um amor que desafia os deuses. Hórus, um descendente da antiga linhagem Amonhhat, é mais do que um simples herdeiro. Ele carrega o peso de uma missão milenar e o fardo de um coração endurecido. Ao ser forçado a apresentar sua esposa, Olívia, à sua poderosa família, ele desencadeia uma cadeia de eventos que abalam os pilares da realidade. Olívia, uma jovem marcada por traumas e ressentimentos, é arrastada para um mundo que desconhecia. Atrás da fachada de uma família tradicional, esconde-se um segredo ancestral: os Amonhhat são descendentes diretos dos deuses egípcios, e Olívia, sem saber, é a chave para um antiga profecia. Os fios da existência são alterados. A mulher simplória não imagina que é um receptáculo de Hathor, a deusa do amor e da beleza, e somente na presença de sua outra metade, Hórus ; seus poderes divinos despertam. Olívia, está confusa e fascinada pela intensidade da conexão e desejo imperativo que sente por Hórus. Mas também defende sua própria vontade em decidir por si mesma a quem deve amar. Ela não tem ideia da força que habita dentro de si e dos perigos que a cercam. À medida que os poderes de Hathor se manifestam, ela acessa as memórias de inúmeras existências, todas ao lado de Hórus. Ela compreende que nem todo laço de amor é uma benção, e que pode quebrar esse ciclo fazendo uma nova escolha seguindo seu coração. Em uma Nova York contemporânea, a antiga promessa entre deuses e homens se manifesta. A medida que a linha entre o divino e o humano se torna cada vez mais tênue, forças obscuras se levantam para desafiar o equilíbrio do presente e futuro.
Ler maisOlíviaO chá de camomila estava frio sobre a mesa pequena. O móvel foi colocado no seu quarto a três dias. Quando sua presença a mesa passou a ser incômoda.Uma nova cozinheira e duas empregadas foram contratadas. Ela só tinha contato com uma, a que levava suas refeições e cuidava da limpeza e arrumação do lugar que passou a ser sua cela.Horús decidiu que a afronta que ela cometeu contra suas ordens era demais. Disse que se ela não podia sair do quarto para dar as boas-vindas a uma visita, ela não deveria sair para mais nada também.E assim, a porta permanecia trancada. Sem contar a empregada, Hórus era o único que entrava ali quando bem entendia.Na maioria das vezes para acusar Olívia de diversos atos traiçoeiros e pecaminosos que ela cometeu.Não se importava mais com isso. Passou a ignorar sua presença, negando qualquer resposta. Ele ficou furioso por mais esse erro, e voltou a rasgar suas roupas e abusar sexualmente dela, porém sem penetrar seu interior.Enquanto suas mãos queim
Uma explosão de cores e energia os levou para outro lugar. A rua movimentada desapareceu, a neve, a cidade, os prédios; tudo se tornou escuro.Pequenas contas brilhantes se encontravam com o chão aos seus pés feito do que parecia ser água. Túrgida e escura.Seth nunca esteve nesse lugar, era como uma dimensão infinita de estrelas e a imensidão do véu da morte. Seus olhos se arregalaram.Não podia ser, esse não poderia ser o domínio dela, certo?- Seth não abra a boca. Deixe isso comigo.Uma imagem envolta em neblina surgiu a cerca de uns duzentos metros de onde estavam.A forma era borrada, mas lembrava uma mulher humana. Eles caminharam até ela. Uma espécie de mesa e cadeiras retorcidas surgiram. Aquele ser esticou a mão, e logo ambos estavam sentados à sua frente.Ela era uma velha, a forma de uma idosa de olhos azuis brilhantes não coincidiam com o que ele imaginou sobre essa divindade. Destino nunca apareceu fisicamente para ele. Somente Anúbis conhecia sua verdadeira forma.- Sa
Seth- Soube da briga de meninas entre vocês. Se aproximou de Anubis parado sob a neve fina que caia na avenida do Central Park.- Não deveria estar aqui! – a voz ríspida do irmão do meio não assustava o mais novo. Os olhos do deus do submundo estava fixo no alto do prédio que emanava uma energia poderosa. Seth sentia aquela coisa a quilômetros de distância. Hórus havia chegado a algumas horas, acompanhado da mulher que deveria estar morta. Martina continuava linda, ao lado do homem que escolheu como seu vassalo. A energia provinha dela.- Você pegou leve demais. Ela já manipulou completamente as emoções dele. – Seth escarneceu, levou a mão aos cabelos úmidos. Anúbis, com sua impecável indumentária preta, portava luvas e um guarda-chuva da mesma cor. Fez uma careta, ele nem tentava se misturar aos humanos. Deixava obvio que era um corvo agourento e perigoso.- Sei o que estou fazendo. Já disse que você deve ir embora, sua interferência pode ser o cataclismo dessa situação!- Está
A paisagem branca lá fora atraia olhares. Olívia debruçou sobre o parapeito da sacada sentindo o frio cortante que uivava em seus ouvidos, encolhida no cobertor pesado, pensava no que Seth fez por ela e o motivo de Hórus estar ausente.Seth sabia o motivo, ele parecia saber de tudo. Mas não disse nada a respeito. - O que está fazendo aqui fora? Você não pode ficar aqui! – a voz autoritária de Hórus a surpreendeu. Se voltou, para vê-lo parado próximo a porta que levava ao apartamento. Ele estava perfeitamente alinhado, os cabelos úmidos pelo banho recém tomado. Deveria ter acabado de sair do chuveiro.Certamente ela não ouviu quando ele chegou.- Só estava tomando um pouco de ar. – ela respondeu, com um suspiro desanimado.- Não vai me perguntar onde estava? – ele segurou o seu braço quando ela passou por ele.- Não.- Você não se importa, não é mesmo? – ironizou, a raiva cortante em sua voz já era familiar para Olívia.- Vou entrar. Preciso me aquecer.- Se arrume, você está toda am
Olívia se reclinou no sofá da luxuosa cobertura que se tornara sua prisão. A vista do Central Park, que em outros momentos a encantou, agora parecia um reflexo distorcido de sua realidade: um manicômio de árvores verdes e regras invisíveis. Hórus a deixara ali por três dias, um silêncio ensurdecedor preenchendo os espaços entre os momentos. A angústia se estendia como um cobertor gélido, e Olívia sentia o peso do desprezo e do nojo impregnados nas palavras que ele proferiu.“Três dias”, ela repetia em sua mente, tentando encontrar uma saída, uma maneira de se livrar do compromisso que a aprisionava e feria.Aqueles instantes de espera a faziam se sentir suja, como se o desprezo de Hórus a acompanhasse como uma sombra, fazendo-a questionar sua própria dignidade. O rosto dele, com suas feições cruas e a voz cortante, tornara-se um eco constante em sua mente, um lembrete pungente de que sua presença era imoral e imunda.Ligou para Celine, Anúbis e até para Mohamed, mas nenhum deles ate
HórusO relógio antigo de carvalho apontava para dezoito horas. Voltar para casa havia se tornado uma tarefa difícil. Sentia vontade de ter Olívia o tempo todo, o desejo inflamado que sentia por ela não era somente culpa do elo.Gostava de ver seu rosto suado, se desmanchando e se refazendo um várias expressões; ultimamente a que mais gostava era a de dor.Ela merecia ser punida. Fez o exame de fertilidade seguindo seus instintos. Quando estava com Martina, ela sempre dizia que não tomava nenhum contraceptivo, eles ficaram juntos por três anos, antes da chegada de Seth. Esses fatos voltaram a sua memória recentemente. Era curioso que ela não concebesse durante todo esse tempo.Agora sabia o motivo. Hórus se levantou, vestiu o blazer do terno. Pegou suas chaves, celular. Verificou qualquer ocorrência do detive que estava vigiando Olívia no prédio.Não havia nenhuma novidade. Ela voltou para casa de taxi, e não saiu mais.Saiu do seu escritório sentindo uma presença que o seguia de p
Fechou a porta atrás de si e desabou no sofá, seus sentidos estavam desorientados e neste momento só o que poderia fazer era tentar se recompor para traçar um plano que a tirasse dali o mais rápido possível. Tinha ciência de que não conseguiria fazer nada sozinha, e não poderia contar com sua irmã que dependia dela financeiramente.O tempo foi passando e nenhuma ideia surgia, era como se seu cérebro antes tão ágil e criativo, nadasse nas palavras de Hórus em um loop infinito. Devagar, adentrou o escritório dele, lembrava-se de ver um computador ali, quando já estava iniciando o software se lembrou de que os históricos de busca poderiam ser rastreados.Precisava ser cautelosa, ou tudo acabaria pior do que da outra vez que tentou ir embora. Os pais dele nunca concordariam em ajuda-la, estavam convictos de que o filho deveria ficar ela, o que em parte era verdade, mas os sentimentos nutridos por ele eram somente ódio e vingança.Seus dedos finos que pareciam infantis, começaram a tambor
Infelizmente teria que ir até lá, para não ficar para fora de casa.Quando o motorista estacionou, ela procurou pelas poucas notas que restavam em sua carteira e viu o cartão de crédito ilimitado dourado em seu nome. Nunca o usou para nada e não seria agora que começaria. Pagou a corrida e entrou no prédio.A recepcionista do térreo não a conhecia, por isso ligou na presidência. Completamente descrente de que a mulher franzina e sem graça com um vestido comum e sandálias baixas era a esposa do dono da empresa.Olívia não a julgava, fora talhada para isso e ela sempre foi essa pessoa simples e comum. A moça a chamou e sorriu sem graça a acompanhando ao elevador privativo que levava ao último andar do Nefertari Tower.Chegando no andar da presidência, uma mulher de meia idade com uma expressão fria a atendeu. Pediu que aguardasse na ante sala luxuosa de Hórus pois ele estava ocupado.A mulher se retirou e a deixou sozinha contemplando cidade pela janela, uma chuva fina começou a cair
Uma ponta de esperança acalentava o coração ferido de Olívia.Estavam no quarto do hospital onde fazia o acompanhamento da gestação, essa equipe foi responsável por todo o tratamento e cuidado para a sua condição.Como profissional, teve que reconhecer os esforços infindáveis do pessoal em manter seu bebê bem e saudável. Ela admirava a dedicação de todos. Seu quadro clinico era praticamente irreversível, mesmo sem a pressão de Hórus, sabia que eles fariam de tudo para salvar o segundo feto.Durante todo o percurso pelos corredores do lugar, Hórus manteve sua mão entrelaçada a dela, e quando entraram, a ajudou a subir na cama com gentileza. Mesmo que ele evitasse seu olhar na maioria das vezes, ainda sentia a rejeição firme que ele apresentava anteriormente, mas isso não impediu que alimentasse suas esperanças de que finalmente pudessem se resolver.Talvez, ele estivesse dividido entre o passado e o presente. Se eles convivessem por mais tempo, poderia mostrar a ele um caminho em que