"Depois de levar um pé na bunda, Zoe se vê perdida, sem um par para levar no casamento de sua prima rica e bem sucedida. Anelise e Zoe não têm uma relação amigável, e ir à ocasião sem um namorado — no dia dos namorados —, só aumentará os rumores de que ela fracassou na vida. Desempregada e vivendo de seguro-desemprego, ela e sua melhor amiga, Clara, decidem pedir uma pizza. É aí que ela conhece (ou para um momento para observar) Alex, seu motoboy. Depois de praticamente chorar em seus braços, os dois se tornam grandes amigos. As coisas desandam quando Clara propõe que Zoe se aproxime de Alex para ir ao casamento com ele. E não tem problema, já que Alex confessa ser apaixonado por outra. Mas até quando ela sustentará essa farsa? E, céus, quem será a garota que Alex ama secretamente? De uma coisa sabemos, quando se envolve o coração, as chances de tudo dar errado são muito altas."
Ler mais25 de Dezembro de 2025 Eu estava em meu quarto, deitada por conta da cólica, quando, de repente, um papel surgiu em cima da cama. Eu o peguei, receosa. Era uma carta. De Jass. Ai. Meu. Deus. Eu a abri e comecei a ler. “Queria Jasmim Escrevo essa carta para te agradecer. Por sua causa, eu fui — e sou — uma mulher feliz e realizada. Eu e Eros somos felizes, nossa filha é linda, inteligente e sábia. Quando estive aí, eu tinha acabado de sair de um hospital, onde eu estava morrendo por conta de um câncer. E você nos salvou. Não há palavras pra expressar minha gratidão. Continue ouvindo seu coração, a gente vai longe. Amo você, minha querida, seja feliz daí, que eu serei daqui. Com todo meu amor; Jass.” A carta se dissipou em minhas mãos, virando uma espécie de poeira mágica. Fiquei tão feliz por saber que Jass estava bem. Como se percebesse isso, minha filha chutou em minha barriga, me fazendo rir. — Dinda! — Maria chamou da sala. A muito custo, me
25 de Dezembro de 2058 Jasmim Prince abriu, vagarosamente, os olhos. Onde estava o quarto de hospital onde ela se internou devido a um câncer de pulmão? Ela parecia estar... Numa casa? — Gatinha. — Chamou Eros, preocupado —, você está bem? — O que você está fazendo aqui? — O que um marido faz quando sua esposa desmaia na sala de casa? — Brincou ele. — O que aconteceu? — Você desmaiou de repente, o médico disse que sua pressão baixou. Ela sempre é baixa, desde sua gravidez. — Gravidez? — Sim. Você não lembra de nada? Não queria preocupá-lo, então ficou em silêncio. Eros depositou um beijo em sua testa e disse que precisava avisar à Adrielle que ela estava bem. Adrielle não tinha falecido? — E aí, como foi voltar para o futuro? A dona da pergunta era uma garota de cabelos roxos, roupas coloridas e meias listradas. — Quem é você? Sou Valência, seu anjo da guarda. Não se preocupe, eu congelei o tempo e ninguém pode nos ouvir.
Na terça eu me levantei, o sonho com Adrielle me fez ter uma força que eu sequer sabia que tinha. Tomei café com mamãe e Jass e me aprontei para ir comprar as coisas que faltavam para montar meu estúdio. Eros me acompanhou, mesmo eu dizendo que não precisava. Não falei muito, só respondia o que ele perguntava, e isso bastava. — O que tá havendo, Jasmim? Por que você está tão estranha comigo? — ele perguntou, quando paramos no portão de casa. — Não quero falar sobre isso agora. — E quando vai ser? Porra, Jasmim, que diabos eu fiz pra você? — Você arranjou outra! — Gritei. —Enquanto eu estava na porcaria de uma cama de hospital, você estava saindo com uma mulher que conheceu no Tinder. — Gatinha... — Não, Eros, não me chame assim. — Eu te conheço, sei que tem mais alguma coisa te incomodando. O que é, Jasmim? — Não importa. Você me magoou, Eros. Você me magoou. Dei as costas e subi o primeiro degrau. — Eu estou bem. Como minha melhor a
Tive alta no sábado à tarde. Eros foi me ver ontem, mas eu disse ao médico que estava cansada demais para receber visitas. Era mentira, obviamente. Eu não queria vê-lo, não queria ouvir o quanto Alícia era foda, linda e boa de cama. Não queria que ele me dissesse que eu seria madrinha de um dos seus filhos futuramente. Eu já estava sofrendo demais, tinha perdido minha prima, a dor que sentia em relação a isso era incalculável. Então guardei todas essas questões de Eros numa gaveta e fui agindo no automático. — Antes de descermos — disse Maya, enquanto parava o carro em frente à minha casa — quero que saiba que eu sinto muito pela Adrielle. — Obrigada, May. Minha amiga me ajudou a subir as escadas. Ao abrir a porta, me deparei com mamãe, papai, Jass, Eros e Alícia (Argh!). Quando me viram, bateram palmas, ao redor deles tinha um bolo e uma placa de boas-vindas. — Querida — falou mamãe, abraçando-me —, você está bem? Fisicamente, sim. Emocionalmente, não. Mas como
Tive um sonho estranho. Nele, eu e Adrielle colidimos em cheio com um carro que vinha na contra-mão. Fui tirada das ferragens quase inconsciente e um bocado de pessoas veio prestar socorro. Que ridículo ter um sonho assim! Acordei ainda desorientada. Abri lentamente os olhos. Engraçado, por que eu estava toda plugada com fios? Tinha alguém segurando minha mão, olhei para o lado e encontrei Eros, cochilando. Apertei sua mão com firmeza, para mostrar que eu estava consciente. Em frações de segundos, ele olhou para mim também. Esperei pelo seu sorriso de canto, mas ao invés disso, Eros se atirou em mim e começou a chorar. — Você acordou! Você acordou, gatinha! — Ele estava soluçando. — Deus, eu achei que iria te perder, mas você acordou! Tentei confortá-lo, mas Eros estava super eufórico, beijou minha testa, minha bochecha, tocou meu rosto, como se não estivesse acreditando que eu estava ali de fato. — Vou chamar o médico — e levou minha mão à sua boca, onde depos
Adrielle fez as pazes com Luany à noite, as duas passaram horas no telefone, se perdoando, dizendo que se amavam e tal. Eu fiquei admirando, imaginando como seria quando fosse a minha vez. Estar longe de Eros me fez pensar no quanto eu me acomodei com o papel de melhor amiga, sendo que eu sempre quis ser algo mais. Meu sentimento por ele começou de imediato, e foi crescendo a tal ponto que me sufocava. O amor é pra ser leve, bom e vivido. E eu queria vivê-lo da forma que eu tinha direito. Maya ficou responsável por dormir com Jass. Liguei para ela, para saber como estava sendo, e minha amiga só rasgou elogios à minha versão do futuro. Jass falou pouco, notei que estava apreensiva, mas não perguntei o porquê. — Eu vou ficar, Jasmim, peço comida. — Mas por quê, Dri? — Vou fazer sexo virtual com minha esposa. Eu ri e desci. No meio do caminho, me trombei com um rapaz. Ele era ruivo, com sardas acentuadas em seu rosto, olhos verdes e sorriso bonito. — Boa
Acordei antes de o sol nascer, fiz as malas, nada muito extravagante, já que era uma viagem de quase dois dias num resort não muito distante. Coloquei biquíni, roupas confortáveis, óculos de sol, minhas maquiagens, protetor solar, produtos de higiene, perfume e só. Quando já estava pronta — vestido floral, bastante base no rosto e sandália de dedo —, passei uma mensagem para Eros, avisando que iria viajar. “Sério, gatinha? Tinha programado algo bacana pra gente hoje.” “Só serão dois dias, gatinho. Eu volto logo.” “Tá, se cuida. Amo você.” “Também amo você.” Demais até. Demais mesmo. Minha prima embicou o carro meia hora depois em frente de casa. Eu e Jass estávamos esperando-a do lado de fora, na calçada. Ela desceu, sorridente, para me ajudar com as malas. — Oi, dona Jass. — Oi, querida. Como você está? — Bem. Pena que a senhora não pode ir conosco, seria incrível se fôssemos juntas. Como as três mosqueteiras. Jass riu, eu também. — Vou sentir
Eros foi embora por volta das dez e meia da noite, tinha que fotografar logo cedo no dia seguinte e por isso não podia ficar. Jass fez torta de limão — a preferida dele — e os dois passaram a maior parte do tempo falando de mim. Eu só ria e comia a torta, fingindo não ouvir o que os dois diziam. Em dado momento eu vi, aquela sintonia, conexão e química entre os dois — entre nós. Sei lá, por um momento não parecia ser coisa da minha cabeça ou algo do tipo. Será que Eros também me amava romanticamente falando? Será que ele sentia atração por mim, mesmo eu tendo espinhas horrorosas na cara? Essas questões rodopiaram em meus pensamentos até eu adormecer. No dia seguinte, fui até a empresa para recolher minhas coisas e me despedir de Maya. — Eu não acredito que você vai me deixar sozinha — ela choramingou. Eu ri, abraçando-a. — Eu prometo te ligar sempre — assegurei, e estava disposta a cumprir minha promessa —, você vai ver. — Vamos fazer programações de
— Suponhamos que essa empresa vá a falência, May. Você tem algum plano B? Maya remexeu o canudo no café e me encarou, pensativa. — Tenho — respondeu —, eu ficaria recebendo meu seguro-desemprego e enquanto isso iria colocando meu currículo em outras empresas. Amo administração. — Eu também amo — menti. Ela me olhou, descrente. — Seja sincera consigo mesma pelo menos uma vez na vida, Jasmim. Você sabe bem o que ama. Além do Eros. Por falar nele, dormiram juntinhos, heein? Eu ri. — Não é a primeira vez que isso acontece, May. Eros é meu melhor amigo acima de tudo. Minha amiga segurou em minha mão. — Conta a verdade pra ele. Não deixa esse amor todo te consumir. Ele merece saber. Me encolhi na cadeira, sentia vontade de chorar. — Fale a verdade, May, que homem se apaixonaria por uma mulher como eu? — Está falando das espinhas? — Sempre falarei delas. É meu carma. Maya esfregou as têmporas, depois me encarou, toda séria. Você