Que garota era aquela? Eu estava sentindo até agora os t***s dela em meu peito e claro que quando fui embora soltei uma gracinha pra ela.
— Adorei sentir suas garras, mas seria melhor se colocasse elas para fora em outro momento. — vi Bianca arregalar os olhos e rir enquanto a prima parecia não entender sobre o que eu falava.
Sai de lá seguindo Miguel e pelo humor dele hoje eu sabia que a briga ia ser feia com os meninos, me surpreendeu ele não ter gritado com a pobre menina.
Camila. Ouvi Bianca a chamar assim, nome bonito e ela ainda mais. Quando se jogou em cima de mim eu adorei sentir os t***s dela e o corpo se sacudindo contra o meu, deu pra sentir que por trás do moletom que ela usava tinha um corpo cheio de curvas.
O que eu podia fazer? Sou homem e estou longe de ser do tipo santinho. Eu gosto de sexo e de mulher bonita, Camila é os dois.
Faço uma nota mental de enviar uma mensagem pra Bianca e pedir pra ela levar a prima no baile amanhã. A garota era nova no Rio de Janeiro, eu podia ser seu guia perfeito.
— Que merda vocês estavam pensando? — Miguel brada assim que fecho a porta atrás de mim e os meninos se encolhem.
Eles eram mais do mesmo, não iam a escola e meu irmão dava um jeito de colocar para trabalhar. Segundo Miguel era melhor na cola dele, que botava ordem, do que dos pais que não estavam nem aí pro que o garoto ia fazer.
— A gente pensou que era uma pati da zona sul. — galeto falou sentado na mesa e evitando encarar meu irmão.
— Nunca que ia roubar gente daqui, chefe!
Miguel com toda sua pose assustava, ele era alto um e oitenta, ainda por cima malhava e se orgulhava de ostentar um corpo sarado, pra completar a obra ele tinha tatuado quase o corpo todo, até mesmo na bochecha, testa e por aí vai.
Como se não bastasse tudo isso ele tinha criado sua fama de bandido mal, e não era apenas histórias, ele tinha mesmo feito todo o tipo de atrocidade com quem tentava tomar o poder aqui no morro.
Então eu entendia esses meninos estarem se tremendo com as cabeças baixas e temendo o pior. Às vezes até eu esquecia que ele era o irmão mais velho que me ensinou a empinar pipa e jogar bola.
Miguel tinha aprendido a mostrar esse lado dele apenas dentro de casa. Enquanto eu cresci estudando, ele cresceu vendo bandido levar tiro e aprendendo a atirar e torturar.
— Vou repetir pela última vez. Não me interessa se ela é pati, rica, ostentando carrão e celular do ano! Não é pra roubar na porra da entrada do morro. — ele bateu a mão na mesa e os dois pularam no lugar. — Vocês ganham uma vida boa aqui, comem bem, tem beca bonita, as meninas chegam em vocês nos baile. O que mais vocês quer?
— Desculpa chefe.
— Não vai acontecer de novo!
— E porque não vai? — o silêncio reinou, eles claramente estavam com medo de responder e errar. — Quero que os dois me respondam olhando na minha cara, porra!
— Porque vamos atrair atenção para o morro! — foram rápidos em responder juntos.
— E o que eu fiz com bandido pé de chinelo que roubava e trazia a polícia tudo pra nossa cola?
Eu resisto a vontade de corrigir o português dele, Miguel detesta isso e a última coisa que eu preciso agora é dele mais irritado.
— Matou e jogou no rio. — a voz deles agora não tem tanta confiança, o medo do que pode acontecer com eles se fizerem besteira.
— Ótimo! Que bom que nos entendemos. — ele se abaixou ficando na altura dos rostos deles de forma ameaçadora. — Vão lá na sede, tomar um banho e comer. A garota acabou com vocês.
Eu não resisti e gargalhei levando todos os outros a rir junto. Ela tinha mesmo dado um belo "olé" nos dois garotos armados.
— Valeu chefe! Pode deixar que se a gente ver ela vamos passar longe.
— Não quero cruzar com aquela mina nem pintada de ouro. — galeto emendou. — Garota surtada!
— É bom mesmo. Agora se mandem!
Os dois não esperaram outra ordem, correram de lá como se estivessem fugindo do capeta.
— Você coloca um medo danado nesses meninos, hein!?
— Medo não, é respeito! Eles sabem que devem me temer, sou legal, mas arranco as bolas de um sem pestanejar. — Miguel se virou pegando o rádio e informando quem deveria descer enquanto os meninos faziam uma hora lá na sede.
Sede era o lugar que ele tinha feito aqui na comunidade, era como uma grande casa, com espaço pra tudo. Tinha creche, futebol, aula de artes marciais e tinha lugar para o pessoal dormir, comer, gente que não tinha condições.
Miguel decidiu fazer isso quando viu que estamos prosperando bem com os investimentos na bolsa, ele decidiu ajudar quem mais precisava, já que nossos governos só faziam boas ações em ano de eleição.
— Vou buscar o Juninho ali. Antes que ele deixa a dona Isabel louca.
— Mais louca você quis dizer, não é? Vou contigo, não esquece que prometeu pra ele um doce!
Eu sabia que ele via Juninho quase como um filho, afinal nós dois que criamos aquele menino desde o momento que ele nasceu. Mas Miguel foi quem passou mais tempo com ele, enquanto eu estava terminando a faculdade. Foi duro enfrentar o período de luto tão grande, primeiro nosso pai, uns meses depois nossa mãe.
Viramos a esquina e Miguel parou, me fazendo encará-lo com curiosidade.
— Tu tá vendo o que eu estou vendo? É aquela garota de novo? — olhei para onde ele apontava e vi Camila atravessando a rua.
— Ela é uma gata, não é?
— Não começa com graça, já viu que a garota gosta de dar show! Vai se meter com ela e depois aturar maluca pra cima e pra baixo atrás de tu.
Eu estava prestes a falar quando Juninho saiu da mercearia da dona Isabel e nos viu. Ele não parou nem pensou, só colocou o pezinho na rua indo atravessar. No mesmo instante o barulho do motor de uma moto, que descia a toda velocidade encheu meus ouvidos e eu paralisei esperando pelo pior.
Ainda estava em estado de choque, depois de tudo o que aconteceu não era pra menos.Ouvi minha prima tagarelar pelo caminho todo, sobre quem eram aqueles homens, cada um deles. Os dois garotos que correram atrás de mim, mas que nem dei importância para sua explicação.Mas então ela chegou no tatuado com marra de assustador, e que pelo jeito as pessoas tem mesmo medo dele. João Miguel, o chefe do morro, quem mandava em tudo, o mais perigoso. O nome de anjo não parecia combinar com ele, quando a cara parecia do próprio capeta.Mas diferente do que eu deveria sentir ao vê-lo, eu não me intimidei, não fiquei com medo ou mesmo senti repulsa. Ele era lindo e dava pra ver, mesmo com todas aquelas tatuagens ele era de tirar o fôlego.Nunca tinha visto um homem como aquele, todo másculo, com a expressão fechada, as sobrancelhas grossas franzidas e coberto de tatuagens.Ela me disse que ele era muito cobiçado por todas as meninas do morro. Mas o galinha era na verdade o irmão do meio. João Vito
Meu coração estava batendo disparado, por muito pouco Juninho não foi atropelado, eu tinha medo de imaginar o que ia acontecer com ele se aquela moto tivesse acertado nele.Apertei ainda mais os braços em volta do seu corpinho e o ouvi resmungar que estava esmagando. Mas que se foda, eu ia esmagar se isso fosse tirar o medo de dentro de mim.Depois de perder meu pai e minha mãe, me apeguei de mais a família, não aguentaria perder nenhum dos dois.Assisti Vitor se afastar com a garota no colo. E a vi olhando pro meu irmão, preocupada com o pequeno em meu colo. Mas ele estava bem, quem tinha se ralado toda foi ela.Porra, não acreditava que agora tinha que agradecer aquela maluca.— O dona Isabel, o que estava pensando em deixar o moleque sair assim na rua? — questionei a velha entrando na mercearia.— Aí meu filho, me desculpa! Eu pedi pra Nina olhar ele enquanto eu fechava a compra de um cliente.Olhei pra garota de cabeça avoada que me encarava com um sorriso sem graça. Que se foda,
— Ainda não acredito que você se jogou na frente da moto, sem nem conhecer meu irmão.Estava carregando a heroína gostosa no meu colo, podia facilmente me acostumar em ter aquele corpão dela em meus braços sempre.Claro que eu preferia que as circunstâncias fossem outras, primeiro brigando e agora ela toda machucada, não eram nada favoráveis.— Ele é uma criança, não me interessa quem ele é. — ela se remexeu em meu colo, parecendo envergonhada por ter minhas mãos sobre ela. — Já falei que eu posso andar sozinha! — protestou novamente.— E eu já disse que é um prazer carregá-la, ursinha.Ela desviou o olhar, aposto que com as bochechas pegando fogo. Dava pra ver toda inocência e timidez transbordando daquele rosto angelical, mas era quase um pecado quando vinha acompanhado de um corpo de parar o trânsito.— Você sabe que me chamo Camila e não ursinha. — sorri com sua irritação quanto ao apelido.— E você sabe que se passar o braço em volta do meu pescoço vai ficar mais confortável. — p
Babá, aquela palavra se repetia em minha mente desde que saiu da boca de Miguel. Não era uma má ideia e muito menos um mau emprego, eu estava acostumada a cuidar de crianças, muitas vezes mais de uma de uma só vez. Mas depois de saber quem eles eram e o que faziam, não sabia se seria a opção mais segura.Se isso não bastasse João Vitor quase tinha me beijado, meu rosto queima só de lembrar que poderíamos ter sido pegos pela minha tia. Ainda conseguia sentir seu toque quente, o dedo traçando um caminho em meu lábio inferior e sua voz rouca dizendo que ia me beijar.Eu não sou puritana nem nada, mas minhas experiências com homens podem ser resumidas a zero, tirando dois garotos que beijei no ensino médio não havia mais nada. Eu vivia para minha casa e a igreja, não fazia nada além de sair com minha mãe e a cidade onde eu morava era tão pequena que todos nós se conheciam, o que dificultava toda a coisa da paquera.Fiquei ansiosa esperando o beijo dele, mas o irmão que tem cara de poucos
Sai da casa de dona Nalva com Juninho no colo e Vitor atrás de mim, resmungando sem parar. Eu sabia que o safado estava querendo pegar a mina, ele fez questão de deixar bem claro tocando ela daquele jeito.— Precisava colocar ela de babá do Juninho porra? Como que fica agora eu levar ela pra cama e ficar esbarrando nela dentro de casa?— Isso nunca te impediu antes, você já pegou mais minas desse morro do que consegue lembrar.— É, mas nenhuma dela estava dentro de casa, a garota vai começar a ter ideia errada. — ele passou na frente abrindo o portão de casa. — Você tinha de ver, ela toda sem jeito quando quase a beijei.— Quase? Desde quando tu fica no quase? — eu sabia bem a fama do safado, bem antes de completar dezesseis anos ele já tinha levado a filha de muita gente pra cama.— Desde que você e a dona Nalva viraram empata foda, estava já pertinho daquela boca carnuda e você chega gritando.Não consegui evitar de sorrir, era bem feito que ele tivesse pagado de otário e não conseg
O som do trovão parecia retumbar por meu corpo, se concentrando em meu coração, ditando o ritmo que ele batia. Enquanto minha mente se enchia de imagens daquela noite, o frio do vento, o gelo das aguas cobrindo minhas pernas e as gotas grossas que molhavam todo o meu corpo.Meu corpo tremia involuntariamente e as lágrimas pesadas rolavam por meu rosto. Eu tinha uma vaga noção de ter braços em volta de mim, me segurando firme e acariciando minhas costas, mas eu só conseguia me concentrar na imagem dos meus pais me olhando do outro lado da cratera, os rostos marcados da vida dura, as marcas de expressões profundas apesar da pouca idade.Mesmo com tudo isso eles me olhavam conformados com o que estava prestes a acontecer, não havia medo ou desespero nos rostos deles quando me deram uma última olhada.“Nós amamos você!” as últimas palavras da minha mãe se repetiam em um loop, eu desejava que aquilo pudesse me acalmar, mas não tinha esse efeito mais, só me trazia a solidão.— Camila olha p
Estava me sentindo um caco quando cheguei em casa já de manhã, alguns amigos advogados me chamaram pra inauguração de uma boate. Tinha me cansado de tentar arrastar Miguel para uma dessas festas, mas ele se recusava. Dizia que era pra evitar pessoas esnobes, mas eu sabia bem que ele não queria era evitar algum encontro indesejado com a polícia, ali no morro tínhamos segurança, mas já no asfalto a conversa era outra.Passei a noite na balada e de lá fui para o motel com uma morena, não tinha conseguido tirar Camila da cabeça e acabei me agarrando com a mulher mais parecida com ela. Sabia que aquilo era fodido de mais, mas não consegui evitar, minha mente ficava a todo momento criando cenas com ela e em minha cama, me chupando, cavalgando em cima de mim, gemendo meu nome, por isso precisei tentar suprir minha vontade dela com outra.— Bom dia. — falei entrando em casa e vendo Miguel entregando a mamadeira pra Juninho. — Já acordado.Bufei sabendo que Miguel ia sair e eu teria que cuidar
Quando cheguei na casa de Juninho pela manhã, achei que encontraria o menino dormindo ainda, mas ao invés disso dei de cara com ele terminando a primeira mamadeira do dia, enquanto assistia um desenho na televisão.— Bom dia, chegou bem na hora. — Miguel cumprimentou não demorando o olhar em mim.— Bom dia, bom dia lindinho. — falei apertando a bochecha fofinha, mas os olhos dele nem se desviaram da tela. — Minha tia avisou que você precisava de mim o mais rápido possível. — ele se afastou voltando para o irmão. — Não sabia que eu teria que cuidar dele aqui, na sua casa.— Aqui é mais seguro que na casa da tua tia. Vou ter que sair agora de manhã, resolver umas tretas que apareceram aí. Vem vou te mostrar a casa. — ele se virou seguindo pelo corredor antes mesmo de ver se eu o seguia.Dei passos apressados atrás dele, que começou a me mostrar os cômodos. A casa não era pequena como a de tia Nalva, além da sala havia três quartos, um para cada um deles, uma varanda e a cozinha.— Junin