Camila cresceu no interior de São Paulo com os pais conservadores, sempre viveu uma vida regrada e pouco conhecia da vida de crimes e de toda maldade que cercava o mundo. Mas isso muda quando seus pais morrem em uma enchente e sua única parente vivia é uma tia que ela não vê há anos e que mora no Rio de Janeiro, no morro do Adeus. Três vidas totalmente diferentes, mas que vão se unir assim que Camila se torna a babá do irmão mais novo deles e se apaixona perdidamente pelos dois. O que comandava o morro João Miguel, um bandido que tinha crescido vendo as dificuldades da vida e João Vitor, que estudou enquanto seu irmão comandava o tráfico e agora os dois trabalhavam lado a lado buscando a prosperidade. Eles terão que vencer seus preconceitos se quiserem viver aquele amor, enquanto enfrentam a vida de morro.
Ler mais— Ainda não concordo com isso, essa é a casa de vocês e esse deveria ser o recomeço não um fim.— Tia eu sei que está chateada e não concorda com isso, mas é a única forma que temos de ser livres, livres de tudo o que acaba voltando para nós. — eu murmurei a contragosto, porque também não queria me despedir de nada ali, mas era impossível viver daquele jeito, voltar para o crime e deixar nossos filhos terem o mesmo destino dos pais e do avô não era uma opção.— É mãe, não se preocupa que eles vão estar bem e daqui há alguns meses a gente vai estar reunidos novamente, mas bem longe daqui, vamos todos pra Portugal. — Bi abraçou minha tia que não parava de chorar, ao menos isso serviria para ser convincente e fazer todos acreditarem em nossa morte.Estávamos viajando sem nada além dos documentos falsos que levou dois dias para que Vitinho conseguisse. Ele viajaria com Juninho separado em um voou diferente, ele seria um pai viajando com o filho a passeio, enquanto eu e Miguel iriamos com
Eu e Vitor fizemos o caminho até em casa no mais completo silencio. Era difícil acreditar que tínhamos conseguido, que estávamos dentro do crime novamente e dessa vez não como chefes, mas como sócios.Meu irmão parou o carro na frente de casa e um dos homens para guardar nossa família acenou do outro lado da rua, mas faltava um deles, eu só esperava que estivesse em algum lugar estratégico.— Acha que ela vai entender o que fizemos? — perguntei a ele, estava tentando não pensar na reação dela.— Eu espero que ela entenda que era a nossa única opção, ela nos colocou em uma saia justa.Quem dera ursinha pensasse desse jeito, com toda certeza na cabeça dela a nossa escolha era fácil e simples, até bem óbvia para ela, mas Camila não entendia o que nos custaria nos transformarmos em ratos. A verdade é que custaria nossos nomes, nada do que fizemos de bom na nossa comunidade iria importar depois do momento que entregássemos as provas a policia.— Amor? — Vitinho chamou indo na frente e a ri
Eu fiquei um bom tempo dentro do quarto depois que os dois saíram, minha mente não conseguia evitar pensar o pior, só conseguia lembrar de Vitinho machucado, cortado e sangrando, Miguel irado comigo me atacando, voltar para o meio do crime só poderia trazer essas coisas de volta para nossas vidas.Me levantei querendo esquecer esses pensamentos e começar meu dia, abri as portas do closet procurando uma roupa e então meus olhos avistaram uma das malas no canto.Queria fazer o que disse a eles, pegar as malas, nossos filhos e Juninho e sair da cidade, mas eu não podia, tinha que dar um voto de confiança de que eles fariam o certo, de que escolheriam o melhor para nossa família.Tirei minha camisola e vi minha cicatriz onde tinha sido baleada, tinha se passado tanto tempo que as vezes parecia ter sido em outra vida, mas aquilo era mais um lembrete de como as coisas podiam ficar feias.Miguel tinha mantido as armas guardadas por muito tempo, as deixando longe do alcance de qualquer pessoa
— Está dizendo que deveríamos trabalhar como ratos infiltrados, entregando a polícia tudo sobre a facção? — Miguel questionou mesmo que já tivesse ficado claro o que Camila queria de nós dois.— É isso mesmo o que estou dizendo! Vocês vão entregar os desgraçados pra polícia, é a melhor forma de se livrar deles e manter sua família segura.— Camila, você não veio do crime amor, não entende como isso funciona e não sabe as consequências que teria se nós nos virássemos informantes da polícia. — falei tentando trazê-la de volta a realidade, nossa ursinha não tinha sido criada no nosso meio, não sabia que aquilo acabaria com a nossa reputação.— Eu posso não ter vindo do crime, mas sei exatamente o que quer dizer a palavra rato, delator, infiltrado, informante, não pense que sou estúpida amor. — ela fez questão de usar um tom sarcástico na palavra amor, provavelmente ainda estava com raiva por ter me escutado dizer que deveríamos mentir para ela.Camila não entendia que eu estava querend
Eu não conseguia acreditar que aquilo estava mesmo acontecendo com a nossa família, depois que deixei pra trás a vida no morro, depois de abrir mão de tudo o que tinha lá e vim pra um lugar que nunca conheci, pra recomeçar minha vida e cuidar de Camila e da nossa família.Agora eu estava com uma mala cheia de dinheiro na minha frente e algum filho da puta ameaçando a vida da minha mulher e dos meus filhos. Em troca teríamos que usar o supermercado como um dos pontos de lavagem de dinheiro da facção.Encarei meu irmão sentindo meu sangue ferver, eu não tinha deixado de ser chefe do morro pra aguentar um merdinha me ameaçando e querendo me obrigar a fazer alguma merda.— Vamos omitir isso, Camila não precisa saber e a mantemos em segurança. É apenas lavagem de dinheiro pra facção, que mal pode ter nisso? — meu irmão repetiu pela milésima vez, desde que acordamos a gente estava ali na cozinha discutindo essa porra.Eu não queria mentir pra ursinha, ela tinha confiado na gente, tinha me p
Eles estavam chegando perto, eu conseguia ouvir os passos e os gritos atrás de mim. Os homens chegariam para destruir minha família e eu não podia deixar que chegassem até meus filhos, podia lidar com meu sofrimento, com a perda dos pais deles, mas não podia viver sem meus bebês.— Nós vamos te pegar! — um deles gritou. — E quando isso acontecer você vai desejar nunca ter fugido de nós!Corri o mais rápido que conseguia, meu peito queimava com as respirações fortes e com o ar gelado da noite, mas eu não parei, continuei correndo porque minha vida dependia disso e o bem estar dos meus filhos também dependia disso.— Você só tinha que ser uma boa menina e entregar o lugar onde eles estão escondidos, era tudo o que precisava fazer. — me virei para trás ouvindo as vozes ainda mais perto, mas acabei tropeçando em um galho e indo de cara no chão. — Ai está você. Decidida a contar onde esconderam seus filhos?— Sabemos que seus dois maridos não vão entregar tudo se ainda tiverem as crianças.
Camila— Não, nossa filha não vai se chamar Elise! — Vitinho reclamou pela milésima vez.— Tu disse não pra todos os nomes que a gente falou, posso saber o porque? — Bianca e tia Nalva não aguentavam mais dar sugestões de nomes, isso sem falar em Miguel e eu, que demos uma lista enorme, mas Vitor não gostava de nenhum.— Eu não vou dar o nome de uma mulher que eu peguei pra minha filha. — ele explicou com a cara de pau e me fez revirar os olhos.Gêmeos, descobrimos dois meses depois que deixamos aquele inferno para trás. Levou mais alguns para que nossos bebês abrissem as perninhas durante o ultrassom e nos deixasse descobrir o sexo.— Escuta aqui, se a gente não for poder usar o nome de nenhuma garota que você ficou vai ser bem difícil. — resmunguei esticando os pés no sofá.Meus pés estavam me matando, com quase nove meses eu já não aguentava mais aquela barriga, os pés inchado, encontrar uma posição para dormir era a pior parte.Miguel segurou minhas pernas e se sentou, as colocand
Estar em casa, ver que todos estavam bem e ainda mais poder colocar minhas mãos na nossa ursinha, foi o que me acalmou depois daquele dia infernal.Miguel e eu conversamos pelo caminho sobre voltar a comandar o morro, mas chegamos a conclusão de que quando escolhemos ir morar em longe de toda a bagunça da nossa vida antiga era justamente para fugir daquilo. E essa nossa decisão foi antes mesmo de saber se Camila nos perdoaria e do nosso filho, não podíamos voltar atrás agora, quando tínhamos muito mais a perder.E como se tivesse imaginado o que poderia acontecer ela estava ali fazendo suas exigências.— Que bom, porque eu estou louca pra me acabar em vocês e seria um desperdício ter que encerrar aqui. — provocou entrando na banheira e se ajoelhando.Camila levou uma mão em cada pau a sua frente e começou a subir e descer, masturbando gostoso. Então empinou o rabão para o alto, nos dando uma bela visão da sua bunda e me deu uma lambida se virando rápido para Miguel.— Porra sim! — com
Eu estava aliviado por estar de volta e finalmente por os olhos em Juninho e na minha mulher. Camila estava abalada de mais e não escondeu isso quando nos encontrou, mesmo quando deitamos ela continuou chorando, os soluços pareciam não querer ir embora, Vitor e eu não sabíamos mais o que fazer.— Gatinha conta pra gente o que aconteceu, ou o que você quer? — Vitinho perguntou, provavelmente desesperado em vê-la só chorando.Ursinha ergueu a cabeça por um segundo, fungando e tentando controlar o choro ela observou nós dois, demorando encarando nossos rostos. Então quando pousou a mão no meu peito e no de Vitor, voltou a chorar descontrolada.— Meu Deus Camila, estou começando a achar que algo mais sério aconteceu. — me sentei na cama. — Já chega, vou chamar a Bianca e descobrir o que aconteceu aqui.Comecei a me levantar da c