No interior de Taurdin, a floresta densa e silenciosa no Reino de Armendor, Aria, uma jovem garota, aprimorava suas habilidades de caça quando se deparou com um grupo de cavaleiros sendo atacados por bandidos. Ao ajudá-los, Aria conhece Tumen, que liderava o pequeno grupo. Esse primeiro encontro leva a um segundo e a um terceiro que faz o interesse de Tumen pela garota crescer. Com o estreitamento da relação dos dois jovens, Aria começa a perceber que Tumen é muito mais influente do que um mero líder de um grupo de soldados e que a segurança de Armendor e de outro reino estavam nas mãos de Tumen. !!!!! Aviso: Contém violência. !!!!!
Ler maisQuando acordou novamente, Aria percebeu que a dor estava passando. Agora só o local onde a flecha havia perfurado que ainda doía. Ela tentou abrir os olhos de novo. A luz fraca do amanhecer invadiu sua visão. Ela piscou para tentar se acostumar com a claridade e tudo entrou em foco. Aria olhava para o dossel de uma cama. Onde ela estava? Com certeza não estava na casa de seus tios. Cortinas verde-escuras caíam do dossel. Aria olhou em volta. Estava em um quarto muito bem decorado. Era grande, com vários móveis, um armário cheio de livros, uma mesa coberta de pergaminhos. Alguém estivera ali havia pouco tempo, uma vela ainda queimava sobre a mesa. A garota olhou para o lado. Tumen estava sentado em uma poltrona, dormindo. Uma de suas mãos estava caída para fora dos braço
Aria assustou-se pelo rei tê-la chamado pelo nome, não esperava por algo assim. – Sim, sou eu, Aria. – O que faz aqui? – perguntou rei George. – É perigoso. – Eu precisava vir, Majestade – disse Aria. – Eu precisava vê-lo, saber que estava bem. Aria olhou para Tumen. Ele ainda não começara a lutar, ele e Laurethôl estavam apenas conversando. Tumen parecia estar confiante, o que deixou Aria um pouco aliviada. Então passou a observar Laurethôl. Ele não parecia ser grande coisa, mas Aria agora entendia porque Tumen o chamara de vaidoso. A armadura de L
O dia já estava claro quando Aria acordou. Ela tomou um banho bem demorado, enquanto tentava relaxar. Estava tensa. Colocou o vestido que Anne havia lhe dado, calçou sua bota e foi tomar o desjejum. – Aria, que bom que acordou. Feliz aniversário – tia Célia abraçou Aria quando ela entrou na cozinha. – Dezesseis anos! Que maravilha. – Obrigada, tia Célia – Aria sorriu. – Venha aqui para eu arrumar seu cabelo – disse a tia. Aria se sentou e começou a comer. Enquanto isso tia Célia penteava o longo cabelo de Aria, fazendo um belo penteado. A garota comeu tudo o que tinha direito e mais um pouco. Talvez acontecesse algum impre
Aria voltou sorrindo para casa. Estava bem por Tumen perdoá-la. Agora nada os separaria. O problema seria convencer seus tios de que ela amava Tumen e queria ficar com ele. Ninguém iria acreditar nela. Entrou em casa cantarolando uma música bem animada que havia escutado no casamento de Anne. – Que bom que está feliz, Aria! – disse tio Palomir. Aria parou de cantarolar. Tio Palomir e tia Célia estavam sentados, conversando quando ela entrou na cozinha. – Sim, tio – respondeu Aria sorrindo. – Estou feliz. – Que bom! – disse tio Palomir – Porque eu qu
– Bom – pensou Tumen –, eu venho de uma família muito antiga. Meus antepassados remontam mais de mil anos, mas não se preocupe, não vou contar a história inteira, senão ficaremos aqui durante dias. Minha família reina em Andunëar por todo esse tempo. Eu não sei exatamente o que eu posso contar a você, são tantas coisas, tantas histórias. – Escolha uma que você acha que seria bom eu saber – disse Aria. – Tudo bem – disse Tumen. – Vou contar uma história que vem assombrando minha família há algumas gerações e também o motivo de estarmos envolvidos em uma guerra. Tudo começou com meu bisavô, Arbeleg, ele foi coroado rei quando o pai dele faleceu. Ele era ainda muito novo quando isso aconteceu. Então, logo no primeiro ano de reinado houve uma guerra. Muitos morreram,
Aria acordou tarde no dia seguinte. Olhou para o lado e viu Tumen ainda dormindo com os braços em volta dela. Saiu da cama bem devagar para não acordá-lo. A chuva já havia passado. Aria foi até o celeiro, os animais também já estavam acordados. Olhou para o céu e ficou aliviada ao ver o sol brilhar. Quando voltou para dentro de casa Tumen ainda dormia. Sentou-se ao lado dele e passou a mão pelo cabelo do rapaz. O cabelo de Tumen era incrivelmente preto, macio, liso na raiz e encaracolavam levemente nas pontas. Seu rosto era belo, nenhuma marca ou cicatriz, a pele lisa, cor de mel. Sua boca tinha um formato perfeito, os lábios cheios e rosados. Ele era um homem lindo. Tumen abriu os olhos lentamen
– É bem simples, eu sei – continuou Aria, dando de ombros –, mas vai nos manter protegidos da chuva. – Eu gostei – comentou Tumen sinceramente. – É mesmo? – perguntou Aria, desacreditada. – Sim – confirmou Tumen. Aria parecia não ouvir. Foi até o baú ao lado das camas e o abriu. Começou a remexer dentro dele, procurando alguma coisa. Quando encontrou, levantou-se e virou para Tumen. Havia várias peças de roupa em suas mãos. Colocou uma roupa na cama ao lado de Tumen. – Vista isso – disse Aria. – Nossas roupas estão molhadas e se não trocarmos logo,
De manhã Aria saiu para caçar. Voltou para casa mais disposta do que quando havia saído. Já fazia uma semana que ela não saía de casa. Naquele dia decidiu ir a Thoronbar. Arrumou tudo o que precisaria e foi até a campina. Chegando lá ficou brincando com Águia. Thoronbar passara a ser um lugar diferente para Aria do que era antes. Tudo lá a fazia se lembrar de Tumen. Quando Tumen tocou Águia pela primeira vez, quando eles duelaram e quando Aria brigou com ele. Aquilo a estava matando. A conversa com Anne fez Aria ficar melhor, mas não totalmente. Ela ficou pouco tempo em Thoronbar. Mas dessa vez foi embora caminhando, segurando as rédeas de Ganis, Águia pousada no dorso do cavalo. Tumen entrou em Taurdin, já sabia aonde ir. Mas não foi pelo caminho habitua
Já havia se passado uma semana desde que Aria brigara com Tumen, mas ele ainda não tinha se conformado. Depois da briga, Tumen saiu de Thoronbar e foi a todos os lugares onde Aria o havia levado, esperando encontrá-la. Foi até a cachoeira, mas não havia ninguém, foi até a oficina, ninguém, voltou para o centro da cidade, mas Aria também não estava lá. Voltou ao palácio não por querer, mas por precisar. Caso contrário voltaria a Andunëar, não queria mais permanecer em Armendor. Mas ele não podia decepcionar seu tio, por isso voltou. Durante toda aquela semana ficou vagando pelos corredores do palácio. Queria ficar sozinho, pensando. Acabou deixando de lado suas obrigações. Rei George olhava seu sobrinho e ficava cada dia mais preocupado, sem entender porque ele agia assim. &nbs