Uma adolescente crescendo no ano de 1994, seu primeiro ano no ensino médio, em uma nova escola, com uma vida um tanto quanto conturbada, vivendo seu primeiro amor sem ao menos entender que isso se passava. Keisla acredita que tudo na vida será melhor um dia. Quando? Ela não sabe, mas acredita, e faz o que pode para isso acontecer.
Ler mais- Tira a cerveja do congelador!- Ah, pai! Logo agora...- Anda, não reclama!Tirei as cervejas colocando na parte de baixo da geladeira.- Posso abrir uma?- Não!- Vou colocar no congelar de volta!- Te faz de louca! Mais tarde você abre, ainda é muito cedo. Acabamos de almoçar.- Atá, até parece... Aonde a mãe foi?- Está ali na vizinha!- Vou ali também!- Negativo, preciso de alguém para me ajudar aqui!- Fazer o que?- Encher o chimarrão para mim!Só sacudi minha cabeça. Fiquei ali enchendo, mais o saco, do que o chimarrão propriamente dito. Entre um disco e outro trocado no toca-discos, eu ligava uns pagodinhos no rádio, dois em um, uma tecnologia ultrapassada para nossa geração que já escuta “cd”. Mas, eu quero muito uma bicicleta grande
Existem duas datas as quais me importam muito, meu aniversário e o Natal, e por incrível que pareça, não é só por causa dos presentes, eu fui criada não acreditando em Papai-Noel, mas os preparativos, o envolvimento para a ceia, tudo que se pode ter em um dia, a família parecendo ser feliz, neste dia específico, a véspera do Natal, tudo parece ser mágico.Parece estranho, onde moramos, especificamente é bastante perigoso, mas o portão não fica trancado, tem um enorme cadeado que o fecha, porém, esse cadeado durante o dia está sempre aberto. Todos entram e saem quando querem, um portão com mais de três metros de altura e um cadeado quase do tamanho da palma da minha mão, abertos para quem quiser passar. Não sei se já mencionei, mas telefone é artigo de luxo, minha mãe se inscreveu para ter uma linha já há
Última semana de aula, estou me sentindo muito cansada, essas finais acabaram com meu senso de qualquer coisa. Agora que o Pablo e o Rafael se tornaram amigos, até ficou menos difícil fazer as coisas nos finais de semana, pelo menos isso. Os dois combinam as coisas e nos levam com eles.- Bom dia, minha linda!Rafael chegou me dando um beijo.- Bom dia! Chegou cedo.- Vim tirá-la mais cedo da prisão, Sei que está vindo só para não ficar em casa.- Não quero conversar sobre isso!- Eu respeito você, mas acho que podemos ir lá para casa. Fique lá comigo. Você disse que iria para a casa da sua colega.- Irei pegar minhas coisas.- Esperarei você aqui.Voltei correndo com minhas coisas.- Vamos!- Claro, me dê aqui suas coisas. Irá morar comigo?- Não, mas eu trouxe um pijama e uma roupa par
- Não iremos beber!- Você não irá, ele pode beber!- Não! Ele não pode beber, e não irá! – Encarei Gilson muito séria.- Está bem! Quer um café?- Eu faço algo para nós, não se preocupe. Obrigada.Arrumei um café com leite para tomarmos, sentei novamente com ele.- Obrigado. Achei que você iria beber.- Claro que não! Sou doida, mas não tanto.- Minha doidinha! – Ele passou o braço por cima do meu ombro.- Terminem de tomar o café e vão dormir. Precisam estar descansados amanhã de manhã. – Chegou tia Tania acabando com a nossa bagunça.- Eu imaginei muito diferente sua rotina. Pensei que fosse mais livre, sei lá!- Eu falei que minha vida é puxada, não tenho quase tempo! – Peguei a caneca da sua m&a
Rafael ficou observando a dinâmica da conversa e o desenrolar do assunto, onde já havia sido até decidido como nós dois nos conhecemos e então começamos a ficar. O Pablo achou a solução em menos de cinco minutos. Enquanto ele respondia as perguntas que a Alicea ia fazendo, Drika e eu arrumávamos as coisas dentro das mochilas. Pronto depois de passar pela inspeção minuciosa da irmã do Pablo, estávamos prontos para qualquer questionamento, até do FBI! Chegamos ao nosso acampamento. Pablo se encarregou de apresentar o amigo para todos que estavam ali. Neste momento acabei me afastando um pouco deles, deixando que os dois se entrosassem com os demais, o que me surpreendeu foi a facilidade de comunicação dele com os outros.- Amiga, ele não parece ser bem como você falou. Embora seja bem sério, ele até se comunica muito bem.- Verdade! &n
Ainda nem clareou, o ensaio terminou poucas horas antes de nos reunirmos para seguirmos em viagem, rumo ao local marcado para ser o grande dia, “Farroupilha”, uma linda cidade que fica na serra! Todos muito empolgados, nem sentiam o peso do sono e do cansaço! Carregávamos conosco além de muita alegria de termos passado para a grande final, uma enorme torcida que nos acompanhava em um segundo ônibus, munidos de uma gigantesca parafernália de instrumentos de todos os tipos, além de garrafas com pedras, feijões e um latão de azeite que em conjunto com dois pedaços de pau, faziam parte de um tambor enorme. Era a primeira vez que nosso grupo chegava tão longe. Um marco na nossa história.Chegamos ao festival parecendo ter umas cem pessoas em cada ônibus. Fomos ao local já destinado ao nosso acampamento, onde já tinha algumas pessoas que foram no dia anterior para montar as b
Quando foi mesmo que eu me perdi? Ah! Quando eu disse que aceitava ver aquele sorriso! Eu definitivamente não consigo conviver com pressão e crises de ciúmes. Não dá, para mim já é muito ter que aceitar minha mãe tentando controlar minha respiração e meus pensamentos. Ter um relacionamento onde eu não consigo me expressar, não dá!Fui para casa furiosa, coisa que eu realmente não gosto. Me torno um animal selvagem quando isso acontece, sem exageros, eu ficou com uma fúria incontrolável. Cheguei ao clube, que para variar hoje teria ensaio, eu já estava atrasada, inclusive, coisa que não é do meu costume. Entrei direto para o banheiro. Drika saiu correndo atrás de mim.- Amiga, o que aconteceu com você?Respirei fundo para não chorar de raiva.- Posso me manter no direito de ficar calada, Dri?
- Mas incomodou. Agora com licença, preciso entrar.- Você virá no baile?- É bem óbvio, eu faço parte daqui!- Desculpe, comecei errado. Quero me redimir. Almoça comigo?- Não!Entrei e deixei-o sozinho na frente. Ele entrou em seu carrão que para a época era de última geração, ou quase isso! Saiu cantando pneu.- Você não consegue ser gentil mesmo! Ele é um gato. – Disse Alicea.- Adota para você, ele parece ser vira-lata!- É, e abandonado ele não está, pode ter certeza que tem uma gata no cio por aí atrás dele, com toda certeza. – Brincou Barby.Fiquei pensando no abandono propriamente dito, ele até pode ter várias meninas, porém, eu acredito que isso não o torna feliz, ele nunca saberá se estão com ele por gostarem
A hora até que passou muito rápido para quem estava ansiosa que chegasse o horário da saída. Juntei minhas coisas socando tudo dentro da mochila, coloquei no ombro e saí andando, logo em seguida Grenda e Adyne me alcançaram. Fomos conversando até o portão, onde Rafa já estava parado me esperando, ele até começou a conversar com alguns alunos do turno da manhã que fazem parte das lideranças, um grande avanço na minha visão, pode até não ser muito simpático, mas já sabe se comunicar com os outros, bom para mim. Chegamos no seu apartamento, onde sua mãe já nos aguardava para almoçar, entramos e fomos lavar as mãos.- Que bom que você entendeu o que aconteceu. O Rafael ficou desesperado, achamos que você não iria compreender, pois ele sumiu sem avisar, e com toda razão seria entendida por n&oacut